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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO DE PEDAGOGIA
MICHELE SOUZA DA SILVA COUTINHO
TRANSTORNO DE DEFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE NO 
AMBIENTE ESCOLAR: DIAGNOSTICO E INCLUSÃO
CABO FRIO
2017
2
MICHELE SOUZA DA SILVA COUTINHO
TRANSTORNO DE DEFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE NO 
AMBIENTE ESCOLAR – DIAGNÓSTICO INCLUSÃO
Trabalho de Conclusão de Curso, 
apresentado Disciplina PPE VII, 
apresentado ao Curso de Pedagogia 
da Universidade Estácio de Sá, como 
requisito parcial para obtenção do 
curso de Licenciatura em Pedagogia. 
Orientador: ANTÔNIO SÉRGIO DE 
DIÁCONO MACEDO
CABO FRIO
2017
 
3
 RESUMO
Esta monografia pretende compreender o processo complexo sobre o 
diagnóstico do Transtorno de déficit e Atenção e Hiperatividades de modo que 
o mesmo subsidie plano e estratégias para inclusão do aluno com TDAH. O 
transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) inscreve-se no 
conjunto das problemáticas identificadas no ambiente escolar na 
contemporaneidade, promovendo sofrimento conflitos apresentando 
contribuições para o fracasso escolar. De acordo com a Associação Brasileira 
do Déficit de Atenção (ABDA) a prevalência do TDAH gira em torno de 3% a 
5% por cento da população do Brasil e de vários países do mundo. A pesquisa 
sobre esse tema presente no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) 
debruçará sobre, o processo delicado e complexo da avaliação diagnostica do 
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), crendo que quanto 
antes for realizado o diagnóstico, mais eficiente se torna o processo de 
inclusão e maior será a possibilidade de eficiência no tratamento, apontando 
estratégias e práticas pedagógicas de modo a favorecer o desempenho do 
aluno. Os procedimentos serão de cunho bibliográfico e classificação 
exploratória para aprofundamento do assunto e descritiva, para compreender e 
interpretar os conhecimentos possíveis sobre o objeto de estudo, que será 
apoiado em: livros, artigos e estudo de proporcionando uma maior familiaridade 
com o problema. Apesar das dificuldades encontradas foi possível concluir que 
o TDAH está presente na realidade escolar brasileira e que a Psicopedagogia 
tem por objeto de estudo justamente analisar o transtorno em suas 
características fundamentais e assim desenvolver soluções e promover a 
melhoria da qualidade de vida do portador.
Palavras – chave: TDAH; Inclusão; Deficiência de aprendizagem; 
4
ABSTRACT
This monograph aims to understand the complex process on the diagnosis of 
Attention Deficit Disorder and Attention and Hyperactivity so that it subsidizes 
plan and strategies for inclusion of the student with ADHD. Attention deficit 
hyperactivity disorder (ADHD) is part of the set of problems identified in the 
school environment in the contemporary world, promoting suffering conflicts 
presenting contributions to school failure. According to the Brazilian Association 
for Attention Deficit (ABDA), the prevalence of ADHD is around 3% to 5% of the 
population in Brazil and in several countries of the world. Research on this 
theme in the Course Conclusion Paper (CBT) will focus on the delicate and 
complex diagnostic process of Attention Deficit Hyperactivity Disorder (ADHD), 
believing that the sooner the diagnosis is made, the more efficient it will be. 
makes the process of inclusion and the greater the possibility of efficiency in the 
treatment, pointing out strategies and pedagogical practices in order to favor the 
performance of the student. The procedures will be bibliographic and 
exploratory classification to deepen the subject and descriptive, to understand 
and interpret the possible knowledge about the object of study, which will be 
supported in: books, articles and study of providing a greater familiarity with the 
problem. Despite the difficulties encountered, it was possible to conclude that 
ADHD is present in the Brazilian school reality and that Psychopedagogy aims 
to study precisely the disorder in its fundamental characteristics and thus 
develop solutions and promote the improvement of the quality of life of the 
bearer.
Keywords: ADHD; Inclusion; Learning disabilities;
5
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................6
1.1. APRESENTAÇÃO DO TEMA..................................................................6
1.2. QUESTÕES NORTEADORAS ...............................................................8
1.3. OBJETIVOS............................................................................................8
1.4. JUSTIFICATIVA .....................................................................................9
1.5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...............................................10
2. VISÃO GERAL DO TRANSTORNO DE DEFICIT DE TENÇÃO E 
HIPERATIVIDADE TDAH................................................................................11
 2.1 DEFININDO TDAH...............................................................................11
 2.2 CARACTERISTICAS PRINCIPAIS DO TDAH......................................13
2.3 DIAGNÓSTICO E AVALIAÇÃO DO TDAH..........................................14
3. INCLUSÃO DO ALUNO COM TDAH...................................................16
3.1 POSTURA DO EDUCADOR FRENTE AOS ALUNOS COM 
TDAH...............................................................................................................16
3.2 ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS PARA INCLUSÃO DO ALUNO COM 
TDAH..............................................................................................................17
4 TDAH E INDISCIPLINA ESCOLAR.............................................................27
5 CONCLUSÃO...............................................................................................32
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................34
6
1. INTRODUÇÃO
O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) inscreve-se 
no conjunto das problemáticas identificadas no ambiente escolar na 
contemporaneidade, promovendo sofrimento conflitos apresentando 
contribuições para o fracasso escolar. De acordo com a Associação Brasileira 
do Déficit de Atenção (ABDA) a prevalência do TDAH gira em torno de 3% a 
5% por cento da população do Brasil e de vários países do mundo.
A pesquisa sobre esse tema presente no Trabalho de Conclusão de 
Curso (TCC) debruçará sobre, o processo delicado e complexo da avaliação 
diagnostica do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), 
crendo que quanto antes for realizado o diagnóstico, mais eficiente se torna o 
processo de inclusão e maior será a possibilidade de eficiência no tratamento, 
apontando estratégias e práticas pedagógicas de modo a favorecer o 
desempenho do aluno.
1.1. APRESENTAÇÃO DO TEMA
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é 
reconhecido por vários países e pela organização mundial de saúde (OMS). 
Quanto às causas do TDAH, existem dois grandes grupos que podem ser 
identificados: 1 – Fatores biológicos 2 – Fatores ambientais. A caracterização 
dos sintomas é apresentada por desatenção, inquietude e impulsividade. O 
problema atinge um grande número de crianças e adolescentes e nelas se 
observam grave prejuízo no desenvolvimento acadêmico. 
A escola a cada dia que passa se envolve em uma tendência de explicar 
o mau desempenho de seus alunos pela presença de TDAH. E em muitos 
casos lidam com esse problema de modo equivocado. É de suma importância 
buscar profissionais de conhecimentos específicos entre outras medidas, para 
poder então estabelecer o tipo de tratamento, considerando os seus aspectos 
individuais, históricos sociais, familiares, etc.É nesse sentido, que o trabalho 
interdisciplinar ganha importância tanto para o diagnóstico e, se for o caso, 
para o tratamento. 
