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Segundo Borch.docx PESQUISA DA ANNA O.

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Psicologia 2014.2 Nassau JP
Blog idealizado pelos alunos da Faculdade Maurício De Nassau, do curso de Psicologia, orientados pelo professor Sócrates Pereira, da disciplina Teorias Psicanalíticas. Os alunos responsáveis por alimentar este blog são: Andréa dos Santos Corcino (corcino2012@gmail.com), Diego Lima (diego.nassaujp@gmail.com), Elivelton Freitas, Fairdane Caroline Bronzeado Deriu, Rosineide, Thaís Lima de Menezes, Thaiza Veríssimo (thaizajpa2@gmail.com) e Thaysa Tavares.
Página inicial
Trabalhos Expostos
SEGUNDA-FEIRA, 11 DE ABRIL DE 2016
ANNA O. E A CURA DE CONVERSAÇÃO
 ANNA O. E A CURA DE CONVERSAÇÃO
EUGENIO, J. da Silva; GONZAGA, P. de Fatima; MENDES, J. Santos; QUIRINO, R. C. Duarte; SANTOS, S. B. Araújo; SILVA, C. de Andrade; SILVA, J. Roque1.
RESUMO
 Este trabalho se insere em uma pesquisa sobre o caso “Anna O.”, o caso mais conhecido na Psicanálise. Trabalho efetuado com método descritivo, onde faremos uso de referências que fornecem estudos não só da histeria, mas também da Psicanálise. Nossa função é fornecer elementos que possam contribuir na realização de pesquisas. Bertha Pappenheim (Anna O.), pseudônimo dado pelo médico Josef Breuer, nasceu em Viena em 27 de fevereiro de 1859, uma jovem de classe média alta, que aos 20 anos de idade, após a morte de seu pai demonstrava os primeiros sintomas de histeria juntamente com as tensões da infância (depressão, nervosismo, tendência ao suicídio, paralisia, perturbações visuais, contratura muscular entre outros), morreu na Alemanha em maio de 1936. Anna O. foi tratada por Breuer pelo método Catártico (a chamada cura por meio da voz) que seria o fundamento do futuro tratamento Psicanalítico. Freud generalizou a histeria como resídua e símbolos mnêmicos de experiências especiais (traumáticas), escondidos em alguma parte, no inconsciente.
PALAVRAS-CHAVES: Psicanalise, Anna O., Histeria.
CASO "ANNA O."
ABSTRACT: This work is part of a research on the case "Anna O.," the best-known case in Psychoanalysis. Work done with descriptive method, where we use references that provide studies not only of hysteria but also of psychoanalysis. Our role is to provide elements that can contribute in conducting research. Bertha Pappenheim (Anna O.), pen name given by the doctor Josef Breuer, was born in Vienna on February 27, 1859, a young upper middle class, who at 20 years old after his father's death showed the first symptoms of hysteria with childhood stress (depression, nervousness, tendency to suicide, paralysis, visual disturbances, muscle contracture among others), died in Germany in May 1936. Anna O. was treated by Breuer by Cathartic method (called curing through the voice) that would be the foundation of future Psychoanalytic treatment. Freud generalized hysteria as residues and mnemonic symbols of special experiences (traumatic), hidden somewhere in the unconscious.
KEYWORDS: Psychoanalysis, Anna O., Hysteria.
INTRODUÇÃO
Por inúmeros motivos, entre os quais inclui a confidencialidade, psiquiatria e a psicologia sempre se valeram de casos clínicos clássicos para se estudar diferentes questões. Portanto, não só todos os casos publicados por Freud ficaram famosos e sofrem constantes revisões, como outros que estudaram pessoas ilustres, com biografia conhecida, como foi o caso de Van Gogh, Proust, Hemingway e Hitler.
Anna O. foi o codinome que Breuer deu à paciente que tratou de 1880 a 1882, em Viena. Alguns anos depois escreveu seu famoso trabalho em coautoria com Freud, e desde então todas as gerações de psicanalistas incluem o exame deste caso no estudo que fazem sobre histeria, reconhecendo que o mesmo está inscrito na pré-história da psicologia, sobretudo a psicanalítica.
Em 1953 Breuer revelou o verdadeiro nome da paciente: Bertha Pappenheim e desde então uma série de dados biográficos tem sido publicado por diversos autores, entre os quais se destacam Pollock (1968), Ellemberger (1970,1972), Freeman (1972), Schur (1972), Hirsmüller (1978), Thornton (1983), Rosenbaum (1984), e Jacobsen (1996). O presente trabalho tem por objetivo demonstrar que em posse destes “novos” dados, é possível fazer um novo exame do caso, o que nos levará a concluir que uma boa parte dos sintomas atribuídos nele à histeria poderia ser muito bem percebida como sintomas de dependência/abstinência de morfina. Uma história que será desembaraçada com o decorrer da leitura.
