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ENSAIOS MECÂNICOS (ME119) Turma MM – Armando Shinohara Trabalho sobre Ensaios de Dureza (Hardness Test) Aluno: Henrique Chaves Brito Coelho Curso: Engenharia Mecânica Data de Entrega: 02/06/2014 Recife, 28 de maio de 2014 1. Dureza. Antes de se proceder ao estudo dos ensaios de dureza, é de bom grado conceituar e entender o conceito de dureza: é uma das propriedades de um material sólido; ela se refere à capacidade de resistência à deformação plástica (em geral, essa deformação é uma penetração). Quando se faz referência à dureza de um determinado material, sabe-se que ele não pode estar nos estados líquido ou sólido; além disso, o foco do estudo das deformações desse material será a parte irreversível (plástica) – não a parte reversível (elástica). A magnitude do termo que defina a dureza de um material expressará sua resistência a deformações permanentes. Tal capacidade de resistir a cargas externas que busquem uma penetração na superfície da peça é resultado das forças de ligação interatômicas. Vale destacar que “dureza”, textualmente, também pode se referir a outros tipos de resistência, como flexão, risco, abrasão ou corte. “Abrasão” nada mais é do que perda de material devido ao atrito com partículas rígidas; já “corte” pode ser considerado um caso crítico de abrasão, no qual a dureza das partículas abrasivas é tão grande em relação ao material cortado que o sulco criado é proporcionalmente fino e bem definido. Já ficou claro que o simples termo não define claramente o que se está estudando. “Dureza” pode ter diversos significados, a depender do profissional que o aplica: na metalurgia, refere-se simplesmente à resistência à deformação plástica permanente; na Engenharia Mecânica, representa a resistência à penetração por um material duro; na área de projetos, é considerada como base de medida para tratamentos térmicos e desgastes de materiais; para a Usinagem, atua como contraposição ao corte do metal; na Mineralogia, capacidade de não riscamento. As durezas por penetração e por choque merecem especial atenção, devido a suas importâncias nas áreas de Metalurgia e Mecânica., sendo a primeira ainda mais importante e difundida. Esse tipo especial de dureza se divide em vários subtipos, de acordo com o cientista que o desenvolveu e o foco da área a qual pertença: Rockwell, Brinell, Vickers, Knoop, Meyer e Shore. Também é válido destacar que, por ser a dureza uma característica derivada tanto da estrutura interna do material como de sua composição química, existem diversos fatores os quais são capazes de influenciar nessa propriedade, como soluções sólidas, elementos de liga, tamanho de grão, direções cristalográficas e trabalho a frio. A figura abaixo mostra o papel riscando o grafite. A estrutura da celulose mais a base (mesa ou prancheta, por exemplo) é mais dura do que o grafite, o qual é desgastado. Figura 1: o papel risca o grafite, não o contrário 2. Ensaio de Dureza. Figura 2: ensaio de dureza da empresa Dicetti O objetivo do ensaio de dureza é medir a resistência oferecida pelo material em estudo à penetração de um objeto - padronizado e bem escolhido, de acordo com a norma vigente - em sua superfície. Ao penetrador, é imposta uma carga externa; dependendo da magnitude dessa força, pode-se ter uma micropenetração ou uma macropenetração. Consiste na impressão de uma pequena marca (endentação), feita na superfície da peça através da aplicação de pressão com uma ponta dura e afiada (endentador). A medida da dureza do material ensaiado é representada como função das características da marca de impressão e da carga externa aplicada em cada tipo de ensaio de dureza realizado. Figura 3: diversos tipos de endentadores, de esféricos a cônicos A importância deste ensaio é imensa na indústria de componentes mecânicos, tratamentos superficiais, vidros e laminados, pois que fornece dados quantitativos das características de resistência à deformação permanente nas peças com as quais essa indústria trabalha. Sua aplicação dentro do processo de manufatura é principalmente o controle de qualidade de entrada das especificações da matéria-prima transformada em componentes. Como mencionado anteriormente, a dureza dessas matérias-primas é uma função complexa, dependente de vários processos, dentro os quais tratamentos termoquímicos, térmicos, etc. Ao se aplicar o ensaio de dureza, portanto, tem-se vários objetivos práticos: conhecer a resistência ao desgaste (temporal, de atrito, etc); conhecer qualitativamente (aproximadamente) a resistência mecânica à tração, principalmente através do uso de tabelas de correlação; controlar a qualidade de tratamentos térmicos utilizados; segurar os padrões de qualidade em processos de conformação plástica. A questão da medição mostra-se determinante, pois a dureza não é uma propriedade intrínseca, íntima de cada material. Não é passível de definição precisa derivada das unidades fundamentais do Sistema Internacional de Medidas (SI), como massa, comprimento e tempo. Assim, quando determinada propriedade de dureza é definida, deve-se ter em mente que ela nada mais é do que o resultado de uma série complexa e regulada de procedimentos específicos de medição. Esse destaque pode ser exemplificado nos casos dos materiais metálicos, principais focos de estudo dos ensaios de dureza, a qual pode ser bastante alterada por tratamentos térmicos especiais, adição de solutos, trabalho mecânico a frio (encruamento), tratamentos térmicos específicos, etc. Mas esses fenômenos citados não operam apenas alterando a dureza do material; podem, outrossim, modificar diversas propriedades, inclusive superficiais, como