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CASO CESARE BATTISTI - EXTRADIÇÃO
Década de 70 - Battisti foi integrante do do grupo guerrilheiro Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), na Itália. Ele é acusado de participar de quatro assassinatos no país - de um joalheiro, um policial, um carcereiro e um militante. Os crimes teriam ocorrido entre 1977 e 1979.O ativista nega ter cometido os crimes.
1979 - Ele é preso em milão pela morte de um joalheiro.
1981 - Battisti escapa da prisão de Frosinone, perto de Roma, e foge para a França, onde viveu clandestinamente.
1982 - Foge para o méxico.
1987 - Ele foi condenado à revelia em seu país com pena de prisão perpétua.
1990 - Volta para a França cujo presidente François Mitterrand acolhe os ex-ativistas italianos sob a condição de que abandonassem a luta armada.
2004 - Battisti deixou a França após a revogação de sua condição de refugiado, vindo para o Brasil.
2007 - O italiano foi preso no Rio de Janeiro e cumpriu prisão preventiva para fins de extradição na penitenciária da Papuda, em Brasília até 2010. 
Janeiro/2009 - Em janeiro, o então ministro da Justiça, Tarso Genro, concedeu status de refugiado político a Battisti, baseado no "fundado temor de perseguição por opinião política", contrariando decisão do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare).
A decisão do governo brasileiro provocou uma crise diplomática com a Itália, que chegou achamar de volta seu embaixador no Brasil para manifestar "surpresa e pesar" e discutir o caso.
Fevereiro/ 2009 - O STF negou pedido de liminar do governo italiano contra a decisão de conceder refúgio a Battisti.
Novembro de 2009 - Por cinco votos a quatro, o STF decidiu a favor da extradição de Battisti, mas deixou a decisão final para o presidente da República, ná época, Luiz Inácio Lula da Silva.
Votaram a favor da extradição os ministros Ricardo Lewandowski, Carlos Ayres Britto, Ellen Gracie e Gilmar Mendes, que acompanharam o relator Cezar Peluso. Os ministros Eros Grau, Joaquim Barbosa, Cármen Lúcia e Marco Aurélio Mello se opuseram à extradição do italiano. Os ministros José Antonio Dias Toffoli e Celso de Mello alegaram questões pessoais e não participaram da votação.
31 de dezembro de 2010 - No último dia de seu mandato, Lula assinou parecer para mantém no Brasil o ex-ativista. O governo informou que Lula se baseou no parecer da Advocacia Geral da União (AGU), que diz que a decisão não representa afronta de um Estado ao outro, "uma vez que situações particulares ao indivíduo podem gerar riscos, a despeito do caráter democrático de ambos os Estados".
2011 - A defesa de Battisti entrou com um pedido de liberdade, mas o governo italiano protestou e apelou à presidente Dilma Rousseff. O caso voltou ao Supremo que, desta vez, por 6 votos a 3, decidiu pela libertação do ex-ativista.
Junho de 2011 - Battisti deixa a Papuda e permaneceu no país, onde se tornou escritor.
2015 - A Justiça Federal do Distrito Federal determinou a extradição de Battisti. Ele voltou a ser preso pela Polícia Federal no município de Embu das Artes (SP), onde morava, para fins de deportação. No dia seguinte, porém, ele foi solto, após obter habeas corpus do desembargador Cândido Ribeiro, que argumentou que a prisão e a ordem de deportação feriam uma decisão do presidente da República, que só poderia ser alterada pelo STF.
Novembro de 2015 - O italiano teve um filho com a brasileira Joice Passos dos Santos com quem se casou no Brasil.
Novembro de 2015 - O italiano teve um filho com a brasileira Joice Passos dos Santos com quem se casou no Brasil.
Setembro de 2017 – Encontra-se sob análise do Governo Themer, pedido de revogação
DA EXTRADIÇÃO
A extradição ocorre quando o Estado entrega a outro país um indivíduo que cometeu um crime que é punido segundo as leis daquele país (e também do Brasil), a fim de que lá ele seja processado ou cumpra a pena por esse ilícito.
Ex: um cidadão dos EUA lá comete um homicídio e foge para o Brasil. Os EUA requerem a extradição desse indivíduo e, se for deferida pelo Brasil, ele é mandado de volta ao território estadunidense.
Quem decide o pedido de extradição?
O pedido de extradição é decidido pelo STF, conforme prevê o art. 102, I, "g", da CF/88.
Antes de a extradição ser enviada ao STF para que sobre ela decida, o Ministério da Justiça faz um exame sobre os pressupostos formais de admissibilidade do pedido. É o que prevê o art. 81 do Estatuto do Estrangeiro (Lei nº 6.815/80):
