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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO DE PEDAGOGIA MICHELE SOUZA DA SILVA COUTINHO TRANSTORNO DE DEFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE NO AMBIENTE ESCOLAR: DIAGNOSTICO E INCLUSÃO CABO FRIO 2017 2 MICHELE SOUZA DA SILVA COUTINHO TRANSTORNO DE DEFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE NO AMBIENTE ESCOLAR – DIAGNÓSTICO INCLUSÃO Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado Disciplina PPE VII, apresentado ao Curso de Pedagogia da Universidade Estácio de Sá, como requisito parcial para obtenção do curso de Licenciatura em Pedagogia. Orientador: ANTÔNIO SÉRGIO DE DIÁCONO MACEDO CABO FRIO 2017 3 RESUMO Esta monografia pretende compreender o processo complexo sobre o diagnóstico do Transtorno de déficit e Atenção e Hiperatividades de modo que o mesmo subsidie plano e estratégias para inclusão do aluno com TDAH. O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) inscreve-se no conjunto das problemáticas identificadas no ambiente escolar na contemporaneidade, promovendo sofrimento conflitos apresentando contribuições para o fracasso escolar. De acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA) a prevalência do TDAH gira em torno de 3% a 5% por cento da população do Brasil e de vários países do mundo. A pesquisa sobre esse tema presente no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) debruçará sobre, o processo delicado e complexo da avaliação diagnostica do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), crendo que quanto antes for realizado o diagnóstico, mais eficiente se torna o processo de inclusão e maior será a possibilidade de eficiência no tratamento, apontando estratégias e práticas pedagógicas de modo a favorecer o desempenho do aluno. Os procedimentos serão de cunho bibliográfico e classificação exploratória para aprofundamento do assunto e descritiva, para compreender e interpretar os conhecimentos possíveis sobre o objeto de estudo, que será apoiado em: livros, artigos e estudo de proporcionando uma maior familiaridade com o problema. Apesar das dificuldades encontradas foi possível concluir que o TDAH está presente na realidade escolar brasileira e que a Psicopedagogia tem por objeto de estudo justamente analisar o transtorno em suas características fundamentais e assim desenvolver soluções e promover a melhoria da qualidade de vida do portador. Palavras – chave: TDAH; Inclusão; Deficiência de aprendizagem; 4 ABSTRACT This monograph aims to understand the complex process on the diagnosis of Attention Deficit Disorder and Attention and Hyperactivity so that it subsidizes plan and strategies for inclusion of the student with ADHD. Attention deficit hyperactivity disorder (ADHD) is part of the set of problems identified in the school environment in the contemporary world, promoting suffering conflicts presenting contributions to school failure. According to the Brazilian Association for Attention Deficit (ABDA), the prevalence of ADHD is around 3% to 5% of the population in Brazil and in several countries of the world. Research on this theme in the Course Conclusion Paper (CBT) will focus on the delicate and complex diagnostic process of Attention Deficit Hyperactivity Disorder (ADHD), believing that the sooner the diagnosis is made, the more efficient it will be. makes the process of inclusion and the greater the possibility of efficiency in the treatment, pointing out strategies and pedagogical practices in order to favor the performance of the student. The procedures will be bibliographic and exploratory classification to deepen the subject and descriptive, to understand and interpret the possible knowledge about the object of study, which will be supported in: books, articles and study of providing a greater familiarity with the problem. Despite the difficulties encountered, it was possible to conclude that ADHD is present in the Brazilian school reality and that Psychopedagogy aims to study precisely the disorder in its fundamental characteristics and thus develop solutions and promote the improvement of the quality of life of the bearer. Keywords: ADHD; Inclusion; Learning disabilities; 5 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .......................................................................................6 1.1. APRESENTAÇÃO DO TEMA..................................................................6 1.2. QUESTÕES NORTEADORAS ...............................................................8 1.3. OBJETIVOS............................................................................................8 1.4. JUSTIFICATIVA .....................................................................................9 1.5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...............................................10 2. VISÃO GERAL DO TRANSTORNO DE DEFICIT DE TENÇÃO E HIPERATIVIDADE TDAH................................................................................11 2.1 DEFININDO TDAH...............................................................................11 2.2 CARACTERISTICAS PRINCIPAIS DO TDAH......................................13 2.3 DIAGNÓSTICO E AVALIAÇÃO DO TDAH..........................................14 3. INCLUSÃO DO ALUNO COM TDAH...................................................16 3.1 POSTURA DO EDUCADOR FRENTE AOS ALUNOS COM TDAH...............................................................................................................16 3.2 ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS PARA INCLUSÃO DO ALUNO COM TDAH..............................................................................................................17 4 TDAH E INDISCIPLINA ESCOLAR.............................................................27 5 CONCLUSÃO...............................................................................................32 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................34 6 1. INTRODUÇÃO O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) inscreve-se no conjunto das problemáticas identificadas no ambiente escolar na contemporaneidade, promovendo sofrimento conflitos apresentando contribuições para o fracasso escolar. De acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA) a prevalência do TDAH gira em torno de 3% a 5% por cento da população do Brasil e de vários países do mundo. A pesquisa sobre esse tema presente no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) debruçará sobre, o processo delicado e complexo da avaliação diagnostica do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), crendo que quanto antes for realizado o diagnóstico, mais eficiente se torna o processo de inclusão e maior será a possibilidade de eficiência no tratamento, apontando estratégias e práticas pedagógicas de modo a favorecer o desempenho do aluno. 1.1. APRESENTAÇÃO DO TEMA O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é reconhecido por vários países e pela organização mundial de saúde (OMS). Quanto às causas do TDAH, existem dois grandes grupos que podem ser identificados: 1 – Fatores biológicos 2 – Fatores ambientais. A caracterização dos sintomas é apresentada por desatenção, inquietude e impulsividade. O problema atinge um grande número de crianças e adolescentes e nelas se observam grave prejuízo no desenvolvimento acadêmico. A escola a cada dia que passa se envolve em uma tendência de explicar o mau desempenho de seus alunos pela presença de TDAH. E em muitos casos lidam com esse problema de modo equivocado. É de suma importância buscar profissionais de conhecimentos específicos entre outras medidas, para poder então estabelecer o tipo de tratamento, considerando os seus aspectos individuais, históricos sociais, familiares, etc.