aspereza. No aço temperado, por exemplo, percebe-se um aumento da dureza; no aço encruado, um aumento maior ainda, assim como no caso de aumento da porcentagem do elemento químico carbono na composição química do material. Daí a escolha das ferramentas e dos parâmetros de medição ser tão relevante. Figura 4: Esboço de tensão x deformação de aço encruado e aço recozido Entre as principais vantagens do ensaio estão: rapidez e simplicidade de execução; baixo custo relativo dos equipamentos envolvidos no processo; considerável liberdade para definição do significado utilizado de “dureza”. Vale observar que no caso de materiais mais “moles”, portanto menos resistentes a deformações plásticas, tais quais borrachas, plásticos, graxas, a dureza pode ser determinada através de choques, de modo que um instrumento impacta sobre a superfície do material. Parte da energia do choque será utilizada para a medição da dureza. Como o real foco dos ensaios de dureza são os materiais metálicos, este caso é pouco comum. Existem três principais métodos de medição: Risco (Escala de Dureza de Mohs, a qual será explicada adiante), Ressalto (Método Shore) e Penetração (métodos Brinell, Vickers, Rockwell, etc). Os mais utilizados são o Rockwell (normal e superficial), o Brinell, o Vickers, o de microdureza (Knoop e Vickers), o Mohs e o Escleroscópio (Escala Shore ou Durômetro). 3. Endentação e Riscamento. Endentação é o ato ou efeito de endentar, ou seja, criar dentes – causar um entrosamento, um engrenamento. Os metalurgistas chamam de endentação ou indentação a marca (dente) feito pelo penetrador do durômetro na peça em que se ensaia a dureza. O dente formado é uma cavidade de pequena profundidade na superfície; é essa a chave para entendimento da essência do caso. A dureza por indentação é aquela com maior interesse para a Engenharia, principalmente a Mecânica. É importante ressaltar que os ensaios deendentação requerem a superfície polida, limpa e livre de óxidos, de modo que a medição da forma seja mais próxima da real e não haja reações químicas entra o penetrador e a superfície de interesse. É necessário levar em conta as fontes de erros nas medidas de dureza de impressão na endentação, principalmente no ensaio Brinell. Na figura abaixo, vemos dois casos: (a) o material metálico foi encruado, mas sua capacidade de encruamento é baixa – logo o erro ilustrado ocorre e a distância medida é incorreta e maior do que a real; (b) um material metálico com elevada taxa de encruamento foi recozido e o contraste entre a característica de facilidade à deformação a frio e o tratamento térmico aplicado causam as depressões mostradas. Uma boa saída é, antes da indentação cobrir a esfera com líquidos marcadores. Figura 5: cortes de indentações em ensaios Brinell No caso do Ensaio Vickers, também pode haver propagações de erros quando da medição, a depender das características do material ensaiado, como mostram os desenhos abaixo: Figura 6: indentações Vickers: (a) perfeita; (b) metais recozidos; (c) metais encruados Um dos ensaios de dureza mais populares é o ensaio Rockwell, devido a suas rapidez, imunidade a erros pessoais, capacidade de distinção de pequenas diferenças de durezas e o pequeno tamanho da indentação, de modo que peças podem ser ensaiadas sem dano. Assim, fica claro que a endentação, por ser menor em magnitude, exige maior cuidado na medição. Figura 7: máquina de ensaio Rockwell Já o termo “riscamento” se refere a um desgaste de menor magnitude, uma transição de desgaste de deslizamento para desgaste por abrasão. Assim, pode-se considerar que um ensaio por riscamento é menos invasivo do que um ensaio por indentação. Um riscamento é feito através de um riscador: o riscador é uma haste de aço, de ponta aguda, endurecida pela têmpera. Deslizando-o, com ligeira pressão, sobre uma superfície de material mais macio, será riscado ou traçada uma linha (sulco). Se usado com a régua ou o esquadro, o riscador traça retas. Quanto mais dura e aguda for a ponta de traçar, com maior clareza sairão os traços. As pontas se desgastam rapidamente com o resultado das repetidas operações de afiar. A parte média do corpo ou da haste, para maior comodidade, é recartilhada. Um dos extremos da ponta está dobrada em ângulo reto. Com esse extremo marcam-se traços nos locais difíceis como: furos, ranhuras de grande profundidade etc. A ponta do riscador deve ser sempre afiada na forma cônica. Figura 8: riscadores de metais simples Bibliografia Livros: – Wear of Engineering Materials – Ensaios Mecânicos de Materiais Metálicos – Ciência e Engenharia de Materiais Sites: – http://www.fat.uerj.br/intranet/disciplinas/Ensaio%20de%20Materiais/EM05.pdf ; – https://www.google.com.br/url? sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=11&cad=rja&uact=8&ved=0CEUQFjAAOAo& url=http%3A%2F%2Fwww.teses.usp.br%2Fteses%2Fdisponiveis%2F3%2F3132%2Ftde- 08052007-165239%2Fpublico %2F101ANEXOAFolhadeEnsaios.pdf&ei=GmuKU5zzJ4rKsQTXpoHgDg&usg=AFQjCN HNXgpVPpy3kbivkpeffDVem6qJ8A&sig2=eUba4TUjiKjAsm8- Wywt4w&bvm=bv.67720277,d.cWc; Figuras: (1) http://concursoredacao.files.wordpress.com/2011/08/lapis.jpg (2) http://www.dicetti.com.br/Imagens/laboratorio/Fotos/8_GD.jpg (3) http://successworking.com.br/produtos/penetradores/02.png (4) http://s3.amazonaws.com/magoo/ABAAABDd8AI-2.png (5) http://www.fat.uerj.br/intranet/disciplinas/Ensaio%20de%20Materiais/EM05.pdf (6) http://www.fat.uerj.br/intranet/disciplinas/Ensaio%20de%20Materiais/EM05.pdf (7) http://www.panambrazwick.com.br/Fotos/Produtos/4eee90321d9aabe752f6acd30aaac36b.jp g (8) http://www.tarumaferramentas.com.br/Fotos/RiscadorChapa_003.jpg
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