Art. 81. O pedido, após exame da presença dos pressupostos formais de admissibilidade exigidos nesta Lei ou em tratado, será encaminhado pelo Ministério da Justiça ao Supremo Tribunal Federal.
Parágrafo único. Não preenchidos os pressupostos de que trata o caput, o pedido será arquivado mediante decisão fundamentada do Ministro de Estado da Justiça, sem prejuízo de renovação do pedido, devidamente instruído, uma vez superado o óbice apontado.
Pedido de prisão cautelar para fins de extradição pode ser requerido pela INTERPOL?
SIM. A Lei nº 12.878/2013, ao alterar a Lei nº 6.815/80, atribuiu essa especial qualidade jurídica à INTERPOL, fazendo-o nos seguintes termos:
Art. 82. O Estado interessado na extradição poderá, em caso de urgência e antes da formalização do pedido de extradição, ou conjuntamente com este, requerer a prisão cautelar do extraditando por via diplomática ou, quando previsto em tratado, ao Ministério da Justiça, que, após exame da presença dos pressupostos formais de admissibilidade exigidos nesta Lei ou em tratado, representará ao Supremo Tribunal Federal.
(…)
§ 2º O pedido de prisão cautelar poderá ser apresentado ao Ministério da Justiça por meio da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), devidamente instruído com a documentação comprobatória da existência de ordem de prisão proferida por Estado estrangeiro.
A prisão cautelar, para fins de extradição, deve perdurar até o julgamento final do STF sobre o pedido:
Segundo a jurisprudência do STF, a prisão do súdito estrangeiro constitui, ordinariamente, pressuposto indispensável ao regular processamento da ação de extradição passiva. Assim, a privação da liberdade individual do extraditando deve perdurar até o julgamento final, pelo STF, do pedido de extradição.
Nessas hipóteses, a liberdade provisória somente é admitida em situações excepcionais. Nesse sentido: STF. 2ª Turma. Ext 1423 AgR, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 15/12/2015.
Ao apreciar o pedido de extradição, o STF poderá analisar o mérito da imputação que é feita ou se, no processo criminal que tramita no estrangeiro, existem provas suficientes contra o extraditando?
NÃO. A ação de extradição passiva não confere, ordinariamente, ao STF qualquer poder de indagação sobre o mérito da pretensão deduzida pelo Estado requerente ou sobre as provas que embasam o pedido de extradição. Não cabe também à Corte o exame aprofundado dos fatos que fundamentam a acusação penal.
Isso porque no Brasil vigora o chamado "sistema de contenciosidade limitada", segundo o qual não é de competência do STF analisar as provas sobre o ilícito criminal que, no exterior, justificou o pedido de extradição formulado. Nesse sentido: STF. 2ª Turma. Ext 1334, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 26/05/2015.
Assim, o modelo que rege, no Brasil, a disciplina normativa da extradição passiva não autoriza que se renove, no âmbito do processo extradicional, o litígio penal que lhe deu origem nem que se promova o reexame ou a rediscussão do mérito.
Exceção. Excepcionalmente, é possível que o STF analise os seguintes aspectos relacionados com o crime:
a) prescrição penal;
b) se está respeitado o princípio da dupla tipicidade; e
c) se há motivação política na condenação ou nas razões que levaram o Estado estrangeiro a requerer ao Governo brasileiro a extradição de determinada pessoa.
É possível que o Estado estrangeiro requeira a extradição de um súdito seu que está no Brasil mesmo que o processo criminal ainda não tenha chegado ao fim? Mesmo que ainda não existasentença penal condenatória?
SIM. O modelo extradicional vigente no Brasil admite duas modalidades de extradição:
a) extradição executória: que exige condenação penal, ainda que não transitada em julgado; e
b) extradição instrutória: que se satisfaz com a simples existência de investigação penal.
O estrangeiro que mora no Brasil e aqui constituiu família, casou-se, teve filhos brasileiros, mesmo assim poderá ser extraditado para outro país?
SIM. O fato de o estrangeiro ter casado, ter constituído união estável ou ter tido filhos brasileiros não constitui motivo que impeça a extradição. Existe, inclusive, uma súmula do STF nesse sentido:
Súmula 421-STF: Não impede a extradição a circunstância de ser o extraditado casado com brasileira ou ter filho brasileiro.
Vale ressaltar que esta súmula continua válida, sendo compatível com a CF/88:
