Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
51 PRO 01 UUNNIIDDAADDEE 22 SSIISSTTEEMM AA DDEE PPRROOPPUULLSS ÃÃOO AA MMOOTTOORR DDIIEESSEELL ((DDee aa ttéé 33.. 000000 KKww ddee ppoottêênnccii aa)) EEssttaa uunniiddaaddee aajjuuddaarráá vvooccêê aa:: � Reconhecer os principais componentes de um motor diesel. � Distinguir um motor diesel a 2 tempos de um motor diesel a 4 tempos. � Entender o funcionamento de um motor diesel. � Conhecer os diversos sistemas que um motor diesel possui. � Operar correta e eficientemente um motor diesel, aplicando as normas de segurança de funcionamento. � Identificar os defeitos em um motor diesel, as possíveis causas desses defeitos e como fazer as correções devidas. � Realizar correta e eficientemente as manutenções necessárias em um motor diesel. ““OO hhoommeemm vvaaii ppaarraa oo mmaarr,, mmoovviiddoo ppeellaa nneecceessssiiddaaddee”” ((CChhaarrlleess DDaarrwwiinn)).. Certamente você está estudando este Módulo impulsionado pela necessidade profissional e pelo desejo de aprender mais. Fazendo uma analogia, o navio chega aos portos e navega não só pela força dos ventos, mas também impulsionado pelo seu sistema de propulsão, ou seja, pelo movimento de suas máquinas. Nos navios da Marinha Mercante, na qual a busca pela diminuição de custos é constante, já que o preço do frete é fator preponderante para a sobrevivência de uma empresa de navegação, o motor diesel é utilizado em larga escala. Isso porque o motor diesel é uma máquina de alto rendimento, ou seja, é econômico em consumo de combustível e em manutenção. Daí, pois, a importância do assunto que vamos abordar a seguir. Antes de você estudar o motor diesel e seu funcionamento, veja, a seguir, alguns termos técnicos essenciais nessa compreensão. 52 EEnnttããoo,, vvaammooss ccoommeeççaarr ?? 22 ..11 PP RRII NN CCIIPP AAII SS TT EERR MM OOSS TTÉÉCC NN II CC OOSS AAPP LL II CC AADD OO SS AAOO SS MM OOTT OO RR EESS DD II EESSEE LL O motor diesel é uma máquina de combustão interna, isto é, o combustível é queimado em seu interior. Para queimar o combustível, é necessário que haja oxigênio e temperatura de ignição1 do combustível. O oxigênio está presente no ar que respiramos e a temperatura de ignição do combustível é alcançada pela compressão do ar. O calor produzido pela queima do combustível é transformado em energia mecânica pelo motor. E é essa energia mecânica que vai produzir o trabalho de que precisamos, seja num gerador de eletricidade, seja num eixo propulsor ou seja em qualquer outro utilizador. Você sabe o que é diâmetro do cilindro ? Confira ! 22 .. 11 .. 11 DDii ââ mmee tt rroo dd oo cc ii ll ii nn dd rroo (D) É a medida do segmento de reta que, passando pelo centro da circunferência interna do cilindro, toca as suas paredes em dois pontos. Seu valor é normalmente expresso em milímetros. No nosso estudo, o diâmetro do cilindro será representado pela letra “ D ” (veja a figura 2.1.1). Figura 2.1.1 – O diâmetro do cilindro ( D ) 22 .. 11 .. 22 PPoo nn tt oo mm oo rr ttoo ssuu pp eerr ii oorr É a posição em que o êmbolo se encontra mais próximo da cabeça ou cabeçote do motor. A abreviatura de ponto morto superior é PMS (figura 2.1.2). 22 .. 11 .. 33 PPoo nn tt oo mm oo rr ttoo iinn ff eerr ii oorr É a posição em que o êmbolo se encontra mais distante da cabeça ou cabeçote do motor. A abreviatura de ponto morto inferior é PMI (figura 2.1.2). Figura 2.1.2 – O ponto morto inferior (PMI), o ponto morto superior (PMS), o curso do êmbolo (L) e a cilindrada unitária (V1) � 1 Temperatura de Ignição – temperatura a partir da qual o combustível se inflama. 53 PRO 01 22 .. 11 .. 44 CC uurr ss oo dd oo êê mm bb ooll oo É a distância que o êmbolo percorre do PMS ao PMI ou vice-versa. É normalmente expresso em milímetros. No nosso estudo, será representado pela letra “L” (figura 2.1.2). 