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Obrigações Solidárias

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1. Obrigações solidárias (arts. 264 a 285, do CC)
1.1 . Conceito
	O conceito de obrigação solidária está explicitado no art. 264 do Código Civil e afirma que existe solidariedade quando na mesma relação jurídica obrigacional, concorre mais de um credor (solidariedade ativa), ou mais de devedor� (solidariedade passiva), sendo cada um, com direito, ou obrigado, à dívida toda.
	Desta forma, a obrigação é solidária quando há vários devedores e cada um responde pela dívida inteira, como se fosse o único devedor.
	Se a pluralidade for de credores, pela exegese do art. 264, CC, pode qualquer deles exigir a prestação integral, como se fosse o único credor.
Lembre-se:
	A solidariedade não se presume. Pode a obrigação solidária resultar da lei ou da vontade das partes (contrato) (art. 265, CC).
	Na solidariedade de relação jurídica obrigacional, seja ela prevista no contrato ou em lei, excepciona-se o princípio da divisibilidade das obrigações estipulado pelo art. 257, do Código Civil.
Exemplos de obrigações solidárias previstas em lei:
Solidariedade entre representante e representado (art. 149, CC);
Cedente e cessionário (art. 1.146, CC);
Entre mandantes (art. 680, CC);
Fiadores (art. 829, CC);
Gestores (art. 867, parágrafo único, CC);
Autores da ofensa (art. 942, CC);
Sócios (arts. 990, 993, 1.039, 1.045 seg., CC);
Administradores de sociedade (arts. 1.009, 1.012, 1.016 seg., CC);
Cônjuges (art. 1.644, CC);
Testamenteiros (art. 1.986, CC) etc.
1.2. Características das obrigações solidárias
Pluralidade de credores, de devedores ou de uns e de outros;
Integralidade da prestação;
Corresponsabilidade dos interessados.
1.3. Espécies de obrigações solidárias
Obrigação solidária ativa:� se existe mais de um credor;
Obrigação solidária passiva, quando há pluralidade de devedores.
1.4. Diferenças entre solidariedade e indivisibilidade
Na obrigação solidária, a indivisibilidade do objeto é condição se sua própria existência, seja ou não, naturalmente divisível esse objeto.
Na obrigação indivisível (indivisibilidade) a coisa não pode ser dividida, ou porque apresenta natureza insusceptível de divisão, ou porque a vontade das partes a torna indivisível, ou porque a lei cria a indivisibilidade em face do objeto.
Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos (art. 263, CC). 
Na solidariedade, isto não ocorre, pois cada devedor continuará responsável pelo pagamento integral do equivalente em dinheiro do objeto perecido. Vale dizer, na obrigação solidária, convertendo-se a obrigação em perdas e danos, subsiste a solidariedade continuando indivisível o objeto (arts. 271 e 279, CC/2002).
A solidariedade origina-se de uma relação jurídica subjetiva, com base na nas pessoas, nos sujeitos dessa mesma relação – credores e devedores.
A indivisibilidade surge de uma relação objetiva, relacionando-se com a unidade do objeto, que integra a prestação.
1.5. Solidariedade ativa
Conceito: Solidariedade ativa é a relação jurídica por meio da qual concorrem dois ou mais credores, podendo qualquer deles receber integralmente a prestação devida (art. 267, CC).
	Preleciona Fábio Ulhoa Coelho, que nesta espécie de solidariedade “o polo credor da relação obrigacional é ocupado por vários sujeitos, sendo que cada um deles ‘tem o direito de exigir do devedor o cumprimento da obrigação por inteiro’” (CC, art. 267) (2012: 105).
Efeitos:
a) O devedor libera-se pagando a qualquer dos credores, que, por sua vez, pagará aos demais a quota de cada um.
b) Enquanto algum dos credores solidários não demandar o devedor comum, a qualquer deles poderá este pagar (art. 268, CC). Cessa esse direito, porém, se um deles já ingressou em juízo com ação de cobrança, pois só a ele o pagamento pode ser efetuado.
c) O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago (art. 269, CC).
d) Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade (art. 271, CC).
e) O credor que tiver remitido a dívida, ou recebido o pagamento, responderá aos outros pela parte que lhes caiba (art. 272, CC), podendo ser convencido em ação regressiva por estes movida.
1.6. Solidariedade passiva
Conceito: A solidariedade passiva ocorre quando há dois ou mais devedores, na mesma relação jurídica, cada um com dever de prestar a dívida toda, ou seja, todo o objeto da prestação. 
Os devedores são solidários. Dois ou mais devedores são obrigados pela inteira prestação, isto é, por toda a dívida, ainda que seja ela divisível.