7
Via de regra, o problema fica claro nos primeiros anos de escola, apesar 
de estar presente dede o nascimento, e o diagnóstico deve ser feito por 
especialistas com base nos critérios pelo DSM IV, ou seja, o uso de escalas, e 
um procedimento considerado na literatura internacional, que define a 
necessidade de 6 ou mais sintomas para um diagnóstico preciso. Avaliações 
precipitadas podem dar origem a falsos positivos que demandam a indicação 
desnecessária de medicamentos (VARELLA, 2013)
Mesmo se considerada a dificuldade de aprendizado, a criança 
diagnosticada com TDAH é, em geral muito inteligente, mas não consegue 
desacelerar o sistema nervoso, a ponto de utilizar o potencial mental 
necessário para concluir a tarefa. Assim, sem conseguir concluir as tarefas 
normais de uma criança, em qualquer ambiente, a criança hiperativa pode 
sofrer de estresse, tristeza e baixa autoestima. (SCHMIDT E FERREIRA apud 
GOLDSTEIN, 2005) 
Diante do cenário descrito que compreende a fenomenologia do TDAH, 
trona-se importante refletir sobre a possibilidade de alternativas pedagógicas a 
fim de incluir a criança com TDAH em um processo educacional eficiente e 
menos traumático, considerando que a dificuldade de aprendizado condicional 
não é uma determinação irreversível.
Atualmente existe uma profícua discussão a respeito da inclusão de 
alunos com necessidades especiais. Dessa discussão, sobre tudo no âmbito 
acadêmico, surgem novas possibilidades dependem em grade parte de atitude 
dos professores. 
Esse aspecto não deve ser considerado levianamente como uma atitude 
consciente do professor, mas sim advinda de uma formação fragmentada, e 
como cotidianamente surgem novos paradigmas de inclusão, se faz necessária 
uma constante reflexão acerca do tema que nos faz debruçar com as questões 
que culminam as seguintes perguntas. Quais caminhos seguir para 
diagnosticar o TDAH? E que medidas o profissional da educação tem que 
tomar para inclusão do mesmo?
8
1.2. QUESTÕES NORTEADORAS
Diante deste problema surgem diversas interrogações. O presente 
estudo pretende responder às seguintes questões:
 O que é TDAH?
 Quais são características principais dos alunos com Transtorno de 
Déficit de Atenção e Hiperatividade?
 Qual a postura do educador frente ao problema dos os educandos com 
TDAH 
 De que maneira pode ser identificado o TDAH (avaliação- diagnóstica)?
 Quais estratégias pedagógicas para inclusão de educando com TDAH?
1.3. OBJETIVOS
1.3.1 Objetivo Geral
 Compreender o processo complexo sobre o diagnóstico do Transtorno 
de déficit e Atenção e Hiperatividades de modo que o mesmo subsidie plano e 
estratégias para inclusão do aluno com TDAH. 
1.3.2 Objetivos Específicos
 Conceituar o TDAH
 Citar características do aluno com TDAH 
 Apontar a importância do diagnóstico do TDAH 
 Descrever estratégias que podem ajudar o aluno com TDAH
 Compreender a postura que o educador deverá ter frente e esse desafio
9
1.4. JUSTIFICATIVA
Existe ainda muito preconceito em relação ao TDAH. A maioria dos 
pais, quando surpreendido pela sugestão de procurar ajuda, assume uma 
postura defensiva, e reagem muito mal, criando uma situação de stress familiar 
e matrimonial. E neste caso o apoio familiar é a base mais sólida para 
otimização do tratamento, pois envolve afeto e dedicação. 
Por meio de diversos artigos como os de Moojen, Dorneles e Costa 
(2003), Graeff e Vaz (2008), Ruiz (2008) e Araújo e Neto (2014), dentre outros, 
percebe-se que ainda há pouco conhecimento sobre TDAH entre pais e no 
âmbito escolar, rotulando os alunos de mal-educados, preguiçosos, 
desastrados e desequilibrados. 
Por isso é de fundamental importância que o profissional da escola 
esteja preparado para receber estes alunos, uma vez que atualmente há uma 
luta para inclusão de aluno necessidades especiais no quesito TDAH. 
A LDB 9394/96 define a educação especial como uma modalidade 
de educação escolar, e deve ser oferecido em rede regular de ensino, dando o 
direito ao aluno com necessidade especial de ter um atendimento 
especializado, quando necessário, desde a Educação Infantil até o Ensino 
Superior (BRASIL, 1996). 
Apesar de a LDB propor que a inclusão do aluno com necessidades 
especiais deva acontecer desde a Educação Infantil até o Ensino Superior, esta 
pesquisa pretende se ater as questões pertinentes desde os primeiros anos da 
criança, crendo que quanto antes for realizado o diagnóstico, mais eficiente se 
torna o processo de inclusão e maior à possibilidade de eficiência no 
tratamento.
Após a identificação dos alunos com TDAH, espera-se que a escola 
busque estratégias para adequar suas práticas pedagógicas de modo a 
favorecer o desempenho do aluno. Justifica-se então a motivação do objeto de 
pesquisa do qual será debruçado, acreditando ser de relevância para o 
conhecimento dentro da área educacional sobre tudo no que diz respeito ao 
TDAH no ambiente escolar.
10
1.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
 
Posto o problema de pesquisa, a abordagem do assunto será de 
forma qualitativa, possibilitando a produção do conhecimento científico, levando 
em conta a realidade vivenciada pelo objeto em estudo, mediante seu contexto 
histórico e social, relacionando o mundo real.
Os procedimentos serão de cunho bibliográfico e classificação 
exploratória para aprofundamento do assunto e descritiva, para compreender e 
interpretar os conhecimentos possíveis sobre o objeto de estudo, que será 
apoiado em: livros, artigos e estudo de proporcionando uma maior familiaridade 
com o problema.
11
2. VISÃO GERAL DO TRANTORNO DE DÉFCIT DE ATENÇÃO E 
HIPERATIVIDADE - TDAH
2.1 DEFININDO TDAH
Para uma análise efetiva do conceito, necessária a uma investigação 
atenta, é preciso compreender que a Psicopedagogia não trata apenas dos 
transtornos e dificuldades de aprendizagem, mas do fenômeno da 
aprendizagem como um todo, sua dinâmica, prática e sua teoria. Uma 
deficiência de aprendizagem pode ser desconstruída a partir de sua dimensão 
oposta. Esse questionamento conduz a uma reflexão a respeito da normalidade 
e da anormalidade, o que é considerado uma deficiência e o que é considerado 
o “normal”?
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é considerado um 
transtorno de desenvolvimento, acometendo cerca de 3 a 6% das crianças e 
persistindo na vida adulta em mais da metade dos casos, e é mais frequente 
em meninos do que em meninas. (ROHDE et al., 2003)
As características básicas são a desatenção, a hiperatividade e 
a impulsividade, podendo variar em menor ou maior grau. Mas 
é bem mais do que isso. Não se trata apenas de uma questão 
de estar desatento ou hiperativo, muito menos de um estado 
temporário, uma fase “normal” da infância. Também não é falta 
de disciplina ou controle parental, nem algum tipo de “maldade” 
da criança (BARKLEY, 2002, p. 31)
O estudo sobre o TDAH é relativamente moderno, até há algum tempo a 
comunidade científica pouco conhecia sobre a hiperatividade e as dificuldades 
na capacidade de se fixar a atenção. Muitos estudiosos acreditavam que eram 
distúrbios diferentes, que surgiam paralelamente, que a hiperatividade se 
extinguia na adolescência. A criança, sendo agitada, excessivamente ativa e 
desatenta era por si só culpada. (ANTUNES, 2001). 
O termo TDAH foi adotado pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de 
Transtorno Mental ou DSM-IV-TR. Estudos científicos mostram que portador 
12
de TDAH tem alterações na região frontal e suas conexões com o resto do 
cérebro. (APA, 2002).
A região frontal orbital é uma das mais desenvolvidas no ser humano em 
comparação com outras espécies animais e é responsável pela inibiçãodo 
comportamento (isto é, controlar ou inibir comportamentos inadequados) pela 
capacidade de prestar atenção, memória, autocontrole, organização e 
planejamento. 
Nesta região cerebral existe o funcionamento de um sistema de 
substâncias químico chamado neurotransmissor (principalmente dopamina e 
noradrenalina) que passa informação entre as células nervosas (neurônios). 