Segundo Borch-Jacobse (1996), ela nasceu em 27 de fevereiro de 1859 em Viena na Áustria. Seu pai, Siegmund Pappenheim, tinha herdado uma empresa de comércio de grãos e foi considerado na época um homem milionário e sua mãe, Recha Goldschmidt, veio de uma família Frankfurt velha que contou entre os seus membros o poeta Heinrich Heine. Os Pappenheims eram estritamente ortodoxos já que eram descendentes de judeus e Bertha recebeu uma educação de acordo com sua descendência, era uma menina da classe média alta, religiosa, falava línguas estrangeiras (inglês, francês, italiano), fazia tapeçaria, tocava piano, e passeios a cavalo. Bertha era uma jovem animada e muito enérgica de personalidade sensível, tinha por volta de 20 anos de idade, quando apareceram os primeiros sintomas no outono de 1880, numa altura em que Bertha olhou após seu pai, que tinha caído doente com uma pleurisia que viria a revelar-se fatal, juntamente com as tensões da infância, foram as responsáveis pelo desencadear de seu quadro de Histeria, marcado por sintomas como depressão, nervosismo, tendência ao suicídio, paralisia, perturbações visuais, contraturas musculares e outros, e que a deixavam praticamente inválida.
Foi então, levada ao médico Josef Breuer, pertencente à elite de cientistas vienenses da época, sendo por ele tratada de 1880 a 1882. Segundo Soriano (2010), Bertha Pappenheim teve um papel muito importante no desenvolvimento do método que Breuer denominou catarses, e que viria ser o fundamento do futuro tratamento psicanalítico. Após várias internações, em decorrência do agravamento dos sintomas da doença, e em razão da dependência em morfina, começou a dedicar-se ao trabalho social em prol da dignidade da mulher judia, foi uma das maiores feministas de seu tempo.
Morreu em Iselberg, na Alemanha, em 28 de maio de 1936 com aproximadamente 77 anos de idade, sendo assim, seu caso ficou mais conhecido como Anna O, que foi muito importante para a psicanálise, pois, utilizava o método catártico, a chamada cura por meio da conversa, que mais tarde viria a figurar com destaque em seus trabalhos. 
 PRINCIPAIS SINTOMAS DA HISTERIA NO CASO DE ANNA O.
Segundo Freud (1895), a paciente Anna O. durante determinado tempo da doença de seu pai, em Julho de 1880, começou a mostrar os indícios de que sua própria saúde tinha sido afetada, fato que a obrigou a afastar-se de cuidar de seu pai, o que talvez tenha contribuído para sua piora ao apresentar os sintomas, visto o grande apego que ela tinha por ele. Anna começou a apresentar uma tosse acentuada e logo após, em dezembro de 1880, apresentou estrabismo. 
Segundo Freud (1895), após cair de cama, surgiu em Anna O. uma serie de perturbações graves, como dor de cabeça occipital esquerda, afecção do nervo oblíquo, perturbações na visão paralisia dos membros entre outros. Haviam dois estados distintos que se alternava frequentemente: num dos estados ela reconhecia o ambiente onde estava, no outro era agressiva, e tinha alucinações, jogava travesseiros, arrancava os botões das roupas com os dedos que ela conseguia mover. Após jogar os travesseiros acusava as pessoas de estarem fazendo algo contra ela e de a deixarem num estado de confusão. 
Freud (1895) diz que a paciente apresentava alterações no humor, alternando entre um estado de melancolia intensa e grande excitação. Passou a ter tendências suicidas, o que fez sua família decidir mudá-la de casa, visto que moravam em um terceiro andar, então ela foi para casa de campo que iria ficar no térreo. Essa mudança despertava em Anna O. intenso medo, e quando enfim ocorreu,ela passou a ficar mais tranquila, mas logo em seguida, Anna recusava-se a comer e não conseguia dormir, mas como passava a maior parte do tempo no jardim, suas tentativas de suicídio não seria tão perigosos do que se continuasse no terceiro andar. Outro sintoma notável era a repugnância que sentia dos alimentos e mesmo quando sentia muita sede, não queria beber água. Perdeu o domínio da gramática e posteriormente da sua língua materna e se comunicava falando em idiomas diferentes. Por semanas, ela ficou muda por completo.
De certa forma, tudo do que acontecia com Anna parecia estar relacionada a toda doação de si mesma ao período que cuidou de seu pai. De acordo com Freud (1895), ela tinha uma necessidade de repousar durante as tardes, devido ao hábito de ficar acordada à noite, velando o enfermo até o amanhecer. Esse costume foi levado até a sua própria doença, e esse sono era seguido por uma condição de intensa excitação. Anna O. teve alucinações assustadoras com cobras negras, e essa era a maneira como ela via seus cabelos, fitas e coisas semelhantes. O fato era que em certo dia, enquanto estava com o pai, com o braço por cima da cadeira ela viu uma cobra negra se aproximando e para defendê-lo, ela tentou manter a cobra distante, mas não conseguia, pois seu braço estava paralisado, por estar em uma posição que o fazia ficar dormente. A partir daí, a paciente remanejou esse fato a quando apresentou os sintomas da histeria, pois, como mencionado, ela teve paralisia nos braços e quanto à perda da fala em sua língua materna, está associado a quando ela conseguiu livrar-se da cobra, foi rezar, e não encontrava palavras em sua língua, lembrou de uma reza em inglês e passou a recitá-la. Esses são alguns exemplos dos sintomas apresentados por Anna O. enquanto esteve doente e cuidada pelo Dr. Breuer por quase dois anos.