	O art. 275, do Código Civil, estabelece que, na solidariedade passiva, o credor tem o direito de exigir e receber de um, de alguns ou de todos os devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum. 
	A solidariedade passiva não se presume, ela tem que estar expressa, ou pela vontade das partes ou pela lei (art. 275, CC).
Efeitos:
a) Alteração posterior de contrato – Qualquer alteração posterior do contrato, estipulada entre um dos devedores solidários e o credor, que venha a agravar a situação dos demais, só terá validade se for efetivada com a concordância destes (art. 278, CC).
b) Impossibilidade da prestação – no caso de a prestação se tornar impossível por culpa de um dos devedores solidários, o credor terá direito ao equivalente mais perdas e danos, como em qualquer obrigação. Pelo equivalente, responderão todos os devedores solidários, mas pelas perdas e danos, apenas o devedor culpado pela perda da prestação (art. 279, CC). Se for sem culpa resolve-se a obrigação.
Exemplo: Sebastião e Maria Helena venderam a Geraldo o último frasco de sêmen disponível de um famoso touro reprodutor já falecido e obrigaram-se solidariamente pela entrega. O preço foi totalmente pago de forma antecipada. Porém, a coisa se perdeu antes da execução da obrigação por culpa exclusiva de Sebastião. Neste caso, Geraldo poderá cobrar o valor da prestação perdida (valor pago pelo sêmen) de qualquer um dos devedores solidários, mas só poderá cobrar a indenização de Sebastião. Ainda, vale lembrar, que se Sebastião pagar a Geraldo, poderá, em regresso, cobrar a metade do valor da prestação de Maria Helena, mas nada do que tiver pago a título de perdas e danos.
Observação: se a prestação não restou impossível, mas houve mora na entrega ao credor, todos são responsáveis pela prestação, mas somente o responsável pelo atraso responde pelos juros de mora (art. 280, CC).
c) Falecimento de um dos devedores solidários – o espólio é responsável pela parte do devedor falecido, sendo que a obrigação passa a ser divisível pelos herdeiros (credores do espólio) (art. 276, CC).
d) Defesas do devedor solidário – em caso de demanda (ação judicial), o devedor só pode utilizar para se defender matéria relativa a ele ou a todos, não podendo utilizar-se de defesa de outro (art. 281, CC).
e) Extinção da solidariedade pela renúncia – É permitido ao credor, sem abrir mão de seu crédito, “renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores” (art. 282, CC).
f) Quota do insolvente – O devedor que satisfaz a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos codevedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os codevedores (art. 283, CC). Vide art. 284, CC. 
Em outros termos, o devedor que cumpre (voluntária ou forçadamente) a obrigação tem direito de cobrar, em regresso, dos demais devedores solidários.
Exemplo: Se A, B e C são devedores solidários de R$ 300,00 a D, aquele que pagar o credor pode regressivamente cobrar R$ 100,00 de cada um dos outros (codevedores). 
Desta forma, perante o credor os devedores respondem sempre pela totalidade da dívida, em razão da solidariedade, mas, entre eles, dá-se o rateio (relação interna da solidariedade).
g) Dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores– Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, ou seja, ao emitente de nota promissória, por ex., responderá este por toda ela para com aquele que pagar (art. 285, CC). Em outros termos, quando a dívida solidária interessa exclusivamente a um dos devedores, não se procede ao rateio proporcional na relação interna da solidariedade. Sobre isto, preleciona Coelho, no exemplo a seguir, in verbis:
Neste caso, o devedor solidário a quem interessa, com exclusividade, a dívida responde pela integralidade de seu valor (CC, art. 285). É o caso, entre outros, da fiança nos contratos de locação de imóvel. Na maioria das vezes, prevê o instrumento contratual que o fiador é devedor solidário com o afiançado (locatário) pelo pagamento dos aluguéis. Neste caso, porém, a dívida é do interesse exclusivo de quem alugou o imóvel. O fiador, uma vez pagando o locador, tem direito de regresso contra o afiançado pelo valor total dos aluguéis que tiver pago, e não apenas pela quota-parte proporcional. Por sua vez, o afiançado não pode reclamar do fiador, em regresso, a metade do que tiver pago ao locador, devendo suportar a obrigação inteira (2012: 105).
A fiança é diferente da solidariedade, pois é contrato acessório (vide arts. 818 a 839, CC).
�Solidariedade: na mesma relação jurídica tem mais de um credor ou mais de um devedor que estejam, respectivamente, com direito ou obrigado à dívida toda.
�Solidariedade ATIVA: mais de um CREDOR
Solidariedade PASSIVA: mais de um DEVEDOR

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