Esse déficit básico no comportamento inibitório, em uma área onde o cérebro 
deveria comandar, é o fator preponderante da dificuldade em que a criança 
enfrenta em manter sua atenção focalizada por um período mais longo 
(BARKLEY, 2002)
A definição atual do TDAH inclui uma lista de 18 sintomas 
comportamentais dividido em dois conjuntos (desatenção e hiperatividade – 
impulsividade) de nove sintomas cada (American, Psychiatric, Association, 
2000). Existe 3 subtipos de TDAH que são: tipo combinado, tipo 
predominantemente desatento e tipo predominantemente hiperativo-impulsivo. 
O TDAH representa junto com a dislexia, a principal causa do fracasso escolar, 
sendo que a dificuldade de aprendizagem está presente em 20% das crianças 
com este transtorno.
Estes sintomas se iniciam antes mesmo dos sete anos de idade, e 
costuma ser mais comum em meninos do que em meninas, embora a maioria 
seja diagnosticada após a manifestação destes por alguns anos, podendo-se 
observá-los em situações como na casa, na escola. Muitas vezes, o distúrbio 
só é conhecido quando a criança ingressa na escola, pois é o período em que 
as dificuldades de atenção e inquietude são percebidas com maior frequência 
pelos professores, quando comparada com outras crianças da mesma idade e 
ambiente (POETA E NETO, 2002).
A conclusão mais prudente sobre TDAH é que múltiplos fatores 
neurobiológicos podem predispor as crianças à exibição de taxas mais altas de 
impulsividade e atividade motora, juntamente com alcance de atenção mais 
curto que a média, em comparação com outras crianças. As evidências 
13
apontam para uma influência hereditária que pode alterar o funcionamento 
cerebral (isto é, funcionamento neuroquímico), particularmente no sistema 
estriatal frontal. Além disso, estudos genéticos do comportamento têm apoiado 
a noção do TDAH como um transtorno dimensional em vez de categórico 
(LEVY ET AL. 1997, Apud DU PAUL, 2007; STONER, 2007)
Dito de outra forma, todos exibem sintomas desse transtorno 
ocasionalmente. O que destaca as crianças com TDAH de seus colegas sem 
diagnóstico é que elas podem estar geneticamente predispostas (por meio de 
diferença neurobiológica) a exibir esses comportamentos em uma taxa 
significativamente superior as outras. 
Algumas advertências devem ser mantidas em mente acerca das 
conclusões etiológica do TDAH. Em primeiro lugar, as pesquisas nesta área 
são repletas de dificuldades metodológicas que reduzem a confiança na 
interpretação dos resultados; em segundo lugar, apesar do fato que variáveis 
internas ás crianças parecem ser principais fatores causais, esse achado não 
denigre o papel do ambiente na manutenção dos sintomas do TDAH; em 
terceiro lugar, atualmente não existe uma conexão conhecida entre a “causa” 
do TDAH de um indivíduo e o planejamento do tratamento. 
Os critérios para o diagnóstico de Transtorno de Déficit de 
Atenção e Hiperatividade (TDAH) são bastante similares aos 
do antigo manual. O DSM-5 manteve a mesma lista de dezoito 
sintomas divididos entre Desatenção e 
Hiperatividade/Impulsividade. Os subtipos do transtorno foram 
substituídos por especificadores com o mesmo nome. 
Indivíduos até os dezessete anos de idade precisam 
apresentar seis dos sintomas listados, enquanto indivíduos 
mais velhos precisam de apenas cinco. A exigência de que os 
sintomas estivessem presentes até os sete anos de vida foi 
alterada. No novo manual, o limite é expandido para os doze 
anos de idade. Além disso, o DSM-5 permitiu que o TDAH e o 
Transtorno do Espectro Autista sejam diagnosticados como 
transtornos comórbidos. Ambas as alterações provocam 
polêmica pelo risco de gerarem uma superestimativa com 
aumento da incidência de TDAH na população geral. No 
entanto, a APA e outros diversos especialistas defendem a 
mudança como favorável. (ARAÚJO E NETO, 2014, p. 72)
Assim, a determinação da etiologia está relacionada apenas de forma 
mínima ao aumento dos resultados de sucesso. Talvez com aumento do uso 
14
de tecnologia avançadas, particularmente no campo da genética molecular, 
informações clinicamente uteis sobre a etiologia TDAH se tornem mais 
acessíveis. 
2.2 CARACTERISTICAS PRINCIPAIS DO TDAH
No início do século XX alguns estudiosos, como o pediatra Georg 
Frederic Still, alertavam para o fato de que a desatenção e a hiperatividade 
estariam relacionadas. Após algumas décadas os estudos sobre o fenômeno 
se desenvolveram e em 1966, Clements denominou “déficit de atenção” a 
síndrome que vinha preocupando tantos especialistas. A partir de 1975 a 
definição foi incluída na CID-9. (SANTOS E KERN, 2012)
Atualmente o DSM-IV define o TDAH como uma síndrome 
neurocomportamental com sintomas classificados em três 
categorias: desatenção, hiperatividade e impulsividade. 
Caracteriza-se por um nível inadequado de atenção em relação 
ao esperado para a idade, levando a distúrbios motores, 
perceptivos, cognitivos e comportamentais. (CAMPETRINI E 
NUSSER, 2012, p. 12)
A partir da década de 1980, através de recursos tecnológicos como 
tomografias e ressonâncias, múltiplas disfunções cerebrais puderam ser melhor 
diagnosticadas. Daí em diante surgiram várias nomenclaturas, até chegar ao 
nosso idioma como TDAH. Mas antes disso foi chamada de DDA (Deficiência 
de Déficit de Atenção), DHDA (Distúrbio da Hiperatividade com Déficit de 
Atenção), ou ainda TDAHI.
Conceitualmente é importante compreender que a polêmica quanto à 
nomenclatura não é o mais relevante da questão, mas sim utilizar essa reflexão 
para saber tudo que é possível sobre este problema, identificar formas de 
diagnosticá-lo e buscar meios para eliminar a carga excessiva de culpa e 
responsabilidade. Também é importante perceber o fato de que nem todo caso 
de desatenção, agitação, descontrole emocional, impulsividade e excitação é 
necessariamente um caso de TDAH. (ANTUNES, 2001).
A característica básica do TDAH é a presença de desatenção e/ 
hiperatividade-impulsividade, com frequência e intensidades superiores ás 
tipicamente observadas em crianças do mesmo sexo e nível de 
15
desenvolvimento, que comprometem em pelo menos dois contextos (na escola 
e em casa). 
As principais dificuldades apresentadas por estas crianças incluem 
manter a atenção concentrada por longo período de tempo durante a 
realização de tarefas repetitivas como acontece na escola (APA, 2002; 
MATTOS, 2005; HARPIN, 2005). 
Segundo o Manual Diagnóstico DSM-IV as três subcategorias do TDAH 
são: Forma predominantemente desatenta, quando existem mais sintomas de 
desatenção. Segundo os estudos de Mattos (2008), esta é a forma mais 
comum na população em geral; Forma predominantemente hiperativa/ 
impulsiva, quando existem mais sintomas de hiperatividade / impulsividade, 
esta é a forma mais rara; Forma combinada, quando existem muitos sintomas 
das duas outras formas mencionadas acima. Esta é a forma mais comum nos 
consultórios e ambulatórios, provavelmente porque causa mais problemas para 
o próprio portador e para os demais, o que leva os pais a procurarem ajuda 
para os filhos, segundo o autor.