22 .. 11 .. 55 CCii ll ii nn dd rraa dd aa uu nnii tt áárr ii aa É o volume do cilindro compreendido entre o PMS e o PMI (figura 2.1.2). Ela será representada aqui por V1. Como o volume de um cilindro é igual ao produto da área da sua circunferência interna pela altura (que nesse caso é o curso do êmbolo), a fórmula para o cálculo da cilindrada unitária será: V1 = (pipipipi x D² / 4) x L onde, V1 � cilindrada unitária pipipipi � é uma letra grega (a pronúncia é Pi) que tem valor aproximado de 3,1416 D � diâmetro do cilindro L � curso do êmbolo 22 .. 11 .. 66 CCii ll ii nn dd rraa dd aa tt oo ttaa ll Se multiplicarmos a cilindrada unitária por “ n “ ( n é o número de cilindros que o motor tem), vamos encontrar a cilindrada total do motor. Assim, Cilindrada total = V1 x n ou Cilindrada total = (pipipipi x D² / 4) x L x n É lógico que você só poderá calcular corretamente o valor da cilindrada, se entrar na fórmula com os valores expressos nas unidades correspondentes ao sistema de medidas que escolheu. Assim, se quiser obter a cilindrada em centímetros cúbicos, por exemplo, você deverá entrar na fórmula com os valores do diâmetro do cilindro (D) e do curso do êmbolo (L) em centímetros. Caso queira obter a cilindrada em polegadas cúbicas, você deverá entrar na fórmula com os valores do diâmetro do cilindro (D) e do curso do êmbolo (L) em polegadas. QQuuaannddoo uumm ffaabbrriiccaannttee ddiizz qquuee oo mmoottoorr ddeellee éé 44..00 oouu 44..000000,, eellee eessttáá ssee rreeffeerriinnddoo àà cciilliinnddrraaddaa ttoottaall ddoo mmoottoorr.. CCoommoo 11 lliittrroo éé iigguuaall aa 11000000 cceennttíímmeettrrooss ccúúbbiiccooss,, oo ffaabbrriiccaannttee qquueerr ddiizzeerr qquuee oo mmoottoorr tteemm cciilliinnddrraaddaa ttoottaall ddee 44 lliittrrooss oouu ddee 44000000 cceennttíímmeettrrooss ccúúbbiiccooss.. Você acabou de estudar sobre cilindrada total. Observe a resolução a seguir. 54 EE xxee rrcc íícc ii oo RRee ss ooll vv ii dd oo 11 Problema 2.1.6.1 Determine, em centímetros cúbicos, a cilindrada total de um motor diesel de seis cilindros, sabendo que: a) diâmetro do cilindro .......... D = 10 cm; b) curso do êmbolo ................ L = 15 cm; c) número de cilindros............ n = 6. d) pi = 3,1416 Solução: Já vimos que Cilindrada total = (pipipipi x D² / 4) x L x n Da fórmula geral acima, só falta encontrar o D² e D² = 10² = 100 Agora, então, que dispomos de todos os valores, podemos fazer o cálculo. Cilindrada total = (3,1416 x 100 / 4) x 15 x 6 ou Cilindrada total = 7068,6 cm³ AA cciilliinnddrraaddaa ttoottaall ddiivviiddiiddaa ppeelloo nnúúmmeerroo ddee cciilliinnddrrooss rreessuullttaa nnaa cciilliinnddrraaddaa uunniittáárriiaa.. EEssssee mmoottoorr ddiieesseell,, ppoorrttaannttoo,, tteemm cciilliinnddrraaddaa uunniittáárriiaa,, VV11,, ddee 11117788,,11 ccmm³³,, qquuee éé oo rreessuullttaaddoo ddaa ddiivviissããoo ddee 77006688,,66 ppoorr 66.. VVeejjaa qquuee aa rreessppoossttaa éé eemm cceennttíímmeettrrooss ccúúbbiiccooss,, jjáá qquuee ooss vvaalloorreess ddee LL ee ddee DD ffoorraamm ddaaddooss eemm cceennttíímmeettrrooss.. O que é volume do espaço morto ? 22 .. 11 .. 