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Resumo TEORIA DA AÇÃO Capítulo 6 - Curso de Direito Processual Civil Volume 1, Fredie Didier Jr.

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UNEB – Universidade do Estado da Bahia
Departamento de Ciências Humanas - campus IV Jacobina – BA
Colegiado de Direito – Curso de Bacharelado em Direito - IV Semestre
TEORIA DA AÇÃO 
Queiliane Santos Lopes
Didier, Curso de Direito Processual Civil Vol. 1
O Capítulo 6 da Obra Curso de Direito Processual Civil Volume 1, de Fredie Didier Jr. trata da Teoria da Ação, este é divido em 8 tópicos, o primeiro deles versa do Direito De Ação, Ação, Procedimento e Direito Afirmado, aqui ação pode ser melhor definido como procedimento, ou demanda, o Direito de Ação é definido por Didier como “o direito fundamental (situação jurídica, portanto) composto por um conjunto de situações jurídicas, que garantem ao seu titular o poder de acessar os tribunais e exigir deles uma tutela jurisdicional adequada, tempestiva e efetiva.” (Didier, 2016 p 283). O direito de ação é um direito fundamental que coincide de diversas normas e princípios constitucionais, como o princípio da inafastabilidade da jurisdição e do devido processo legal, é o direito de acesso à justiça, de resolver pacificamente conflitos, pleitear pelo direito. 
A Ação e o Direito de Ação não se confundem (e não devem se confundir), uma vez que, Ação é o direito material afirmado, o direito alegado em juízo, res in iudicium deducta, é o conteúdo afirmado quando se provoca a jurisdição. Já o Direito de Ação é abstrato, independe do que se declara quando é provocada a jurisdição, não pressupõe a titularidade do direito afirmado, não se vincula ao direito material afirmado, para Didier o direito de ação permite a afirmação de qualquer direito material em juízo, portanto pode-se afirmar que é este o primeiro de todos os direitos, mesmo que não haja direito (demanda) o direito de ação sub existe. Assim sendo a ação é um ato jurídico, é o exercício do direito de ação, a demanda, o fato gerador do processo, define o objeto litigioso, e portanto estabelece os limites da atividade jurisdicional, uma vez que o processo adequar-se-á às peculiaridades daquilo que lhe foi demandado. Além do Direito de Ação e da ação deve-se definir também o Procedimento que para Didier “é o um conjunto de atos organizados tendentes a produção de um ato final.” (Didier, 2016 p. 285) O autor reafirma o procedimento como a espinha dorsal do formalismo processual. Por fim é sabido que Direito de ação, Ação e procedimento estão inter-relacionados conforme afirma Didier:
A ação é o primeiro ato do procedimento principal; a ação instaura o procedimento. O direito de ação confere ao seu titular o direito a um procedimento adequado, para bem tutelar o direito afirmado na demanda. As noções, como se vê, se relacionam, mas não se confundem. (Didier, 2016 p. 285)
O direito de ação, é uma situação jurídica de conteúdo complexo, uma vez que instaurado o processo, surgem novas situações jurídicas, no complexo da situações jurídicas algumas são pré-processuais (exercidas antes do autor propor a demanda) como direito de provocar a atividade jurisdicional e de escolher o procedimento a ser adotado, estes são exemplos de direitos potestativos, o direito à criação de um complexo de relações jurídicas, dando início ao processo. Depois de provocada a jurisdição se inicia o direito a tutela jurisdicional (resposta do judiciário a lide) e o dever do órgão julgador de examinar a demanda, direito a um procedimento adequado, direito a técnicas processuais adequadas para efetivar o direito afirmado, o direito à prova e o direito de recorrer, que para Didier são todos corolários do exercício do direito de ação, são as situações jurídicas que compõem o seu conteúdo eficacial. Portanto não se pode pensar no Direito de Ação como um direito de eficácia unitária. Para Didier um dos grandes avanços da ciência jurídica é a contemporânea é visualização do conteúdo complexo do direito de ação, fundamental para que se conheçam os limites da atuação do legislador infraconstitucional, para o processualista depois de definida a noção teórica do direito de ação cabe à ciência do processualista reconstruir o conteúdo eficacial deste direito, a partir da concretização do princípio do devido processo legal (garantido constitucionalmente) e da interpretação de outras normas processuais fundamentais. (Didier, 2016 p. 288)
Sobre a Demanda e a Relação Jurídica Substancial Didier define demanda em duas acepções, a primeira é o ato de ir a juízo provocar a atividade jurisdicional, a segunda diz respeito ao conteúdo da postulação, o que foi pedido. O ato de demandar é o exercício do direito de ação com a afirmação de um outro direito, é um ato concreto, porque se refere sempre a pelo menos um direito afirmado, e se este for inexistente, não havendo afirmação de relação jurídica de direito material, o ato demanda não terá conteúdo, será um recipiente vazio. Na demanda encontramos os elementos: partes, causa de pedir e pedido, as partes normalmente coincidem com os sujeitos da relação jurídica substancial, a causa de pedir impõe a narrativa dos fatos da vida e da própria relação jurídica surgida dos próprios fatos, o pedido é nada mais que a pretensão processual do autor. A afirmação da relação substancial desses elementos é o conteúdo da demanda.
