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ELETROFISIOLOGIA CARDÍACA

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ELETROFISIOLOGIA CARDÍACA – AULA 04
PROFESSOR: MATHEUS MONTEIRO
Existem no nosso coração células que são excitáveis, ou seja, células que tem como função principal gerar excitabilidade (potencial de ação).
Átrio direito: há uma região chamada nodo sinusal ou nodo sinoatrial. É a região do nosso coração responsável por gerar potencial de ação, chamada também de região marca-passo do coração. Nessa região (do nodo sinusal) existem células auto excitáveis, que não necessitam de nenhum estímulo de outras células para sofrerem PA, elas se excitam por elas mesmas. Quando essas células geram PA, transmitem para outros conjuntos de células, chamadas células da Via Internodal. As informações passam do nodo sinusal para outra região chamada nodo atrioventricular. Esse PA vai ser transmitido aos ventrículos (pela via intermodal) para o feixe atrioventricular e, esse feixe, transmite esse potencial de ação para um conjunto de fibras dividas em dois ramos, são as fibras de Purkinje. Essas fibras transmitem o potencial de ação para os ventrículos direito (ramo direito) e esquerdo (ramo esquerdo).
O nodo sinusal é auto-excitatório e todas as outras vias são vias de condução para o potencial de ação.
♦ No nodo atrioventricular ocorre um atraso da transmissão do PA. É importante esse “atraso” na contração dos ventrículos porque se eles se contraíssem no mesmo momento que os átrios, eles se contrairiam vazios, não daria tempo dos átrios se contraírem, passar o sangue pelos ventrículos e eles se contraírem logo após.
♦ As fibras do nodo sinusal fazem parte do sistema excitatório condutor e as fibras do músculo ventricular só possuem função de contração e são formadas por miócitos e os PAs desses dois tipos de fibras são diferentes.
ATIVIDADE ELÉTRICA NO CORAÇÃO
Existem 5 fases nas fibras de resposta rápida no que diz respeito à alterações no potencial de membrana.
0- despolarização = após um potencial de ação, a membrana se despolariza; 1- repolarização precoce = a membrana tende a se repolarizar; 3- platô = região na qual os estímulos se mantém constante; 4- repolarização: repolarização completa, 5- repouso = volta ao potencial de repouso. 
Nas fibras de resposta lenta o potencial de repouso já não é mais de -90 mV, e a fase 1 (repolarização precoce) não está presente.
Existe uma relação direta entre POTENCIAL DE AÇÃO e FORÇA DE CONTRAÇÃO, já que quando é gerado o potencial de ação, as fibras se contraem. O potencial de ação é uma alteração na membrana da célula que faz com que ela seja excitada. É membrana das células é, normalmente, mais negativa que o meio externo. Quando um estimulo chega nessa célula e a torna menos negativa que o normal, (menos negativa que -90 mV no caso de células cardíacas), atingindo um valor limiar de excitabilidade, que é quando o potencial da membrana se altera de forma a abrir os canais de Na+ sensíveis à voltagem (voltagem-dependentes). Nas células cardíacas, a abertura dos canais de Na+ voltagem-dependentes (para a entrada de cargas positivas) “estimula” a abertura de canais de Ca++ (voltagem-dependentes), ou seja, aumenta ainda mais a entrada de cargas positivas na célula. O Ca++ inicia o processo de contração muscular. Por isso, existe uma relação direta entre a geração do PA e a força de contração.
Equação de Goldman-Hodgkin-Katz: 
 Vm = potencial transmembrana
 Vm = ENagNa + EKgK + ECagCa g = condutância ao X
 gNa + gK + gCa Ex = potencial de equilíbrio de X
Essa equação nos mostra que o Potencial de Membrana é afetado pela condutância e pelo potencial de equilíbrio dos íons importantes.
A condutância de um canal ao íon é a capacidade que esse canal tem de fazer com que o íon seja transportado para dentro ou para fora da célula. O potencial de equilíbrio para um íon é a força que faz com que o íon seja transportado para dentro ou fora da célula até que haja um equilíbrio químico. 
CONCENTRAÇÕES DOS ÍONS E POTENCIAIS DE EQUILÍBRIO DO MÚSCULO CARDÍACO
	Íon
	Concentrações extracelulares (mM)
	Concentrações intracelulares (mM)
	Potencial de Equilíbrio mV
	Na+
	145
	10
	70
	K+
	4
	135
	-94
	Ca++
	2
	10-4
	132
Ex: Como o Na+ está mais concentrado no meio extracelular, ele tende a entrar na célula para alcançar o equilíbrio químico. Existe uma tendência maior de acontecer essa entrada de íons Na+ na célula e essa diferença de concentração chegue ao equilíbrio (potencial de equilíbrio) que é quando o potencial de membrana chegar a 70 mV.
