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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINOVAFAPI COORDENAÇÃO DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL FREDERICO FERNANDO FERREIRA DE ALMEIDA ADITIVOS CONTRATUAIS EM OBRAS PÚBLICAS DE UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE: UM ESTUDO DE CASO DAS SOLICITAÇÕES DE ADITAMENTO TERESINA, PI 2017 FREDERICO FERNANDO FERREIRA DE ALMEIDA ADITIVOS CONTRATUAIS EM OBRAS PÚBLICAS DE UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE: UM ESTUDO DE CASO DAS SOLICITAÇÕES DE ADITAMENTO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à coordenação do Curso de Engenharia Civil do Centro Universitário Uninovafapi como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil. Orientador: Prof. Esp. José Soares Junior TERESINA – PI 2017 FICHA CATALOGRÁFICA A447a Almeida, Frederico Fernando Ferreira de. Aditivos contratuais em obras públicas de unidades básicas de saúde: um estudo de caso das solicitações de aditamento / Frederico Fernando Ferreira de Almeida. – Teresina: Uninovafapi, 2017. Orientador (a): Prof. Esp. José Soares Junior. Co-Orientador (a): Prof. Esp. David Brandão Nunes: Centro Universitário UNINOVAFAPI, 2017. 75. p.; il. 23cm. Monografia (Graduação em Engenharia Civil) – UNINOVAFAPI, 2017. 1. Obra Pública. 2. Aditivo. 3. Impacto Financeiro. I. Título. II. Soares Junior, José. III. Nunes, David Brandão. CDD 691 LISTA DE FIGURAS E GRÁFICOS Figura 1 – ESTRUTURA DO PROCESSO DE LICITAÇÃO, FONTE BRASIL 2010 ......... 18 Figura 2 – Gráfico: Valores Iniciais ......................................................................................... 34 Figura 3 – Gráfico: Hipótese da Semelhança dos Orçamentos ................................................ 35 Figura 4 - Gráfico: Porcentagem de representação das UBS ................................................... 36 Figura 5 - Gráfico: Relação Quantidade com Porcentagem ..................................................... 38 Figura 6 - Planilha de Aditivos - A .......................................................................................... 38 Figura 7 - Planilha de Aditivos - B ........................................................................................... 39 Figura 8 - Planilha de Aditivo (Memória de cálculo) ............................................................... 42 Figura 9 - Gráfico: Relação entre Valores Finais de cada UBS .............................................. 60 Figura 10 - Gráfico: Grau de impacto dos Pacotes de Serviços ............................................... 64 Figura 11 - Gráfico: Representação das Causas dos Aditivos .................................................. 65 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - UBS/DADOS .......................................................................................................... 32 Tabela 2 - Valores Iniciais ........................................................................................................ 33 Tabela 3 - Aditivos 1.1 ............................................................................................................. 36 Tabela 4 - Aditivos 1.2 ............................................................................................................. 37 Tabela 5 - Aditivos 1.3 ............................................................................................................. 37 Tabela 6 - Aditivos UBS AA .................................................................................................... 44 Tabela 7 - ADITIVOS UBS AA .............................................................................................. 45 Tabela 8 - ADITIVOS UBS AA .............................................................................................. 46 Tabela 9 -ADITIVOS UBS AA ............................................................................................... 47 Tabela 10 - ADITIVOS UBS CVN .......................................................................................... 48 Tabela 11 - ADITIVOS UBS CVN .......................................................................................... 49 Tabela 12 - ADITIVOS UBS CVN .......................................................................................... 50 Tabela 13 - ADITIVOS UBS MOCA ...................................................................................... 51 Tabela 14 - ADITIVOS UBS MOCA ...................................................................................... 52 Tabela 15 - ADITIVOS UBS NT ............................................................................................. 53 Tabela 16 - ADITIVOS UBS NT ............................................................................................. 54 Tabela 17 - ADITIVOS UBS NT ............................................................................................. 55 Tabela 18 - ADITIVOS UBS NT ............................................................................................. 56 Tabela 19 - ADITIVOS UBS SA ............................................................................................. 57 Tabela 20 - ADITIVOS UBS SA ............................................................................................. 58 Tabela 21 - ADITIVOS UBS SA ............................................................................................. 59 Tabela 22 - Valores Finais ........................................................................................................ 60 Tabela 23 - Resumo da Variação Provocada pelo Aditivo ....................................................... 61 Tabela 24 - Impacto dos Pacotes de Serviços........................................................................... 63 Tabela 25 - Impacto das Causas dos Aditivos .......................................................................... 65 Tabela 26 - Relação entre Pacotes de Serviços e a Frequências das causas ............................. 67 Tabela 27 - Pacotes mais Impactantes e suas Causas mais Frequentes .................................... 68 LISTA DE ABREVIAÇÕES DNIT - DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES EPG - EMPREITADA POR PREÇO GLOBAL EPU - EMPREITADA POR PREÇO UNITÁRIO PIB - PRODUTO INTERNO BRUTO RDC - REGIME DIFERENCIADO DE CONTRATAÇÃO SINAPI - SISTEMA DE PREÇOS CUSTOS E ÍNDICES SISMOB - SISTEMA DE MONITORAMENTO DE OBRA SUS - SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE TCU - TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO UBS - UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE LDO – LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS SUMÁRIO 1.0 - INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 10 1.1 - PROBLEMATIZAÇÃO ........................................................................................ 11 1.2 - HIPÓTESES .......................................................................................................... 12 1.3 - OBJETIVOS .......................................................................................................... 13 1.3.1 - Objetivo Geral ................................................................................................13 1.3.2 - Objetivos Específicos ..................................................................................... 13 1.4 - JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 14 2.0 - REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................ 17 2.1 - LICITAÇÃO NA ENGENHARIA ........................................................................ 17 2.2 - GESTÃO DE CONTRATOS ................................................................................ 19 2.3 - PLANEJAMENTO ................................................................................................ 21 2.4 - IMPREVISTOS ..................................................................................................... 22 2.5 - PROJETO BÁSICO ............................................................................................... 23 2.6 - ORÇAMENTO ...................................................................................................... 24 2.7 - PROJETOS E SUAS COMPATILIZAÇÕES ....................................................... 25 2.8 - ADITIVOS ............................................................................................................ 26 3.0 - MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................................................... 27 3.1 - PROCEDIMENTOS DE PESQUISA ................................................................... 28 4.0 - ANÁLISE DOS DADOS ............................................................................................... 29 4.1 - ASPECTOS GERAIS DO CONTRATO .............................................................. 30 4.2 - INFORMAÇÕES RELATIVAS A CADA UBS .................................................. 32 4.3 - ANÁLISE DETALHADA DAS PLANILHAS DE ADITIVOS .......................... 39 4.4 - DETALHAMENTO DOS ADITIVOS ................................................................. 