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O Cisma do Oriente dividiu a Igreja Católica em Igreja Católica Apostólica Romana e Igreja Católica Ortodoxa Grega

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O Cisma do Oriente dividiu a Igreja Católica em Igreja Católica Apostólica Romana e Igreja Católica Ortodoxa Grega.
Depois que o Império Romano assumiu o Cristianismo como religião oficial, formaram-se duas linhas de catolicismo com práticas culturais e políticas específicas. Uma delas representando os hábitos do Ocidente e a outra representando os hábitos do Oriente. Essas diferenças foram cultivadas ao longo de séculos, mas agravou-se, sobretudo, com a divisão do Império Romano em Ocidental e Oriental, no século IV.
O Império Romano do Ocidente assumiu uma cultura que incorporou características dos chamados povos bárbaros. Enquanto isso, o Império Romano do Oriente manteve as tradições do mundo clássico, o rito grego. Mas, além disso, o posicionamento político-religioso foi bastante diferenciado no Ocidente e no Oriente. A questão da capital oficial do Império Romano sempre causou incômodos e disputas entre Roma e Constantinopla. E a questão da submissão do papa a um poder secular também foi um agravante nos desentendimentos. Uma primeira ruptura ocorreu entre os anos de 856 e 867 quando Fócio condenou a cristandade ocidental e a acusou de heresia.
O Cisma do Oriente, também chamado de Grande Cisma do Oriente, aconteceu alguns séculos depois. A situação se tornou extremamente instável na relação entre Ocidente e Oriente quando Miguel Cerulário se tornou patriarca de Constantinopla, no ano de 1043, e passou a desenvolver uma campanha contra as igrejas latinas. Roma tentou resolver o problema enviando o cardeal Humberto, em 1054, para negociar soluções. Mas nada correu como o planejado e a presença do cardeal em Constantinopla acabou agravando a situação, pois ele resolveu excomungar Miguel Cerulário. A amplitude desse ato foi entendida como a excomunhão de toda a Igreja Católica Bizantina. Por sua vez, o patriarca de Constantinopla excomungou Leão IX e toda a Igreja do Ocidente, causando, assim, um afastamento oficial entre as duas.
Iniciou-se uma série de denúncias formais feitas de uma contra a outra e a situação se tornou cada vez mais deteriorada. O saque de Constantinopla ocorrido durante a Quarta Cruzada foi uma consequência direta da relação tensa entre Ocidente e Oriente. A ruptura e a desconfiança mantiveram-se presentes.
Embora a tensão fosse latente, houve algumas ocasiões nas quais se tentou a reunificação do Império Romano e da Igreja Católica. Uma delas aconteceu em Lyon, no ano 1274, e outra em Florença, no ano 1439. Porém ambas foram irrelevantes, não se conseguiu avançar nas negociações e resultado nenhum foi alcançado. Alguns anos depois da reunião em Florença, em 1453, Constantinopla foi tomada pelos otomanos, que dominaram o Império Bizantino por séculos.
A divisão que se manteve no mundo Antigo e Medieval só foi solucionada no século XX. Em 1965, o papa Paulo VI e o patriarca Atenágoras I resolveram aproximar as duas Igrejas e retiraram as duas excomunhões no ano seguinte, mas a questão do Cisma ainda não foi sanada.

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