(...) A Súmula 421/STF revela-se compatível com a vigente Constituição da República, pois, em tema de cooperação internacional na repressão a atos de criminalidade comum, a existência de vínculos conjugais e/ou familiares com pessoas de nacionalidade brasileira não se qualifica como causa obstativa da extradição. (...)
STF. Plenário. Ext 1201, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 17/02/2011
A pessoa pode ser extraditada mesmo que o tratado de extradição firmado entre o Estado estrangeiro e o Brasil seja posterior ao crime cometido naquele país? Ex: em 2013, Xing Lee praticou crime na China e fugiu para o Brasil; em 2015, o Brasil promulgou tratado de extradição firmado com a República Popular da China. Será permitida a sua extradição mesmo o tratado sendo posterior?
SIM, mas desde que o tratado preveja expressamente que as suas disposições também serão aplicadas aos delitos cometidos antes de sua vigência. Nesse sentido:
(...) As normas extradicionais, legais ou convencionais, não constituem lei penal, não incidindo, em consequência, a vedação constitucional de aplicação a fato anterior da legislação penal menos favorável. (...)
STF. Plenário. Ext 864, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgado em 18/06/2003.
Possível, portanto, a aplicação retroativa de tratados de extradição, desde que haja expressa previsão pactuada pelos Estados celebrantes.
Para que haja extradição é imprescindível que o Brasil mantenha tratado de extradição com o Estado estrangeiro?
NÃO. Ainda que não exista tratado de extradição, é possível que o pedido se apoie em outro fundamento jurídico, qual seja, a promessa de reciprocidade, que constitui fonte formal do direito extradicional. Veja:
(...) A inexistência de tratado de extradição não impede a formulação e o eventual atendimento do pleito extradicional, desde que o Estado requerente prometa reciprocidade de tratamento ao Brasil, mediante expediente (Nota Verbal) formalmente transmitido por via diplomática. Doutrina. Precedentes.
STF. Plenário. Ext 897, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 23/09/2004
INSTITUTO DA CONEXÃO
Introdução
Elemento de conexão pode ser entendido como a parte da norma de Direito Internacional Privado que torna possível a determinação do direito aplicável, seja o nacional (do julgador),seja o estrangeiro”.
Com efeito, a norma indicativa e indireta de direito internacional privado tem a função de indicar qual legislação, nacional ou estrangeira, é aplicável à solução de um conflito de leis no espaço. 
Ela divide-se em duas partes, o objeto de conexão e o elemento de conexão.
Objeto de conexão diz respeito à matéria que trata determinada norma (personalidade, capacidade, direito de família, etc.), ao passo que elemento de conexão é o critério que aponta o Direito nacional aplicável à matéria.
Assim, em linhas gerais, os elementos de conexão possuem a finalidade de determinar qual legislação será aplicada em determinada relação jurídica de direito internacional privado. Daí a sua grande importância dentro do Direito Internacional Privado.
Com efeito, é interessante consignar que cada país possui seus elementos de conexão, sendo que alguns deles recorrentemente são encontrados nos ordenamentos jurídicos dos Estados.
No Brasil a maior fonte do Direito Internacional Privado, contendo os elementos de conexão no espaço no ordenamento jurídico brasileiro é o Decreto-Lei nº 4.657 de 4 de setembro de 1942, em seus artigos 7º a 9°, denominado de Lei de Introdução das Normas Brasileiras – LINDB. Não regula fato social, fato jurídico, mas sim o próprio direito. É lex legum (lei sobre lei). 
Tem aplicabilidade de todo o ordenamento jurídico, seja direito interno ou internacional, seja direito público, seja direito privado, salvo disposição em contrário.
Feitas essas considerações preliminares, iremos tecer algumas breves considerações acerca dos elementos de conexão mais freqüentes nos ordenamos jurídicos internacionais.
CLASSIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS DE CONEXÃO
Como exposto anteriormente, há diversos critérios para aplicação da norma ao caso concreto sob o plano do direito internacional, contudo, no presente estudo, limitar-se-á analisar os elementos de conexão de maior relevância e incidência nas relações privadas.
São eles: domicílio, nacionalidade, lexfori, lex rei sitae, lex loci delicti comissi, lex loci executions, locusregitactum e autonomia da vontade.
Das conexões pessoais
Domicílio
O domicilio ou lex domicilli é o elemento de conexão, atualmente, adotado no Brasil e na maioria dos países da América Latina.
 