43 5.0 - ANÁLISE DOS RESULTADOS ................................................................................. 60 5.1 - IMPACTO DOS PACOTES DE SERVIÇOS ....................................................... 62 5.2 - IMPACTO DAS CAUSAS .................................................................................... 64 5.3 - RELAÇÃO ENTRE PACOTES DE SERVIÇOS E AS CAUSAS ....................... 66 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 69 ANEXOS ................................................................................................................................ 71 REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 72 RESUMO A construção civil, constitui importante setor para o desenvolvimento economico do país e no caso do Brasil não é diferente. Ao que se refere a obras públicas, os investimentos são maciços, contribuindo para o crescimento de diversos setores da economia. Contudo, as obras públicas enfrenta problemas concernetes, dentre outras, o excesso de aditivo contratuais, que levam ao prolongamento dos prazos de conclusão das obras e aumento dos custos orçados. O trabalho trata de maneira geral, sobre o impacto dos aditivos em obras públicas, mais especificamente em obras, consideradas básicas, no caso foram analisadas 6 obras de unidades básicas de saúde, nas quais produziram 17 aditivos de valor, provocando uma variação de aproximadamente 21% no valor de referência licitado, montante que se mostrou significativo para obras, que não são consideradas complexas em comparação a obras estruturantes. Desta forma, a investigação das causas dos aditivos contratuais pode ser uma maneira viável de encontrar pontos estratégicos que levam a solução destas variações. Foram coletados dados de todos os aditivos a serem analisados, após a coleta, os aditivos foram classificados em 3 grupos principais: projeto, planejamento e imprevistos. A classificação foi feita de duas formas, uma considerando apenas a frequência de aditivos por cada uma das 3 causas principais e outra considerando o valor financeiro gasto em cada uma das causas consideradas. Após a análise da classificação, verificou-se que o item projeto é apontado como a principal causa de aditivos, com frequência de 98%, que resultou em impacto financeiro de 96% de todo o valor gasto com aditivos. Assim, foram encontradas etapas que exigem mais atenção do que foi dado nesse empreendimento para se construir com ainda mais qualidade e eficiência, minimizando a incidência de aditivos. Palavras-Chaves: Obra pública; Aditivo; Impacto financeiro. ABSTRACT Civil construction is an important sector for the country's economic development, and Brazil is no different. As far as public works are concerned, investments are massive, contributing to the growth of various sectors of the economy. However, public works faces problems related to, among others, the excess of contractual additives, which lead to the extension of deadlines for completion of works and increase of budgeted costs. The work deals in general with the impact of the additives in public works, more specifically in works, considered basic, in the case were analyzed 6 works of basic health units, in which they produced 17 additives of value, causing a variation of approximately 21 % In the reference value bid, which amount was significant for works, which are not considered complex compared to structuring works. In this way, the investigation of the causes of the contractual additives can be a viable way of finding strategic points that lead to the solution of these variations. Data were collected from all the additives to be analyzed, after the collection, the additives were classified into 3 main groups: design, planning and contingencies. The classification was made in two ways, one considering only the frequency of additives for each of the 3 main causes and another considering the financial value spent in each of the causes considered. After analyzing the classification, it was verified that the item project is indicated as the main cause of additives, with a frequency of 98%, which resulted in a financial impact of 96% of all the value spent with additives. Thus, steps were found that require more attention than was given in this project to build with even more quality and efficiency, minimizing the incidence of additives. Key words: Public work; Additive; Financial impact. 10 1.0 - INTRODUÇÃO As Unidades Básicas de Saúde (UBS), popularmente conhecidas como postos de saúde desempenham um papel central na garantia de acesso a uma saúde de qualidade. As UBS oferecem uma diversidade de serviços realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), incluindo acolhimento, consultas de enfermagem, médicas e de saúde bucal, distribuição e administração de medicamentos, vacinas, visitas domiciliares, atividade em grupo nas escolas, nas associações e de educação em saúde. O Ministério da Saúde disponibiliza projetos de arquitetura para a construção de UBS no país. Com essa medida pretende-se reduzir o tempo para a conclusão das obras, bem como a ambiência e as condições de trabalho para os profissionais de saúde. Segundo o Ministério da Saúde para cada porte de UBS prevista no programa há um modelo arquitetônico disponível: UBS de Porte I (mínimo de uma equipe de atenção básica), com área construída de cerca de 300 m²; UBS de Porte II (mínimode duas equipes de atenção básica), com área construída de cerca de 415 m²; UBS de Porte III (mínimo de três equipes de atenção básica), com área construída de cerca de 500 m²; UBS de Porte IV (mínimo de quatro equipes de atenção básica), com área construída de cerca de 580 m². Juntamente com o Projeto Executivo de Arquitetura são disponibilizados o memorial descritivo, a planilha orientativa de serviços e as perspectivas internas e externas da UBS. De acordo com o Minitério da Saúde, os projetos foram desenvolvidos a partir de terrenos hipotéticos. Assim, cada município deve adequar a implantação da UBS ao lote que tiver disponível para sua construção, desde que esse tenha uma inclinação máxima de 3% e disponha de dimensões suficientes para acomodar o novo edifício deixando livres os recuos necessários para a circulação de veículos e pedestres, e respeitando a legislação local existente. A utilização desse Projeto não é obrigatória. Trata-se de uma alternativa para dar agilidade e promover economia de recursos, cabendo ao gestor utilizá-la ou não. 11 Tanto a adesão ao programa quanto o registro do andamento das obras são realizados pelo SISMOB (Sistema de Monitoramento de Obras), ferramenta que possibilita ao gestor maior controle sobre o andamento das obras e, com os registros em dia, garante a continuidade dos repasses realizados pelo Ministério da Saúde. Em obras públicas como as UBS, de Teresina, há o órgão responsável que elabora e desenvolve planejamentos e a gestão desses postos de saúde. Desse modo esta instituição e especificamente no seu setor de engenharia e arquitetura é responsável por analisar e fiscalizar as unidades de saúde quanto a necessidade de uma possível reforma ou ampliação. Também faz levantamento das demandas de uma região, quanto a escassez de atendimento, quando isto acontece é solicitado à administração a construção de uma nova unidade de saúde, neste caso, o processo é criado e passado pela apreciação da administração, setor de financias e jurídico, onde é avaliado segundos as Leis Orçamentarias e de Responsabilidade Fiscal e então é encaminhado para o setor competente onde será feito todo o procedimento técnico, como os estudos preliminares, elaboração do projeto arquitetônico, orçamento, ou seja, o projeto básico, onde então será celebrado o processo de licitação. Neste trabalho, são estudadas seis obras de unidades de saúde do tipo IV, construídas na cidade de Teresina, onde essas foram feitas com o apoio do Ministério da Saúde e, portanto, com suas diretrizes. Além dessas obras há também outras unidades que foram licitadas no mesmo lotes, mas que não farão parte neste projeto, pois para uma melhor identificação e levantamento dos dados foi necessário, buscar uniformizar e padronizar as informações e, portanto, a especificação quanto ao tipo de UBS. 1.1 - PROBLEMATIZAÇÃO Este trabalho deverá apontar as causas que vêm levado a empresa, responsável pela construção das seis UBS em Teresina, a solicitar aditivos. Neste contexto vale destacar um possível problema de planejamento e gestão como também falhas nos projetos iniciais. São situações que Tisaka (2006) chama de “extracontratuais”. a) O orçamento da obra encontra-se devidamente detalhado (planilha de quantitativos e preços unitários) e acompanhado das composições de todos os custos unitários de seus serviços? 