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Direito e Legitimidade Direito UNILAVRAS 1 Práticas jurídicas e neutralidade dos juristas :Política e neutralidade dos juristas Os juristas evitam falar de poder, pois é como invocar um poder que foge da competência jurídica. Porque trata-se de um assunto que as estruturas jurídicas não tem como controlar. 2 NORMA JÚRIDICA Enquanto falamos de norma jurídica, falamos do que é claro e que necessitam de uma análise mais atenta, pois não são de fácil entendimento. POLÍTICA: Já quando falamos de política, falamos de diferenças que são facilmente compreendidas como a intolerância e a rebeldia constitucional. Política é também um modo de influenciar o governo. 3 Estado de Direito e Estado Democrático de Direito 4 ESTADO DE DIREITO Esse estado é o que se deve ou não fazer por meios de normas jurídicas. Um estado onde impera o princípio da legalidade é um estado de direito. ESTADO DEMOCRATICO DE DIREITO Pressupõe que essa legalidade tratada no estado de direito esteja mesclada a instrumentos democráticos de exercício do poder. É quando a sociedade tem mais liberdade para manifestar suas vontades. 5 Direito e política não se relacionam pelo fato da competência do jurista ser uma e a do político ser outra. 6 Neutralidade do jurista O termo neutralidade nos trai, porque atrás de todo o ordenamento jurídico, atrás da formação do esqueleto do estado, nos bastidores de todo o processo de luta pelo poder de dizer o que é justo ou injusto encontram –se fatores políticos. 7 Não podemos falar de neutralidade no âmbito jurídico uma vez que o direito serve para solucionar situações de conflito. E avaliando mais a fundo podemos constatar que onde há Estado existe poder formalizado e onde esse reside está a política e também as frias estruturas jurídicas a qual a política se submete. 8 “A política não é um mal para as estruturas jurídicas do Direito, o mal decorre do uso que dela se faz para a manipulação dos interesses sócio- ideológico- econômicos... “ 9 Legitimidade e Desobediência Civil 10 Legitimidade Legitimidade deriva de legítimo, que, por sua vez, se origina do latim legitumu, que significa em conformidade com a lei, além de, como visto, ser qualidade da norma que deve estar de acordo com a vontade social e com a ética. 11 A palavras legitimidade possui dois significados Genérico: legitimidade tem, aproximadamente, o sentido de justiça ou de racionalidade.(fala-se na legitimidade de uma decisão, de uma atitude, etc.) Especifico: aparece na linguagem política , e neste contexto , o Estado é o ente a que mais se refere o conceito de legitimidade “A legitimidade está ligada á vontade geral(consenso).” 12 Henry David Thoreau Desobediência Civil é o texto mais conhecido de Thoreau. Escrito em 1848 influenciou profundamente pessoas como Mahatma Gandhi, Leon Tolstoi, Martin Luther King e tantos outros. 13 Thoreau Muito à frente de seu tempo, sua defesa do Direito à Rebeldia esteve, desde sempre, a serviço da luta contra todas as formas de discriminação. Lutou contra a escravidão nos EUA, pelos direitos das mulheres, em defesa do meio-ambiente, contra a discriminação étnica e sexual. 14 Thoreau Para ele, o direito à desobediência civil deve ser reconhecido pelo Estado: “Todos os homens reconhecem o direito de revolução, isto é, o direito de recusar obediência ao governo, e resistir-lhe, quando ele se revele despótico ou sua ineficiência seja grande e intolerável.” 15 O que é que afinal justificaria a desobediência civil? “A desobediência civil aparece quando um número significativo de cidadãos se convence de que, os canais normais para mudanças já não funcionam, e que as queixas não serão ouvidas nem terão qualquer efeito, ou então, pelo contrário, o governo está em vias de efetuar mudanças e se envolve e persiste em modos de agir cuja legalidade e constitucionalidade estão expostos a graves dúvidas.” Hannah Arendt 16 A desobediência se diferencia: (1) Do Crime (2) Da Revolução (3) Da Resistência Civil 17 Crime “ A distinção entre a violação aberta e a lei, executada em público e a violação clandestina é tão claramente óbvia que só pode ser ignorada por preconceito ou má vontade .“ Hannah Arendt 18 Revolução “Significa tomada do poder , por um grupo de oposição, que visa à substituição definitiva do governo vigente. Nada impede que, se mantidas as condições, a desobediência se encaminhe para a revolução, mas inicialmente são distintas em suas propostas e formas de exercício.” 19 Resistência Civil É Armada, é violenta e se confunde com movimentos terroristas. São geralmente movimentos separatistas ou de identidade negadora dos fundamentos do convívio geral. Por outro lado, a desobediência civil se diferencia pelo fato de seu modo de atuação incluir a negação de obediência sem o uso da violência. 