É nesse sentido, que o trabalho interdisciplinar ganha importância tanto para o diagnóstico e, se for o caso, para o tratamento. 7 Via de regra, o problema fica claro nos primeiros anos de escola, apesar de estar presente dede o nascimento, e o diagnóstico deve ser feito por especialistas com base nos critérios pelo DSM IV, ou seja, o uso de escalas, e um procedimento considerado na literatura internacional, que define a necessidade de 6 ou mais sintomas para um diagnóstico preciso. Avaliações precipitadas podem dar origem a falsos positivos que demandam a indicação desnecessária de medicamentos (VARELLA, 2013) Mesmo se considerada a dificuldade de aprendizado, a criança diagnosticada com TDAH é, em geral muito inteligente, mas não consegue desacelerar o sistema nervoso, a ponto de utilizar o potencial mental necessário para concluir a tarefa. Assim, sem conseguir concluir as tarefas normais de uma criança, em qualquer ambiente, a criança hiperativa pode sofrer de estresse, tristeza e baixa autoestima. (SCHMIDT E FERREIRA apud GOLDSTEIN, 2005) Diante do cenário descrito que compreende a fenomenologia do TDAH, trona-se importante refletir sobre a possibilidade de alternativas pedagógicas a fim de incluir a criança com TDAH em um processo educacional eficiente e menos traumático, considerando que a dificuldade de aprendizado condicional não é uma determinação irreversível. Atualmente existe uma profícua discussão a respeito da inclusão de alunos com necessidades especiais. Dessa discussão, sobre tudo no âmbito acadêmico, surgem novas possibilidades dependem em grade parte de atitude dos professores. Esse aspecto não deve ser considerado levianamente como uma atitude consciente do professor, mas sim advinda de uma formação fragmentada, e como cotidianamente surgem novos paradigmas de inclusão, se faz necessária uma constante reflexão acerca do tema que nos faz debruçar com as questões que culminam as seguintes perguntas. Quais caminhos seguir para diagnosticar o TDAH? E que medidas o profissional da educação tem que tomar para inclusão do mesmo? 8 1.2. QUESTÕES NORTEADORAS Diante deste problema surgem diversas interrogações. O presente estudo pretende responder às seguintes questões: O que é TDAH? Quais são características principais dos alunos com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade? Qual a postura do educador frente ao problema dos os educandos com TDAH De que maneira pode ser identificado o TDAH (avaliação- diagnóstica)? Quais estratégias pedagógicas para inclusão de educando com TDAH? 1.3. OBJETIVOS 1.3.1 Objetivo Geral Compreender o processo complexo sobre o diagnóstico do Transtorno de déficit e Atenção e Hiperatividades de modo que o mesmo subsidie plano e estratégias para inclusão do aluno com TDAH. 1.3.2 Objetivos Específicos Conceituar o TDAH Citar características do aluno com TDAH Apontar a importância do diagnóstico do TDAH Descrever estratégias que podem ajudar o aluno com TDAH Compreender a postura que o educador deverá ter frente e esse desafio 9 1.4. JUSTIFICATIVA Existe ainda muito preconceito em relação ao TDAH. A maioria dos pais, quando surpreendido pela sugestão de procurar ajuda, assume uma postura defensiva, e reagem muito mal, criando uma situação de stress familiar e matrimonial. E neste caso o apoio familiar é a base mais sólida para otimização do tratamento, pois envolve afeto e dedicação. Por meio de diversos artigos como os de Moojen, Dorneles e Costa (2003), Graeff e Vaz (2008), Ruiz (2008) e Araújo e Neto (2014), dentre outros, percebe-se que ainda há pouco conhecimento sobre TDAH entre pais e no âmbito escolar, rotulando os alunos de mal-educados, preguiçosos, desastrados e desequilibrados. Por isso é de fundamental importância que o profissional da escola esteja preparado para receber estes alunos, uma vez que atualmente há uma luta para inclusão de aluno necessidades especiais no quesito TDAH. A LDB 9394/96 define a educação especial como uma modalidade de educação escolar, e deve ser oferecido em rede regular de ensino, dando o direito ao aluno com necessidade especial de ter um atendimento especializado, quando necessário, desde a Educação Infantil até o Ensino Superior (BRASIL, 1996). Apesar de a LDB propor que a inclusão do aluno com necessidades especiais deva acontecer desde a Educação Infantil até o Ensino Superior, esta pesquisa pretende se ater as questões pertinentes desde os primeiros anos da criança, crendo que quanto antes for realizado o diagnóstico, mais eficiente se torna o processo de inclusão e maior à possibilidade de eficiência no tratamento. Após a identificação dos alunos com TDAH, espera-se que a escola busque estratégias para adequar suas práticas pedagógicas de modo a favorecer o desempenho do aluno. Justifica-se então a motivação do objeto de pesquisa do qual será debruçado, acreditando ser de relevância para o conhecimento dentro da área educacional sobre tudo no que diz respeito ao TDAH no ambiente escolar. 10 1.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Posto o problema de pesquisa, a abordagem do assunto será de forma qualitativa, possibilitando a produção do conhecimento científico, levando em conta a realidade vivenciada pelo objeto em estudo, mediante seu contexto histórico e social, relacionando o mundo real. Os procedimentos serão de cunho bibliográfico e classificação exploratória para aprofundamento do assunto e descritiva, para compreender e interpretar os conhecimentos possíveis sobre o objeto de estudo, que será apoiado em: livros, artigos e estudo de proporcionando uma maior familiaridade com o problema. 11 2. VISÃO GERAL DO TRANTORNO DE DÉFCIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE - TDAH 2.1 DEFININDO TDAH Para uma análise efetiva do conceito, necessária a uma investigação atenta, é preciso compreender que a Psicopedagogia não trata apenas dos transtornos e dificuldades de aprendizagem, mas do fenômeno da aprendizagem como um todo, sua dinâmica, prática e sua teoria. Uma deficiência de aprendizagem pode ser desconstruída a partir de sua dimensão oposta. Esse questionamento conduz a uma reflexão a respeito da normalidade e da anormalidade, o que é considerado uma deficiência e o que é considerado o “normal”? O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é considerado um transtorno de desenvolvimento, acometendo cerca de 3 a 6% das crianças e persistindo na vida adulta em mais da metade dos casos, e é mais frequente em meninos do que em meninas. (ROHDE et al., 2003) As características básicas são a desatenção, a hiperatividade e a impulsividade, podendo variar em menor ou maior grau. Mas é bem mais do que isso. Não se trata apenas de uma questão de estar desatento ou hiperativo, muito menos de um estado temporário, uma fase “normal” da infância. Também não é falta de disciplina ou controle parental, nem algum tipo de “maldade” da criança (BARKLEY, 2002, p. 31) O estudo sobre o TDAH é relativamente moderno, até há algum tempo a comunidade científica pouco conhecia sobre a hiperatividade e as dificuldades na capacidade de se fixar a atenção. Muitos estudiosos acreditavam que eram distúrbios diferentes, que surgiam paralelamente, que a hiperatividade se extinguia na adolescência. A criança, sendo agitada, excessivamente ativa e desatenta era por si