Essas características podem ser identificadas por pais e professores, 
pois tanto o tipo desatento quanto o tipo impulsivo/imperativo têm reações 
peculiares tais como:
As crianças que possuem desatenção acabam por desenvolver 
dificuldade em realizar tarefas escolares, é fácil de perder sua 
concentração, não costumam terminar suas tarefas em casa 
destinadas a elas, não gostam de participar de atividadesproposta que envolva esforços mentais, são desorganizadas 
perdendo seus pertences com frequência. Se está na frente da 
TV costuma não responder quando lhe dirigem a palavra, 
parecendo estar sempre com a cabeça “no mundo da lua” 
(ARGOLLO, 2003. P 198)
Como TDAH é um problema crônico, pode ter um pacto significativo ao 
longo da vida, atingindo o desempenho acadêmico e as relações sociais e 
familiares. Seu modo diferente de ser pode ser estigmatizado, e requerem 
muito cuidado quanto os possíveis adjetivos dados a esse público alvo.
A hiperatividade leva a criança a agitar as mãos ou os pés ou 
se remexer na cadeira, a abandonar sua cadeira em sala de 
aula ou em outras situações na qual se espera que permaneça 
sentado (“na sala de aula toda hora pede pra ir ao banheiro”), a 
correr em escalar em demasia em situações nas quais isso é 
16
inapropriado (“enquanto esperava pra ser atendido, estava 
correndo nos corredores”) a ter dificuldades em brincar ou se 
envolver silenciosamente em atividades de lazer (“é barulhento 
quando chega em casa parece que chegou 10 meninos”) a 
está frequentemente “a mil” ou “a todo vapor” , e falar demais 
(“me cansa de tanto falar”) (ARGOLLO, 2003. p. 198-199)
O TDAH envolve uma multiplicidade de sintomas e diagnostico, é um 
processo que requer avaliações de profissional como: médicos, psicólogos, 
psicopedagogos e neuropsicólogos; E que os mesmos estejam sempre 
solícitos a tirarem dúvidas dos pais com auxílio aos seus filhos trazendo uma 
relação de confiança no tratamento diante de possível diagnostico. (ARAÚJO E 
NETO, 2014)
2.3 DIAGNÓSTICO E AVALIAÇÃO DO TDAH
A Psicopedagogia deve criar ferramentas e estratégias para o 
enfrentamento das dificuldades de aprendizagem, das quais o TDAH é uma 
das principais. O acesso irrestrito a educação é uma das premissas da 
concepção inclusiva. A inclusão é muito mais do que conceitos teóricos, assim, 
a psicopedagogia, que tem por princípio o tratamento das dificuldades de 
aprendizagem, deve intermediar a relação entre teoria e prática, ou seja, deve 
tornar o estudo do problema em uma solução real, objetiva e com resultados 
mensuráveis.
Segundo Rohde et al. (2000) o diagnóstico do TDAH geralmente é 
determinado pelos níveis elevados de desorganização, desatenção, 
hiperatividade e outros comportamentos pertinentes ao TDAH de modo que 
venha prejudicar o indivíduo. 
Os critérios do DSM – V ajudam os especialistas da área de psicologia, 
psiquiátrica, identificar os sintomas do TDAH, e de acordo com o DSM - IV só 
poderão ser considerados como sintomas do TDAH se forem identificados nos 
primeiros anos da infância, isto é, antes do 7anos.
A tríade sintomatológica clássica da síndrome caracteriza-se 
por desatenção, hiperatividade e impulsividade. 
Independentemente do sistema classificatório utilizado, as 
crianças com TDAH são facilmente reconhecidas em clínicas, 
em escolas e em casa. A desatenção pode ser identificada 
pelos seguintes sintomas: dificuldade de prestar atenção a 
17
detalhes ou errar por descuido em atividades escolares e de 
trabalho; dificuldade para manter a atenção em tarefas ou 
atividades lúdicas; parecer não escutar quando lhe dirigem a 
palavra; não seguir instruções e não terminar tarefas escolares, 
domésticas ou deveres profissionais; dificuldade em organizar 
tarefas e atividades; evitar, ou relutar, em envolver-se em 
tarefas que exijam esforço mental constante; perder coisas 
necessárias para tarefas ou atividades; e ser facilmente 
distraído por estímulos alheios à tarefa e apresentar 
esquecimentos em atividades diárias. (ROHDE ET AL. 2000. p. 
7)
Construído a partir dos sintomas do Manual Diagnóstico e Estatístico – 
IV edição (DSM-IV) da Associação Americana de Psiquiatria. O questionário 
SNAP – IV pode também ser usado como ponto de partida para levantamento 
de possíveis sintomas primários do TDAH. 
Segundo a ABDA em seu Questionário Escolar e familiar – Crianças e 
Adolescentes: levantamento de indicativos de Transtornos do Déficit de 
Atenção e Hiperatividade: “o diagnóstico preciso e correto do TDAH só pode 
ser feito através de uma longa Anamnese (entrevista) com um profissional 
médico especializado tais como: psiquiatra, neurologista, neuropediatra”. 
A ferramenta citada como o questionário SNAP IV é uma das propostas 
de avaliação que subsidia formas e métodos para estratégias pedagógicas e 
intervenções eficientes.
A melhor maneira de vermos o TDAH é como um “mau ajuste” 
entre dotes biológicos e as características da criança e do 
ambiente, como a estrutura e as contingências prevalecentes 
na sala de aula. Nesse contexto, os critérios de diagnóstico 
oferecem sugestões sobre a co-variação do comportamento 
problemática variáveis controladas e intervenções eficientes 
baseada no que se sabe sobre o TDAH em geral (BARLOW, 
1981, Apud DU PAUL, STONER; 2007. P 25).
Conforme a PCB (2016, p. 2) “não há um único instrumento específico 
para a avaliação do TDAH, pois seu diagnóstico exige uma avaliação 
multidisciplinar, com psicopedagogos, neurologistas, oftalmologistas, 
neuropsicólogos, entre outros”:
Escala de Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade 
(TDAH): 6 a 17 anos de idade, aplicação individual (versão 
para professores).
18
Escala de Inteligência Wechsler para Crianças (WISC-III): de 6 
a 16 anos, aplicação individual;
Escala de Inteligência Wechsler para Adultos (WAIS – III): de 
16 a 89 anos, aplicação individual;
Teste Wisconsin de Classificação de Cartas (WCST): de 6 anos 
e meio a 18 anos, aplicação individual.
Contudo é preciso estar atento para que os processos usados para 
levantamento de dados sintomáticos, não servindo de arma para estigmatizar 
as pessoas. Pois o diagnóstico é o início de um tratamento e não o fim. E que 
também envolve abordagens diferentes tais como: psicoeducacionais (com a 
família, paciente e a escola), intervenções psicoterapêuticas, psicopedagógicas 
e de reabilitação neuropsicológicas e por fim intervenções psicofarmacológicas 
(psicoestimulantes, antidepressivos, anti-hipertensivos).
3 INCLUSÃO DO ALUNO COM TDAH
A inclusão é atualmente o fenômeno mais estudado e comentado nos 
meios acadêmicos e científicos relacionados a Educação. O amplo espectro do 
significado, suas implicações práticas e a falta de uma formação específica 
fazem com que a inclusão escolar seja ainda um assunto complexo e polêmico, 
onde todos e cada um tem opiniões a respeito. A despeito de polêmicas e 
opiniões inflamadas, o certo é que “incluir” é algo extremamente necessário.