Por esse elemento, nas palavras do insigne doutrinador Portela (2011, p. 566) “(...) aplica-se aos conflitos de leis no espaço a norma do domicilio de uma das partes (...)”. Ou seja, havendo conflito na aplicação de normas ao caso em concreto, a direito a ser aplicado será a do local em que as partes possuem domicílio.
 
O elemento de conexão do domicílio, no ordenamento jurídico brasileiro, vem estabelecido no artigo 7º, caput da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, que diz: “(...) A lei do país em que for domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família”.
 
A título de exemplo da aplicação do elemento de conexão do domicilio no Brasil, o artigo 7º, § 1º da Lei de Introdução ao Código Civil prevê que quando um casamento for realizado no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração.
 
Ressalte que, para a aplicação do elemento de conexão do domicílio aos conflitos entre normas, exige-se a sua conceituação pela lex fori em que será regulada a situação concreta.
 
No direito brasileiro, o domicílio é conceituado como o local em que a pessoa natural se estabelece com ânimo definitivo, nos termos do artigo 70 do Código Civil.
 
Note-se ainda que, o direito internacional privado, apenas reconhece a existência de apenas um domicílio. Assim, ainda que o lex fori permita e garanta a pessoa natural o direito a mais de um domicílio, tal situação não será permitida nas relações internacionais.
Nacionalidade
Por esse elemento de conexão, conforme definição especifica de cada lexfori, será aplicado aos conflitos de leis, a norma do Estado em que a pessoa possui nacionalidade. 
Com a entrada em vigor da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro no ordenamento jurídico pátrio, a nacionalidade deixou de ser adotada como principal critério de elemento de conexão, passando a ser aplicável a do domicílio.
No entanto, o critério da nacionalidade ainda possui bastante incidência nos países europeus e de outros continentes e, inclusive, ainda é empregado na ordem jurídica brasileira.
Lex fori
Observa-se que existem diferentes mecanismos de qualificação quanto a aplicação correta da norma jurídica, seja quanto ao foro, ao sujeito ou objeto, assim podemos destacar a lex fori, “lei do foro”, significa que, em um conflito de qualificações, o juiz deve utilizar a qualificação dada pelo direito do seu próprio país.
 
Verifica-se que a lex fori é a mais utilizada e a maiscorreta, também. Não é lógico você recorrer ao direito de outro país para qualificar uma questão que já está qualificada no direito interno. Assim seria ineficaz a existência de leis nacionais quanto ao estrangeiro, em que sua aplicação seria vedada ou substituída por lei teoricamente alienígena.
 