só culpada. (ANTUNES, 2001). O termo TDAH foi adotado pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtorno Mental ou DSM-IV-TR. Estudos científicos mostram que portador 12 de TDAH tem alterações na região frontal e suas conexões com o resto do cérebro. (APA, 2002). A região frontal orbital é uma das mais desenvolvidas no ser humano em comparação com outras espécies animais e é responsável pela inibiçãodo comportamento (isto é, controlar ou inibir comportamentos inadequados) pela capacidade de prestar atenção, memória, autocontrole, organização e planejamento. Nesta região cerebral existe o funcionamento de um sistema de substâncias químico chamado neurotransmissor (principalmente dopamina e noradrenalina) que passa informação entre as células nervosas (neurônios). Esse déficit básico no comportamento inibitório, em uma área onde o cérebro deveria comandar, é o fator preponderante da dificuldade em que a criança enfrenta em manter sua atenção focalizada por um período mais longo (BARKLEY, 2002) A definição atual do TDAH inclui uma lista de 18 sintomas comportamentais dividido em dois conjuntos (desatenção e hiperatividade – impulsividade) de nove sintomas cada (American, Psychiatric, Association, 2000). Existe 3 subtipos de TDAH que são: tipo combinado, tipo predominantemente desatento e tipo predominantemente hiperativo-impulsivo. O TDAH representa junto com a dislexia, a principal causa do fracasso escolar, sendo que a dificuldade de aprendizagem está presente em 20% das crianças com este transtorno. Estes sintomas se iniciam antes mesmo dos sete anos de idade, e costuma ser mais comum em meninos do que em meninas, embora a maioria seja diagnosticada após a manifestação destes por alguns anos, podendo-se observá-los em situações como na casa, na escola. Muitas vezes, o distúrbio só é conhecido quando a criança ingressa na escola, pois é o período em que as dificuldades de atenção e inquietude são percebidas com maior frequência pelos professores, quando comparada com outras crianças da mesma idade e ambiente (POETA E NETO, 2002). A conclusão mais prudente sobre TDAH é que múltiplos fatores neurobiológicos podem predispor as crianças à exibição de taxas mais altas de impulsividade e atividade motora, juntamente com alcance de atenção mais curto que a média, em comparação com outras crianças. As evidências 13 apontam para uma influência hereditária que pode alterar o funcionamento cerebral (isto é, funcionamento neuroquímico), particularmente no sistema estriatal frontal. Além disso, estudos genéticos do comportamento têm apoiado a noção do TDAH como um transtorno dimensional em vez de categórico (LEVY ET AL. 1997, Apud DU PAUL, 2007; STONER, 2007) Dito de outra forma, todos exibem sintomas desse transtorno ocasionalmente. O que destaca as crianças com TDAH de seus colegas sem diagnóstico é que elas podem estar geneticamente predispostas (por meio de diferença neurobiológica) a exibir esses comportamentos em uma taxa significativamente superior as outras. Algumas advertências devem ser mantidas em mente acerca das conclusões etiológica do TDAH. Em primeiro lugar, as pesquisas nesta área são repletas de dificuldades metodológicas que reduzem a confiança na interpretação dos resultados; em segundo lugar, apesar do fato que variáveis internas ás crianças parecem ser principais fatores causais, esse achado não denigre o papel do ambiente na manutenção dos sintomas do TDAH; em terceiro lugar, atualmente não existe uma conexão conhecida entre a “causa” do TDAH de um indivíduo e o planejamento do tratamento. Os critérios para o diagnóstico de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) são bastante similares aos do antigo manual. O DSM-5 manteve a mesma lista de dezoito sintomas divididos entre Desatenção e Hiperatividade/Impulsividade. Os subtipos do transtorno foram substituídos por especificadores com o mesmo nome. Indivíduos até os dezessete anos de idade precisam apresentar seis dos sintomas listados, enquanto indivíduos mais velhos precisam de apenas cinco. A exigência de que os sintomas estivessem presentes até os sete anos de vida foi alterada. No novo manual, o limite é expandido para os doze anos de idade. Além disso, o DSM-5 permitiu que o TDAH e o Transtorno do Espectro Autista sejam diagnosticados como transtornos comórbidos. Ambas as alterações provocam polêmica pelo risco de gerarem uma superestimativa com aumento da incidência de TDAH na população geral. No entanto, a APA e outros diversos especialistas defendem a mudança como favorável. (ARAÚJO E NETO, 2014, p. 72) Assim, a determinação da etiologia está relacionada apenas de forma mínima ao aumento dos resultados de sucesso. Talvez com aumento do uso 14 de tecnologia avançadas, particularmente no campo da genética molecular, informações clinicamente uteis sobre a etiologia TDAH se tornem mais acessíveis. 2.2 CARACTERISTICAS PRINCIPAIS DO TDAH No início do século XX alguns estudiosos, como o pediatra Georg Frederic Still, alertavam para o fato de que a desatenção e a hiperatividade estariam relacionadas. Após algumas décadas os estudos sobre o fenômeno se desenvolveram e em 1966, Clements denominou “déficit de atenção” a síndrome que vinha preocupando tantos especialistas. A partir de 1975 a definição foi incluída na CID-9. (SANTOS E KERN, 2012) Atualmente o DSM-IV define o TDAH como uma síndrome neurocomportamental com sintomas classificados em três categorias: desatenção, hiperatividade e impulsividade. Caracteriza-se por um nível inadequado de atenção em relação ao esperado para a idade, levando a distúrbios motores, perceptivos, cognitivos e comportamentais. (CAMPETRINI E NUSSER, 2012, p. 12) A partir da década de 1980, através de recursos tecnológicos como tomografias e ressonâncias, múltiplas disfunções cerebrais puderam ser melhor diagnosticadas. Daí em diante surgiram várias nomenclaturas, até chegar ao nosso idioma como TDAH. Mas antes disso foi chamada de DDA (Deficiência de Déficit de Atenção), DHDA (Distúrbio da Hiperatividade com Déficit de Atenção), ou ainda TDAHI. Conceitualmente é importante compreender que a polêmica quanto à nomenclatura não é o mais relevante da questão, mas sim utilizar essa reflexão para saber tudo que é possível sobre este problema, identificar formas de diagnosticá-lo e buscar meios para eliminar a carga excessiva de culpa e responsabilidade. Também é importante perceber o fato de que nem todo caso de desatenção, agitação, descontrole emocional, impulsividade e excitação é necessariamente um caso de TDAH. (ANTUNES, 2001). A característica básica do TDAH é a presença de desatenção e/ hiperatividade-impulsividade, com frequência e intensidades superiores ás tipicamente observadas em crianças do mesmo sexo e nível de 15 desenvolvimento, que comprometem em pelo menos dois contextos (na escola e em casa). As principais dificuldades apresentadas por estas crianças incluem manter a atenção concentrada por longo período de tempo durante a realização de tarefas repetitivas como acontece na escola (APA, 2002; MATTOS, 2005; HARPIN, 2005). Segundo o Manual Diagnóstico DSM-IV as três subcategorias do TDAH são: Forma predominantemente desatenta, quando existem mais sintomas de desatenção. Segundo os estudos de Mattos (2008), esta é a forma mais comum na população em geral; Forma predominantemente hiperativa/ impulsiva, quando existem mais sintomas de hiperatividade / impulsividade, esta é a forma mais rara; Forma combinada, quando existem muitos sintomas das duas outras formas mencionadas acima. Esta é a forma