Fases do potencial da membrana cardíaca
♦ Fase 4 (potencial de repouso): situação de equilíbrio na qual a condutância do K+ é muito maior que a condutância do Na++. No potencial de repouso, o K está saindo da célula (canal de K retificador de influxo). Consequentemente, o potencial de repouso é negativo. Portanto, o potencial de repouso é bem próximo ao potencial de equilíbrio eletrostático com potássio.
 Potencial de ação cardíaco
Fibras de resposta rápida (átrios, ventrículos e fibras de purkinje)
Fase 0 (despolarização): um estímulo chega à essa célula e faz com que sua voltagem (potencial de membrana) chegue até o limiar (-65 mV) p/ abrir os canais de Na+ dependentes de voltagem, tornando a célula menos negativa. A condutância do Na+ é maior que a condutância do K+. o potencial de membrana da célula fica positivo.
Fase 1 (repolarização precoce): é uma repolarização rápida e transitória que ocorre na célula, devido à abertura de canais de K do subtipo transientes de efluxos. O potencial da membrana diminui porque o K tende a sair da célula novamente.
Fase 2 (platô): é gerada devido à abertura de canais de Ca++ do tipo L (lento). Nessa fase, as correntes despolarizantes e repolarizantes se igualam. O potencial de membrana não se altera.
Fase 3 (repolarização): causada pela ativação de canais de K+ dependentes de voltagem (retificadores de retardo). O efluxo(saída) de potássio começa a exceder o influxo de cálcio.
# Medicamentos digitálicos = bloqueiam a bomba de Na+ e K+; torna o PM menos negativo e torna mais fácil alcançar o potencial de ação de células cardíacas.
Fibras de resposta lenta (nodos sinoatrial e atrioventricular)
Não há participação de canais de Na+ na geração de potencial de ação.
Fase 0 (despolarização): causada pela abertura dos canais de Ca++ do tipo L(lento).
O potencial de repouso é diferente nessas fibras porque há a ausência do subtipo de canal que causa repolarização das fibras de resposta rápida (canal de potássio). Por não possuírem esse tipo de canal, essas fibras se tornam menos negativas, e por isso são fibras autoexcitáveis pois é mais fácil gerar um potencial de ação nessas células que nas fibras de resposta rápida. Quem causa a despolarização não são os canais rápidos de Na+. Quem gera a despolarização são os canais do tipo Cálcio-Sódio.
Período refratário efetivo: intervalo mínimo necessário para que dois PA prolongados, sucessivos, possam ser estimulados com estímulo e intensidade limiar.
Período refratário relativo: período em que um estímulo com intensidade supralimiar é capaz de estimular um segundo PA (transição de canais de Ca++ do estado inativado para o estado aberto).
Período refratário absoluto: período no qual um segundo PA só pode ser elicitado depois que tenha ocorrido ao menos 50% da repolarização.
CONTROLE DA EXCITAÇÃO E CONDUÇÃO DO CORAÇÃO
► Efeitos parassimpáticos → o neurotransmissor liberado pela fibra pós-ganglionar pelo SNP é a acetilcolina (Ach), essa acetilcolina age em um receptor muscarínico (M2), metabotrópico, ligado à uma proteína G, localizado nas células musculares cardíacas. O segundo mensageiro é o AMPc, resultando na ativação de canais de K+, fechando os canais de Ca+: hiperpolarização. 
► Efeitos simpáticos → o neurotransmissor liberado pela fibra pós-ganglionar é a noradrenalina, queatua em um receptor adrenérgico do tipo beta 1, localizado no coração, que ativa a adenilato ciclase, isso gera o aumento da entrade de Na+ e Ca+: aumento da contração, aumento da frequência cardíaca e aumento da condução atrioventricular. 
Enzimas quinases fazem fosforilação, ou seja, transportam íons fosfato. Despolariza as células e facilita o aumento da FC e força de contração.
Eletrocardiograma (ECG) = é um registro de potenciais elétricos gerado pela corrente que se dissemina por toda a superfície do corpo a partir do coração pelo impulso cardíaco. Essa corrente é gerada, potencial de ação, pelo nosso coração (pelas células sinoatriais). Sua principal função é orientar o clinicoa orientação anatômica do coração, mal formação, tamanho isquêmico (isquemia= morte celular causada pela ausência de O2), efeitos de concentrações eletrolíticas.
 
Thayllinda, fisio 96.

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