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AULA DE MICROBIOLOGIA PROFESSORA Dra. CARLA SCHMIDT CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO MICOTOXINAS Alimentos armazenados são um campo excelente para a proliferação de fungos, principalmente em países onde os princípios básicos de secagem adequada e armazenamento correto, ainda são desconhecidos ou desprezados. MICOTOXINAS No terceiro mundo !!! MICOTOXINAS No primeiro mundo !!! MICOTOXINAS MICOTOXINAS LEGISLAÇÃO: Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos Resolução no. 34/76, publicada no Diário Oficial da União, em 19 de janeiro de 1977: Aflatoxinas B1 + G1 = 30 µg/kg em alimentos para consumo humano LEGISLAÇÃO: Ministério da Agricultura. Portaria MAARA No.183 de 21 de março de 1996, publicada no Diário Oficial da União de 25 de março de 1996, Seção I, página 4929: Aflatoxinas B1+B2+G1+G2 = 20 µg/kg MICOTOXINAS LEGISLAÇÃO: Ministério da Saúde: Resolução RDC no 274, da ANVISA, de 15 de outubro de 2002, publicada no Diário Oficial da União, de 16/10/2002: Amendoim (com casca, descascado, crú ou tostado) pasta de amendoim (pasta de amendoim ou manteiga de amendoim): Aflatoxinas B1+B2+G1+G2 = 20 µg/kg (ppb) Milho em grão (inteiro, partido, amassado, moído, fariinhas e sêmolas): Aflatoxinas B1+B2+G1+G2 = 20 µg/kg (ppb) Leite flúido: Aflatoxina M1 = 0,5 µg/L (ppb) Leite em pó: Aflatoxina M1 = 5,0 µg/L (ppb) MICOTOXINAS LEGISLAÇÃO: Ministério da Agricultura. Portaria MA/SNAD/SFA No. 07, de 09/11/88 - publicada no Diário Oficial da União de 09 de novembro de 1988 - Seção I, página 21.968, 1988: Para qualquer matéria prima a ser utilizada diretamente ou como ingrediente para raçãoes destinadas ao consumo animal: Aflatoxinas (máximo) = 50 µg/kg MICOTOXINAS MICOTOXINAS MICOTOXINAS MICOTOXINAS Fatos sobre fungos e micotoxinas Não há apenas uma espécie fúngica habitando a matéria prima ou a ração; Uma espécie fúngica pode produzir mais do que uma toxina simultaneamente; Geralmente são produzidas em pequenas quantidades a partir dos primeiros minutos de crescimento fúngico; MICOTOXINAS Fatos sobre fungos e micotoxinas Ocorrem frequentemente em baixas concentrações; Atuam de modo sinérgico ou aditivo. MICOTOXINAS MICOTOXINAS 25% da safra mundial de grãos é perdida em função de fungos e micotoxinas. MICOTOXINAS Principais Espécies de Fungos toxigênicos: Aspergillus Fusarium Penicillium MICOTOXINAS MICOTOXINAS MICOTOXINAS AFLATOXINAS AFLATOXINA é a denominação dada a um grupo de substâncias (atualmente são conhecidas 20), muito semelhantes, e que são tóxicas para o homem e para os animais. Elas são produzidas, principalmente, por dois fungos (bolores) denominados Aspergillus flavus e Aspergillus parasiticus, que se desenvolvem sobre muitos produtos agrícolas e alimentos quando as condições de umidade do produto, umidade relativa do ar e temperatura ambiente são favoráveis. AFLATOXINAS Aspergillus flavus sobre grão Aspergillus flavus Os quatro principais metabólitos são identificados como B1 e B2 (por apresentarem fluorescência violeta, quando observadas sob luz ultravioleta em 365 nm) e G1 e G2. Duas outras substâncias denominadas M1 e M2 foram detectadas no leite, urina e fezes de mamíferos, resultantes do metabolismo das B1 e B2. AFLATOXINAS Esses mesmos fungos produzem outras toxinas como: Ácidos ciclopiazônico, oxálico, cójico, aspergílico e beta-nitropropiônico e, também, esterigmatocistina, aspertoxina e uma substância tremorgênica. AFLATOXINAS A ocorrência das aflatoxinas é maior no amendoim porque este é o produto preferido pelo fungo e muitas vezes há demora e chuvas no período de secagem após o arranquío. Entretanto, sua maior incidência se dá quando o amendoim é batido, ensacado e armazenado com umidade