mais comum nos consultórios e ambulatórios, provavelmente porque causa mais problemas para o próprio portador e para os demais, o que leva os pais a procurarem ajuda para os filhos, segundo o autor. Essas características podem ser identificadas por pais e professores, pois tanto o tipo desatento quanto o tipo impulsivo/imperativo têm reações peculiares tais como: As crianças que possuem desatenção acabam por desenvolver dificuldade em realizar tarefas escolares, é fácil de perder sua concentração, não costumam terminar suas tarefas em casa destinadas a elas, não gostam de participar de atividadesproposta que envolva esforços mentais, são desorganizadas perdendo seus pertences com frequência. Se está na frente da TV costuma não responder quando lhe dirigem a palavra, parecendo estar sempre com a cabeça “no mundo da lua” (ARGOLLO, 2003. P 198) Como TDAH é um problema crônico, pode ter um pacto significativo ao longo da vida, atingindo o desempenho acadêmico e as relações sociais e familiares. Seu modo diferente de ser pode ser estigmatizado, e requerem muito cuidado quanto os possíveis adjetivos dados a esse público alvo. A hiperatividade leva a criança a agitar as mãos ou os pés ou se remexer na cadeira, a abandonar sua cadeira em sala de aula ou em outras situações na qual se espera que permaneça sentado (“na sala de aula toda hora pede pra ir ao banheiro”), a correr em escalar em demasia em situações nas quais isso é 16 inapropriado (“enquanto esperava pra ser atendido, estava correndo nos corredores”) a ter dificuldades em brincar ou se envolver silenciosamente em atividades de lazer (“é barulhento quando chega em casa parece que chegou 10 meninos”) a está frequentemente “a mil” ou “a todo vapor” , e falar demais (“me cansa de tanto falar”) (ARGOLLO, 2003. p. 198-199) O TDAH envolve uma multiplicidade de sintomas e diagnostico, é um processo que requer avaliações de profissional como: médicos, psicólogos, psicopedagogos e neuropsicólogos; E que os mesmos estejam sempre solícitos a tirarem dúvidas dos pais com auxílio aos seus filhos trazendo uma relação de confiança no tratamento diante de possível diagnostico. (ARAÚJO E NETO, 2014) 2.3 DIAGNÓSTICO E AVALIAÇÃO DO TDAH A Psicopedagogia deve criar ferramentas e estratégias para o enfrentamento das dificuldades de aprendizagem, das quais o TDAH é uma das principais. O acesso irrestrito a educação é uma das premissas da concepção inclusiva. A inclusão é muito mais do que conceitos teóricos, assim, a psicopedagogia, que tem por princípio o tratamento das dificuldades de aprendizagem, deve intermediar a relação entre teoria e prática, ou seja, deve tornar o estudo do problema em uma solução real, objetiva e com resultados mensuráveis. Segundo Rohde et al. (2000) o diagnóstico do TDAH geralmente é determinado pelos níveis elevados de desorganização, desatenção, hiperatividade e outros comportamentos pertinentes ao TDAH de modo que venha prejudicar o indivíduo. Os critérios do DSM – V ajudam os especialistas da área de psicologia, psiquiátrica, identificar os sintomas do TDAH, e de acordo com o DSM - IV só poderão ser considerados como sintomas do TDAH se forem identificados nos primeiros anos da infância, isto é, antes do 7anos. A tríade sintomatológica clássica da síndrome caracteriza-se por desatenção, hiperatividade e impulsividade. Independentemente do sistema classificatório utilizado, as crianças com TDAH são facilmente reconhecidas em clínicas, em escolas e em casa. A desatenção pode ser identificada pelos seguintes sintomas: dificuldade de prestar atenção a 17 detalhes ou errar por descuido em atividades escolares e de trabalho; dificuldade para manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas; parecer não escutar quando lhe dirigem a palavra; não seguir instruções e não terminar tarefas escolares, domésticas ou deveres profissionais; dificuldade em organizar tarefas e atividades; evitar, ou relutar, em envolver-se em tarefas que exijam esforço mental constante; perder coisas necessárias para tarefas ou atividades; e ser facilmente distraído por estímulos alheios à tarefa e apresentar esquecimentos em atividades diárias. (ROHDE ET AL. 2000. p. 7) Construído a partir dos sintomas do Manual Diagnóstico e Estatístico – IV edição (DSM-IV) da Associação Americana de Psiquiatria. O questionário SNAP – IV pode também ser usado como ponto de partida para levantamento de possíveis sintomas primários do TDAH. Segundo a ABDA em seu Questionário Escolar e familiar – Crianças e Adolescentes: levantamento de indicativos de Transtornos do Déficit de Atenção e Hiperatividade: “o diagnóstico preciso e correto do TDAH só pode ser feito através de uma longa Anamnese (entrevista) com um profissional médico especializado tais como: psiquiatra, neurologista, neuropediatra”. A ferramenta citada como o questionário SNAP IV é uma das propostas de avaliação que subsidia formas e métodos para estratégias pedagógicas e intervenções eficientes. A melhor maneira de vermos o TDAH é como um “mau ajuste” entre dotes biológicos e as características da criança e do ambiente, como a estrutura e as contingências prevalecentes na sala de aula. Nesse contexto, os critérios de diagnóstico oferecem sugestões sobre a co-variação do comportamento problemática variáveis controladas e intervenções eficientes baseada no que se sabe sobre o TDAH em geral (BARLOW, 1981, Apud DU PAUL, STONER; 2007. P 25). Conforme a PCB (2016, p. 2) “não há um único instrumento específico para a avaliação do TDAH, pois seu diagnóstico exige uma avaliação multidisciplinar, com psicopedagogos, neurologistas, oftalmologistas, neuropsicólogos, entre outros”: Escala de Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH): 6 a 17 anos de idade, aplicação individual (versão para professores). 18 Escala de Inteligência Wechsler para Crianças (WISC-III): de 6 a 16 anos, aplicação individual; Escala de Inteligência Wechsler para Adultos (WAIS – III): de 16 a 89 anos, aplicação individual; Teste Wisconsin de Classificação de Cartas (WCST): de 6 anos e meio a 18 anos, aplicação individual. Contudo é preciso estar atento para que os processos usados para levantamento de dados sintomáticos, não servindo de arma para estigmatizar as pessoas. Pois o diagnóstico é o início de um tratamento e não o fim. E que também envolve abordagens diferentes tais como: psicoeducacionais (com a família, paciente e a escola), intervenções psicoterapêuticas, psicopedagógicas e de reabilitação neuropsicológicas e por fim intervenções psicofarmacológicas (psicoestimulantes, antidepressivos, anti-hipertensivos). 