20 Desobediência civil Por melhor que seja uma lei, a perfeição é algo de duvidoso alcance. Visa a atacar uma injustiça, um tema ou um conjunto de questões precisas, mas não a base de legitimidade de um governo. Primeiro deve-se recorrer ao poder público. Não ocorra de modo violento. 21 A constituição brasileira de 1988 não acolhe expressamente a desobediência civil, mas pode-se entrevê-lo como direito implícito de toda formação política democrática. 22 A Constituição da Republica Portuguesa, de 1976, Art. 21. “Todos têm o direito de resistir a qualquer ordem que ofenda os seus direitos, liberdades e garantias e de repetir pela força qualquer agressão, quando não seja possível recorrer á autoridade pública.” 23 Quanto maior a distância entre o fazer das leis e a vida cidadã, maior a chance erronia do legislador. 24 A obediência e a desobediência devem ser preventivamente construídas, na base de uma cultura de participação e diálogo. 25 Para Jurgen Habermas : "O principio da democracia só pode aparecer como núcleo de um sistema de direitos. A Gênese lógica desses direitos forma um processo circular, no qual o código do direito e o mecanismo para a produção do direito legítimo". 26 Critérios para a aferição de legitimidade 27 Critérios para a aferição de legitimidade Quando se discutem essas questões, ligadas ao poder, à resistência ao poder, à justiça praticável pelo poder, à legitimidade do contrato social, ao controle do poder pelas forças populares, em verdade se está a falar da necessidade de critérios para o poder, a partir dos quais se poderiam mediar as ações do poder como legítimas (conformes) ou ilegítimas (desconformes). 28 Critérios para a aferição de legitimidade Isto é possível seguindo-se lições de filosofia política prática, elaboradas por Ottfried Hoffe. Com os critérios e parâmetros de exigência e fundamentação de uma discussão sofre a aferição da legitimidade a partir da justiça política, pode-se chegar a constituição de um minimum para o encaminhamento da temática. 29 Critérios para a aferição de legitimidade Todo o encaminhamento da questão da legitimidade do poder na obra deste autor vem dado pela discussão de princípios de justiça, gravitando entre o Positivismo (apego completo à forma e à validade do Direito) e o Anarquismo (abolição irrestrita de toda forma de dominação social). 30 Critérios para a aferição de legitimidade Sua tese, na discussão do do problema, será exatamente a de que : (1) o Estado está obrigado à justiça; (2) a justiça política forma a medida normativo-crítica do direito; (3) o direito justo é a forma legítima da convivência humana. 31 Critérios para a aferição de legitimidade Neste sentido, a perspectiva teórica assumidamente crítica de Hoffe balisa-se na seguinte interpretação da relação entre Estado, justiça, poder e direito : 32 Critérios para a aferição de legitimidade - É impossível a convivência humana na ausência de dominação; - Não há Estado sem justiça; - O poder jamais pode ser isolado, descontrolado, e jamais se fundamenta como soberania absoluta. - A legitimidade é SUBSIDIÁRIA. 33 Critérios para a aferição de legitimidade - Nega que indivíduos dominem indivíduos; - Poderes controlados por mecanismos que garantam seu compromisso com a justiça; - Democracia formal é um modelo “não eficiente;” - Reconhece a necessidade dos direitos humanos. 34 Critérios para a aferição de legitimidade - Direito de resistência como ultima ratio; - Direito ser desenvolvido para a coletividade (Estágios de Nonet e Selznick); - Questionar o poder e este deve estar sob constante aperfeiçoamento; - Relevo da participação coletiva na decisão política. 35 Conclusão Conclui-se que o exercício das atividades jurídico-estatais deve estar de conformidade com expectativas de justiça e princípios mínimos, definidos por meio de critérios de ação do poder e dos princípios do direito (ratio iuris). isto quer dizer que o poder descontrolado, desampara as bases legítimas, sufoca, apaga e subordina a razão do poder. A ausência do diálogo no espaço público da convivência, dando margem ao surgimento de diversas formas violentas. O direito legítimo é indício de uma comunidade ativa politicamente, por sua vez, a passividade permite que o direito seja usado somente como instrumento técnico de dominação, afastando as pessoas do exercício da cidadania. 36 Bibliografia BOBBIO, N. Teoria da Norma Jurídica. São Paulo: EDIPRO, 2001. ALMEIDA, E. B. /. G. Curso de Filosofia do Direito. São Paulo: Atlas, 2004. DINIZ, M. H. Compêndio de Introdução à Ciência do Direito. São Paulo: Saraiva, 2004. 37
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