12 b) Houve alterações no projeto arquitetônico? O projeto básico estava devidamente detalhado, as soluções técnicas eram as mais adequadas para cada serviço? Houve incompatibilidade entre os projetos? c) Ocorreu casos de retrabalho por falta de comunicação entre a contratante e a empresa contratada? d) Foram constatadas situações imprevistas? e) A semelhança entre orçamento licitado e o orçamento da proposta vencedora, representam pequenas alterações? f) Há relação entre valor aditivado e quantidade de aditivo? g) Caso os valores de aditivos sejam semelhantes, isto significa que suas causas são também semelhantes? h) A ocorrência de aditivos de valor foi mais impactante em qual etapa de serviços? Quais serviços sofreram maiores variações? i) Qual a causa de maior frequência e maior impacto financeiro? j) Na relação serviço e causa, qual teve maior impacto de valor? k) Qual etapa dos serviços tanto a administração quanto a empresa contratada devem ter maior atenção afim de minimizar as solicitações de aditivos? 1.2 - HIPÓTESES A hipótese inicial se trata de possíveis falhas na elaboração das planilhas iniciais (quantitativos, preço unitários, composições), alterações no projeto arquitetônico durante a obra, quando previsto no contrato podem ser feitos alterações de acréscimo ou diminuição do projeto, há casos também de falhas, deficiências e incompatibilidade dos projetos, como serviços com solução técnica incorreta, com detalhamento incompleto e projetos que tiveram que ser readaptados pois não eram compatíveis com os outros projetos, casos como a falta de compatibilização entre projetos de estruturas e fundações, instalações e arquitetônico. A ausência de “boas práticas” de gestão, tanto por parte da contratante como também da empresa contratada, onde essas práticas exigem, planejamento e entrosamento entre as partes, essa aproximação e acompanhamento mutuo evitaria que muitos problemas de execução ocorressem, casos como, dificuldades na interpretação do contrato e retrabalho. 13 Por fim, existe a matéria relacionada aos imprevistos ocorridos em obra, eventos que estão além do planejamento e dos projetos, sendo assim, dificilmente evitados com antecedência, podendo ocorrer em qualquer esfera, humana, meio ambiente, econômica, política e social. 1.3 - OBJETIVOS 1.3.1 - Objetivo Geral O objetivo geral desse trabalho é identificar, através de estudo de caso as causas que levou a uma construtora a solicitar aditamento nessas obras. 1.3.2 - Objetivos Específicos Coletar dados dos contratos, como; planilhas de aditivos, planilhas de memória de cálculo dos aditivos e suas justificativas e os demais anexos referentes a estas obras. Analisar os orçamentos iniciais de referências e os orçamentos iniciais da empresa para cada UBS, de forma anônima, e suas alterações no andamento da obra. Analisar os aditivos solicitados em cada obra, elaborar parâmetros de comparação das discrepâncias orçamentarias levantadas e de suas possíveis causas. Destacar os serviços com maior número de alteração no contrato, como também aquele com maior valor aditivado. Verificar e classificar, a fim de sistematizar as causas de cada aditivo, quanto à frequência e quanto valor impactado. Fazer uma correlação entre os serviços aditivados e sua causa, desta forma, os resultados irão colaborar para que a administração pública desenvolva soluções que evitem a solicitação de aditivo. 14 1.4 - JUSTIFICATIVAS A construção civil constitui num dos setores da atividade econômica que fomenta o desenvolvimento do país, mesmo com dificuldades como, insegurança jurídica, economia instável, falta de técnicas e mão de obra qualificada, esta indústria é responsável por movimentar um grande percentual do PIB (Produto Interno Bruto) e determinar o grau de desenvolvimento do país. Teixeira (2010) afirma que, A construção civil e o desenvolvimento econômico estão intrinsecamente ligados, a indústria da construção promove incrementos capaz de elevar o crescimento econômico. Isso ocorre principalmente pela proporção do valor adicionado total das atividades, como também pelo efeito multiplicador de rendae sua interdependência estrutural. Obras públicas, são fundamentais para sociedade, tem por finalidade o investimento adequado dos recursos públicos destinados à satisfação das demandas sociais, políticas e estratégicas. Embora possa se imaginar que obras estruturantes, estas a pesar de serem mais representativas e alavancar grandes recurso, tem um volume financeiro menor que obras mais simples como postos de saúde, creches, e outra edificações de pequeno porte, ou seja, há mais investimento em obras comuns que em obras complexas. Logo não se devem negligenciar as pequenas obras, as quais em seu conjunto tem um peso considerável no orçamento público. O setor público figura como importante promotor da expansão na construção civil e enfrenta problemas concernentes, dentre outros, o excesso de aditivos que levam ao prolongamento dos prazos de conclusão das obras e aumento dos custos orçados. O gestor municipal, muitas vezes, se vê diante da escolha entre qual regime legal adotar nas licitações de suas obras para educação ou saúde, sejam as licitações tradicionais da Lei 8.666/1993, sejam as regidas pelo RDC. É importante destacar que para os casos abordados no decorrer deste trabalho, tem um rito regulamentado e fundamentado pela Lei 12.462/2011, um novo regime de licitações públicas, o Regime Diferenciado de Contratação (RDC). A principal vantagem da Lei 8.666/1993 é que nela há sempre a obrigação de elaborar o projeto básico de forma completa e precisa, enquanto que no RDC há, além dessa opção, a possibilidade de repassar a elaboração do projeto básico ao contratado por meio da contratação integrada. Um projeto básico bem elaborado reduz o risco de futuras falhas na obra e de obter altos preços, uma vez que, com riscos menores, as licitantes tenderão a ofertar preços mais competitivos. 15 Segundo GOMES (2007), com o advento da lei 8.666/1993, o menor preço passou a ser critério absoluto ao julgamento das propostas apresentadas pelas construtoras. Naturalmente, esta regra mudou substancialmente o comportamento das construtoras que operavam com obras públicas e a forma de competir entre as mesmas. GOMES (2007) também destaca que a prevalência do preço sobre os demais aspectos envolvidos numa obra conduziu as construtoras a orientarem seus orçamentos focando, acima de tudo, o preço. Consequentemente, este aspecto obriga maior atenção à qualidade de serviços e materiais na construção da obra pública. A administração pública brasileira tem uma tradição de contratação da execução das obras públicas que visa ao menor custo, através das licitações do tipo menor preço global ou menor preço unitário. É preciso salientar que embora vigore a cultura do menor preço, os valores originalmente contratados são majorados ora por aditivos, ora por superfaturamentos e sobre preços, o que é um contrassenso, pois se há uma priorização do menor preço na contratação, dever-se-ia buscar o menor preço também na execução. (ALBUQUERQUE, 2012) Por outro lado, o RDC traz instrumentos muito inovadores e interessantes, como a fase de propostas precederem a fase de habilitação, dando maior celeridade ao processo, ou a possibilidade de combinar modos de disputa fechado e aberto, instigando a concorrência entre as empresas e assim possibilitando que a administração selecione propostas mais vantajosas. Os fatores mais críticos para o aumento de custos nas obras são a modificação do escopo do projeto aliado à existência de projetos incompletos e cujas especificações são ausentes ou insuficientes no decorrer da obra. Muitos dos prejuízos financeiros são retratados em forma de aditivos. Aditivos contratuais são conhecidos por retratar a deficiência em partes do processo produtivo e na gestão durante a construção de uma obra. Tendo isso em vista, deve ser feito todo o esforço necessário para se evitar a necessidade de criação dos mesmos. Desta forma, a investigação das causas dos aditivos contratuais pode ser uma maneira viável de encontrar pontos estratégicos que levam a prejuízos. (AURIONE, PRATTI E CARVALHO, 2015). O presente trabalho apresenta um diagnóstico sobre o aumento de custos das novas unidades de saúde, onde estas foram licitadas no regime de contrato do tipo empreitada global, modalidade menor preço, mais especificamente a construção de 6 (seis), Unidades Básicas de Saúde do tipo IV, no município de Teresina no biênio de 2014/2015, onde todas estas constaram solicitações de aditivos. Tendo em vista isto, vale destacar as suas possíveis causas e as consequências para o patrimônio público onde esse habito de solicitar aditivo, já tão comum no pais, vem a destacar a falta de planejamento e gestão das obras. 