São Elementos da Ação a Causa de pedir e o pedido, e as Partes, como supracitado a Causa de pedir e o pedido são os elementos objetivos da demanda, o pedido nada mais é do que o núcleo da petição inicial, ou seja, aquilo que se pede solução ao judiciário, a pretensão material que deduzida em juízo que vira pretensão processual; quanto as partes Didier distingue parte processual, parte material (parte do litígio) e parte legítima. E Conceitua da seguinte forma: Parte processual é aquela que está em uma relação jurídica processual, faz parte do contraditório, assumindo qualquer das situações jurídicas processuais, atuando com parcialidade e podendo sofrer alguma consequência com a decisão, pode ser parte da demanda (demandante e demandado), que é a parte principal, ou a parte auxiliar, coadjuvante. Parte material é o sujeito da situação jurídica discutida em juízo; pode ou não ser a parte processual pois o Direito pode conferir a alguém, em certas hipóteses, a legitimação para defender, em nome próprio, interesse alheio. E ainda Parte legítima é aquela que tem autorização para estar em juízo discutindo determinada situação jurídica. (DIDIER, 2016 p. 289-290)
Didier faz a Classificação das Ações em Ações reais e pessoais, que é quando a relação jurídica (causa de pedir próxima) for um direito real. Quando for um direito pessoal, a ação será pessoal. Essa classificação leva em conta o direito afirmado. Também há ações mobiliárias ou imobiliárias, a ação será mobiliária quando tiver como objeto de pedido um móvel, e imobiliária quando tiver como objeto um imóvel. Uma ação mobiliária ou imobiliária pode ter como causa de pedir tanto um direito real como um direito pessoal. Há ainda as ações de conhecimento, cautelar e de execução, que dependem do tipo de tutela jurisdicional pretendido: certificação de direito (conhecimento), efetivação de direito (execução) ou proteger a efetivação de um direito (cautelar). A classificação perdeu importância porque as demandas têm assumido natureza sincrética e servindo a vários tipos de tutela e propósitos.
Para o processualista há ainda a classificação das ações de conhecimento: condenatórias, constitutivas e declaratórias. Ações condenatórias: as ações de prestação, há uma distinção que se faz entre direitos a uma prestação e direitos potestativos. Direitos potestativos relacionam-se com as ações constitutivas. Os direitos a uma prestação relacionam-se com as ações de prestação, as ações condenatórias, que é o poder jurídico, conferido a alguém, de exigir o cumprimento de uma prestação ou conduta, um fazer, não-fazer, ou dar coisa. 
Como já dito as ações constitutivas relacionam-se aos chamados direitos potestativos. Ação constitutiva é portanto a demanda que tem o objetivo de obter a certificação e efetivação de um direito, o qual efetiva-seno mundo jurídico das normas, não no mundo dos fatos, a efetivação do direito potestativo dispensa execução, a sentença é efetivada com o simples reconhecimento e a implantação da nova situação jurídica almejada, de operação ex nunc. Sempre que do processo resultar uma situação jurídica nova ou a modificação/extinção de uma situação jurídica já existente, o caso é de demanda constitutiva. (DIDIER, 2016, p. 293)
A ação meramente declaratória é aquela que tem o objetivo de certificar a existência, a inexistência ou o modo de ser de uma situação jurídica, e declaração de falsidade ou autenticidade do documento (art. 19, I e II, CPC). No direito brasileiro, a única ação meramente declaratória de um fato permitida é a que visa à declaração de autenticidade ou falsidade do documento. (DIDIER, 2016, p. 296) 
Didier afirma ser sutil a distinção entre ação declaratória e ação condenatória, mas destaca a sua importância, ele destaca que cabe ação meramente declaratória para reconhecer a autenticidade/falsidade de um documento (declaração de fato), o que é incompatível com uma ação condenatória; e cabe ainda ação meramente declaratória para certificar o modo de ser uma relação jurídica, para existência de uma obrigação ainda inexigível, e também sobre constitucionalidade das leis (ADC). Em casos de ação condenatória pressupõe-se violação.