77 VVoo ll uu mmee dd oo eess pp aaçç oo mm oo rr ttoo (( VV22 )) Também conhecido como câmara de combustão, é o volume compreendido entre a face superior do êmbolo, quando este se encontra no PMS, e a face inferior da cabeça oucabeçote do cilindro (figura 2.1.7). Calcula-se o volume do espaço morto de maneira semelhante ao cálculo de cilindrada unitária, substituindo-se apenas o curso do êmbolo, L, pela altura da câmara de combustão, representada aqui por “h”. Então, volume do espaço morto = V2 = (pipipipi x D² / 4) x h Figura 2.1.7 – Volume do espaço morto (V2) 55 PRO 01 onde, V2 � volume do espaço morto; pipipipi � é uma letra grega (a pronúncia é Pi) que tem valor aproximado de 3,1416; D � diâmetro do cilindro; h � altura da câmara de combustão. VVaammooss rreessoollvveerr jjuunnttooss uumm eexxeerrccíícc iioo ssoobbrree vvoolluummee ddoo eessppaaççoo mmoorr ttoo ?? Procure entender a resolução a seguir. Você vai perceber que não é difícil. EE xxee rrcc íícc ii oo RRee ss ooll vv ii dd oo 22 Problema 2.1.7.1 Determine, em centímetros cúbicos, o volume do espaço morto, V2, de um motor diesel, sabendo que: a) diâmetro do cilindro .................................... D = 10 cm; b) altura da câmara de combustão .................. h = 1,5 cm; c) pipipipi = 3,1416. Solução: Já vimos que volume do espaço morto = V2 = (pipipipi x D² / 4) x h Da fórmula geral acima, só falta encontrar o D² e D² = 10² = 100 Agora, então, que dispomos de todos os valores, podemos fazer o cálculo. Volume do espaço morto = V2 = (3,1416 x 100 / 4) x 1,5 ou volume do espaço morto = V2 = 117,81 cm³ Observe que a resposta é em centímetros cúbicos, já que os valores de h e de D foram dados em centímetros. 22 .. 11 .. 88 VVoo ll uu mmee tt oott aa ll dd oo cc ii ll ii nn dd rroo É o volume compreendido entre a face inferior da cabeça ou cabeçote do cilindro e a face superior do êmbolo, quando este se encontra no seu PMI (figura 2.1.8). Resulta, portanto, na soma da cilindrada unitária, V1, com o volume do espaço morto ou câmara de combustão, V2. Aqui, o volume total do cilindro será representado por “ Vt “. 56 Assim, Vt = V1 + V2 Com os resultados dos problemas 2.1.6.1 e 2.1.7.1, vamos calcular o volume total do cilindro daquele motor diesel ? Do Problema 2.1.6.1, temos que V1 = 1178,1 cm³ Do Problema 2.1.7.1, temos que V2 = 117,81 cm³ Logo, se Vt = V1 + V2, então, Vt = 1178,1 + 117,81 ou Vt = 1295,91 cm³ Figura 2.1.8 Volume total do cilindro (Vt) 22 .. 11 .. 99 TT aaxx aa dd ee cc oomm pp rree ssss ãã oo É o número de vezes que o volume total do cilindro é reduzido até o volume do espaço morto. Em outras palavras, é o número de vezes que o volume da câmara de combustão, V2, cabe no volume total, Vt (figura 2.1.9). A taxa de compressão é representada aqui pela variável Tc. Matematicamente, a taxa de compressão é expressa pela divisão do volume total do cilindro ( Vt ) pelo volume do espaço morto ou câmara de combustão ( V2 ). Como Vt = V1 + V2, então Figura 2.1.9 – Taxa de compressão (Tc) Tc = (V1 + V2) / V2 No caso do motor diesel dos Problemas 2.1.6.1 e 2.1.7.1, tem-se que: Tc = ( 1178,1 + 117,81) / 117,81 ou Tc = 11 No exemplo dado, escreve-se Tc = 11:1 e lê-se: onze para um. É importante que você saiba também que as taxas de compressão dos motores diesel são mais altas que as dos motores à gasolina, já que, como já aprendemos, o calor da compressão é que faz queimar o combustível nos motores diesel. Nos motores à gasolina, o calor para queimar o combustível é fornecido por uma centelha elétrica produzida pela vela. 57 PRO 01 EE aaíí ,, vvaammooss rreessoollvveerr jjuunnttooss uumm pprroobblleemmaa ssoobbrree ttaaxxaa ddee ccoommpprreessssããoo ?? EE xxee rrcc íícc ii oo RRee ss ooll vv ii dd oo 33 Problema 2.1.9.1 Qual é a taxa de compressão do motor diesel de 4 cilindros, que tem cilindrada de 1000 cm³ , sabendo que o volume da câmara de combustão é igual a 27,77 cm³ ? Solução: V1 = 1000 / 4 ou V1 = 250 cm³ e V2 = 27,77 cm³ Se taxa de compressão = Tc = (V1 + V2) / V2 , então, taxa de compressão = Tc = (250 + 27,77) / 27,77 ou, taxa de compressão = Tc = 10 Neste caso, Tc = 10:1 (dez para um) TT aa rree ff aa 22 .. 