16 Levando-se em conta as peculiaridades do setor de obras públicas, fica evidente a necessidade de uma atenção específica para o tema exposto. A fim de se obter uma noção geral do caso e sua dimensão para economia e desenvolvimento do país. 17 2.0 - REFERÊNCIAL TEÓRICO 2.1 - LICITAÇÃO NA ENGENHARIA Os processos licitatórios são regulados por lei em obras públicas e exigem um processo burocrático que nem sempre acontece na construção de obras privadas. Apesar de não ter regulação específica, as licitações, fechamentos de contratos e aditivos da parcela privada da construção acabam muitas vezes por se basear nos empreendimentos públicos para que assim se estabeleça um parâmetro de procedimentos. De acordo com o Tribunal de Contas da União (TCU, 2013), obra pública é toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação de bem público. Logo, nas obras públicas deve haver previamente um levantamento administrativo das necessidades da população, inclusão no plano plurianual, aprovação legislativa através da Lei Orçamentária, para, somente então, proceder-se à licitação, empenho, execução, fiscalização e entrega. Portanto, quando se programa uma obra pública se está cumprindo a Lei Orçamentária e seus gastos, os quais configuram atos administrativos vinculados (GOMES, 2007). Como foi dito, anteriormente, este trabalho envolve obras públicas, com as quais, foram licitadas de acordo com o art. 12° da Lei n° 12.462, de 2011, Regime Diferenciado de Contratação – RDC Presencial, de regime empreitada global e tipo menor preço. Desta forma é importante ressaltar de forma didática todo o processo para se fazer uma obra pública, para que se possa compreender melhor o tema. Sendo assim destaca-se a baixo um fluxograma retirado de BRASIL (2010), onde a partir dele podem-se visualizar melhor as etapas do processo licitatório e assim poder explicar de forma mais eficiente as causas dos aditivos. 18 Figura 1 – ESTRUTURA DO PROCESSO DE LICITAÇÃO FONTE BRASIL 2010. 19 2.2 - GESTÃO DE CONTRATOS Em um contrato está refletida a vontade das partes, que decidiram com total autonomia da vontade, expressando a forma como deve ser conduzido o seu objeto. Tribunal de Contas da União (2017) a gestão de contratos é uma atividade dos órgãos que realizam obras públicas e tem por objetivo o controle, acompanhamento e fiscalização da execução dos contratos. Consiste em verificar se as cláusulas assumidas pelas partes em virtude do processo licitatório estão sendo cumpridas. Caso essas obrigações não sejam obedecidas, além do risco de rescisão do contrato, o gestor pode sofrer penalidades. Trata-se então de uma ferramenta de gestão. Tribunal de Contas da União (2017)fatos supervenientes, alterações das condições geológicas, hidrológicas, pluviométricas, mudanças de legislação, modificações dos projetos arquitetônicos, de instalação, de acabamento, detalhes construtivos, necessidades não previstas da contratante e tantos outros, estarão sempre exigindo revisões do contrato, em forma de pleitos, por isso a grande importância de debater o contrato, está obrigação não pode ser só por parte da contratada como também do contratante, afim de, cada vez mais aperfeiçoa-lo. Logo, para Tribunal de Contas da União (2017) uma adequada gestão de contrato é sem dúvida de crucial importância, seja qual for o objeto tratado e por isso, não é diferente, ao que se refere à licitação de obras públicas, sendo estas sempre complexas. É praticamente impossível que os fatos se desenvolvam exatamente dentro dos parâmetros estabelecidos, ou que tenham as partes conseguido antever todas as condições e detalhes que irão ocorrer durante o seu desenrolar. Assim sendo imprescindível para que se estabeleça o equilíbrio contratual. São os principais erros cometidos na gestão de contratos de obras: MORO (2016). Não identificar corretamente o objeto do contrato Não realizar o acompanhamento da execução da obra Não acompanhar a execução financeira do contrato Não estar atento ao percentual máximo de aditivo permitido para cada tipo de obra Boa prática: Leitura frequente do contrato Leituras periódicas auxiliam o conhecimento profundo do contrato. Pode ser feito em grupo para que todos tenham o mesmo nível de conhecimento e entendimento. Garantir que toda a equipe possua conhecimento do contrato. 20 Empreitada por preço global (EPG) Tribunal de Contas da União (2017) na empreitada por preço global, a obra será contratada “por preço certo e total”. Tendo em vista essa definição, esse regime é indicado quando os quantitativos dos serviços a serem executados puderem ser definidos com precisão. Por essa razão, o regime de empreitada por preço global exige um detalhamento completo de todos os componentes da obra, a fim de que haja incerteza mínima na orçamentação da obra. Empreitada por preço unitário (EPU) Tribunal de Contas da União (2017) consoante a Lei de Licitações e Contratos, a empreitada por preço unitário consiste na execução da obra ou do serviço por preço certo de unidades determinadas. Disso decorre que é o regime mais indicado para obras cujos quantitativos não puderem ser definidos com adequada precisão. De modo geral, as diferenças básicas entre os regimes de empreitada por preço global e empreitada por preço unitário residem: i) Na maneira como são realizadas as medições da obra; ii) No risco assumido pela contratada na execução da obra, em função da diferença no modo de medir e pagar. Tribunal de Contas da União (2017) na empreitada por preço unitário, há a necessidade de uma fiscalização que acompanhe a execução de cada unidade de serviço. As medições em empreitada por preço unitário devem ser bastante detalhadas e trazer boletins que fundamentem com precisão essas quantidades. Tribunal de Contas da União (2017) já na empreitada por preço global, as medições são efetuadas com base em etapas de serviço, de acordo com o cronograma físico-financeiro da obra ou com as etapas definidas objetivamente e previamente no edital de licitação. Por exemplo, um edital de licitação de uma obra a ser contratada pelo regime de empreitada por preço global pode definir que seja pago o valor global das fundações, após a conclusão dessa etapa. Concluída a estrutura da obra, o valor previsto para essa etapa deverá ser pago, e assim sucessivamente, até a conclusão da obra. Por isso, na empreitada por preço global, eventuais e pequenas imprecisões nos quantitativos da planilha orçamentária deverão ser suportadas pelo contratado. E também em razão desse modo de medir e pagar uma obra sob o regime de empreitada por preço global, o esforço da fiscalização é menor. 21 2.3 – PLANEJAMENTO EM OBRAS Atualmente, vem se diversificando e ganhando grande importância o estudo do Planejamento de obras públicas, sendo esta apontada como principal etapa da construção civil. Contudo devido a conjuntura sistêmica que o país vem passando, ainda impende que essa noção técnica ganhe obrigatoriedade. Ou seja, o planejamento em vez de ser algo técnico é na verdade político. A deficiência do planejamento pode trazer consequências desastrosas para uma obra e, por extensão, para a empresa que a executa. Não são poucos os casos conhecidos de frustração de prazo, estouros de orçamentos, atrasos injustificados, indisposição do construtor com seu cliente (contratante) e até mesmo litígio judiciais para recuperação de perdas e danos. (MATTOS, 2010). MATTOS (2010) diz que a melhor maneira de minimizar esses impactos é produzir um planejamento lógico e racional, pois assim se dispõe de um instrumento que se baseia em critérios técnicos, fácil de manusear e interpretar. Durante muito tempo, o costume de construir sem um planejamento adequado prévio era comum, pois os desperdícios eram “aceitáveis”, valorizava-se aquele engenheiro “tocador de obra”, onde este tinha a postura de tomar decisões rápidas, apenas com base na experiência e na intuição. Essa pratica provou-se ser útil a curto prazo, no entanto não abrange seus efeitos no âmbito geral. Segundo MATTOS (2010) a informalidade reside no hábito de achar que o planejamento são ordens transmitidas pelo engenheiro de campo a seus mestres de obra. Procedendo-se assim, perde-se o conceito sistêmico de planejamento, com a visão de longo prazo sendo obstruída pelo imediatismo das atividades de curto prazo. Em 2006, o TCU realizou trabalho de auditoria e identificou 400 (quatrocentas) obras inacabadas vinculadas a órgãos e entidades do Poder Executivo Federal, tais como Ministério da Educação, Ministério da Saúde, Ministério da Integração Nacional, Ministério da Ciência e Tecnologia, Ministério das Cidades, Ministério das Comunicações, Ministério do Turismo e Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – DNIT. Para GUSMÃO (2008) a principal causa apontada para a paralisação dos referidos empreendimentos foi a ausência de planejamento na concepção inicial, ocasionando interrupções no fluxo orçamentário financeiro do projeto, contratações com projetos 22 deficientes, questionamentos por parte dos órgãos de controle e rescisões dos contratos celebrados. Com a complexidade dos empreendimentos atuais e demanda de maior rapidez a gestão do projeto é diretamente impactada. Por isso, a atividade de coordenação deve gerir o desenvolvimento dos projetos, independentemente da disciplina, no intuito de que todos estejam integrados e que erros devido a incompatibilidade entre os mesmos seja evitada. Contudo a problemática da ausência de interação entre os projetos só se agrava à medida que se tem empreendimentos mais complexos e mais informações a serem administradas. (AURIONE, PRATTI E CARVALHO, 2015). Segundo AURIONE, PRATTI E CARVALHO (2015) dessa forma, como solução e minimização desses problemas, alguns autores apontam a adoção de certas medidas, tais como: a padronização dos projetos para obter melhor eficiência e menor custo; reuniões periódicas de acompanhamento na obra pelos projetistas; análise das causas de atrasos de processos e o controle semanal por meio de checklist e planilhas. 