3 INCLUSÃO DO ALUNO COM TDAH A inclusão é atualmente o fenômeno mais estudado e comentado nos meios acadêmicos e científicos relacionados a Educação. O amplo espectro do significado, suas implicações práticas e a falta de uma formação específica fazem com que a inclusão escolar seja ainda um assunto complexo e polêmico, onde todos e cada um tem opiniões a respeito. A despeito de polêmicas e opiniões inflamadas, o certo é que “incluir” é algo extremamente necessário. Incluir requer habilidades de estar com, colocar em ação. A educação especial vem trabalhando neste sentido com os alunos que se espalham pelo universo escolar e fazendo de suas necessidades especiais, necessidades iguais à de todos os alunos que frequentam a escola comum. Pesquisas recentes mostram que a inclusão surge no cenário educacional como uma nova perspectiva que envolve rever concepções a respeito da educação, do ensinar e do aprender. Com ela emerge vários questionamentos sobre o que fazer e como fazer. O atendimento aos alunos considerados especiais em salas de recursos reforça o trabalho pedagógico realizado nas escolas públicas, onde, nem sempre, estes alunos conseguem sucesso e avanço escolar. A grande maioria destes alunos pode apresentar bom rendimento, tudo vai depender da forma como é atendido na sala de aula do ensino comum. (SANCHEZ, 2008, p. 4) Aspectos como, formação ampla para professores, estrutura física escolar preparada, integração entre os diversos profissionais envolvidos, como 19 professores, psicólogos, psicopedagogos, tudo isso se faz necessário estar presente para que a inclusão deixe de ser um conceito teórico desenvolvido por cientistas sociais mais preocupados em provar suas teorias do que em ajudar verdadeiramentealunos com necessidades especiais, e passe a ser uma realidade objetiva e visível para todos. Segundo Sanchez (2008) trabalhar com a inclusão e mais especificamente com a inclusão de alunos com TDAH, é um desafio para os docentes e para escola de modo geral, que necessitam criar meios para aprender a trabalhar nessa perspectiva. Assim, o professor, cuja função é ensinar, tem também a necessidade de aprender. A busca por novas metodologias e técnicas para ensinar tem levado muitos professores a diversificarem suas aulas, no intuito de atender a essa população, e também, melhorar o nível de aprendizagem da sala como um todo. A afirmação da autora vem a corroborar com o que foi dito, para haver verdadeiramente a inclusão se faz necessário que o sistema escolar como um todo, entendido como um organismo complexo, se articule entre suas partes, desenvolvendo um trabalho realmente eficiente. Considerando o fenômeno da inclusão enquanto sua conceituação teórica e contextualizando o problema dentro da realidade educacional brasileira torna-se fundamental para a qualidade da educação desenvolver e ampliar o conhecimento dos professores acerca do TDAH e propor constantemente a reflexão sobre a realidade do atendimento psicopedagógico do aluno. Portanto, enfatizar a possibilidade de adequação ao plano de ensino, adaptações necessárias a cada caso e respeito às singularidades são fatores que motivam a continuidade do tratamento e diminuem a ocorrência das situações adversas no convívio escolar. (BANDEIRA, 2005). 3.1 POSTURA DO EDUCADOR FRENTE AOS ALUNOS COM TDAH É notório que os professores em sala de aula se sentem angustiados diante de um diagnóstico de TDAH, sobre tudo se estiverem distantes do conhecimento desse fenômeno. Através do conhecimento sobre o diagnóstico 20 TDAH torna-se mais fácil o reconhecimento do problema e com isso poder trabalhar com esse aluno. A desatenção dos alunos vem preocupando educadores e a sociedade em geral, que tendem a relacionar os problemas da falta de atenção com TDAH ou Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, cujo pseudo-diagnóstico é cada vez mais frequente. (MICARONI ET AL. 2010, p. 756) É necessário que o professor mantenha sua atenção difusa em sala de aula, pois é através das observações feitas na escola que surge o começo do resgate desse aluno, dando importância a rapidez desse Diagnóstico. E nesse caso, a intervenção psicopedagógica na escola se faz necessário. Se houver conhecimento do professor sobre o diagnóstico do TDAH, ele reconhecerá que o problema terá um grande impacto no aluno, afetando não só o seu comportamento, mas também a sua capacidade de aprendizagem. Sendo assim, a escola e o professor desse aluno diagnosticado deverão assumir o papel de organizar formas e meios que favoreçam o máximo a aprendizagem desse aluno. Nos parâmetros Curriculares Nacionais (PCN, p. 63), em seu capitulo sobre diversidade, aparece: (...) a atuação do professor em sala de aula deve levar em conta fatores sociais, culturais e a história educativa de cada aluno, como também características pessoais de déficit sensorial, motor ou psíquicos ou de superdotação intelectual. Deve se dar especial atenção ao aluno que demonstrar a necessidade de resgatar a autoestima. Trata-se de garantir condições de aprendizagem a todos os alunos seja por meio de incrementos ou de medidas extras que atendam às necessidades individuais. O professor deve considerar que não há uma complexidade em lidar com a criança com TDAH e não existe uma receita pronta para lidar com tal complexidade. É preciso um olhar diferenciado, uma ação intencional de modo que não seja esse aluno ignorado aos demais colegas. Deve estar atento a situações não seja constrangedora a própria criança, pois ela de algum modo pode se perceber diferente das outras. O olhar de amor sobre esses alunos retrata o que já dizia o Paulo Freire (1986) nas questões sobre a escola como integradora. Segundo ele: 21 A educação deve ser integradora, integrando estudantes e os professores numa criação e recriação do conhecimento comumente partilhado. O conhecimento, atualmente, é produzido longe das salas de aula, por pesquisadores, acadêmicos, escritores de livros didáticos e comissões oficiais de currículo, mas não é criado e recriado pelo estudante e pelos professores na sala de aula. É de fundamental importância que exista uma parceria da escola com a família. Para que juntos possam encontrar a melhor maneira de integrar esse aluno ao mesmo ambiente que seus colegas. O professor que respeita a diversidade efetivará na pratica o Artigo 58 da LDB 9394/96 quando diz “ todas as crianças, sempre que possível, devem aprender juntas, independentemente de suas dificuldades e diferenças” partindo da convicção de que “ todos os educados são capazes de aprender”. Portanto e necessário todo esforço para tender as necessidades desse aluno. 3.2 ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS PARA INCLUIR O ALUNO COM TDAH O conceito de educação inclusiva não deve ser confundido com a educação especial, apesar de serem complementares. Existe atualmente no Brasil a Política Nacional de Educação Especial, a partir da dimensão de Educação Inclusiva, que assegura o acesso ao ensino regular a alunos com deficiência diversificada, como deficiência mental, física, também para surdos e cegos. Alunos com transtornos globais do desenvolvimento e a alunos com altas habilidades ou superdotação, desde a educação infantil até à educação superior. (BRASIL, 2007) De acordo com o Seminário Internacional do Consórcio da Deficiência e do Desenvolvimento sobre a educação inclusiva, um sistema educacional só pode ser considerado inclusivo quando abrange a definição ampla deste conceito, nos seguintes termos: (IDCC, 1998) Reconhece que todas as crianças podem aprender; Reconhece e respeita diferenças nas crianças: idade, sexo, etnia, língua, deficiência/inabilidade, classe social, estado de saúde (i.e. HIV, TB, hemofilia, Hidrocefalia ou qualquer outra condição); 22 Permite que as estruturas, sistemas e metodologias de ensino atendam às necessidades de todas as crianças; Faz parte de uma estratégia mais abrangente de promover uma sociedade inclusiva; É um processo dinâmico que está em evolução constante; Não deve ser restrito ou limitado por salas de aula numerosas nem por falta de recursos materiais. Desde 2003 o Ministério da Educação vem desenvolvendo Políticas Públicas referentes a inclusão e a Educação inclusiva. O Programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade tem por objetivo geral garantir o acesso de todas as crianças e adolescentes com necessidades educacionais especiais ao sistema educacional público, bem como disseminar a política de construção de sistemas educacionais