11 PPaarraa eessttaa ttaarreeffaa,, vvooccêê vvaaii pprreecciissaarr ddee uummaa ffoollhhaa ddee ppaappeell eemm bbrraannccoo ttiippoo ooffíícciioo,, llááppiiss,, bboorrrraacchhaa,, rréégguuaa ee ccoommppaassssoo.. NNuummaa mmeettaaddee ddaa ffoollhhaa,, ddeesseennhhee uumm êêmmbboolloo ddeennttrroo ddee sseeuu cciilliinnddrroo,, ccoommoo oo ddaa ffiigguurraa 22..11..22.. MMaarrqquuee aa ppoossiiççããoo ddoo PPMMSS ee ddoo PPMMII.. NNaa oouuttrraa mmeettaaddee ddaa ffoollhhaa,, ddeesseennhhee uumm êêmmbboolloo ddeennttrroo ddee sseeuu cciilliinnddrroo,, ccoommoo oo ddaa ffiigguurraa 22..11..88.. MMaarrqquuee aa ppoossiiççããoo ddoo PPMMSS,, ddoo PPMMII ee ddoo vvoolluummee ttoottaall ddoo cciilliinnddrroo.. CCaapprriicchhee nneessssaa ppeeqquueennaa ttaarreeffaa,, ppooiiss eellaa aajjuuddaarráá vvooccêê aa ffiixxaarr ooss eennssiinnaammeennttooss eexxppoossttooss aattéé aaqquuii.. Confira: mais um termo técnico ! 22 .. 11 .. 1100 VV ee ll oo cc ii ddaa dd ee dd oo êê mm bb ooll oo (( VV mm )) Você sabe que, se o êmbolo realiza um movimento de sobe e desce dentro do cilindro, quanto mais ele se aproxima dos pontos mortos, PMI e PMS, mais a sua velocidade diminui. Assim, no PMS e no PMI, a velocidade do êmbolo cai para zero. Isso é muito lógico, porque nos pontos mortos ele tem que parar para poder inverter o seu movimento. Os fabricantes costumam utilizar a velocidade média do êmbolo (ou apenas velocidade do êmbolo) para classificar se um motor é de baixa, de média ou de alta rotação. A Vm é expressa em metros por segundo (m/s) ou em pés por segundo (pés/s). Para calcularmos Vm, utilizamos a seguinte fórmula geral: 58 Vm = (N x 2 x L) / 60 Onde, L � curso do êmbolo (em metros ou em pés) N � rotação do motor (por minuto) 60 � número de segundos em um minuto 2 � número de cursos do êmbolo em cada giro do eixo Que tal resolvermos, juntos, um problema sobre velocidade do êmbolo ? EE xxee rrcc íícc ii oo RRee ss ooll vv ii dd oo 44 Problema 2.1.10.1 Qual é a velocidade do êmbolo (Vm) de um motor diesel que funciona a 450 rpm, sabendo-se que o curso do êmbolo é igual a 25 cm ? Temos: L = 25 cm N = 450 rpm Sabemos que Vm = (N x 2 x L) / 60 Ora, a velocidade é dada em metros por segundo, logo, devemos transformar 25cm em metros. Então, L = 25 cm = 0,25 m Agora, podemos utilizar a fórmula para achar a Vm Então, Vm = (450 x 2 x 0,25) / 60 ou Vm = 3,75 m/s Você chegou ao final da primeira subunidade. Agora é importante que você teste seus conhecimentos. Em caso de dúvida, leia atentamente o texto que trata do assunto. Você vai ver que alguma informação pode ter escapado da sua atenção. BB OO MM TTRR AABB AALL HH OO !! 59 PRO 01 TT ee ss ttee ddee aa uu tt oo --aa vvaa ll ii aa ççãã oo ddaa ssuu bb uu nn ii ddaa dd ee 22 .. 11 I ) Escreva Certo ou Errado no espaço ao lado de cada questão. 2.1.a (__________) Durante o funcionamento do motor, a velocidade do êmbolo nos seus pontos mortos é igual a zero. 2.1.b (__________) A cilindrada unitária tem um volume maior do que o do espaço morto.2.1.c (__________) A taxa de compressão do motor diesel deve ser maior do que a do motor à gasolina. 2.1.d (__________) Volume total do cilindro é a soma de todas as cilindradas unitárias do motor. 2.1.e (__________) A velocidade média do êmbolo é dada em m/s. 2.1.f (__________) A altura total do cilindro é a soma do curso do êmbolo com a altura da câmara de combustão. 2.1.g (__________) Quanto maior a taxa de compressão, maior é a temperatura resultante da compressão do ar em um motor diesel. 2.1.h (__________) Se a velocidade do êmbolo é dada em m/s, isso significa que o curso do êmbolo foi dado em pés. 2.1.i (__________) No motor diesel, o calor para queimar o combustível é fornecido por uma centelha elétrica. 2.1.j (__________) O volume do espaço morto é a mesma coisa que volume da câmara de combustão. II ) Resolva os problemas abaixo. 