2.4 - IMPREVISTOS Segundo Pedroso (2016), de acordo com a Lei 8666/1993 os fatos imprevisíveis para os quais podem ser celebrados aditivos contratuais em obras públicas são os de força maior,caso fortuito, fatos do príncipe e/ou fatos da administração. A Teoria da Imprevisão, fundamenta-se na ocorrência de fatos imprevisíveis, anormais, alheios a ação dos contraentes, e que torna o contrato ruinoso para uma das partes, acarreta situação que não pode ser suportada unicamente pelo prejudicado, e para que haja o restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro do contrato, há a necessidade de que ocorram cumulativamente os seguintes requisitos: Fatos imprevisíveis ou previsíveis de consequências incalculáveis; Independente de vontade das partes; Inevitáveis; Ocorridos ou descobertos após a contratação e que causem onerosidade excessiva ao contrato. Assim, se torna relevante a posição de Tisaka (2006), sobre imprevistos em setores que movimentam uma diversificação muito alta de serviços. 23 As obras e serviços de construção civil estão enquadrados como indústria no Código Nacional de Atividades Industriais e é considerado um dos setores de maior risco econômico-financeiro por tratar-se de uma atividade onde seus custos são baseados na data da elaboração da proposta de preços e sujeitos a uma série de fatores previsíveis e imprevisíveis que podem alterar a equação econômico-financeira inicial da proposta (TISAKA, 2006). Muitas vezes existe a necessidade de alteração ou mesmo exclusão desses contratos diante do aparecimento de situações imprevistas. Ainda de acordo com Fiuza (2006), para tanto, são feitos pactos com o objetivo de fazer alterações e até mesmo o distrato para o cancelamento do contrato. Os pactos celebram adendos e aditivos. Não se pode dizer que todos os documentos técnicos serão perfeitos e com todos os detalhes necessários, pois durante uma obra podem ocorrer diversos imprevistos, entretanto ao anular possíveis erros iniciais, o transcorrer do processo terá suas modificações e divergências minimizadas trazendo apenas vantagens ao órgão solicitante. 2.5 - PROJETO BÁSICO O projeto básico é, sem dúvida alguma, um dos elementos mais importantes tanto para a licitação e a contratação como para a execução de obras públicas. Nele define-se detalhadamente o objeto a ser licitado/ executado e seu respectivo custo. O projeto básico é tão importante que, como regra geral, tanto a lei de licitações (Lei 8.666/93) como a lei que instituiu o RDC (Lei 12.462/2011) proíbem a contratação de obras públicas sem que ele tenha sido devidamente elaborado e aprovado. A única exceção é a contratação integrada, que admite o uso do anteprojeto para se contratar a obra. Ao contrário do que seu nome possa sugerir projeto básico não deve ser interpretado como um projeto simplório ou formado por poucos elementos, mas sim como um projeto essencial, que vai servir de base para a contratação e execução da obra, sua definição pode ser expressa da seguinte forma: Projeto Básico é o conjunto de desenhos, memoriais descritivos, especificações técnicas, orçamento, cronograma e demais elementos técnicos necessários e suficientes à precisa caracterização da obra a ser executado, atendendo às Normas Técnicas e à legislação vigente, elaborado com base em estudos anteriores que assegurem a viabilidade e o adequado tratamento ambiental do empreendimento. (INSTITUTO BRASILEIRO DE AUDITORIA DE OBRAS PÚBLICAS, 2006). As irregularidades causadas por projetos básicos incompletos, deficientes ou desatualizados são encontradas com frequência nas auditorias realizadas pelo TCU e podem 24 causar uma série de problemas seja durante a execução da obra ou após a sua conclusão, gerando prejuízo ao funcionamento e à durabilidade da construção. A lei de licitações especifica ainda que os projetos básicos devem conter os seguintes elementos: a) Desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer visão global da obra e identificação clara de todos os seus elementos; b) Soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de forma a minimizar a necessidade de modificações durante as fases de elaboração do projeto executivo e de realização das obras e montagem; c) Identificação de todos os serviços a executar e especificação de todos os materiais e equipamentos a serem utilizados; d) Informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos construtivos, instalações provisórias e condições organizacionais para a obra; 2.6 - ORÇAMENTO Orçamento é um documento técnico, no qual se registram as operações de cálculo de todos os custos da construção. Deve-se obedecer ao projeto aprovado e o estabelecido nas especificações técnicas, não omitindo nenhum dos serviços necessários à construção do empreendimento. O orçamento da construção tem por objetivo efetuar um estudo criterioso dos preços de todos os insumos integrantes da obra de modo a reduzir o grau de incerteza na tomada de decisão, analisando a viabilidade econômica do empreendimento e o retorno do investimento. Para uma construtora prestar serviço para o poder público é necessária a participação em licitação, devendo analisar os critérios exigidos para a apresentação de sua proposta. Ressalta-se que o preço proposto não deve ser tão baixo a ponto de não permitir lucro e nem tão alto a ponto de não ser competitivo na disputa com os demais proponentes. É essencial a avaliação do edital de publicação do objeto a ser licitado de modo a auxiliar no planejamento orçamentário para atingir as metas necessárias, garantindo a empresa maiores chances de vencer a concorrência. (SANTOS; SILVA; OLIVEIRA, 2012). TISAKA (2011) afirma que o orçamento ao ser elaborado, deverá conter todos os serviços a serem executados na obra, compreendendo o levantamento dos quantitativos físicos do projeto e da composição dos custos unitários de cada serviço, das leis sociais e encargos complementares, apresentados em planilha. 25 Em 2014 a Controladoria Geral do Estado do Acre conclui ação de controle referente a Projetos Básicos em Licitação de Obras de Engenharia e verificou que o projeto básico tem total relação com qualidade dos orçamentos e o número de aditivos contratuais. Dessa forma, percebe-se que os órgãos de controle estão atuantes. No entanto, é importante que a partir dessas constatações a Administração Pública melhore nos pontos chaves, que são planejamento e estudos preliminares a fim de obter projetos básicos de qualidade e orçamentos precisos. (ACCORSI, 2015). Vale destacar que essas obras foram realizadas com o apoio do governo federal e segundo, Tisaka (2006), do que se depreende do Art. 125 da LDO de 2012, todas as obras que receberem recursos orçamentários da União estão obrigadas a adotar valores menores ou a mediana dos valores da composição de custos unitários do SINAPI, independentemente serem obras de edificações ou de infraestrutura. 2.7 - PROJETOS E SUAS COMPATIBILIZAÇÕES O projeto de edificações era composto por um projeto de arquitetura associado a projetos complementares, ou seja, projetos técnicos ou de engenharia. Esse arranjo tradicional de projetos era desenvolvido de forma isolada e desintegrada. Em contrapartida, as mudanças no setor contribuíram para a criação de um grande número de especialidades de projeto (disciplinas), imprimindo um caráter multidisciplinar ao processo de projeto. (JÚNIOR; 2013). Conforme se depreende dos dispositivos legais transcritos, não obstante a elaboração de um projeto básico nos moldes legais, com nível de detalhamento adequado, prorrogações dos prazos de obra previstos em contrato existem, seja por responsabilidade do contratante ou alteração de projeto, seja por motivos alheios às vontades das partes, comocaso fortuito ou força maior. As mudanças existentes de escopo contratual são comuns em todos os contratos e até esperadas, principalmente em se tratando de contratos de grandes construções de engenharia. A princípio, não há irregularidade nessas mudanças. Tanto é que a própria Lei de Licitações trata da matéria, regulamentando-a. (ANDRADA, 2007). Ao longo das etapas de projetos e execução, devido à falta de uma eficaz coordenação de atividades uma grande quantidade de informações geradas é perdida. Consequentemente, este fato resulta em uma série de serviços refeitos e alterações improvisadas decorrentes de projetos não compatibilizados, com ausência de detalhes, e ao mesmo tempo, as decisões são tomadas por pessoas não capacitadas ou em momentos inadequados. (AURIONE, PRATTI E CARVALHO, 2015). 