Incluir requer habilidades de estar com, colocar em ação. A 
educação especial vem trabalhando neste sentido com os 
alunos que se espalham pelo universo escolar e fazendo de 
suas necessidades especiais, necessidades iguais à de todos 
os alunos que frequentam a escola comum. Pesquisas 
recentes mostram que a inclusão surge no cenário educacional 
como uma nova perspectiva que envolve rever concepções a 
respeito da educação, do ensinar e do aprender. Com ela 
emerge vários questionamentos sobre o que fazer e como 
fazer. O atendimento aos alunos considerados especiais em 
salas de recursos reforça o trabalho pedagógico realizado nas 
escolas públicas, onde, nem sempre, estes alunos conseguem 
sucesso e avanço escolar. A grande maioria destes alunos 
pode apresentar bom rendimento, tudo vai depender da forma 
como é atendido na sala de aula do ensino comum. 
(SANCHEZ, 2008, p. 4)
Aspectos como, formação ampla para professores, estrutura física 
escolar preparada, integração entre os diversos profissionais envolvidos, como 
19
professores, psicólogos, psicopedagogos, tudo isso se faz necessário estar 
presente para que a inclusão deixe de ser um conceito teórico desenvolvido por 
cientistas sociais mais preocupados em provar suas teorias do que em ajudar 
verdadeiramentealunos com necessidades especiais, e passe a ser uma 
realidade objetiva e visível para todos.
Segundo Sanchez (2008) trabalhar com a inclusão e mais 
especificamente com a inclusão de alunos com TDAH, é um desafio para os 
docentes e para escola de modo geral, que necessitam criar meios para 
aprender a trabalhar nessa perspectiva. Assim, o professor, cuja função é 
ensinar, tem também a necessidade de aprender. A busca por novas 
metodologias e técnicas para ensinar tem levado muitos professores a 
diversificarem suas aulas, no intuito de atender a essa população, e também, 
melhorar o nível de aprendizagem da sala como um todo.
A afirmação da autora vem a corroborar com o que foi dito, para haver 
verdadeiramente a inclusão se faz necessário que o sistema escolar como um 
todo, entendido como um organismo complexo, se articule entre suas partes, 
desenvolvendo um trabalho realmente eficiente.
Considerando o fenômeno da inclusão enquanto sua conceituação 
teórica e contextualizando o problema dentro da realidade educacional 
brasileira torna-se fundamental para a qualidade da educação desenvolver e 
ampliar o conhecimento dos professores acerca do TDAH e propor 
constantemente a reflexão sobre a realidade do atendimento psicopedagógico 
do aluno. 
Portanto, enfatizar a possibilidade de adequação ao plano de ensino, 
adaptações necessárias a cada caso e respeito às singularidades são fatores 
que motivam a continuidade do tratamento e diminuem a ocorrência das 
situações adversas no convívio escolar. (BANDEIRA, 2005).
3.1 POSTURA DO EDUCADOR FRENTE AOS ALUNOS COM TDAH
É notório que os professores em sala de aula se sentem angustiados 
diante de um diagnóstico de TDAH, sobre tudo se estiverem distantes do 
conhecimento desse fenômeno. Através do conhecimento sobre o diagnóstico 
20
TDAH torna-se mais fácil o reconhecimento do problema e com isso poder 
trabalhar com esse aluno.
A desatenção dos alunos vem preocupando educadores e a 
sociedade em geral, que tendem a relacionar os problemas da 
falta de atenção com TDAH ou Transtorno do Déficit de 
Atenção e Hiperatividade, cujo pseudo-diagnóstico é cada vez 
mais frequente. (MICARONI ET AL. 2010, p. 756)
É necessário que o professor mantenha sua atenção difusa em sala de 
aula, pois é através das observações feitas na escola que surge o começo do 
resgate desse aluno, dando importância a rapidez desse Diagnóstico. E nesse 
caso, a intervenção psicopedagógica na escola se faz necessário.
Se houver conhecimento do professor sobre o diagnóstico do TDAH, ele 
reconhecerá que o problema terá um grande impacto no aluno, afetando não 
só o seu comportamento, mas também a sua capacidade de aprendizagem. 
Sendo assim, a escola e o professor desse aluno diagnosticado deverão 
assumir o papel de organizar formas e meios que favoreçam o máximo a 
aprendizagem desse aluno.
Nos parâmetros Curriculares Nacionais (PCN, p. 63), em seu capitulo 
sobre diversidade, aparece:
(...) a atuação do professor em sala de aula deve levar em 
conta fatores sociais, culturais e a história educativa de cada 
aluno, como também características pessoais de déficit 
sensorial, motor ou psíquicos ou de superdotação intelectual. 
Deve se dar especial atenção ao aluno que demonstrar a 
necessidade de resgatar a autoestima. Trata-se de garantir 
condições de aprendizagem a todos os alunos seja por meio de 
incrementos ou de medidas extras que atendam às 
necessidades individuais.
O professor deve considerar que não há uma complexidade em lidar 
com a criança com TDAH e não existe uma receita pronta para lidar com tal 
complexidade. É preciso um olhar diferenciado, uma ação intencional de modo 
que não seja esse aluno ignorado aos demais colegas. Deve estar atento a 
situações não seja constrangedora a própria criança, pois ela de algum modo 
pode se perceber diferente das outras.
O olhar de amor sobre esses alunos retrata o que já dizia o Paulo Freire 
(1986) nas questões sobre a escola como integradora. Segundo ele: 
21
A educação deve ser integradora, integrando estudantes e os 
professores numa criação e recriação do conhecimento 
comumente partilhado. O conhecimento, atualmente, é 
produzido longe das salas de aula, por pesquisadores, 
acadêmicos, escritores de livros didáticos e comissões oficiais 
de currículo, mas não é criado e recriado pelo estudante e 
pelos professores na sala de aula.
É de fundamental importância que exista uma parceria da escola com a 
família. Para que juntos possam encontrar a melhor maneira de integrar esse 
aluno ao mesmo ambiente que seus colegas. 
O professor que respeita a diversidade efetivará na pratica o Artigo 58 
da LDB 9394/96 quando diz “ todas as crianças, sempre que possível, devem 
aprender juntas, independentemente de suas dificuldades e diferenças” 
partindo da convicção de que “ todos os educados são capazes de aprender”. 
Portanto e necessário todo esforço para tender as necessidades desse aluno. 
3.2 ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS PARA INCLUIR O ALUNO COM 
TDAH
O conceito de educação inclusiva não deve ser confundido com a 
educação especial, apesar de serem complementares. Existe atualmente no 
Brasil a Política Nacional de Educação Especial, a partir da dimensão de 
Educação Inclusiva, que assegura o acesso ao ensino regular a alunos com 
deficiência diversificada, como deficiência mental, física, também para surdos e 
cegos. Alunos com transtornos globais do desenvolvimento e a alunos com 
altas habilidades ou superdotação, desde a educação infantil até à educação 
superior. (BRASIL, 2007)
De acordo com o Seminário Internacional do Consórcio da Deficiência e 
do Desenvolvimento sobre a educação inclusiva, um sistema educacional só 
pode ser considerado inclusivo quando abrange a definição ampla deste 
conceito, nos seguintes termos: (IDCC, 1998)
 Reconhece que todas as crianças podem aprender;
 Reconhece e respeita diferenças nas crianças: idade, sexo, etnia, 
língua, deficiência/inabilidade, classe social, estado de saúde (i.e. 
HIV, TB, hemofilia, Hidrocefalia ou qualquer outra condição);
22
 Permite que as estruturas, sistemas e metodologias de ensino 
atendam às necessidades de todas as crianças;
 Faz parte de uma estratégia mais abrangente de promover uma 
sociedade inclusiva;
 É um processo dinâmico que está em evolução constante;
 Não deve ser restrito ou limitado por salas de aula numerosas 
nem por falta de recursos materiais.