2.1.k) Um motor diesel de 6 cilindros, com diâmetro do cilindro de 250 mm, funciona a 900 rpm. Sabendo que o curso do êmbolo vale 358 mm, determine: 2.1.k.a) a cilindrada unitária em cm³ ; e, 2.1.k.b) a cilindrada total em cm³. 2.1.l) Sabe-se que o curso do êmbolo de um motor diesel, que funciona a 1240 rpm, vale 520 mm. Qual é a velocidade média do êmbolo em m/s ? 2.1.m) O volume do espaço morto de um motor diesel é igual a 1000 cm³. Qual é a sua taxa de compressão se a sua cilindrada unitária é igual a 14000 cm³ ? 60 22 .. 22 CC LL AASS SS II FF II CC AAÇÇ ÃÃ OO DD OO SS MM OOTT OO RR EESS DD IIEE SSEE LL Podemos classificar os motores alternativos de combustão interna, levando em conta uma série de fatores: ciclo, disposição dos cilindros, número de cilindros, velocidade, sistema de alimentação de ar, tipo de sistema de injeção, aplicação, potência, etc. Essa classificação poderá ser tanto mais extensa quanto maior for o conhecimento que você adquirir ao longo dos seus estudos e de sua experiência profissional. Por enquanto, trataremos do assunto de forma bem simplificada. 22 .. 22 .. 11 QQ uu aa nntt oo aa oo cc iicc ll oo :: � Ciclo OTTO (motor à gasolina; motor a álcool; motor a gás;) � ciclo DIESEL (motor diesel) 22 .. 22 .. 22 QQ uu aa nntt oo aa oo nn úúmm eerr oo ddee tteemm pp oo ss :: � de 2 tempos (motor que cumpre seu ciclo em um giro do eixo de manivelas, ou seja, em 360°); � de 4 tempos (motor que cumpre seu ciclo em dois giros do eixo de manivelas, ou seja, em 720°). 2.2.3 Quanto à disposição dos cilindros: � em linha – são aqueles motores em que os cilindros são dispostos da mesma forma, um atrás do outro, em uma só bancada ( n° 1 da fig. 2.2.1); � em “ V ” – são aqueles motores constituídos por dois blocos de cilindros em linha, dispostos entre si segundo um ângulo maior que 0º e inferior a 135º (n° 2 da fig. 2.2.1); � de cilindros radiais – são aqueles motores em que os cilindros são dispostos radialmente em intervalos angulares iguais e em torno de um único pino do eixo de manivelas (n° 3 da fig. 2.2.1); é utilizado na maioria dos pequenos aviões, por ocupar pouco espaço; Parabéns pelo seu esforço até aqui ! Continue navegando e máquinas à vante ! Na próxima subunidade, você verá a classificação dos motores diesel. 61 PRO 01 � de cilindros opostos – são os motores constituídos por dois ou mais cilindros, dispostos em lados opostos a um mesmo eixo de manivelas, sob um ângulo de 180°; também conhecido como motor “boxer” (n° 4 da fig. 2.2.1); � de êmbolos opostos – são aqueles motores que se caracterizam por possuir apenas um cilindro para cada dois êmbolos, que trabalham em oposição (n° 6 da fig. 2.2.1). Figura 2.2.1 – Motor em linha (1); motor em “V” (2); motor radial (3); motor de cilindros opostos (4); motor em “H” (5); e, motor de êmbolos opostos (6). Dos arranjos mostrados na figura 2.2.1, os motores em linha e os motores em “ V “ são os mais utilizados nos nossos navios mercantes. TT aa rree ff aa 22 .. 22 Com relação à disposição dos cilindros, cite quantos e quais são os arranjos de cilindros de motor diesel já apresentados. ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ 22 .. 22 .. 44 QQ uu aa nntt oo àà rr oo tt aaçç ãã oo:: � de baixa rotação: até 350 rpm; � de média rotação: maior que 350 e até 1000 rpm; � de alta rotação: maior que 1000 rpm. 62 22 .. 22 .. 55 QQ uu aa nntt oo aa oo uuss oo oouu aa pp ll ii ccaaçç ãã oo :: � estacionários terrestres (são motores que são instalados em terra firme, como fábricas, hospitais, edifícios, etc.); � terrestres automotivos (são os motores dos automóveis de passeio, caminhões, tratores, etc.); � de aviação (utilizados em aviões, helicópteros, etc.); � marítimos (navios, lanchas, etc.). 22 .. 