inclusivos e apoiar o processo de implementação nos municípios brasileiros. (BRASIL, 2011) Educar é uma tarefa que exige muita paciência, dedicação, afeto e treinamento. A educação de uma criança com TDA/H pode exigir uma tolerância redobrada e muita atenção, uma vez que é um processo onde é necessário, além de passar o conhecimento, estabelecer incansavelmente regras e limites. É importante que o educador conheça o universo do TDA/H e suas implicações. O professor deve reconhecer os seus próprios limites para lidar com o problema e não ter constrangimento em pedir ajuda quando necessária. Um trabalho eficaz de educação para crianças com TDA/H deve ser multidisciplinar, ou seja, é preciso que todos (pai, mãe, tios, irmãos, avós, empregada, etc.) sejam conhecedores da situação e estejam unidos nesta tarefa, embora nem sempre isso é possível. Na escola, toda a equipe de profissionais deve estar envolvida para dar o suporte necessário, estabelecendo um contato estreito e regular com a família. É possívelo alcance de sucessos nas estratégias pedagógicas para se trabalhar os alunos diagnosticas com o TDAH, segue os exemplos abaixo disponível no site da Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA)1: 23 Quando o professor der alguma instrução, pedir ao aluno para repetir as instruções ou compartilhar com um amigo antes de começar as tarefas. Quando o aluno desempenhar a tarefa solicitada ofereça sempre um feedback positivo (reforço) através de pequenos elogios e prêmios que podem ser: estrelinhas no caderno, palavras de apoio, um aceno de mão... os feedbacks e elogios devem acontecer SEMPRE E IMEDIATAMENTE após o aluno conseguir um bom desempenho compatível com o seu tempo e processo de aprendizagem. NÃO criticar e apontar em hipótese alguma os erros cometidos como falha no desempenho. Alunos com TDAH precisam de suporte, encorajamento, parceria e adaptações. Esses alunos DEVEM ser respeitados. Isto é um direito! A atitude positiva do professor é fator DECISIVO para a melhora do aprendizado. Na medida do possível, oferecer para o aluno e toda a turma tarefas diferenciadas. Os trabalhos em grupo e a possibilidade do aluno escolher as atividades nas quais quer participar são elementos que despertam o interesse e a motivação. É preciso ter em vista que cada aluno aprende no seu tempo e que as estratégias deverão respeitar a individualidade e especificidade de cada um. Optar por, sempre que possível, dar aulas com materiais audiovisuais, computadores, vídeos, DVD, e outros materiais diferenciados como revistas, jornais, livros, etc. A diversidade de materiais pedagógicos aumenta consideravelmente o interesse do aluno nas aulas e, portanto, melhora a atenção sustentada. Utilizar a técnica de “aprendizagem ativa” (high response strategies): trabalhos em duplas, respostas orais, possibilidade do aluno gravar as aulas e/ou trazer seus trabalhos gravados em CD ou computador para a escola. Adaptações ambientais na sala de aula: mudar as mesas e/ou cadeiras para evitar distrações. Não é indicado que alunos com TDAH sentem 1 Cf. Associação Brasileira do Déficit de Atenção – ABDA. Disponível em: http://www.tdah.org.br/ 24 junto a portas, janelas e nas últimas fileiras da sala de aula. É indicado que esses alunos sentem nas primeiras fileiras, de preferência ao lado do professor para que os elementos distratores do ambiente não prejudiquem a atenção sustentada. Usar sinais visuais e orais: o professor pode combinar previamente com o aluno pequenos sinais cujo significado só o aluno e o professor compreendem. Exemplo: o professor combina com o aluno que todas as vezes que percebê-lo desatento durante as atividades, colocará levemente a mão sobre seu ombro para que ele possa retomar o foco das atividades. Usar mecanismos e/ou ferramentas para compensar as dificuldades memoriais: tabelas com datas sobre prazo de entrega dos trabalhos solicitados, usar post-it para fazer lembretes e anotações para que o aluno não esqueça o conteúdo. Etiquetar, iluminar, sublinhar e colorir as partes mais importantes de uma tarefa, texto ou prova. Tempo e processamento das informações: Usar organizadores gráficos para planejar e estruturar o trabalho escrito e facilitar a compreensão da tarefa. Permitir como respostas de aprendizado apresentações orais, trabalhos manuais e outras tarefas que desenvolvam a criatividade do aluno. Encorajar o uso de computadores, gravadores, vídeos, assim como outras tecnologias que possam ajudar no aprendizado, no foco e motivação. Reduzir ao máximo o número de cópias escritas de textos. Permitir a digitação e impressão, caso seja mais produtivo para ao aluno. Respeitar um tempo mínimo de intervalo entre as tarefas. Exemplo: propor um trabalho em dupla antes de uma discussão sobre o tema com a turma inteira. Permitir ao aluno dar uma resposta oral ou gravar, caso ele tenha alguma dificuldade para escrever. 25 Respeitar o tempo que cada aluno precisa para concluir uma atividade. Dar tempo extra nas tarefas e nas provas para que ele possa terminar no seu próprio tempo. Organização e técnicas de estudo: Dar as instruções de maneira clara e oferecer ferramentas para organização do aluno desenvolver hábitos de estudo. Incentivar o uso de agendas, calendários, post-it, blocos de anotações, lembretes sonoros do celular e uso de outras ferramentas tecnológicas que o aluno considere adequado para a sua organização. Na medida do possível, supervisionar e ajudar o aluno a organizar os seus cadernos, mesa, armário ou arquivar papéis importantes. Orientar os pais e/ou o aluno para que os cadernos e os livros sejam “encapados” com papéis de cores diferentes. Exemplo: material de matemática – vermelho, material de português – azul, e assim sucessivamente. Este procedimento ajuda na organização e memorização dos materiais. Incentivar o uso de pastas plásticas para envio de papéis e apostilas para casa e retorno para a escola. Desta forma, todo o material impresso fica condensado no mesmo lugar minimizando a eventual perda do material. Utilizar diariamente a agenda como canal de comunicação entre o professor e os pais. É extremamente importante que os pais façam observações diárias sobre o que observam no comportamento e no desempenho do filho em casa, assim como o professor poderá fazer o mesmo em relação às questões relacionadas à escola. Estruturar e apoiar a gestão do tempo nas tarefas que exigem desempenho em longo prazo. Exemplo: ao propor a realização de um trabalho de pesquisa que deverá ser entregue no prazo de 30 dias, dividir o trabalho em partes, estabelecer quais serão as etapas e 26 monitorar se cada uma delas está sendo cumprida. Alunos com TDAH apresentam dificuldades em desempenhar tarefas em longo prazo. Ensine e dê exemplos frequentemente. Use folhas para tarefas diárias ou agendas. Ajude os pais, oriente-os como proceder e facilitar os problemas com deveres de casa. Alunos com TDAH não podem levar “toneladas” de trabalhos para fazer em casa num prazo de 24 horas. Técnicas de aprendizado e habilidades metacognitivas Explicar de maneira clara e devagar quais são as técnicas de aprendizado que estão sendo utilizadas. Exemplo: explicar e demonstrar na prática como usar as fontes, materiais de referência, anotações, notícias de jornal, trechos de livro, etc. Definir metas claras e possíveis para que o aluno faça sua auto avaliação nas tarefas e nos projetos. Este procedimento permite que o aluno faça uma reflexão sobre o seu aprendizado e desenvolva estratégias para lidar com o seu próprio modo de aprender. Usar organizador gráfico para ajudar no planejamento, organização e compreensão da leitura ou escrita. Inibição e autocontrole Buscar sempre ter uma postura pró-ativa. Antecipar as possíveis dificuldades de aprendizado que possam surgir e estruturar as soluções. Identificar no ambiente de sala de aula quais são os piores elementos distratores (situações que provocam maior desatenção) na tentativa de manter o aluno o mais distante possível deles e, consequentemente, focado o maior tempo possível na tarefa em sala de aula. Utilizar técnicas auditivas e visuais para sinalizar transições ou mudanças de atividades. Exemplo: falar em voz alta e fazer sinais com as mãos para lembrar a mudança de uma atividade para outra, ou do término da mesma. 