26 2.8 – ADITIVOS EM OBRAS PÚBLICAS Segundo Rasmussen (2013) o aditivo de contrato é o instrumento jurídico utilizado para que se possa alterar limites de tempo e de serviço, sem que haja a necessidade de rescisão de contrato e da elaboração de um novo processo licitatório. Aditivos contratuais são extensões dos contratos previamente assinados em que se altera, cria ou extingue uma ou algumas cláusulas contratuais com concordância de ambas as partes. O estudo desses aditivos e a identificação da origem dos mesmos se faz importante pelo impacto financeiro e no cronograma da obra que esses aditivos podem representar. (AURIONE, PRATTI E CARVALHO, 2015) A lei de licitações não prevê limites para os aditivos de prazo, os mesmos apenas têm que atender aos critérios dispostos pela mesma. Já para valores, a Lei 8666/1993 estabelece limites que os contratos devem seguir para alterações contratuais, sendo de 25% de acréscimo ou de supressão para obras e serviços de engenharia e de 50% para reforma de edifício ou de equipamento, ainda de acordo com a mesma lei, supressões de comum acordo entre as partes não são limitadas. TISAKA (2011) ainda afirma que termos aditivos específicos devem ser realizados quando da ocorrência de fatos absolutamente imprevisíveis e extraordinários e que provoquem o desequilíbrio da equação econômico-financeira do contrato inicial. TISAKA (2011) afirma que aditivos contratuais em licitações de obras públicas ocorrem principalmente pela ineficácia de planejamento nos órgãos públicos, pela má qualidade dos projetos básicos contratados pelos mesmos, por deficientes critérios de orçamentação estabelecidos pelo governo, porque em alguns casos a própria administração acaba não cumprindo disposições normativas e legais, pela demora na liberação das áreas para a execução das obras, por restrições ambientais não previstas oportunamente e por aumento excessivo dos preços dos insumos no mercado. 27 3.0 - MATÉRIAIS E MÉTODOS O presente trabalho trata-se de uma pesquisa exploratória do tipo estudo de caso. O estudo envolveu uma análise quantitativa de aditivos de valor dessas obras ao longo de dois anos. São analisadas seis (6) obras de Unidades Básicas de Saúde tipo IV, licitadas pela prefeitura municipal de Teresina, através do seu órgão competente, no período de janeiro de 2014 a dezembro de 2015. Vale destacar que os recursos para estas obras também provem da parceria do município com o governo federal, através do termo de convênio. A pesquisa irá focar nas causas das solicitações de aditivos por parte da construtora e para isso, são reunidos dados e informações referentes a esse tema. Os temas abordados foram; contratos, planejamento, projeto básico e aditivos. É importante frisar que todos esses temas serão voltados para caracterizar a circunstância da formalização de um aditivo. Por isso serão investigados e analisados os contratos firmados. Tendo em vista um restrito campo de pesquisa bibliográfica a cerca deste tema, para uma melhor analise, o método visou proporcionar, a partir de uma expressiva quantidade de informações, a classificação, a frequência e o impacto financeiro das causas das solicitações de aditivos. Conciliar as informações comuns aos contratos e agrupa-las. Ao final da pesquisa e elaboração dos gráficos das ocorrências dos tipos de aditivos, deverá se destacar as principais solicitações e estas serão estudadas especificamente para uma melhor compreensão de sua causa e consequência ao patrimônio público. Os dados levantados para a pesquisa, são; contrato, e toda sua conjuntura, o edital de licitação, comparação entre os orçamentos inicial e da proposta vencedora e os orçamentos finais, planilhas de aditivos em conjunto com memória de cálculo e justificativa de cada aditivo. Logo o contrato de licitação como um todo, estas informações proporcionaram um caráter cientifico ao trabalho. Para isso foi, necessario a requisição destas informações junto ao orgão competente, atraves de um processo de solicitação, dado entrada junto ao protocolo desse orgão, conforme o anexo A. De posse destas informações, montou-se planilhas onde procurou-se organizar os aditivos de cada UBS, para isso foram criadas planilhas para cada UBS, discriminando os principais fatores relevantes ao tema abordado. 28 Inicialmente, destaca-se as principais informações do contrato da licitação, posteriormente, é reunido as informações sobre os valores iniciais, ou seja, os orçamentos de referencias, os valores das propostas vencedoras, as quantidades de aditvos, os valores aditivados de cada UBS e o somatorio destes valores. Em seguida, é detalhado cada aditivo, classificando os serviços aditivados quanto a sua causa, e por fim, demonstra-se os resultados obtidos na pesquisa destes aditivos, com o foco em apresentar os serviços e as causas de maior impacto e a relação entre eles, afim de desenvolver uma solução eficaz para minimizar estes eventos. Limitações da pesquisa: O estudo ira somente classificar como consequência quanto à onerosidade. 3.1 - PROCEDIMENTOS DE PESQUISA Com acesso ao contrato de licitação das obras, primeiramente foi feito um levantamento dos aspectos mais importantes contidos no contrato, montando uma lista, cuja, especifica a contratante, a empresa contratada, BDI, tipo do contrato, regime do contrato, modalidade do contrato, valor do contrato, objeto a ser licitada, natureza dos recursos e data da ordem de serviço. Afim de manter anônimos, como foi solicitado, tanto a contratante como também a empresa contratada estão mantidas em sigilo, vale destacar também que as UBS estudadas terão seus nomes também substituídos por pseudônimos. Ao se obter as planilhas de aditivos, o primeiro a ser feito, é a pesquisa dos serviços aditivados, observando a quantidade, o valor e sua porcentagem. Esta verificação, exigiu a elaboração de planilhas para cada UBS, onde procurou-se discriminar os principais pacotes de serviços do orçamento, destacando seu valor da proposta vencedora, o valor de cada aditivo e a porcentagem destes e por fim a relação de cada valor aditivado com o valor total aditivado, em forma de porcentagem. Estes dados, possibilitaram analisar de forma especifica onde os aditivos tem maior impacto. Foram obtidos também as justificativas de cada subpacotes de serviços, estes dados foram agrupados e classificados para facilitar a análise das causas que abrange três categorias principais: 29 Projeto: quando o aditivo poderia ter sido evitado durante a elaboração do projeto, ou foi causado por uma falha na elaboração do mesmo; Para a causa relacionada a Projetos, a análise levou a uma nova subdivisão nos itens: Projeto incompleto; Projeto com linguagem incorreta; Projetocom incompatibilidades Projeto com solução incorreta Planejamento: quando uma falha no planejamento da obra desencadeou o aditivo e poderia ter sido evitado; Imprevistos: um custo gerado que não poderia ter sido previsto ou evitado Um total de 16 aditivos de valor foram identificados e cada um foi analisado quanto aos itens: UBS estudada; Número do Aditivo; Discriminação do Pacote de Serviço; Classificação da causa do aditivo; Valor do aditivo de cada pacote de serviços; Relação do valor do aditivo com o valor total aditivado em cada aditivo da UBS estudada; Valor total do aditivo analisado; Porcentagem do aditivo em relação ao preço proposto; Para análise do impacto financeiro, cada UBS foi investigado separadamente. Para esta análise foram considerados os quantitativos de frequência e seu percentual de impacto no custo. Por fim, as análises indicam as principais causas e impactos financeiros dos aditivos contratuais. 4.0 - ANÁLISE DOS DADOS Nesta etapa são apresentados os dados obtidos no estudo de caso. Primeiramente, serão exibidos os dados relativos ao contrato estudado, apresentando seus principais aspectos, 30 em seguida as informações relativas a cada UBS e os valores que as respectivas representam, por meio de tabelas e gráficos. 4.1 - ASPECTOS GERAIS DO CONTRATO CONTRANTE: (FUNDA), pessoa jurídica de direito público da administração indireta da prefeitura Municipal de Teresina. CONTRATADA: EMPRESA (ECP) TIPO DO CONTRATO: REGIME DIFERENCIADO DE CONTRATAÇÕES – RDC PRESENCIAL REGIME DE CONTRATO: EMPREITADA GLOBAL MODALIDADE DO CONTRATO: MAIOR DESCONTO VALOR DO CONTRATO - REFERENTE AO LOTE III: R$ 7.260.027,37 BDI (BENEFÍCOS E DESPESAS INDIRETAS): 20,00% OBJETO DO CONTRATO: A execução de obras de construção de Unidades básicas de Saúde Tipo IV, em diversos bairros de Teresina – PI, descritas em Lote: LOTE III: UBS AA... ..................................................... .............................TÉC. RESP. 01 UBS CVN ..................................................... .............................TÉC. RESP. 01 UBS MOCA ................................................. .............................TÉC. RESP. 02 UBS NT ........................................................ .............................TÉC. RESP. 02 UBS AS ........................................................ .............................TÉC. RESP. 03 UBS SAT ...................................................... .............................TÉC. RESP. 04 UBS CRISTO ............................................... .....(NÃO CONSTARÁ NO TCC) UBS MEMO.......................................................(NÃO CONSTARÁ NO TCC) UBS REAL ................................................... .....