Desta forma, a qualificação é feita justamente para saber qual será o direito aplicável. Sendo assim, não há porque recorrer ao direito de outro país sem nem antes saber se ele será aplicável ou não. Podemos destacar que a jurisprudência brasileira, por exemplo, em relação à qualificação feita ao caso da venda de imóveis e fiança de maridos estrangeiros sem o consentimento da esposa.
 
Assim o Supremo Tribunal Federal teve que decidir se o consentimento da esposa era uma questão de capacidade, que será regida pela lei do nacional, que não exigia consentimento da esposa, ou se tratava de uma questão substancial do contrato, que se regeria pela lei brasileira, já que o contrato foi aqui celebrado. O STF qualificou como sendo apenas como substância do contrato e decidiu que a lei aplicada era a da nacionalidade do estrangeiro, validando assim, o contrato.
 
Portanto, o mecanismo jurídico para a resolução de conflitos decorrentes do Direito Internacional Privado, deve observar a identificação do conflito, qualificação da questão jurídica, e posteriormente a essas verificações determinará qual o direito aplicável. Desta forma a lex fori é a aplicação da norma conforme o foro e o fato concreto.
Lex rei sitae
A lex rei sitae, por sua vez determina a aplicação da lei em que esteja situada determinada coisa e seu objeto – bem corpóreo –, portanto, é o regime jurídico geral dos bens, que se destina à aquisição, posse, direitos reais entre outros.
 
Observa-se que este elemento está estampado no art. 8° da LINDB, cuja qualificação dos bens é territorial, assim será aplicada a lei do local onde se encontra situado o bem; assim a lex rei sitae é técnica, uma vez que a sede das relações jurídicas está no local da situação da coisa como limite imposto pela ordem pública.
 