27 Dar frequentemente feedback (reforço) positivo. Assinale os pontos positivos e negativos de forma clara, construtiva, respeitosa. Este monitoramento é importante para o aluno com TDAH, pois permite que ele desenvolva uma percepção do seu próprio desempenho, potencial e capacidade e possa avançar motivado em busca da sua própria superação. Permitirque o aluno se levante em alguns momentos, previamente combinados entre ele e o professor. Alunos com hiperatividade necessitam de alguma atividade motora em determinados intervalos de tempo. Exemplo: pedir que vá ao quadro (lousa) apagar o que está escrito, solicitar que vá até a coordenação buscar algum material, etc., ou mesmo permitir que vá rapidamente ao banheiro ou ao corredor beber água. Este procedimento é extremamente útil para diminuir a atividade motora e, muitas vezes, é ABSOLUTAMENTE NECESSÁRIO para crianças muito agitadas. 4 TDAH E INDISCIPLINA ESCOLAR Os autores pesquisados, em sua maioria, concordam que o TDAH, por ser uma síndrome, ou seja, por ser constituído por diversos sinais e sintomas, é sempre desafiador se emitir um diagnóstico preciso, e que também seja precoce. Considerando que esta síndrome é de origem comportamental, causando variações e consequentes problemas em todos os níveis, não é difícil deduzir que em sala de aula, o aluno com TDAH terá um comportamento característico e distinto. A APA (American Psychiatric Association) define o TDAH como: “um transtorno do desenvolvimento do autocontrole, da capacidade de persistência da atenção em tarefas de baixa motivação, do controle de impulsos e inibição do comportamento e do nível de atividade”. Assim, este transtorno é caracterizado por um nível inadequado de atenção em relação ao esperado para a idade. Trata-se, portanto, de um distúrbio do desenvolvimento, gerando déficits motores, perceptivos, cognitivos e comportamentais. (SENA E SOUZA, 2008, p. 247) 28 Assim torna-se simples até, constatar que o aluno diagnosticado com TDAH possui um comportamento diferente dos outros, por toda a sintomatologia da síndrome. Uma dessas diferenças de comportamento é a indisciplina. Sendo incapaz de manter atenção, seja em exercícios ou em explanações verbais, seu foco e atenção se dispersam, o que pode, de certa forma, afetar também outros alunos. Esta realidade é constatada todos os dias por professores de todo o país. Muitos dos quais ainda não possuem treinamento e conhecimento necessários para formar um quadro de análise da situação, muito menos uma estratégia de ação. Muitos professores deparam-se com alunos agressivos ou indiferentes, e em sua pouca formação específica para esse contexto, não conseguem identificar na indisciplina, sinais do TDAH: No cotidiano da sala de aula nos deparamos com alunos agitados, que arrancam os brinquedos de seus colegas, andam de um lado para o outro e não conseguem ficar muito tempo sentado, no mesmo lugar. Nunca terminam as tarefas solicitadas. Em algumas vezes chegam a ser agressivos. Esse comportamento, geralmente confundido com indisciplina, é característico de um distúrbio de atenção que, de acordo com Gentile (2000), atinge 5% das crianças e adolescentes de todo o mundo: a hiperatividade. Conhecer os sintomas e aprender a lidar com esse problema é uma obrigação de qualquer professor que não queira causar danos a seus alunos. Afinal, a demora em diagnosticar o caso pode trazer sérias consequências para o desenvolvimento da criança. (LEITE E FERREIRA, 2005, p. 4) Segundo Savarego (2013) a relação entre indisciplina e TDAH é objeto de discussões e polêmicas no âmbito acadêmico e institucional. Muitos alunos são constantemente rotulados por professores, pais e colegas como mal- educadas, indisciplinadas, rebeldes, preguiçosas, desorganizadas, desinteressadas entre outras depreciações que influenciam negativamente o desenvolvimento escolar. Todas essas críticas, quando não resolvidas, assumem grandes proporções no decorrer da vida, e pode marcar definitivamente uma pessoa. Geralmente, alunos indisciplinados apresentam uma maior impulsividade, desorganização, impaciência, atenção dispersa, dificuldade de 29 relacionamento, de comportamento e, por consequência, de aprendizagem. Estes comportamentos, dependendo da intensidade e frequência, são característicos do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, que por sua vez, também são característicos da indisciplina infantil. (SAVAREGO, 2013) Portanto, é muito provável que pela falta de conhecimento muitos professores atrapalhem demasiadamente seus alunos, em vez de ajuda-los. Colocando uma criança com TDAH contra a parede, oprimindo-a, castigando-a, nada se consegue de positivo, ao contrário, constrói-se um cenário totalmente avesso ao aprendizado: Considerando o sutil limiar entre um e outro, acredita-se ter relevante importância a distinção correta entre o TDAH e a indisciplina, por meio de maiores estudos, observações e diagnósticos corretos, objetivando amenizar ou minimizar os prejuízos causados por tais equívocos que comprometem severamente o desenvolvimento cognitivo, social e escolar de muitas crianças. (SAVAREGO, 2013, p. 1) A realidade cotidiana da sala de aula, com inúmeras obrigações, preocupações e distrações, afasta o educador de uma visão ampla e profunda de seus alunos. Em verdade o dia-a-dia torna praticamente inviável essa possibilidade. Professores tem na esmagadora maioria dos casos, jornadas duplas e até triplas, o que dificulta esse reconhecimento, necessário ao diagnóstico do TDAH e para a análise da causa da indisciplina. Segundo Gentile (2000) muitas dificuldades são encontradas pelos professores em seu cotidiano escolar como restrição de material didático, falta de trabalho em equipe, dificuldade de relacionamento interpessoal entre a equipe pedagógica, indisciplina na sala de aula, falta de autonomia da escola e seus professores que muitas vezes não podem escolher os conteúdos e a forma de ensiná-los, desmotivação geral dos professores devido a baixos salários e rotatividade de turmas e diretores e excesso de carga horária. São muitas as dificuldades encontradas no cotidiano escolar, mas atualmente a indisciplina incomoda muito os professores, há professores que tem medo de entrar na sala de aula, pois não conseguem dar aula, e às vezes são até ameaçados e agredidos. 