(NÃO CONSTARÁ NO TCC) OBS 1: Os pseudônimos são utilizados para facilitar a organização do trabalho. OBS 2: Existem vários técnicos responsáveis por cada UBS ou conjunto de UBS. NATUREZA DOS RECURSOS: FONTES DE RECURSOS: Oriunda de convênio com o governo federal 31 Transferências Federais – 212 Tesouro Municipal – 102 FUNDA – 214 CLASSIFICAÇÕES ORÇAMENTARIAS: Melhorias / Construção de Unidades de Saúde – FONTE 212 Administração da (FUNDA) – FONTE 102 Construção de Unidades Básicas de Saúde – FONTE 214 PRAZO PREVISTO PARA ENTREGA DAS OBRAS – 180 DIAS, contados a partir da data de recebimento pela contratada, da Ordem de Serviço emitida pela (FUNDA). ORDEM DE SERVIÇO: DATA DE EMISSÃO; 23/05/2014. DATA DE RECEBIDO; 28/05/2014. De forma resumida, tem-se constatado os valores de referência, proposta vencedora, defletor, a diferença entre esses valores, as quantidades de aditivos valores, assim como também o valor total da obra, para que possa se dar início ao estudo de cada UBS. Pode ser visto na tabela 1.0 – UBS/DADOS. 32 4.2 - INFORMAÇÕES RELATIVAS A CADA UBS Tabela 1 - UBS/DADOS UBS/DADOS UBS AA UBS CVN UBS MOCA UBS NT UBS S A UBS SAT TOTAL Valor de Referência C/ (BDI) R$ 789.073,10 R$ 795.457,84 R$ 843.568,98 R$ 851.607,73 R$ 789.314,32 R$ 803.223,01 R$ 4.069.021,97 Valor da Proposta Vencedora S/ (BDI) R$ 657.428,63 R$ 662.749,25 R$ 673.601,94 R$ 680.043,22 R$ 657.629,67 R$ 669.191,07 R$ 3.331.452,71 Valor da Proposta Vencedora C/ (BDI) R$ 788.914,36 R$ 795.299,10 R$ 808.322,33 R$ 816.051,86 R$ 789.155,60 R$ 803.029,28 R$ 3.997.743,25 Defletor 0,999798822 0,999800442 0,958217226 0,95824854 0,999798919 0,999758814 - Diferença entre Valor do Contrato e Proposta Vencedora R$ 158,74 R$ 158,74 R$ 35.246,65 R$ 35.555,87 R$ 158,72 R$ 193,73 R$ 71.278,72 Número de Aditivos de Valor 4 3 2 4 3 1 16 Valor Total Aditivado Sem (BDI) R$ 164.065,60 R$ 81.103,89 R$ 163.003,59 R$ 133.545,79 R$ 157.747,81 R$ 214.518,06 R$ 699.466,68 Valor total Aditivado Com (BDI) R$ 196.878,72 R$ 97.324,67 R$ 195.604,31 R$ 160.254,94 R$ 189.297,38 R$ 257.421,67 R$ 839.360,01 Porcentagem Total de Aditivos de Valor 24,96% 12,24% 24,20% 19,64% 24,00% 32,06% - Valor Total da Obra com Aditivos S/ (BDI) R$ 821.494,23 R$ 743.853,14 R$ 836.605,53 R$ 813.589,01 R$ 815.377,48 R$ 883.709,13 R$ 4.030.919,39 Valor Total da Obra com Aditivos C/ (BDI) R$ 985.793,07 R$ 892.623,77 R$ 1.003.926,64 R$ 976.306,81 R$ 978.452,98 R$ 1.060.450,96 R$ 4.837.103,27 FONTE: AUTORIA PRÓPRIA Uma observação a ser feita a respeito da UBS SAT. Como pode ser visto, sua porcentagem total de aditivo de valor foi de 32,06%, valor este superior ao valor limite de 25,00% determinado pela lei 8666/93. Ao se estudar as planilhas de aditivos desta unidade, foram constatados erros que provocaram alterações no valor final. Tais erros se justificam pelo fato, do responsável técnico somar os valores suprimidos aos valores aditivados, provocando uma distorção no somatório dos aditivos, ou seja, os valores suprimidos não deveriam ter sido 33 somados aos valores aditivados. Este equívoco, só foi percebido, quando foram somados apenas os valores aditivados, resultando em valores superiores aos que constavam na planilha disponibilizada pela FUNDA. Tendo em vista, esta situação a UBS SAT, é estuda de forma resumida, destacando a penas seus valores iniciais e proposta vencedora, por conta disso, também deve-se observar que os valores totais da tabela 1.0, estão suprimidos, ou seja, não contem os valores da UBS SAT. É importante salientar a causa daquele equívoco. Uma possível causa, falta de treinamento técnico aos profissionais responsáveis pela elaboração das planilhas orçamentarias. A respeito dos valores iniciais destas UBS, montou-se uma tabela específica, com o propósito de compara-los, afim de traçar a hipótese dos valores semelhantes, que será verificada mais adiante. Tabela 2 - Valores Iniciais UBS Valor de Referência C/ (BDI) Valor da Proposta Vencedora C/ (BDI) DIFERENÇA UBS AA R$ 789.073,10 R$ 788.914,36 R$ 158,74 UBS CVN R$ 795.457,84 R$ 795.299,10 R$ 158,74 UBS MOCA R$ 843.568,98 R$ 808.322,33 R$ 35.246,65 UBS NT R$ 851.607,73 R$ 816.051,86 R$ 35.555,87 UBS S A R$789.314,32 R$ 789.155,60 R$ 158,72 UBS SAT R$ 803.223,01 R$ 803.029,28 R$ 193,73 TOTAL R$ 4.872.244,98 R$ 4.800.772,54 R$ 71.472,44 FONTE: AUTORIA PRÓPRIA Nesta tabela, considera-se os valores da UBS SAT, pois estes valores não estão incorretos, porém segue a diretriz de não considerar esta UBS, ao que se refere ao tema aditivo, portanto nota-se que os valores totais da Tabela 2 são diferentes da Tabela 1. 34 Figura 2 – Gráfico: Valores Iniciais FONTE: AUTORIA PRÓPRIA Através da figura 2 – Gráfico: Valores Iniciais, percebe-se que houve pequenos decréscimos em relação ao valor de referência e o valor da proposta vencedora, as únicas UBS com variações expressivas são as UBS MOCA e UBS NT. Vale destacar a hipótese, que variações pequenas significa orçamentos semelhantes e, portanto, alterações pequenas. O gráfico a baixo foi montado para análise desta hipótese, onde os valores listados a esquerda são as diferenças e os valores listados a direita são os aditivos. R $ 7 8 9 .0 7 3 ,1 0 R $ 7 9 5 .4 5 7 ,8 4 R $ 8 4 3 .5 6 8 ,9 8 R $ 8 5 1 .6 0 7 ,7 3 R $ 7 8 9 .3 1 4 ,3 2 R $ 8 0 3 .2 2 3 ,0 1 R $ 7 8 8 .9 1 4 ,3 8 R $ 7 9 5 .2 9 9 ,1 0 R $ 8 0 8 .3 2 2 ,3 9 R $ 8 1 6 .0 5 1 ,8 6 R $ 7 8 9 .1 5 5 ,6 0 R $ 8 0 3 .0 2 9 ,2 8 U B S A A U B S C V N U B S M O C A U B S N T U B S S A U B S S A T VALORES INICIAISORÇAMENTO INICIAL (R$) PROPOSTA VENCEDORA (R$) 35 Figura 3 – Gráfico: Hipótese da Semelhança dos Orçamentos FONTE: AUTORIA PRÓPRIA Observando a figura 3 - Gráfico: Hipótese da Semelhança dos Orçamentos, fica nítido que não há correlação, entre valor inicial orçado com valor da proposta vencedora, no que diz respeito a sua variação no decorrer da obra, ou seja, mesmo o valor da proposta vencedora seja próximo ao valor de referência, ainda sim houve grandes alterações, como é o caso das UBS AA, UBS CVN e UBS S A. A partir dos dados da tabela 1 pode-se determinar outros parâmetros, como; qual UBS de maior valor aditivado, maior porcentagem de aditivo e quantidade de aditivos. R$158,72 R$158,74 R$35.246,59 R$35.555,87 R$158,72 R$193,73 R$203.130,77 R$97.324,67 R$195.604,31 R$159.232,22 R$190.745,96 R$257.421,67 R$- R$50.000,00 R$100.000,00 R$150.000,00 R$200.000,00 R$250.000,00 R$300.000,00 R$- R$5.000,00 R$10.000,00 R$15.000,00 R$20.000,00 R$25.000,00 R$30.000,00 R$35.000,00 R$40.000,00 UBS AA UBS CVN UBS MOCA UBS NT UBS S A UBS SAT DIFERENÇA ADITIVO 36 Tabela 3 - Aditivos 1.1 ADITIVOS 1.1 UBS Valor Total Aditivado Com (BDI) Porcentagem Total de Aditivos de Valor UBS AA R$ 196.878,72 24,96% UBS CVN R$ 97.324,67 12,24% UBS MOCA R$ 195.604,31 24,20% UBS NT R$ 160.254,94 19,64% UBS S A R$ 189.297,38 24,00% TOTAL R$ 839.360,01 FONTE: AUTORIA PRÓPRIA Figura 4 - Gráfico: Porcentagem de representação das UBS FONTE: AUTORIA PRÓPRIA A figura 4 - Gráfico: PORCENTAGEM DE REPRESENTAÇÃO DAS UBS, representa a proporção dos aditivos de cada UBS, pode-se perceber, uma aproximação entre as porcentagens de aditivos e como os valores aditivados das UBS são também semelhantes, estes dados acabam provocando a suposição de que as causas dos aditivos são parecidas. Esta ideia será debatida na conclusão após a análise detalhada dos aditivos. 24% 11% 23% 19% 23% PORCENTAGEM DE REPRESENTAÇÃO DAS UBS UBS AA UBS CVN UBS MOCA UBS NT UBS S A 37 Tabela 4 - Aditivos 1.2 ADITIVOS 1.2 UBS Valor de Referência C/ (BDI) Valor Total Aditivado Com (BDI) % UBS AA R$ 789.073,10 R$ 196.878,72 24,95% UBS CVN R$ 795.457,84 R$ 97.324,67 12,24% UBS MOCA R$ 843.568,98 R$ 195.604,31 23,19% UBS NT R$ 851.607,73 R$ 160.254,94 18,82% UBS S A R$ 789.314,32 R$ 189.297,38 23,98% FONTE: AUTORIA PRÓPRIA Mesmo em relação aos valores de referência a porcentagem dos aditivos não variou muito pois a diferença entre valores de referência e valor da proposta vencedora são muito pequenas. Continuando ao que diz respeito aos Aditivos, destaca-se mais um parâmetro a ser debatido, a relação entra a porcentagem de aditivo e a quantidade de aditivos, pleiteados por cada UBS. Tabela 5 - Aditivos 1.3 ADITIVOS 1.3 UBS Porcentagem Total de Aditivos de Valor QTD DE ADITIVOS UBS AA 24,96% 4 UBS CVN 12,24% 3 UBS MOCA 24,20% 2 UBS NT 19,51% 4 UBS S A 24,00% 3 FONTE: AUTORIA PRÓPRIA 38 Figura 5 - Gráfico: Relação Quantidade com Porcentagem FONTE: AUTORIA PRÓPRIA A figura 5 – Gráfico: Relação Quantidade com Porcentagem, serve para mostrar que, mesmo aquelas com porcentagens altas de aditivo tiveram poucas quantidades de aditivos, ou seja, a relação alta porcentagem de aditivo não equivale à altas quantidades de aditivos, como é o caso da UBS MOCA, onde esta, teve porcentagem alta de aditivo e quantidade baixa, em contrapartida a UBS NT, cuja, teve 4 aditivos, porém sua porcentagem de aditivo foi uma das menores. Sendo assim, existe também a possibilidades das causas dos aditivos de cada UBS serem diversas e por isso impactando cada obra de maneira diferente. Esta hipótese também será objeto de análise, no detalhamento dos aditivos. O pleito feito pela ECP, é solicitado ao corpo técnico da FUNDA, em posse do processo, o técnico responsável por cada obra deve ir analisar e fiscalizar a solicitação, através de uma visita técnica, onde será feito a medição dos itens realizados e analise da conformidade da execução, a partir dos dados recolhidos nessa visita, o responsável técnico irá elaborar uma planilha de aditivos ou de supressão, onde está terão os itens realizados, os itens pleiteados, memória de cálculo e justificativa. Este modelo será detalhado mais a frente, na figura 2, 3 e 4. Tendo em vista este procedimento, conclui-se que a cada medição poderá ser impetrada ou não um aditivo. 