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O tempo presente e os sentidos dos museus de história

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A obra “O tempo presente e os sentidos dos museus de história”, de autoria de Cecília Helena de Salles Oliveira, versa sobre os museus de historia e a construção de narrativas nacionais.
Logo no introito do texto, a autora traça um resumido paralelo entre os gabinetes de curiosidade e os museus históricos. Defendeu que o ideal dos museus era bem diferente do que hoje se vê, eram instrumentos que promovia reflexão cientifica por procedimentos disciplinares, no entanto, o que se demonstra nos antiquários é completo amadorismo.
A partir daí, destaca a grande influencia política e o confronto ideológico sendo aplicados a alguns museus. Na atualidade os museus são núcleos de aprendizado e de preservação de patrimônios históricos, o que amplia sua importância social.
Todavia, dentro desse embate ideológico e histórico surgiram diferenças nos relatos históricos demonstrados em alguns museus, o que não é bom para a categoria. Segundo a autora, essas controvérsias são fruto de sínteses que visam atender ao consumo cultural com reconstituições pautadas primordialmente nos trabalhos de memória.
Expõe a autora, a enorme responsabilidade dos museólogos em determinar critérios e seleção de objetos, imagens e escritos, preservando-os do circuito voraz do consumo e da destruição. Sendo, portanto, responsáveis sobre o que fica e o que vai, influenciando diretamente no que as gerações futuras terão acesso. Citou o importante papel do Museu Paulista e sua contribuição para a noção de documento com registro material com exemplo de como os museus tem influenciado, inclusive nos critérios usados pelos historiadores em suas pesquisas, exaltando alguns e criticando outros.
Declara a autora que os museus tem importância muito grande para a história, pois representa a visibilidade da narrativa histórica, trazendo à luz aquilo que tinha permanecido invisível. Os museus tem grande importância não só para a história, mas também para a arte, porque coleta objetos e imagens que contam a diversidade da arte ao longo do tempo.
Utilizando-se de argumentos de outros historiadores de renome internacional, a autora, destaca a importância do ver quando o assunto é história, sendo a história caracterizada essencialmente pela escrita, mas quando vista multiplica-se o entendimento e o sentimento do estudante.
O advento da criação do ICOM (conselho que determinava as regras dos museus) foi de grande importância para entender as competências de um museu e suas áreas de intervenção.
O diretor do Museu Paulista, vinte anos mais tarde, ao assumir seu cargo se empenhou para que o museu não fosse incorporado ao patrimônio da USP, temeroso de que o Governo Paulista não tivesse condições econômicas de manter e melhorar o antiquário denotando seu importante papel para a sociedade brasileira.
Todavia, seus esforços foram em vão, pois o museu restou por incorporado à USP, no entanto, não sucumbiu, manteve o numero de visitantes por mais de 40 anos, mais de 1 milhão de pessoas. Ocorre que, houve sim constância nas visitações, contudo, não houve crescimento no interesse pelo museu ao longo dos anos, revés advindo da mencionada incorporação, segunda a autora.
A seguir, a autora, traz o pensamento de Hartog sobre o museu, citando-o como “Lugar de memória”, essa expressou restou banalizada ao longo do tempo, e com o espantoso crescimento da mídia. Todavia, discorda de tal expressão por entender que o museu é algo deveras superior a um lugar de memória.
Conclui sua obra falando sobre o grande impasse e dificuldade que há entre o Museu Paulista como lugar de memória e lugar para discussão dos fundamentos das narrativas sobre a história, devido ao fato de pertencer ao bojo de uma das universidades mais conceituadas do país. Encerra o texto indagando sobre a competição que há entre os historiadores antigos e modernos na produção da escrita da história.

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