O TRATAMENTO COM BREUER
O Dr. Josef Breuer consultou a paciente pela primeira vez quando ela apresentou uma intensa tosse, que foi reconhecida pelo Dr. Breuer como uma tussis nervosa típica (FREUD, 1895). Então, quando ela começou a apresentar os demais sintomas, como a contratura nos membros, estrabismo, dentre outros, o qual já foi abordado aqui, o Dr. Breuer começou a tratá-la sabendo do grave abalo psíquico que iria enfrentar. Enquanto Anna O. morava em Viena, o Dr. Breuer a visitava diariamente e ao perceber que a enferma tinha grande sono a tarde seguida de grande excitação depois disso, passou a usar a hipnose como tratamento de seus sintomas nesse horário. Era feito da seguinte forma: A paciente era hipnotizada e durante a sessão ela dizia todas suas alucinações que ocorria durante o dia. Foi observado que quando Anna conseguia trazer a tona todos os acontecimentos que a incomodava durante o dia, ela conseguia ficar tranquila e consciente durante a noite, e quando não ocorria, ela ficava agitada com acentuadas mudanças de humor.
De acordo com Freud (1895), essas neuroses já tinham sido observadas por Breuer antes dela cair de cama. Anna O. se sentiu extremamente ofendida com algo do seu passado e tomara a decisão de não falar a respeito. Após descobrir que Anna O. se sentia assim, Breuer obrigou-a a falar.
Segundo Freud (1910), no estado de absence (alteração da personalidade acompanhada de confusão), a paciente Anna O. murmurava as palavras que ocupavam o pensamento. Breuer a colocava no estado de hipnose e repetia por várias vezes para associar ideias, então, a paciente reproduzia as alucinações que a dominava no estado de absence através do método hipnótico. Anna O. voltava a sua lucidez através do método de hipnose e tornava-se uma jovem sã, e no dia seguinte voltava a ser a jovem histérica. A própria Anna O. deu o nome ao tratamento de `talking cure’ (cura de conversação) qualificando-o também, por gracejo, de `chimney sweeping’ (limpeza da chaminé).
Freud (1910) generalizou os histéricos, falando que eles sofrem de reminiscências. Seus sintomas são resíduos e símbolos mnêmicos de experiências especiais (traumáticas). Esses fatos que causavam o trauma ficavam de certa forma escondidos em alguma parte dela, a saber, pelos posteriores estudos de Freud, o inconsciente. Ao ser hipnotizada, o médico conseguia trazer a tona, por meio da fala, o fato ocorrido, fazendo com que a paciente se livrasse daquilo que estava a perturbando.
As emoções de Anna O. de acordo com os relatos que Breuer contava para Freud era o que regulava a doença e a cura. 
Em parte ficavam estas como carga contínua da vida psíquica e fonte permanente de excitação para a mesma; em parte se desviavam para insólitas inervações e inibições somáticas, que se apresentavam como os sintomas físicos do caso. Para este último mecanismo propusemos o nome de `conversão histérica’. Demais, uma certa parte de nossas excitações psíquicas é conduzida normalmente para a inervação somática, constituindo aquilo que conhecemos por `expressão das emoções’. A conversão histérica exagera então essa parte da descarga de um processo mental catexizado emocionalmente; ela representa uma expressão mais intensa das emoções, conduzida por nova via. (FREUD, 1910, Pág. 13).
Segundo Gomes e Neto (2006), diz que a partir do seu tratamento com Breuer Anna O. substituiu o lugar do seu pai, tornando Breuer seu parceiro em uma reparação maníaca simbólica, a partir do desenvolvimento da transferência2. Assim Breuer além de ser seu psicanalista também era, em suas fantasias, seu parceiro e amante. Anna O. também teve uma gravidez imaginaria devido a essa transferência. Devido a isso Breuer passou a ter problemas no casamento e se afastar do caso dois anos depois.
 CONCLUSÃO
A partir do caso “Anna O.” pode observar os sintomas provocados pela Histeria, onde Breuer desenvolveu o método catártico para o seu tratamento. Após um tempo, ele resolveu utilizar também a hipnose, ao perceber que provocava uma excitação em “Anna O.” e assim ela revelava suas alucinações que eram carregadas de afeto, aos quais os sintomas histéricos apareciam e da mesma forma eles desapareciam.
Freud afirmava que, por meio da hipnose, os processos psíquicos represados no inconsciente acabavam encontrando uma porta de saída no corpo, fazendo com que a paciente se livrasse daquilo que a estava perturbando.
Segundo Mintzberg, após a cura, “Anna O.” tornou-se a primeira assistente social e feminista alemã, onde lutava pela educação feminina, e também traduziu obras e publicou artigos.
http://psicologiauninassaujp.blogspot.com.br/2016/04/e-cura-de-conversacao-eugenio-j.html

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