elevada e quando reumedece depois de estar seco. AFLATOXINAS Além do amendoim a aflatoxina pode ser encontrada em muitos outros produtos, tais como, milho, centeio, cevada e outros cereais, sementes oleaginosas, nozes como pecã, castanha-do-brasil, produtos curados etc. AFLATOXINAS AFLATOXINAS OCRATOXINAS OCRATOXINAS são produzidas por Aspergillus ochraceus (A. alutaceus), A. alliaceus e outros, em cereais e leguminosas. Promove acumulação de gordura no fígado e sérios danos renais, principalmente em suínos e cachorros sendo, também, a provável causada Nefropatia Endêmica dos Bálcãs em humanos. OCRATOXINAS Retarda a maturação sexual em galinhas e diminui a produção de ovos. OCRATOXINAS OCRATOXINAS FUMONISINAS FUMONISINAS são produzidas por fungos do gênero Fusarium, tais como, F. verticillioides, F. proliferatum e outros. Tem sido responsabilizada pela incidência de leucoencefalomalácia em equinos (LEME), edema pulmonar em suínos e relacionada com casos de câncer do esôfago em humanos. Suinos FUMONISINAS Grãos contaminados com Fusarium verticillioides. FUMONISINAS FUMONISINAS TRICOTECENOS TRICOTECENOS são toxinas produzidas por fungos dos gêneros Fusarium, Trichoderma, Myrothecium, Stachybotrys, Cylindrocarpon, e Trichothecium, do qual o nome Tricoteceno foi derivado, podem causar inúmeros problemas ao homem e aos outros animais. TRICOTECENOS Trigo com Fusarium Os tricotecenos mais conhecidos são: desoxinivalenol (DON), nivalenol, toxina T-2, diacetoxiscirpenol e toxina HT-2. Eles inibem a síntese de proteínas, de DNA e RNA e acarretam efeitos imunossupressores e hemorrágicos. TRICOTECENOS TRICOTECENOS Milho com Fungos ZEARALENONA ZEARALENONA é uma micotoxina produzida por Fusarium graminearum, principalmente em milho, mas não só. Causa hiperestrogenismo, aborto, natimortos, falso cio, prolapso retal e da vagina, infertilidade, efeminização dos machos com desenvolvimento de mamas (ela atua como hormônio feminino) etc. ZEARALENONA ESPORIDESMINA ESPORIDESMINA é produzida pelo fungo Pithomyces chartarum em folhas de braquiária em decrepitude. Causa inflamação aguda dos dutos biliares o que impede a excreção da filoeritrina (metabólito da clorofila) pela bílis, sendo responsável pela eczema facial e fotossensibilidade de bovinos e ovinos, decorrente desse fato. ESPORIDESMINA PATULINA PATULINA é produzida principalmente por Penicillium expansum, e outras espécies Penicillium, Byssochlamis, Gymnococcus, Phelomyces e Aspergillus. Os principais sintomas são: ação carcinogênica causando edema, focos hemorrágicos, hipersensibilidade e paralisia dos membros posteriores ela é neurotóxica e imunotóxica. Os animais suscetíveis a esta toxina são: bovinos, suínos, coelhos e ratos. PATULINA A patulina é comum em sucos de frutas, principalmente maçãs. PATULINA AFLATOXINAS EM ALIMENTOS DESTINADOS A BOVINOS E EM AMOSTRAS DE LEITE DA REGIÃO DE LAVRAS, MINAS GERAIS – BRASIL. Ciênc. agrotec., Lavras, v. 29, n. 1, p. 106-112, jan./fev. 2005 As concentrações de Aflatoxina em leite cru e pasteurizado não diferiram entre si (PEREIRA et al., 2005). EFEITO DO PROCESSAMENTO OCORRÊNCIA DE AFLATOXINAS EM FEIJÕES COMERCIALIZADOS NO MERCADO VAREJISTA DE GOIÂNIA-GO. Pesquisa Agropecuária Tropical, 32 (2): 109-114, 2002 – 109 O tratamento térmico por meio da cocção dos feijões sob pressão em autoclave não foi suficiente para inativar as aflatoxinas (SILVA et al., 2002). EFEITO DO PROCESSAMENTO REVISÃO: OCRATOXINA A EM CAFÉ Braz. J. FoodTechnol., 2(1,2):1-6, 1999. O tratamento térmico utilizado para torrar o café que geralmente chega a 200 ºC por 10 a 20 minutos não tem demonstrado capacidade de eliminar a toxina (FURLANI E SOARES, 1999). EFEITO DO PROCESSAMENTO
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