22 .. 66 QQ uu aa nntt oo aa oo nn úúmm eerr oo ddee cc ii ll ii nn ddrr oo ss:: O número de cilindros é também um dado indispensável na classificação dos motores. Entretanto, expressões como monocilíndrico, bicilíndrico, tricilíndrico, etc. não são normalmente utilizadas. O comum mesmo é dizer: motor de 1 cilindro, motor de 2 cilindros, motor de 3 cilindros, e assim sucessivamente. O importante é sabermos que, para motores diesel cujo cilindro trabalhe com os mesmos valores fixos e variáveis, o motor que tiver maior número de cilindros produzirá maior potência. Você chegou ao final da segunda subunidade. Verifique o que aprendeu, realizando o teste abaixo. BB OO MM TTRR AABB AALL HH OO !! TT eess tt ee dd ee aa uu tt oo-- aa vvaa ll ii aaçç ãã oo dd aa ssuu bb uu nn ii ddaa dd ee 22 .. 22 Escreva certo ou errado, conforme for o caso. 2.2.a (__________) Tanto o motor do ciclo Otto quanto o motor do ciclo Diesel são exemplos de máquinas de combustão interna. 2.2.b (__________) O motor do ciclo Otto utiliza uma centelha elétrica para queimar o combustível. 2.2.c (__________) Os motores do ciclo Diesel são as máquinas de combustão interna mais utilizadas nos navios mercantes. 2.2.d (__________) Nos motores de cilindros opostos, há dois cilindros para cada êmbolo. 2.2.e (__________) Um motor de cilindros em “V” tem suas bancadas dispostas a 180º uma da outra. 2.2.f (__________) Quanto maior for a compressão, maior será a temperatura do ar no interior do cilindro do motor diesel. 63 PRO 01 2.2.g (__________) O motor de êmbolos opostos possui dois êmbolos em cada cilindro. 2.2.h (__________) Para motores diesel que possuam cilindros de tamanhos diferentes, o motor que tiver maior número de cilindros produzirá maior potência. Avance para a subunidade 2.3 22 ..33 OO FFUU NN CCII OO NN AAMM EE NN TT OO DD OO MM OO TT OO RR DD IIEE SSEE LL AA 44 TTEE MMPP OOSS Como você pôde ver, a principal diferença entre o motor do ciclo Diesel (motor diesel) e o do ciclo Otto (motor à gasolina) consiste no fato de que, no motor diesel, a inflamação do combustível não é feita por meio de uma centelha elétrica, e sim, pela elevada temperatura do ar submetido a uma forte compressão no cilindro. Tanto o motor à gasolina quanto o motor diesel precisam cumprir quatro tarefas, que são chamadas de fases, para completar um ciclo de trabalho. Atente para a figura 2.3.1 para entender o funcionamento de um motor diesel de quatro tempos, ou seja, um motor que vai cumprir suas tarefas (fases) em duas voltas do eixo de manivelas ou 720º. As fases são: 1 � aspiração ou admissão; 2 � compressão; 3 �expansão; 4 � descarga ou escape. Figura 2.3.1 – Ocorrência das fases num motor diesel a 4 tempos (A = válvula de admissão e B = válvula de descarga). Veja a seguir, de forma mais detalhada, as quatro fases de um motor diesel. 64 1) Aspiração ou admissão – nessa primeira fase o êmbolo se desloca do seu ponto morto superior (PMS) para o seu ponto morto inferior (PMI), aspirando somente o ar da atmosfera (válvula de aspiração aberta e válvula de descarga fechada). 2) Compressão – nessa fase, o êmbolo se desloca do PMI para o PMS, comprimindo o ar aspirado na fase de aspiração (válvula de aspiração fechada e válvula de descarga fechada). 3) Expansão – pouco antes de o êmbolo atingir o seu PMS, o combustível é injetado no interior da câmara de combustão (observe o desenho n° 3 da figura 2.3.1), inflamando- se pela elevada temperatura produzida pela compressão do ar. Da combustão resulta um aumento de pressão nos gases e a força expansiva desses gases empurra fortemente o êmbolo para baixo em direção ao seu PMI. É a chamada fase de expansão, fase útil ou fase de trabalho motor (válvula de aspiração fechada e válvula de descarga fechada). 