30 É claro que existe sim o fator social e não patológico da indisciplina, mas sendo um cenário bastante complexo, não será abordado neste trabalho. Crianças excessivamente inquietas, agitadas, com tendência à agressividade, que se destacam do grupo pela dificuldade de aceitar e cumprir as normas, ás vezes, não conseguindo produzir o esperado para sua idade, representam um desafio constante para suas famílias e a escola. Certa dose de teimosia é normal em toda criança e faz parte do processo evolutivo infantil. Porém, quando teimar, enfrentar e desafiar tornam-se hábito persistente e exacerbado no cotidiano da criança, acompanhado de atitudes agressivas, isso sugere um distúrbio-sinal de alguma coisa não está funcionando bem na sua relação com os pais, com ela mesma e com o mundo, e as causas devem ser buscadas. (LEITE E FERREIRA, 2005, p. 6) Para muitos estudiosos a indisciplina é o principal adversário do educador, e a solução para este problema não é encontrada em nenhuma corrente teórica. A saída pode ser encontrada na própria relação professor- aluno, principalmente na maneira como o professor se comporta perante os alunos, ambos são parceiros e não inimigos. (LEITE E FERREIRA, 2005) Atualmente no Brasil, devido a tantas transformações sociais e contingencias políticas, a Educação encontra-se em uma bifurcação vital: ou caminha na direção de uma reinvenção, ou definhará, esquecida e enfraquecida. Tais mudanças relacionam-se diretamente com um fenômeno, a inclusão. A realidade social brasileira mostra que a escola tem uma função muito mais relevante do que jamais teve, crianças passam a maior parte do seu tempo na escola e em muitos casos convivem mais com professores do que com os pais. Nesse cenário descrito é bastante comum que inúmeros problemas apareçam,e as dificuldades de aprendizagem são os primeiros problemas percebidos. Por razões óbvias, quaisquer dificuldades de aprendizado são rapidamente percebidas em sala de aula. E nenhuma outra tem sido mais discutida e analisada que o TDAH, o “Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade”. Por muitos estudiosos é considerada uma síndrome neurocomportamental, caracterizada por desatenção, hiperatividade e impulsividade. 31 A evolução de um quadro de TDAH para a indisciplina patológica é algo bastante simples para muitos estudiosos, sendo uma constatação dos mesmos que crianças diagnosticadas com TDAH possuem maior possibilidade de serem indisciplinadas. Cabe a Psicopedagogia estudar, prevenir e, quando possível, corrigir as dificuldades apresentadas pelo aluno no processo de aprendizagem, ainda que apresente dificuldades nesse processo. Posto isto, a Psicopedagogia estuda o fenômeno de adaptação que implica o desenvolvimento evolutivo da mente, com o processo de ensino-aprendizagem. (BOSSA, 2000) Tanto a atuação da Psicopedagogia quanto da Educação se dirigem para a criação de caminhos entre situações opostas, que liguem o saber e o não saber. Estas ações devem acontecer no âmbito do indivíduo, do grupo, da instituição e da comunidade, objetivando à aprendizagem. O ambiente escolar se alterou muito nas últimas décadas, surgiram novas tecnologias e metodologias que já fazem parte indissociável do seu dia- a-dia. Como consequência tanto professores quanto os planos de curso tornam-se defasados, necessitando de atualização. Paradigmas ultrapassados ou esgotados perdem espaço para paradigmas emergentes ou inovadores, o que não diminuiu consideravelmente o compartimento e isolamento da escola em relação à realidade de cada educando. Muitas vezes desmotivado e amedrontado pela reprovação, num local em que as necessidades individuais de aprendizagem não são atendidas. Considerando a escola responsável por grande parte da formação do ser humano, o trabalho do Psicopedagogo na instituição escolar tem um caráter preventivo no sentido de procurar criar competências e habilidades para solução dos problemas. Com esta finalidade e em decorrência do grande número de crianças com dificuldades de aprendizagem e de outros desafios que englobam a família e a escola, a intervenção psicopedagógica ganha, atualmente, espaço nas instituições de ensino. (NASCIMENTO, 2012, p. 13) Segundo Césaris (2001) é justamente neste contexto atual de transformações que o psicopedagogo surge em evidência. Ainda segundo o autor este profissional, munido de uma observação atenta e uma escuta 32 detalhada, desprovida de preconceitos e imparcial, pode detectar a real problemática da instituição escolar. Diante desse cenário, onde surgem novos paradigmas institucionais e sociais, se faz cada vez mais necessária a presença e atuação do psicopedagogo dentro do âmbito escolar, uma vez que seu papel é o de analisar e assinalar os fatores que favorecem, intervém ou prejudicam uma boa aprendizagem em uma instituição. Faz parte das prédicas desse profissional perceber eventuais obstáculos no processo de aprendizagem, participar da dinâmica da comunidade educativa, favorecendo a integração, promovendo orientações metodológicas de acordo com as características e particularidades dos indivíduos do grupo, realizando processos de orientação. É prerrogativa do psicopedagogo participar de equipes responsáveis pela elaboração de planos e projetos no contexto teórico/prático das políticas educacionais, fazendo com que os professores, diretores e coordenadores possam repensar o papel da escola frente a sua docência e às necessidades individuais de aprendizagem da criança. (SCALZER E SILVA, 2012 apud BOSSA, 1994) 5. CONCLUSÃO A partir desta pesquisa foi possível analisar como a Psicopedagogia desenvolve soluções práticas para o TDAH, as intervenções psicopedagógicas, e como o conhecimento teórico sobre os conceitos relacionados ao fenômeno da aprendizagem e sua dinâmica pode auxiliar na capacidade de identificar os sintomas previamente. Um dos objetivos desta pesquisa era o de analisar como se dá o processo de inclusão do aluno com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade em ambiente escolar, para isso foram realizadas análises complementares com a finalidade de aprofundamento. Foi possível constatar que a Psicopedagogia possui diversas ferramentas para tratar o aluno que 33 apresenta o TDAH, e que a partir das intervenções é possível alcançar um resultado bastante satisfatório. O TDAH é um dos distúrbios neuropsiquiátricos mais comuns na infância e na adolescência e engloba sintomas que são comuns em portadores e não portadores, como dificuldade de concentração, falha na finalização de tarefas ou inconsistência na realização de um objetivo definido, o que torna seu diagnóstico preciso um desafio profissional. Apesar das dificuldades encontradas foi possível concluir que o TDAH está presente na realidade escolar brasileira e que a Pedagogia e a Psicopedagogia tem por objeto de estudo justamente analisar o transtorno em suas características fundamentais e assim desenvolver soluções e promover a melhoria da qualidade de vida do portador. Conclui-se, portanto, que também a relação entre TDAH e indisciplina escolar foi corroborada por todos os autores pesquisados, sendo uma afirmação notória de que a indisciplina pode ser causada ou intensificada pelos sintomas do TDAH. 34 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS APA (American Psychiatric Association) Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders - Fifth Edition (DSM 5). New School Library. 2013. ARAÚJO, Álvaro C. NETO, Francisco L. A Nova Classificação Americana Para os Transtornos Mentais – o DSM-5. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva. 2014, Vol. XVI, no. 1, 67 – 82. ARGOLLO, Nayra. Transtorno do Déficit de atenção com hiperatividade: aspectos neuropsicológicos. Psicologia escolar educacional. 2003, volume 7, número 2. BARKLEY, Russell A.. & colaboradores. Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade: manual para diagnóstico e tratamento. 3ª Ed. – Porto Alegre: Artmed, 2002. BONET, Trinidad; SORIANO, Yolanda; SOLANO, Cristina. 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