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Modelo de Defesa Prévia - Direito Administrativo

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Prévia do material em texto

ILUSTRÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DA COMISSÃO DE PROCESSO ADMINISTRATIVO 
DISCIPLINAR DA CORREGEDORIA GERAL DE CURITIBA - PR
Processo Administrativo Disciplinar nº X
RONICLEITON PEDRA, brasileiro, casado, técnico da 
previdência social (matrícula nº X), inscrito no RG sob o nº X, CPF nº X, residente e domiciliado à 
Rua X, bairro, Pato Branco - PR, vem respeitosamente, através de seus procuradores (em anexo), 
com fundamento no art. 5º, LV da Constituição Federal e no art. 153 da Lei n. 8.112 de 1990, 
oferecer:
DEFESA PRÉVIA
Com base nos fatos e fundamentos que seguem.
1. DOS FATOS
1.1 NARRADOS NA NOTIFICAÇÃO
Em 01 de agosto de 2017 foi instaurado o presente Processo Administrativo Disciplinar 
(PAD) contra o Indiciado, com a publicação da Portaria nº XX/2017, o qual tem como objetivo a 
apuração da ocorrência de condutas previstas nos incisos I e XII do art. 117 da Lei nº 8.112, o qual 
atende ao despacho do Presidente datado de X de 2017.
Narra que em 20 de julho de 2017, conforme imagens obtidas de câmeras de segurança 
da Agência da Previdência Social de Pato Branco - PR, o Servidor praticou o ato descrito no art. 
117, inciso I, da Lei Federal nº 8.112, “ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia 
autorização do chefe imediato” .
Ainda, relata ter mantido relações suspeitas com empresários (Sociedade Empresária X), 
os quais eram supostamente interessados na diminuição da carga de tributos previdenciários, 
requerida em processo administrativo interno, o que ofende o disposto no art. 117, inciso XII, da 
Lei nº 8.112.
Porém, como será esclarecido adiante, as alegações não devem prosperar.



1.2 A VERDADE DOS FATOS
Ocorre, porém, que apesar de não ter autorização prévia, o Servidor não praticou a 
ausência do serviço por motivo fútil, irrelevante; teve de se ausentar por uma emergência médica 
envolvendo seu filho, como demonstra o atestado médico e a ficha de atendimento do pronto-
socorro local, em anexo. 
Ademais, as alegações sobre envolvimento com empresários não passam de “fofocas” 
feitas por pessoas más intencionadas, as quais nada podem provar.