4) Descarga ou escape – nesta última fase, o êmbolo se desloca do seu ponto morto inferior (PMI) para o seu ponto morto superior (PMS), empurrando os gases de descarga para a atmosfera (válvula de aspiração fechada e válvula de descarga aberta). É importante notar a existência e funcionamento de válvulas de aspiração e de descarga, para que as quatro fases sejam cumpridas. Relembre como estão essas válvulas durante cada fase do motor descrito acima. Você chegou ao final da terceira subunidade. Que tal verificar o que aprendeu ? BB OO MM TTRR AABB AALL HH OO !! TT eess tt ee dd ee aa uu tt oo-- aa vvaa ll ii aaçç ãã oo dd aa ssuu bb uu nn ii ddaa dd ee 22 .. 33 2.3.a) Quais são as fases de funcionamento de um motor diesel? ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ 2.3.b) Em que ciclo funciona o motor à gasolina ? ____________________________________________________________________________ 2.3.c) De onde vem o calor para queimar o combustível em um motor diesel ? ____________________________________________________________________________ 2.3.d) Em quantos graus de giro um motor diesel a 4 tempos cumpre suas 4 fases de funcionamento ? ____________________________________________________________________________ 2.3.e) Em qual fase de funcionamento o motor diesel ganha energia ? ____________________________________________________________________________ 65 PRO 01 2.3.f) Em quais fases de funcionamento o motor diesel perde energia ? ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ 2.3.g) Em que posição se encontram as válvulas de admissão e as válvulas de descarga de um motor diesel, quando no cilindro está ocorrendo a fase de compressão ? 22 ..44 OO FFUU NN CCII OO NN AAMM EE NN TT OO DD OO MM OO TT OO RR DD IIEE SSEE LL AA 22 TT EEMM PP OOSS O motor diesel a 2 tempos tem que cumprir as suas tarefas (fases) em apenas uma volta do eixo de manivelas, ou 360º. Isso significa que esse motor tem que cumprir essas fases num tempo menor do que o tempo disponível para um motor a 4 tempos, que tem 720º para completar suas fases. O motor a 2 tempos, por essa falta de tempo disponível, necessita de uma bomba de ar (compressor) para forçar o ar a entrar no cilindro, na fase de aspiração, na quantidade desejada. Vários são os métodos utilizados para elevar a pressão do ar. Na figura 2.4.1, você pode ver um tipo de método utilizado para elevar a pressão do ar. Trata- se de um compressor de lóbulos ou roots, conhecido como blower, acionado mecanicamente pelo próprio motor. Nos motores pequenos, essa compressão do ar acontece dentro do próprio cárter, quando o êmbolo está se deslocando do PMS para o PMI. Mais tarde, você conhecerá um outro sistema muito usado para tal fim e que consta de um turbocompressor acionado pelos próprios gases de descarga do motor. Figura 2.4.1 – Bomba de ar, tipo lóbulos ou roots, em um motor diesel a 2 tempos, com janelas de admissão e válvula de descarga. Em que fase o motor diesel de 2 tempos necessita de um compressor para forçar a entrada de ar no cilindro ? Há motores que possuem rasgos na camisa de cilindro, chamados de janelas de admissão (para a entrada do ar) e outros rasgos na camisa de cilindro, chamados de janelas de descarga, para a saída dos gases de descarga. É o caso do motor que você verá na figura 2.4.3. Nesse motor, portanto, não existem válvulas de aspiração nem válvulas de descarga como no motor a 4 tempos. Veja a seguir a subunidade 2.4 66 Há motores que possuem janelas de admissão, para a entrada do ar, e válvula de descarga no cabeçote, para a saída dos gases. O seu ciclo operativo resume-se no seguinte: Observe a figura 2.4.2 para entender a explicação dada a seguir. Nessa figura, o primeiro tempo se refere ao deslocamento