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Resumo do texto A cidade atração

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A obra “A cidade-atração”, de autoria de Márcia Sant’Anna, discorre acerca do patrimônio cultural brasileiro nos anos 90.
No inicio da obra, a autora explica com se deu o avanço do patrimônio cultural nas terras tupiniquins. Através da “norma da preservação”, Sant’Anna expõe o processo que traz noção de patrimônio à nação.
Nos anos 70, a organização normativa do patrimônio cultural era feita exclusivamente pela esfera federal, através do IPHAN. No entanto, mais tarde, a partir dos anos 90, houve a descentralização desse serviço para as esferas estaduais e municipais com o advento de intervenções e programas que valorizavam sítios específicos de grande potencial histórico e turístico.
Tais intervenções levaram à ascensão cidades, de amplo patrimônio cultural, como Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro. Essas cidades tiveram grande desenvolvimento econômico devido ao trabalho preservacionista.
Em seguida, a autora desenvolve sobre o estado em que cada uma das três cidades se encontrava e também sobre as dificuldades enfrentadas em cada uma delas pelos preservacionistas. A polarização, ou seja, a concentração comercial e industrial em certas cidades ou bairros acabou por dificultar a preservação do patrimônio.
Dentre as dificuldades expostas, a autora destaca a fragmentação, o deslocamento de funções, esvaziamento demográfico, popularização e perda de qualidade urbana. Cada uma das cidades apresentava dificuldades distintas.
Em Salvador as áreas de patrimônio cultural eram cercadas pela área de maior crescente comercial, a saber, ao redor do Shopping Iguatemi. No Rio de Janeiro, a situação era exatamente o inverso, o centro comercial era cercado pelas áreas a serem preservadas. Já em São Paulo, o estado era parecido com o Rio de Janeiro, mas marcado por maior avanço tecnológico e comércio mais intenso.
Dessa forma, as intervenções dos anos 90 foram realizadas de forma diferente em cada uma dessas cidades. Nas palavras da autora: “Em Salvador se perseguiu essa meta por meio da dinamização do turismo e do comércio no centro histórico...”, “No Rio de Janeiro, o reforço e o desenvolvimento de atividades culturais e de lazer e o melhoramento da qualidade urbana do centro comandaram as intervenções. No centro de São Paulo, o incentivo ao investimento privado e à produção imobiliária, conjugado a medidas de requalificação de espaços públicos, preservação de grandes monumentos e implementação de equipamentos culturais, deram o tom das iniciativas.”.
O texto prossegue relatando que a qualidade técnica empregada nas cidades para valorização do patrimônio cultural foi muito maior no Rio de Janeiro do que nas outras cidades, sendo a pior delas Salvador, devido ao momento politico vivido pelos baianos.
As modificações inseridas nos imóveis e monumentos aos poucos foi sendo atualizada e melhorada de acordo uma estética patrimonial de viés modernista da década de 80 e, ainda, a concepção de patrimônio urbano de caráter facadista dos anos 90 concentrado em poucos elementos arquitetônicos, incentivando ainda mais o entretenimento dos visitantes, promovendo assim o lazer cultural e um turismo de espetáculos.
Observa-se que durante esse processo muito se perdeu pela falta de conhecimento dos operadores, principalmente em Salvador, onde somente as partes exteriores e visíveis dos edifícios sofreram maior preservação. Esse procedimento valoriza apenas a parte cenográfica das construções ignorando totalmente a função memorial, informática e documental dos bens culturais, promovendo um patrimônio vazio de significados, critica a autora.
Conclui a Márcia Sant’Anna, que apesar dos lucros adquiridos através do patrimônio cultural o desinteresse pele mesmo permanece. Sendo assim, a valorização patrimonial não atingiu sua plenitude, ao contrário, as restaurações ocorridas não mantiveram a estrutura das obras, antes as modificaram param melhorar suas aparências e garantir a continuidade de uma “cidade-atração”.

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