Vale ressaltar que tudo que for relativo ao regime da posse, da propriedade e dos direitos reais sobre coisa alheia nenhuma lei poderá ter competência maior do que a do território onde se encontrarem os bens, que constituem seu objeto. Desta forma, a lei do local em que se situa o objeto se sobrepõe às demais.
Lex loci delicti comissi
Compete orientar a devida obrigação de indenizar as pessoas lesadas no caso de prática de crime, e a lei empregada será aquela do lugar da prática do fato.
Lex loci executionis ou lex loci solutionis
Determina que a lei a ser empregada seja a da jurisdição de execução de um contrato ou de uma obrigação. Lex loci solutionies - a norma a ser aplicada será a do local em que as obrigações devem ser cumpridas.
Locus regit actum ou lex loci contractus (lugar de constituição da obrigação)
Pode-se dizer que o lugar da conclusão do contrato é um dos critérios de conexão mais populares, sendo conceituado por Toigo (2010) como “declaração de validade de ato que satisfaça as condições formais previstas legalmente e, conseqüentemente, todo ato constituído quanto á forma extrínseca nos termos da lei local será válido em qualquer país”.
Trata-se da forma como é exteriorizada a vontade, sendo previsto na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro - LINDB, no art. 9º, caput: “para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem”.
A lex loci actus ou ius loci contractus regula a obrigação, mesmo se for condicional quanto sua forma externa. Neste caso se sujeitará às normas do país em que se constituir, pouco importando aonde irá se verificar a condição. Portanto, um ato celebrado no exterior poderá ter eficácia em outro país se foi observada a forma do lugar de sua celebração. Aplica-se, portanto, a lei do local de constituição do ato negocial.
Autonomia da vontade
Se dois contratantes escolherem reger sua relação contratual pela lei de determinado país, seja esta escolha manifestada expressa ou tacitamente, é evidente que desejaram aplicar a lei inteira por eles conhecida e escolhida, não fazendo sentido indagar-se se o Direito Internacional Privado deste país indica a aplicação de outro sistema jurídico.
DA IMPORTÂNCIA D0 ESTUDO DOS ELEMENTOS DE CONEXÃO
Os elementos de conexão possuem função ímpar na órbita das relações internacionais, tendo a função de solucionar o aparente conflito de leis no espaço internacional, definindo qual lei deve ser aplicada à relação jurídica internacional privada.
Ao ato jurídico internacional se aplica a lei de um país, todavia, ele possui ligação com outro Estado. Assim, um ato jurídico praticado no Brasil e em julgamento no Brasil pode vir a ter alguma ligação com a lei estrangeira, bem como um juiz brasileiro, decidindo uma questão no Brasil, pode vir a consultar e aplicar, em nosso País, a lei de outro Estado. Tais situações somente podem vir a ocorrer porque existe um elemento constitutivo desse ato, cujos efeitos têm reflexos em um outro. Em razão desse elemento de conexão, o ato fica adstrito a dois ou mais sistemas jurídicos.
Há elementos que conectam a lei brasileira à lei de outro País, quando aplicado em determinado fato ou ato em concreto. Tais elementos são denominados de “elementos de conexão”. Assim são chamados por constituírem um fato vinculado a um ato que, apesar de se localize no Brasil, estabelece uma conexão com outro País.
EXTRADIÇÃO – PARTE HISTÓRICA
Israel e Egito, muito cedo mesmo, conheceram e adotaram o instituto da extradição.
Não tinha, no entanto, o instituto da extradição as mesmas características dos nossos tempos. Só os presos políticos podiam ser extraditados, fato este que não ocorria com os criminosos comuns.
Na Grécia antiga, a extradição só foi conhecida e praticada nos casos de delitos de natureza grave.
Os povos germânicos não conheceram praticamente o instituto da extradição.
Somente em 1802, quando da realização do Tratado de Paz de Amiens entre França, Inglaterra e a Espanha, a extradição tomou seu rumo quase definitivo. Não foi nesse Tratado cogitada a extradição de criminosos políticos. 
DA EXTRADIÇÃO
A palavra extradição é formada: ex=fora e traditio=entrega
Conceito: É o instituto cujo procedimento se inicia com o pedido de entrega do indiciado ou criminoso, formulado pelo Estado onde se deu o delito, ao Estado no qual se refugiou, para ser processado ou para cumprir pena que lhe foi imposta.
MOTIVOS QUE JUSTIFICAM A EXTRADIÇÃO
Aparece na primeira ordem, a busca do ideal de justiça, porquanto nenhum criminoso deve ficar impune.
Também, podemos mencionar a solidariedade existente entre os Estados na luta contra a violação aos direitos do homem.
Por último, um dever moral de cada Estado de cooperar na repressão à criminalidade.
É lamentável que esse dever exista sempre em função de um Tratado. Na ausência de um Tratado, não está o Estado obrigado a extraditar o criminoso, a não ser quando houver reciprocidade.
Pode, assim, haver um dever moral. Mas nunca haverá um dever jurídico. Apesar disto, mesmo inexistindo Tratado, o Estado poderá extraditar o criminoso. Agindo desta forma está exercitando uma atividade justa visando à repressão, à criminalidade.
FORMAS DE EXTRADIÇÃO
a) Extradição de Fato
Caracteriza-se pela entrega do criminoso sem a observância de qualquer formalidade. É muito usada nas regiões fronteiriças, por exemplo, no Brasil. Em toda aquela área que faz fronteira com a Argentina, Uruguai e Paraguai, essa modalidade de extradição está sempre em voga.
b) Extradição de cunho ativo e passivo
A de cunho ativo é visualizada pelo lado de que formula o pedido, e a de cunho passivo pelo lado do Estado que o recebe.
c) Extradição sob o ponto de vista processual
Divide-se em: Instrutória, todas as vezes que o pedido é formulado visando submeter o delinquente a um processo; Executória, tem como objetivo obrigá-lo a cumprir a pena.A maioria dos Estados não extradita os seus nacionais, inclusive o Brasil. Entretanto, isto não gera impunidade. O seu nacional será aqui processado por crime praticado no estrangeiro.
BASES LEGAIS 
Código de Direito Internacional Privado (Código Bustamante)
Lei 6815/80 – Estatuto do Estrangeiro
Prof,Tocunduva
Outubro/2017

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