25,75% 12,24% 24,20% 19,51% 24,17% 32,06% 4 3 2 4 3 1 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% UBS AA UBS CVN UBS MOCA UBS NT UBS S A UBS SAT PORCENTAGEM TOTAL ADITIVADA QUANTIDADE DE ADITIVOS 39 4.3 - ANÁLISE DETALHADA DAS PLANILHAS DE ADITIVOS Através das planilhas cedidas pela FUNDA, foi elaborado esquemas para caracterizar os aditivos. Nas tabelas 6 a 21 estão listados os aditivos de cada UBS estudada, número do aditivo, discriminação do pacote de serviço, classificação da causa do aditivo, representação em forma de porcentagem da relação, valor do aditivo do determinado pacote de serviço e valor total do aditivo analisado, valor total aditivado e a porcentagem em relação ao valor da proposta vencedora. Em seguida é feita uma análise dos resultados de cada pacote de serviço, como também das causas, para indicação do impacto financeiro que estes provocam. Inicialmente, deve ser exposto o modelo de planilha de aditivos executados pelos responsáveis técnicos da FUNDA. Segue a baixo recortes destes modelos e em seguida sua explicação. Figuras 6, 7 e 8. Figura 6 - Planilha de Aditivos - A 40 Figura 7 - Planilha de Aditivos - B As duas figuras as cimas fazem parte de uma planilhaúnica, como seu formato original é na horizontal, extrapolaria os limites da folha do presente trabalho, portanto foi necessário dividi-la em duas partes. Estas deveram está uma do lado da outra, assim complementando a planilha. As Planilhas de aditivos, são compostas de 13 pacotes principais de serviços, são eles: 1. MOBILIZAÇÃO-CANTEIRO DE OBRAS-DEMOLIÇÕES 2. MOVIMENTO DE TERRA 3. COBERTURA 4. FUNDAÇÃO E ESTRUTURA 5. ALVENARIA - VEDAÇÃO 6. IMPERMEABILIZAÇÃO 7. REVESTIMENTO - PISOS, PAREDES E TETOS 41 8. ESQUADRIAS 9. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS 10. INSTALAÇÕES HIDRAULICAS 11. REDE DE AR COMPRIMIDO 12. COMUNICAÇÃO VISUAL 13. DIVERSOS E LIMPEZA DA OBRA Cada pacote tem sua composição determinada por um conjunto de subpacotes, estes são calculados os quantitativos, valores unitários e valor real total, como pode ser visto na figura 6. O que ocorre no caso de aditivos, são alterações nestes conjuntos de subpacotes, podendo haver a criação de um novo subpacote, alteração na quantidade destes ou no valor unitário. Tomando como exemplo o item discriminado nas figuras 6, 7 e 8, “COMPACTACAO MECANICA, SEM CONTROLE DO GC (C/COMPACTADOR PLACA 400 KG)”, temos que este pertence ao pacote principal “MOBILIZAÇÃO DE TERRA”, percebe-se que seu quantitativo inicial é zero, pois se trata de um item novo, assim, deve ser aplicado os valores atualizados da tabela SINAPI, destacado também nessa figura. Na figura 7, percebe-se que a coluna relacionada à aditivo de valor, onde esta contêm o quantitativo real (quantidade necessária para execução do serviço), o saldo (diferença entre a quantidade real e a quantidade inicial), valor real (produto entre saldo e valor unitário), no caso do exemplo acima, têm-se; Quantitativo inicial = 0,00 m³ Valor Unitário = R$ 1,89 Quantitativo real = 1317,73 m³ Saldo = 1317,73 – 0 Saldo = 1317,73 m³ Valor Real = R$ 1,89 x 1317,73 m³ Valor Real = R$ 2.490,51 Observação importante, o valor realmente aditivado, não necessariamente será o mesmo que o Valor Real. Quando se trata de itens novos, onde estes são aplicados valores da tabela SINAPI, ocorre que esses valores devem ser corrigidos, através do defletor calculado para cada obra. 42 O defletor é a simples relação entre o Valor da Proposta Vencedora sobre o Valor de Referência, para cada obra. Por sua vez temos; Valor Unitário Corrigido = R$ 1,89 x 0,9582 Valor Unitário Corrigido = R$ 1,81 Valor Aditivado = R$ 1,81 x 1317,73 m³ Valor Aditivado = R$ 2.385,09 Figura 8 - Planilha de Aditivo (Memória de cálculo) As Planilhas de Aditivos Memória de Cálculo, são uma extensão das planilhas de Aditivo, elas contêm apenas os itens modificados. Para o deferimento dos pleitos feitos pela empresa contratada, são exigidos justificativas, juntamente, com a memória de cálculo. O exemplo da FIGURA 8 – Planilha de Aditivo (Memória de cálculo), onde trata sobre o subpacotes, “COMPACTACAO MECANICA, SEM CONTROLE DO GC (C/COMPACTADOR PLACA 400 KG)”, este como foi analisado, anteriormente, é um item que não foi previsto na planilha inicial, tendo, portanto, seus quantitativos iniciais zerados. Logo em sua memória de cálculo, só há o volume a ser realizado. Abaixo da memória de cálculo segue a justificativa, onde esta se deve mostrar pertinente e de acordo com as exigências do contrato. 43 4.4 - DETALHAMENTO DOS ADITIVOS Neste tópico, serão abordados os detalhes dos aditivos de cada Unidade Básica de Saúde, através de tabelas, em seguida é feita uma descrição dos motivos que levaram a ocorrência daquele. Ao se observar as descrições dos aditivos abaixo, percebe-se que cada pacote de serviço pode ter várias causas ao mesmo tempo, contudo, de modo a simplificar a análise dos resultados, elegeu-se a causa de maior impacto financeiro àquele pacote de serviço. Para um melhor entendimento do critério de classificação tem-se abaixo exemplos explicativos para cada causa. 1- PROJETOS a) PROJETO INCOMPLETO: Ocorre em casos em que o quantitativo orçado inicialmente não foi o suficiente para a viabilização da obra ou também, em casos em que a administração contratante deseja implementar um novo serviço. b) PROJETO COM LINGUAGEM INCORRETA: Em fase de execução percebe-se que um determinado serviço tem falhas ou deficiências no seu detalhamento, provocando ao construtor a execução de forma incorreta. c) PROJETO COM IMCOMPATIBILIDADE: Existe grande dificuldade por parte dos projetistas em interagir os diferentes projetos a fim de compatibiliza-los, esta causa, ocorre então, por conta de projetos arquitetônicos, fundação e estrutura, elétricos e hidráulicos não estarem compatíveis, ocorrendo à necessidade de alterações no decorrer da obra. d) PROJETO COM SOLUÇÃO INCORRETA: Envolve a solução técnica que foi projetado inicialmente não ser a melhor opção, ou seja, casos como alterar o tipo de fundação, alterar tipo de revestimento, e por isso houve casos em que o projeto concebia uma solução e quando ao executar, percebeu-se que essa solução não estava de acordo com as exigências técnicas normativas apropriadas para o caso. 2- PLANEJAMENTO Esta causa tem conceito muito amplo, pois atua desde antes do projeto até depois da conclusão da obra, englobando tudo, logo para simplificar, só será usada em casos em que 44 há falta de atuação e comunicação dos fiscais e do construtor em se evitar que a execução decorra de forma errada, onde essa ausência acaba gerando retrabalho. 3- IMPREVISTOS Acontecimentos decorrentes fora das demais causas, onde não foi possível por ambas as partes de evita-las. Tabela 6 - Aditivos UBS AA UBS AA 1 º ADITIVO PACOTES DE SERVIÇOS ALTERADOS CLASSIFICAÇÃO DA CAUSA DOS ADITIVO VALOR % REPRESENTAÇÃO MOBILIZAÇÃO-CANTEIRO DE OBRAS-DEMOLIÇÕES PROJETO INCOMPLETO R$ 839,70 1,68% MOVIMENTO DE TERRA PROJETO INCOMPLETO R$ 2.316,40 4,62% FUNDAÇÃO E ESTRUTURA PROJETO INCOMPLETO R$ 38.183,38 76,18% ALVENARIA - VEDAÇÃO PROJETO INCOMPLETO R$ 5.369,82 10,71% REVESTIMENTO - PISOS, PAREDES E TETOS PROJETO INCOMPLETO R$ 3.414,81 6,81% VALOR TOTAL ADITIVADO S/ (BDI) R$ 50.124,11 VALOR TOTAL ADITIVADO C/ (BDI) R$ 60.148,93 PORCENTAGEM 1º ADITIVO 7,62% FONTE: AUTORIA PRÓPRIA Descrição do Ocorrido: Devido a necessidade de informar a população a participação da Prefeitura Municipal de Teresina através da FUNDA da construção da UBS acrescentou outra placa com esta informação. Item deficiente em todas as outras obras. Após realização do projeto estrutural e escavações feitas no local da obra verificou- se a necessidade do aumento do volume das escavações, como também o volume de alvenarias de pedra rachão, após o entendimento da necessidade desses serviços, determinou-se a execução do contrapiso antes do lançamento da alvenaria em pedra rachão. A execução de muro em tijolo cerâmico incluindo movimento de terra, fundação, alvenaria, revestimento e pintura, em atendimento as especificações de projeto e adequação ao terreno definido. Alteração feita pela Administração contratante. Instalação de Piso de Borracha, serviço necessário na área de circulação externa para constituir alerta ou linha guia, perceptível para pessoas com deficiência. 45 Tabela 7 - ADITIVOS UBS AA UBS AA 2 º ADITIVO PACOTES DE SERVIÇOS ALTERADOS CLASSIFICAÇÃO DA CAUSA DOS ADITIVO VALOR % REPRESENTAÇÃO COBERTURA PROJETO COM SOLUÇÃO INCORRETA R$ 31.445,50 53,28% ALVENARIA - VEDAÇÃO PROJETO COM SOLUÇÃO INCORRETA R$ 7.814,57
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