O Processualista trata das classificações quinária e quaternária das ações, a classificação quinaria foi desenvolvida no Brasil por Pontes de Miranda, nela são acrescentadas as ações de prestação, condenatória que seria a ação de prestação pecuniária, e mandamental que seria a ação de prestação de fazer ou de não fazer e a ação executiva, na classificação quaternária elimina-se a ação condenatória, sob o fundamento de que não há mais necessidade de um processo autônomo de execução da sentença.
Ação executiva em sentido amplo é aquela pela qual se afirma um direito a uma prestação e se busca a certificação e a efetivação desse mesmo direito, por meio de medidas de coerção direta, fundada na execução direta. A ação mandamental é aquela pela qual se afirma um direito a uma prestação e se busca a certificação e a efetivação desse mesmo direito, por meio de medidas de coerção indireta, fundada nas medidas coercitivas indiretas, atua como uma espécie de "estímulo" ao cumprimento da prestação. Didier entende que ação mandamental e ação executiva em sentido amplo se assemelham porque visam à efetivação de uma prestação devida e se distinguem pela técnica executiva utilizada, e ambas são espécies de ações condenatórias, ele adota, portanto, a classificação ternária das ações de conhecimento.
Ação dúplice em sentido processual, é a demanda proposta pelo réu em face do autor, no bojo da contestação, nas hipóteses admitidas em lei, como na Lei dos juizados Especiais, trata-se de um fenômeno de direito material, a lei autoriza a ampliação do objeto litigioso do processo pelo réu. As ações dúplices portanto são pretensões de direito material em que a condição dos litigantes é a mesma, autor e réu assumem concomitantemente as duas posições, uma situação que decorre da pretensão deduzida em juízo, no geral toda ação meramente declaratória é materialmente dúplice.
Na obra de Didier o estudo da cumulação de ações divide-se, basicamente, em dois pontos: cumulação subjetiva de ações: estudo do litisconsórcio; cumulação objetiva: estudo da cumulação de pedidos. Os quais ele não trata nesse capítulo. 
Concurso de ações se dá no aspecto objetivo, no concurso impróprio onde há mais de uma pretensão concorrente, a partir de um mesmo fato gerador; e no concurso próprio onde há pluralidade de causas de pedir que autorizam a formulação de mesmo pedido. Há também o concurso subjetivo de ações, nas hipóteses em que um mesmo pedido, fundado em uma mesma causa de pedir, pode ser formulado por pessoas diversas.
As condições da ação foram consagradas no CPC/93, as condições da ação seriam questões relacionadas a um dos elementos da ação (partes, pedido e causa de pedir), estando em uma zona intermediária, entre as questões de mérito e as questões de admissibilidade, não sendo por tanto, nem uma, nem outra, seriam simplesmente questões relacionadas à ação. O novo CPC não mais menciona a cate3oria condição da ação. O inciso VI do art. 485 do CPC autoriza a extinção do processo sem resolução do mérito pela ausência de "legitimidade ou de interesse processual". Para Didier o assunto "condição da ação" desaparece, tendo em vista a inexistência da única razão que o justificava: a consagração em texto legislativo dessa controvertida categoria; pra ele o CPC atual poderia avançar ainda mais, em vias de reconhecer que a falta de legitimação ordinária gera a improcedência do pedido, e não juízo de inadmissibilidade do procedimento. (DIDIER, 2016. p. 309)
REFERÊNCIA
Didier, Fredie. Curso de direito processual civil: Introdução ao direito processual civil, parte geral e processo de conhecimento I - 18. ed. · Salvador: Ed.JusPodivm, 2016.

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