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HISTÓRIA DAS POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL
Os anos que antecederam o século XX foram marcados por um período de descobertas em relação à saúde. Mesmo com os portugueses em terras brasileiras, os que permeavam as classes mais baixas da sociedade não tinham acesso à saúde e condições sanitárias de qualidade, o que trouxe inúmeras doenças para o país, visto que os poucos médicos que aqui viviam só prestavam seus serviços às pessoas que tinham um status social elevado. Aqueles que não tinham esse acesso apelavam aos boticários (farmacêuticos da época), considerados curandeiros, que se propunham a medicar os doentes. 
O início do século XX no Brasil foi marcado por inúmeras epidemias que assolaram a população. A febre amarela, por exemplo, preocupava os governantes do país, visto que essas epidemias que se espalhavam na população traziam prejuízos á economia do Brasil, já que este dependia das exportações e os países comerciantes não queriam se “contaminar”, foi então que o presidente intitulou Oswaldo Cruz como responsável pela erradicação dessas doenças. É importante frisar que a população pobre nesta época só dispunha de atendimento filantrópico nos hospitais de caridade (Santas casas de misericórdia) enquanto os da elite tinham seus doutores. O modelo proposto por Oswaldo Cruz para erradicar as doenças (campanhista) foi um dos mais torturantes à população. Oswaldo pôs 1500 pessoas nas ruas (guardas sanitaristas) que objetivavam desinfectar a cidade e pra isso os mesmos queimavam colchões e roupas de doentes, fazendo uso da força e atrocidade. A população estava insatisfeita com as medidas tomadas na época e em 1904 essa revolta se proliferou, quando Oswaldo Cruz instituiu a vacina anti-varíola como obrigatória (Revolta da Vacina). O problema da saúde brasileira estava na forma como era proposta. O governo, ao invés de se preocupar com a medicina preventiva (melhoria das condições de vida da sociedade – aterros sanitários, por exemplo.) se preocupava com a medicina curativa, o que gerava mais gastos e desconforto na sociedade. De um modo geral, os problemas de saúde tornavam-se foco de atenção quando se apresentavam como epidemias e deixavam de ter importância quando os mesmos se transformavam em endemias.
Foi só então durante a fiscalização de Carlos Chagas que o modelo se saúde sofreu uma reestruturação, introduzindo a propaganda e a educação sanitária, de modo a inovar o modelo campanhista de Oswaldo Cruz que era apenas fiscal e policial. Entendeu-se então a importância de se ter acesso a boas condições sociais e à saúde e foi instituído, em 1923, as Caixas de Aposentadoria e Pensão (CAP’s), através da Lei Eloy Chaves, que apenas se estendia aos trabalhadores urbanos (organizada pelas empresas). Entretanto, a sua criação não era automática e dependia do poder de mobilização e organização dos trabalhadores de cada empresa para reivindicar sua criação. Foi só em 1932, após Getúlio Vargas assumir a presidência do Brasil, que o sistema de saúde é centralizado, dando o direito, também, de acesso à saúde aos mais pobres. Em 1934 (durante o Estado Novo), as CAP’s são substituídas pelos IAP’s (Instituto de Aposentadoria e Pensão), onde os trabalhadores não mais eram organizados por empresas, mas sim por categoria profissional (marítimos, comerciantes, empresários). Até então, o modelo inicial da previdência social tinha grande aplicabilidade na sociedade e funcionava perfeitamente teoricamente, pois este investimento tinha como objetivo criar um banco de finanças para futuramente garantir o direito dos trabalhadores, porém, na prática não funcionava, pois o governo vinha fazendo o uso desse dinheiro para investir na industrialização do país. 
A centralização da previdência que já vinha sendo mencionada se concretiza em 1964, durante o período de ditadura militar e passa dos IAP’s para INPS (Instituto Nacional de Previdência Social), concentrando todas as contribuições previdenciárias (comércio, indústria, serviços). O problema se agrava quando o Estado decide investir na iniciativa privada (a posto de aumentar as economias) e a saúde pública fica cada vez mais sucateada. Em meados de 1970 a conquista da previdência se estende aos trabalhadores rurais (FUNRURAL) E em 1978 o governo cria o Sistema Nacional de Previdência Social (SINPAS) que dividiu em órgãos as responsabilidade ligadas a saúde. O INAMPS (reunia todos os órgãos de assistência médica), o INPS (todos os órgãos de aposentadoria) e o IAPAS (a administração dos recursos financeiros).
Embora tivesse esse investimento, os trabalhadores e o resto da população sofriam, pois o modelo não alcançava a todos, fazendo uma seleção de quem poderia ter acesso à saúde. Foi quando em 1980 se viu a necessidade de criação de conselhos populares que pudessem debater a respeito das melhorias e inovações que a saúde poderia ter. Foi quando, através da VII Conferência Nacional da Saúde, na Constituição de 1988 instituiu-se o modelo de Unificação da Saúde (SUS) até os dias atuais. Tal procedimento ocorreu através das leis orgânicas 8.080 e 8.142, trazendo como princípios do SUS (Sistema Unificado de Saúde) Integralidade, Universalidade e Equidade.

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