Desde 2003 o Ministério da Educação vem desenvolvendo Políticas 
Públicas referentes a inclusão e a Educação inclusiva. O Programa Educação 
Inclusiva: Direito à Diversidade tem por objetivo geral garantir o acesso de 
todas as crianças e adolescentes com necessidades educacionais especiais ao 
sistema educacional público, bem como disseminar a política de construção de 
sistemas educacionais inclusivos e apoiar o processo de implementação nos 
municípios brasileiros. (BRASIL, 2011)
Educar é uma tarefa que exige muita paciência, dedicação, afeto e 
treinamento. A educação de uma criança com TDA/H pode exigir uma 
tolerância redobrada e muita atenção, uma vez que é um processo onde é 
necessário, além de passar o conhecimento, estabelecer incansavelmente 
regras e limites. É importante que o educador conheça o universo do TDA/H e 
suas implicações. 
O professor deve reconhecer os seus próprios limites para lidar com o 
problema e não ter constrangimento em pedir ajuda quando necessária. Um 
trabalho eficaz de educação para crianças com TDA/H deve ser 
multidisciplinar, ou seja, é preciso que todos (pai, mãe, tios, irmãos, avós, 
empregada, etc.) sejam conhecedores da situação e estejam unidos nesta 
tarefa, embora nem sempre isso é possível. Na escola, toda a equipe de 
profissionais deve estar envolvida para dar o suporte necessário, 
estabelecendo um contato estreito e regular com a família.
É possívelo alcance de sucessos nas estratégias pedagógicas para se 
trabalhar os alunos diagnosticas com o TDAH, segue os exemplos abaixo 
disponível no site da Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA)1:
23
 Quando o professor der alguma instrução, pedir ao aluno para repetir as 
instruções ou compartilhar com um amigo antes de começar as tarefas.
 Quando o aluno desempenhar a tarefa solicitada ofereça sempre um 
feedback positivo (reforço) através de pequenos elogios e prêmios que 
podem ser: estrelinhas no caderno, palavras de apoio, um aceno de 
mão... os feedbacks e elogios devem acontecer SEMPRE E 
IMEDIATAMENTE após o aluno conseguir um bom desempenho 
compatível com o seu tempo e processo de aprendizagem.
 NÃO criticar e apontar em hipótese alguma os erros cometidos como 
falha no desempenho. Alunos com TDAH precisam de suporte, 
encorajamento, parceria e adaptações. Esses alunos DEVEM ser 
respeitados. Isto é um direito! A atitude positiva do professor é fator 
DECISIVO para a melhora do aprendizado.
 Na medida do possível, oferecer para o aluno e toda a turma tarefas 
diferenciadas. Os trabalhos em grupo e a possibilidade do aluno 
escolher as atividades nas quais quer participar são elementos que 
despertam o interesse e a motivação. É preciso ter em vista que cada 
aluno aprende no seu tempo e que as estratégias deverão respeitar a 
individualidade e especificidade de cada um.
 Optar por, sempre que possível, dar aulas com materiais audiovisuais, 
computadores, vídeos, DVD, e outros materiais diferenciados como 
revistas, jornais, livros, etc. A diversidade de materiais pedagógicos 
aumenta consideravelmente o interesse do aluno nas aulas e, portanto, 
melhora a atenção sustentada.
 Utilizar a técnica de “aprendizagem ativa” (high response strategies): 
trabalhos em duplas, respostas orais, possibilidade do aluno gravar as 
aulas e/ou trazer seus trabalhos gravados em CD ou computador para a 
escola.
 Adaptações ambientais na sala de aula: mudar as mesas e/ou cadeiras 
para evitar distrações. Não é indicado que alunos com TDAH sentem 
1 Cf. Associação Brasileira do Déficit de Atenção – ABDA. Disponível em: 
http://www.tdah.org.br/ 
24
junto a portas, janelas e nas últimas fileiras da sala de aula. É indicado 
que esses alunos sentem nas primeiras fileiras, de preferência ao lado 
do professor para que os elementos distratores do ambiente não 
prejudiquem a atenção sustentada.
 Usar sinais visuais e orais: o professor pode combinar previamente com 
o aluno pequenos sinais cujo significado só o aluno e o professor 
compreendem. Exemplo: o professor combina com o aluno que todas as 
vezes que percebê-lo desatento durante as atividades, colocará 
levemente a mão sobre seu ombro para que ele possa retomar o foco 
das atividades.
 Usar mecanismos e/ou ferramentas para compensar as dificuldades 
memoriais: tabelas com datas sobre prazo de entrega dos trabalhos 
solicitados, usar post-it para fazer lembretes e anotações para que o 
aluno não esqueça o conteúdo.
 Etiquetar, iluminar, sublinhar e colorir as partes mais importantes de uma 
tarefa, texto ou prova.
 
Tempo e processamento das informações:
 
 Usar organizadores gráficos para planejar e estruturar o trabalho escrito 
e facilitar a compreensão da tarefa. 
 Permitir como respostas de aprendizado apresentações orais, trabalhos 
manuais e outras tarefas que desenvolvam a criatividade do aluno.
 Encorajar o uso de computadores, gravadores, vídeos, assim como 
outras tecnologias que possam ajudar no aprendizado, no foco e 
motivação.
 Reduzir ao máximo o número de cópias escritas de textos. Permitir a 
digitação e impressão, caso seja mais produtivo para ao aluno.
 Respeitar um tempo mínimo de intervalo entre as tarefas. Exemplo: 
propor um trabalho em dupla antes de uma discussão sobre o tema com 
a turma inteira.
 Permitir ao aluno dar uma resposta oral ou gravar, caso ele tenha 
alguma dificuldade para escrever.
25
 Respeitar o tempo que cada aluno precisa para concluir uma atividade. 
Dar tempo extra nas tarefas e nas provas para que ele possa terminar 
no seu próprio tempo.
 
Organização e técnicas de estudo:
 
 Dar as instruções de maneira clara e oferecer ferramentas para 
organização do aluno desenvolver hábitos de estudo. Incentivar o uso de 
agendas, calendários, post-it, blocos de anotações, lembretes sonoros 
do celular e uso de outras ferramentas tecnológicas que o aluno 
considere adequado para a sua organização.
 Na medida do possível, supervisionar e ajudar o aluno a organizar os 
seus cadernos, mesa, armário ou arquivar papéis importantes.
 Orientar os pais e/ou o aluno para que os cadernos e os livros sejam 
“encapados” com papéis de cores diferentes. Exemplo: material de 
matemática – vermelho, material de português – azul, e assim 
sucessivamente. Este procedimento ajuda na organização e 
memorização dos materiais.
 Incentivar o uso de pastas plásticas para envio de papéis e apostilas 
para casa e retorno para a escola. Desta forma, todo o material 
impresso fica condensado no mesmo lugar minimizando a eventual 
perda do material.
 Utilizar diariamente a agenda como canal de comunicação entre o 
professor e os pais. É extremamente importante que os pais façam 
observações diárias sobre o que observam no comportamento e no 
desempenho do filho em casa, assim como o professor poderá fazer o 
mesmo em relação às questões relacionadas à escola.
 Estruturar e apoiar a gestão do tempo nas tarefas que exigem 
desempenho em longo prazo. Exemplo: ao propor a realização de um 
trabalho de pesquisa que deverá ser entregue no prazo de 30 dias, 
dividir o trabalho em partes, estabelecer quais serão as etapas e 
26
monitorar se cada uma delas está sendo cumprida. Alunos com TDAH 
apresentam dificuldades em desempenhar tarefas em longo prazo.
 Ensine e dê exemplos frequentemente. Use folhas para tarefas diárias 
ou agendas. Ajude os pais, oriente-os como proceder e facilitar os 
problemas com deveres de casa. Alunos com TDAH não podem levar 
“toneladas” de trabalhos para fazer em casa num prazo de 24 horas.