Em suma, os verdadeiros fatos.
2. DOS FUNDAMENTOS
2.1. DA NULIDADE DO PAD - da formação da comissão processante
Preliminarmente, deve-se observar o que dispõe a Lei nº 8.112, o qual trata acerca da 
nulidade disciplinar:
Art. 169. Verificada a existência de vício insanável, a autoridade julgadora 
declarará a nulidade total ou parcial do processo e ordenará a constituição 
de outra comissão, para instauração de novo processo.
Pode-se perceber que, José Armando da Costa, em renomada obra, define a nulidade 
processual disciplinar como "[...] vício de forma, provocando prejuízo em detrimento da verdade 
substancial dos fatos imputados ao Servidor acusado, que contamina a validade do ato e do 
respectivo processo” .1
Desta forma, a composição da comissão tem previsão legal na Lei nº 8.112, e o 
descumprimento dos seus dispositivos ensejam a anulação do processo.
Assim dispõe o art. 149 da Lei 8.112:
Art. 149. O processo disciplinar será conduzido por comissão composta de 
três Servidores estáveis designados pela autoridade competente, 
observado o disposto no § 3o do art. 143, que indicará, dentre eles, o seu 
presidente, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de 
mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.
Portanto, a respeito da exigência da comissão ser formada por Servidores estáveis, os 
tribunais já pacificaram o entendimento e têm anulado processos por falta de cumprimento desse 
 COSTA, José Armando da. Teoria e Prática do Processo Administrativo Disciplinar. 5. Ed. 1
Brasília: Brasília Jurídica, 2005, p. 432.
requisito, a fim de garantir que a comissão processe as apurações de modo imparcial, sem 
ameaças de demissões ou qualquer outro tipo de retaliação. Observa-se o posicionamento no 
Mandado de Segurança que segue:
MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO. AUDITOR FISCAL DA 
RECEITA FEDERAL DO BRASIL . DEMISSÃO. PROCESSO 
ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. COMISSÃO PROCESSANTE 
INTEGRADA POR Servidor EM ESTÁGIO PROBATÓRIO NO CARGO DE 
AUDITOR FISCAL. ARTS. 149 E 150 DA LEI 8.112/90. GARANTIA AO 
INVESTIGADO E AOS MEMBROS DA COMISSÃO QUE, SENDO 
ESTÁVEIS NO CARGO, PODEM ATUAR INDEPENDENTE E 
IMPARCIALMENTE. NULIDADE ABSOLUTA VERIFICADA. PREJUÍZO 
PRESUMIDO PARA A DEFESA DO IMPETRANTE. SEGURANÇA 
CONCEDIDA NOS TERMOS DO PARECER DO MPF. 1. [...]. 2. A teor do 
art. 149 da Lei 8.112/90, o Processo Administrativo Disciplinar será 
conduzido por Comissão Processante composta de três Servidores 
estáveis designados pela Autoridade competente. Respeitadas as posições 
em contrário, a melhor exegese desse dispositivo repousa na afirmação de 
que todos os Servidores dessa CP devem ser estáveis nos cargos que 
ocupam, ou seja, não se encontrem cumprindo estágio probatório no 
momento em que indicados para a composição da Comissão Processante. 
3. No caso dos autos, restou evidenciado que um dos membros da 
Comissão Processante encontrava-se em estágio probatório no cargo de 
Auditor Fiscal da RFB, do que resulta a nulidade absoluta dos atos 
praticados pela CP, com a participação desse Servidor, e dos que o tem por 
suporte. 4. Não se mostra razoável que a Administração designe Servidor 
não estável no cargo para integrar Comissão de PAD, gerando o risco de 
não ser reconhecida a suficiência da estabilidade no Serviço Público, capaz 
de pôr a pique o relevante e indispensável trabalho técnico da Comissão 
Processante. [...] 8. Está aqui comprovado que o Servidor não estável 
participou da instrução do Processo Administrativo, o que impõe a 
aplicação da sanção de nulidade absoluta ao referido ato, que acusa de 
forma notória e categórica os prejuízos causados ao investigado. Referida 
nulidade alcança, ainda, os atos que foram praticados com fundamento 
naqueles em que o Servidor não estável interveio, tal como apregoa a 
teoria dos frutos da árvore envenenada. 9. [...]. 10. Segurança concedida, 
em consonância com o parecer ministerial, para que sejam anulados o PAD 
10108.000238/2006-94 e a pena de demissão aplicada ao Servidor, 
devendo o impetrante ser reintegrado no cargo de Auditor Fiscal da RFB, 
sem prejuízo da instauração de novo processo, em forma regular, se for o 
caso. (STJ - AgRg no AgRg no MS: 20689 DF 2013/0413950-4, Relator: 
Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Data de Julgamento: 
10/12/2014, S1 - PRIMEIRA SEÇÃO, Data de Publicação: DJe 05/03/2015).
Sendo assim, existindo um integrante da comissão que se encontra em estágio 
probatório, conforme demonstrado através dos documentos em anexo, requer-se desde já seja 
decretada a nulidade dos autos.
2.2. DO MÉRITO
Verifica-se que, equivocadamente, o Indiciado foi acusado por:
a) ausentar-se durante o expediente sem autorização prévia do chefe imediato;
b) ter mantido relações escusas e suspeitas com empresários da Sociedade Empresária 
X.
Penalidades que estão elencadas no art. 117 da Lei 8.112, a qual dispõe que:
Art. 117. Ao Servidor é proibido:
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do 
chefe imediato;
[...]
XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer 
espécie, em razão de suas atribuições;
Porém, como já mencionado, quanto à acusação de ausentar-se durante o expediente sem 
autorização prévia do chefe imediato, esclarece que foi por motivo médico, conforme atestado 
anexo.
Nesse sentido é o entendimento jurisprudencial pátrio com relação às faltar justificadas em 
decorrência de doença:
ADMINISTRATIVO - ANULAÇÃO DE ATO PUNITIVO - PUNIÇÃO 
DISCIPLINAR EM DECORRÊNCIA DE FALTA AO SERVIÇO DE PLANTÃO 
- DELEGACIA DE POLÍCIA - INOBSERVÂNCIA DO DEVIDO PROCESSO 
LEGAL - CERCEAMENTO DE DEFESA CARACTERIZADO. 01. A AUTORA 
COMPROVOUÀ SACIEDADE, QUE AS FALTAS COMETIDAS FORAM 
DEVIDAMENTE JUSTIFICADAS EM RAZÃO DA DOENÇA ACOMETIDA E 
DA NECESSIDADE DE PROCURAR TRATAMENTO EM OUTRA UNIDADE 
DA FEDERAÇÃO E, ADICIONADO A ISSO, AS DILIGÊNCIAS 
REQUERIDAS, BEM ASSIM, AS PROVAS COM QUE PRETENDIA 
JUSTIFICAR A SUA AUSÊNCIA AO SERVIÇO, FORAM INDEFERIDAS 
PELA AUTORIDADE PROCESSANTE, CONFIGURANDO, DESSA 
FORMA, O ALEGADO CERCEAMENTO AO SEU DIREITO DE DEFESA. 
02. (TJ-DF - AC: 20010111082659 DF, Relator: ROMEU GONZAGA NEIVA, 
Data de Julgamento: 06/12/2004, 5ª Turma Cível, Data de Publicação: DJU 
17/03/2005 Pág.: 83).
Assim, inaplicável é o inciso I do art. 117 da Lei 8.112, por tratar-se de emergência de 
saúde.


