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CARACTERÍSTICAS GERAIS O distúrbio no crescimento ou fusão de pro- cessos teciduais – que envolvem a formação da face e cavidade oral – podem resultar na forma- ção de fendas orofaciais. 4ª Semana de desenvolvimento: Porção central da face. → Aparecimento dos placoides nasais de cada lado da parte inferior do processo fronto nasal. Proliferação de ectomesênquima → placoide → processos nasais mediano e nasal lateral ↓ Entre cada par → Fossa nasal = narina primá- ria. 6ª e 7ª semana: Lábio superior é formado (união dos processos nasais + processos maxilares do 1º arco branquial) Parte média do lábio superior: União dos pro- cessos nasais mediano Partes laterais: Processos maxilares. Palato primário: Formado pela união dos pro- cessos nasais medianos para formar o segmen- to intermaxilar (pré-maxila). Palato secundário: 90% do palato duro e pala- to mole. Formado por processos maxilares do 1º arco branquial. As cristas palatinas se fusionam entre si e tam- bém com o palato primário e o septo nasal. A fusão inicia na porção anterior e progride poste- riormente até a 10ª semana, onde se completa. FENDA LABIAL (FL): Resultado da fusão defei- tuosa do processo nasal mediano com o pro- cesso maxilar. FENDA PALATINA (FP): Resultado da falha na fusão das cristas palatinas. Frequentemente, a FL e a FP ocorrem juntas (45% dos casos). Tanto a FL isolada como a FL associada à FP são condições relacionadas etiologicamente e é importante distinguir fendas isoladas dos casos associados a síndromes específicas. A causa das fendas não sindrômicas não segue nenhum padrão de herança, mas parece ser heterogênea. Pode estar relacionada a um nú- mero de genes maiores, genes menores e fato- res ambientais que podem estar combinados para ultrapassar um limiar de desenvolvimento. FENDAS RARAS: FENDA FACIAL LATERAL (0,3%): Causada pela falta de fusão dos processos maxilar e mandibular. Pode ser unilateral ou bilateral, se entendendo da comissura labial até a orelha, resultando em macrostomia e está associada a outras desordens. FENDA FACIAL OBLÍQUA: Estende-se do lá- bio superior ao olho, quase sempre associada à FL, e as formas graves são incompatíveis com a FENDAS OROFACIAIS vida. Pode envolver a narina, assim como na FL, ou pode passar lateralmente pelo nariz e se estender para o olho. FENDA MEDIANA DO LÁBIO SUPERIOR: Falha na fusão dos processos nasais medianos. Ela pode estar associada a várias síndromes, incluindo a síndrome oro-digito-facial e a sín- drome de Ellis-van Creveld. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E RADIO- GRÁFICAS A FL ± FP é mais comum em homens. Quan- to mais grave o defeito, maior a predileção por homens. A FP isolada são mais comuns em mulheres. Aproximadamente 80% dos casos de FL são unilaterais, sendo 20% bilaterais. Uma FL completa estende-se através da narina, porém uma FL incompleta não envol- ve o nariz. Na área de fenda, pode haver ausência de dentes (Incisivos laterais), porém, pode-se observar dentes supranumerários. Na FP o defeito pode envolver os palatos duro e mole ou apenas palato mole. Menor manifestação da FP = Úvula fendida ou Úvula bífida. Fenda palatina submucosa: Presença de uma fenda na linha média do osso palatino, porém a mucosa de revestimento está intac- ta. É mais bem identificada pela palpação re- alizada com um instrumento rômbico. Em ge- ral ela também pode estar associada à úvula fendida. Sequência de Pierre Robin: Caracterizada por FP, micrognatia mandibular e glossopto- se (obstrução das vias aéreas causada pelo deslocamento posterior e inferior da língua). A fenda palatina, em geral, tem a forma de U e apresenta-se mais larga do que a FP isolada. As dificuldades na fala e na alimentação são inerentes à condição, especialmente nos casos de FP. A má oclusão é causada pelo colapso do arco maxilar. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO Abordagem multidisciplinar; O fechamento primário do lábio é geralmen- te realizado durante os primeiros meses de vida, seguido, posteriormente, pela corre- ção do palato. Aparelhos protéticos e ortopédicos para moldar ou expandir os segmentos da maxi- la. Fase mais tardia da infância: enxertos ós- seos autógenos na região do osso alveolar. Procedimentos ortognáticos e enxertos de tecido mole para melhorar a função e esté- tica. Aconselhamento genético.
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