 
Técnicas de aprendizado e habilidades metacognitivas
 
 Explicar de maneira clara e devagar quais são as técnicas de 
aprendizado que estão sendo utilizadas. Exemplo: explicar e demonstrar 
na prática como usar as fontes, materiais de referência, anotações, 
notícias de jornal, trechos de livro, etc.
 Definir metas claras e possíveis para que o aluno faça sua auto 
avaliação nas tarefas e nos projetos. Este procedimento permite que o 
aluno faça uma reflexão sobre o seu aprendizado e desenvolva 
estratégias para lidar com o seu próprio modo de aprender.
 Usar organizador gráfico para ajudar no planejamento, organização e 
compreensão da leitura ou escrita.
Inibição e autocontrole
 
 Buscar sempre ter uma postura pró-ativa. Antecipar as possíveis 
dificuldades de aprendizado que possam surgir e estruturar as soluções. 
Identificar no ambiente de sala de aula quais são os piores elementos 
distratores (situações que provocam maior desatenção) na tentativa de 
manter o aluno o mais distante possível deles e, consequentemente, 
focado o maior tempo possível na tarefa em sala de aula.
 Utilizar técnicas auditivas e visuais para sinalizar transições ou 
mudanças de atividades. Exemplo: falar em voz alta e fazer sinais com 
as mãos para lembrar a mudança de uma atividade para outra, ou do 
término da mesma.
27
 Dar frequentemente feedback (reforço) positivo. Assinale os pontos 
positivos e negativos de forma clara, construtiva, respeitosa. Este 
monitoramento é importante para o aluno com TDAH, pois permite que 
ele desenvolva uma percepção do seu próprio desempenho, potencial e 
capacidade e possa avançar motivado em busca da sua própria 
superação.
 Permitirque o aluno se levante em alguns momentos, previamente 
combinados entre ele e o professor. Alunos com hiperatividade 
necessitam de alguma atividade motora em determinados intervalos de 
tempo. Exemplo: pedir que vá ao quadro (lousa) apagar o que está 
escrito, solicitar que vá até a coordenação buscar algum material, etc., 
ou mesmo permitir que vá rapidamente ao banheiro ou ao corredor 
beber água. Este procedimento é extremamente útil para diminuir a 
atividade motora e, muitas vezes, é ABSOLUTAMENTE NECESSÁRIO 
para crianças muito agitadas.
4 TDAH E INDISCIPLINA ESCOLAR
Os autores pesquisados, em sua maioria, concordam que o TDAH, por 
ser uma síndrome, ou seja, por ser constituído por diversos sinais e sintomas, é 
sempre desafiador se emitir um diagnóstico preciso, e que também seja 
precoce. Considerando que esta síndrome é de origem comportamental, 
causando variações e consequentes problemas em todos os níveis, não é difícil 
deduzir que em sala de aula, o aluno com TDAH terá um comportamento 
característico e distinto.
A APA (American Psychiatric Association) define o TDAH 
como: “um transtorno do desenvolvimento do autocontrole, da 
capacidade de persistência da atenção em tarefas de baixa 
motivação, do controle de impulsos e inibição do 
comportamento e do nível de atividade”. Assim, este transtorno 
é caracterizado por um nível inadequado de atenção em 
relação ao esperado para a idade. Trata-se, portanto, de um 
distúrbio do desenvolvimento, gerando déficits motores, 
perceptivos, cognitivos e comportamentais. (SENA E SOUZA, 
2008, p. 247)
28
Assim torna-se simples até, constatar que o aluno diagnosticado com 
TDAH possui um comportamento diferente dos outros, por toda a 
sintomatologia da síndrome. Uma dessas diferenças de comportamento é a 
indisciplina. Sendo incapaz de manter atenção, seja em exercícios ou em 
explanações verbais, seu foco e atenção se dispersam, o que pode, de certa 
forma, afetar também outros alunos.
Esta realidade é constatada todos os dias por professores de todo o 
país. Muitos dos quais ainda não possuem treinamento e conhecimento 
necessários para formar um quadro de análise da situação, muito menos uma 
estratégia de ação. Muitos professores deparam-se com alunos agressivos ou 
indiferentes, e em sua pouca formação específica para esse contexto, não 
conseguem identificar na indisciplina, sinais do TDAH:
No cotidiano da sala de aula nos deparamos com alunos 
agitados, que arrancam os brinquedos de seus colegas, andam 
de um lado para o outro e não conseguem ficar muito tempo 
sentado, no mesmo lugar. Nunca terminam as tarefas 
solicitadas. Em algumas vezes chegam a ser agressivos. Esse 
comportamento, geralmente confundido com indisciplina, é 
característico de um distúrbio de atenção que, de acordo com 
Gentile (2000), atinge 5% das crianças e adolescentes de todo 
o mundo: a hiperatividade. Conhecer os sintomas e aprender a 
lidar com esse problema é uma obrigação de qualquer 
professor que não queira causar danos a seus alunos. Afinal, a 
demora em diagnosticar o caso pode trazer sérias 
consequências para o desenvolvimento da criança. (LEITE E 
FERREIRA, 2005, p. 4)
Segundo Savarego (2013) a relação entre indisciplina e TDAH é objeto 
de discussões e polêmicas no âmbito acadêmico e institucional. Muitos alunos 
são constantemente rotulados por professores, pais e colegas como mal-
educadas, indisciplinadas, rebeldes, preguiçosas, desorganizadas, 
desinteressadas entre outras depreciações que influenciam negativamente o 
desenvolvimento escolar. Todas essas críticas, quando não resolvidas, 
assumem grandes proporções no decorrer da vida, e pode marcar 
definitivamente uma pessoa.
Geralmente, alunos indisciplinados apresentam uma maior 
impulsividade, desorganização, impaciência, atenção dispersa, dificuldade de 
29
relacionamento, de comportamento e, por consequência, de aprendizagem. 
Estes comportamentos, dependendo da intensidade e frequência, são 
característicos do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, que por 
sua vez, também são característicos da indisciplina infantil. (SAVAREGO, 
2013)
Portanto, é muito provável que pela falta de conhecimento muitos 
professores atrapalhem demasiadamente seus alunos, em vez de ajuda-los. 
Colocando uma criança com TDAH contra a parede, oprimindo-a, castigando-a, 
nada se consegue de positivo, ao contrário, constrói-se um cenário totalmente 
avesso ao aprendizado:
Considerando o sutil limiar entre um e outro, acredita-se ter 
relevante importância a distinção correta entre o TDAH e a 
indisciplina, por meio de maiores estudos, observações e 
diagnósticos corretos, objetivando amenizar ou minimizar os 
prejuízos causados por tais equívocos que comprometem 
severamente o desenvolvimento cognitivo, social e escolar de 
muitas crianças. (SAVAREGO, 2013, p. 1)
A realidade cotidiana da sala de aula, com inúmeras obrigações, 
preocupações e distrações, afasta o educador de uma visão ampla e profunda 
de seus alunos. Em verdade o dia-a-dia torna praticamente inviável essa 
possibilidade. Professores tem na esmagadora maioria dos casos, jornadas 
duplas e até triplas, o que dificulta esse reconhecimento, necessário ao 
diagnóstico do TDAH e para a análise da causa da indisciplina.
Segundo Gentile (2000) muitas dificuldades são encontradas pelos 
professores em seu cotidiano escolar como restrição de material didático, falta 
de trabalho em equipe, dificuldade de relacionamento interpessoal entre a 
equipe pedagógica, indisciplina na sala de aula, falta de autonomia da escola e 
seus professores que muitas vezes não podem escolher os conteúdos e a 
forma de ensiná-los, desmotivação geral dos professores devido a baixos 
salários e rotatividade de turmas e diretores e excesso de carga horária.