Ainda, quanto acusação de ter recebido propina, não existem provas que comprovem de 
maneira contundente a ação do Indiciado, já que baseadas apenas em boatos. O que realmente 
ocorreu foi uma conversação esporádica entre o Servidor e alguns empresários acerca de outros 
negócios particulares durante o horário de expediente, os quais trataram de uma compra e venda 
de imóvel; inclusive, o contrato do negócio, em anexo, confirmado por duas testemunhas, para 
ficando comprovado a realização do negócio.
Em conclusão, constata-se com base nas provas dos autos que o Indiciado não é 
responsável pelas infrações que lhe são atribuídas, razão pela qual se entende ser de justiça a 
anulação e o arquivamento do presente processo.
3. PEDIDOS
Diante do exposto, requer-se:
1. O recebimento da presente defesa prévia porquanto tempestiva;
2. o acolhimento da preliminar de nulidade do PAD, tendo em vista a existência de Servidor 
não estável na composição da comissão;
3. se superado o pleito acima, e demonstrada a inexistência da falta disciplinar por parte do 
Investigado, nos termos da fundamentação, o arquivamento do PAD;
4. sucessivamente, caso a autoridade entenda pela aplicação do inciso I do art. 117 da Lei 
8.112 de 1990, o que somente se alega pelo Princípio da Eventualidade, requer que seja 
dada a oportunidade ao Indiciado de repor os dias faltados, e que não se aplique a pena 
de advertência;
5. a juntada de documentos, bem como a oitiva de testemunhas ao final arroladas, sem 
prejuízo de outras provas, pertinentes e relevantes à instrução.
Nesses termos, 
pede deferimento.
Local X, Data X.
__________
Advogado
OAB X

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