São muitas as dificuldades encontradas no cotidiano escolar, mas 
atualmente a indisciplina incomoda muito os professores, há professores que 
tem medo de entrar na sala de aula, pois não conseguem dar aula, e às vezes 
são até ameaçados e agredidos. 
30
É claro que existe sim o fator social e não patológico da indisciplina, mas 
sendo um cenário bastante complexo, não será abordado neste trabalho.
Crianças excessivamente inquietas, agitadas, com tendência à 
agressividade, que se destacam do grupo pela dificuldade de 
aceitar e cumprir as normas, ás vezes, não conseguindo 
produzir o esperado para sua idade, representam um desafio 
constante para suas famílias e a escola. Certa dose de 
teimosia é normal em toda criança e faz parte do processo 
evolutivo infantil. Porém, quando teimar, enfrentar e desafiar 
tornam-se hábito persistente e exacerbado no cotidiano da 
criança, acompanhado de atitudes agressivas, isso sugere um 
distúrbio-sinal de alguma coisa não está funcionando bem na 
sua relação com os pais, com ela mesma e com o mundo, e as 
causas devem ser buscadas. (LEITE E FERREIRA, 2005, p. 6)
Para muitos estudiosos a indisciplina é o principal adversário do 
educador, e a solução para este problema não é encontrada em nenhuma 
corrente teórica. A saída pode ser encontrada na própria relação professor-
aluno, principalmente na maneira como o professor se comporta perante os 
alunos, ambos são parceiros e não inimigos. (LEITE E FERREIRA, 2005)
Atualmente no Brasil, devido a tantas transformações sociais e 
contingencias políticas, a Educação encontra-se em uma bifurcação vital: ou 
caminha na direção de uma reinvenção, ou definhará, esquecida e 
enfraquecida. Tais mudanças relacionam-se diretamente com um fenômeno, a 
inclusão.
A realidade social brasileira mostra que a escola tem uma função 
muito mais relevante do que jamais teve, crianças passam a maior parte do seu 
tempo na escola e em muitos casos convivem mais com professores do que 
com os pais. Nesse cenário descrito é bastante comum que inúmeros 
problemas apareçam,e as dificuldades de aprendizagem são os primeiros 
problemas percebidos.
Por razões óbvias, quaisquer dificuldades de aprendizado são 
rapidamente percebidas em sala de aula. E nenhuma outra tem sido mais 
discutida e analisada que o TDAH, o “Transtorno de Déficit de Atenção e 
Hiperatividade”. Por muitos estudiosos é considerada uma síndrome 
neurocomportamental, caracterizada por desatenção, hiperatividade e 
impulsividade. 
31
A evolução de um quadro de TDAH para a indisciplina patológica é 
algo bastante simples para muitos estudiosos, sendo uma constatação dos 
mesmos que crianças diagnosticadas com TDAH possuem maior possibilidade 
de serem indisciplinadas.
Cabe a Psicopedagogia estudar, prevenir e, quando possível, corrigir 
as dificuldades apresentadas pelo aluno no processo de aprendizagem, ainda 
que apresente dificuldades nesse processo. Posto isto, a Psicopedagogia 
estuda o fenômeno de adaptação que implica o desenvolvimento evolutivo da 
mente, com o processo de ensino-aprendizagem. (BOSSA, 2000)
Tanto a atuação da Psicopedagogia quanto da Educação se dirigem 
para a criação de caminhos entre situações opostas, que liguem o saber e o 
não saber. Estas ações devem acontecer no âmbito do indivíduo, do grupo, da 
instituição e da comunidade, objetivando à aprendizagem.
O ambiente escolar se alterou muito nas últimas décadas, surgiram 
novas tecnologias e metodologias que já fazem parte indissociável do seu dia-
a-dia. Como consequência tanto professores quanto os planos de curso 
tornam-se defasados, necessitando de atualização.
Paradigmas ultrapassados ou esgotados perdem espaço para 
paradigmas emergentes ou inovadores, o que não diminuiu consideravelmente 
o compartimento e isolamento da escola em relação à realidade de cada 
educando. Muitas vezes desmotivado e amedrontado pela reprovação, num 
local em que as necessidades individuais de aprendizagem não são atendidas.
Considerando a escola responsável por grande parte da 
formação do ser humano, o trabalho do Psicopedagogo na 
instituição escolar tem um caráter preventivo no sentido de 
procurar criar competências e habilidades para solução dos 
problemas. Com esta finalidade e em decorrência do grande 
número de crianças com dificuldades de aprendizagem e de 
outros desafios que englobam a família e a escola, a 
intervenção psicopedagógica ganha, atualmente, espaço nas 
instituições de ensino. (NASCIMENTO, 2012, p. 13)
Segundo Césaris (2001) é justamente neste contexto atual de 
transformações que o psicopedagogo surge em evidência. Ainda segundo o 
autor este profissional, munido de uma observação atenta e uma escuta 
32
detalhada, desprovida de preconceitos e imparcial, pode detectar a real 
problemática da instituição escolar. 
Diante desse cenário, onde surgem novos paradigmas institucionais 
e sociais, se faz cada vez mais necessária a presença e atuação do 
psicopedagogo dentro do âmbito escolar, uma vez que seu papel é o de 
analisar e assinalar os fatores que favorecem, intervém ou prejudicam uma boa 
aprendizagem em uma instituição. 
Faz parte das prédicas desse profissional perceber eventuais 
obstáculos no processo de aprendizagem, participar da dinâmica da 
comunidade educativa, favorecendo a integração, promovendo orientações 
metodológicas de acordo com as características e particularidades dos 
indivíduos do grupo, realizando processos de orientação.
É prerrogativa do psicopedagogo participar de equipes responsáveis 
pela elaboração de planos e projetos no contexto teórico/prático das políticas 
educacionais, fazendo com que os professores, diretores e coordenadores 
possam repensar o papel da escola frente a sua docência e às necessidades 
individuais de aprendizagem da criança. (SCALZER E SILVA, 2012 apud 
BOSSA, 1994)
5. CONCLUSÃO
A partir desta pesquisa foi possível analisar como a Psicopedagogia 
desenvolve soluções práticas para o TDAH, as intervenções psicopedagógicas, 
e como o conhecimento teórico sobre os conceitos relacionados ao fenômeno 
da aprendizagem e sua dinâmica pode auxiliar na capacidade de identificar os 
sintomas previamente.
Um dos objetivos desta pesquisa era o de analisar como se dá o 
processo de inclusão do aluno com Transtorno de Déficit de Atenção e 
Hiperatividade em ambiente escolar, para isso foram realizadas análises 
complementares com a finalidade de aprofundamento. Foi possível constatar 
que a Psicopedagogia possui diversas ferramentas para tratar o aluno que 
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apresenta o TDAH, e que a partir das intervenções é possível alcançar um 
resultado bastante satisfatório.
O TDAH é um dos distúrbios neuropsiquiátricos mais comuns na infância 
e na adolescência e engloba sintomas que são comuns em portadores e não 
portadores, como dificuldade de concentração, falha na finalização de tarefas 
ou inconsistência na realização de um objetivo definido, o que torna seu 
diagnóstico preciso um desafio profissional.
Apesar das dificuldades encontradas foi possível concluir que o TDAH 
está presente na realidade escolar brasileira e que a Pedagogia e a 
Psicopedagogia tem por objeto de estudo justamente analisar o transtorno em 
suas características fundamentais e assim desenvolver soluções e promover a 
melhoria da qualidade de vida do portador.
Conclui-se, portanto, que também a relação entre TDAH e indisciplina 
escolar foi corroborada por todos os autores pesquisados, sendo uma 
afirmação notória de que a indisciplina pode ser causada ou intensificada pelos 
sintomas do TDAH.
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