do êmbolo do PMI para o PMS; o deslocamento do êmbolo do PMS para o PMI está no segundo tempo. Ao se deslocar do PMI para o PMS, o êmbolo cobre as janelas de admissão e logo em seguida a válvula de descarga fecha, permitindo que o ar, admitido anteriormente no cilindro, seja comprimido. Um pouco antes de o êmbolo atingir o PMS, o combustível é injetado. A combustão ocorre nas proximidades do PMS, ou seja, na câmara de combustão. A força expansiva dos gases resultantes da queima empurra energicamente o êmbolo para o PMI. Um pouco antes de o êmbolo descobrir as janelas de admissão, a válvula de descarga abre e uma boa parte dos gases da combustão é descarregada para a atmosfera. Assim que o êmbolo descobre as janelas de admissão, o ar fresco enviado pelo compressor é admitido no cilindro e expulsa o restante dos gases. Essa entrada do ar expulsando o restante dos gases de descarga é chamada de lavagem. Figura 2.4.2 – Funcionamento de um motor diesel a 2 tempos com janelas de admissão e com válvula de descarga. TT aa rree ff aa 22 .. 44 Que evento ocorre no cilindro de um motor diesel a 2 tempos, quando as janelas de admissão e a válvula de descarga estão abertas ? ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ Na verdade, existem muitos motores a 2 tempos, com janelas de admissão e janelas de descarga, funcionando por aí, embora a preferência atual seja pelos motores que utilizam janelas de admissão e válvulas de descarga no cabeçote, como o mostrado na figura 2.4.2 . Entretanto, vamos aprender também como funciona um motor a 2 tempos que possuem janelas de admissão e janelas de descarga, como o mostrado na figura 2.4.3 . 67 PRO 01 Figura 2.4.3 – Funcionamento de um motor diesel a 2 tempos com janelas de admissão e janelas de descarga. Observe atentamente a figura 2.4.3A. Veja como as janelas de admissão (as mais próximas do PMI) e as janelas de descarga estão abertas: está ocorrendo a lavagem do cilindro. Deslocando-se do PMI para o PMS (figura 2.4.3B), o êmbolo cobre primeiramente as janelas de admissão, interrompendo o suprimento de ar para o cilindro, terminando a fase de admissão. Entretanto, continua saindo ar pelas janelas de descarga, que ainda se encontram abertas. Prosseguindo o seu caminhoem direção ao PMS, o êmbolo cobre as janelas de descarga, figura 2.4.3C, iniciando assim a fase de compressão. Em seu movimento para cima, o êmbolo comprime cada vez mais o ar, até que, próximo do PMS, o combustível é injetado, inflamando-se por causa da elevada temperatura do ar. A força expansiva dos gases empurra, então, o êmbolo para baixo (fase de expansão). Antes de chegar ao PMI, o êmbolo descobre as janelas de descarga, pondo fim na fase de expansão e iniciando a fase de descarga (figura 2.4.3D); e, em virtude da considerável pressão ainda reinante, a maior parte dos gases é descarregada para o exterior. Continuando o seu caminho para baixo, o êmbolo descobre as janelas de admissão, permitindo que o ar fresco, vindo do compressor ou de uma bomba de ar, penetre no cilindro, expulsando o restante dos gases (lavagem ), conforme indica a figura 2.4.3A. Você chegou ao final da quarta subunidade. E por falar em ar fresco, que tal uma parada? Aproveite, vá até a janela, respire o ar fresco, faça um alongamento e depois retorne aos seus estudos. Teste seus conhecimentos ao realizar o teste de auto-avaliação. BB OO MM TTRR AABB AALL HH OO !! 68 TT eess tt ee dd ee aa uu tt oo-- aa vvaa ll ii aaçç ãã oo dd aa ssuu bb uu nn ii ddaa dd ee 22 .. 44 Faça o que se pede nos itens abaixo. 2.4.a) Em quantos graus de giro um motor diesel a 2 tempos cumpre as suas 4 fases de funcionamento ? ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ 2.4.b) Por ter menos tempo para cumprir suas 4 fases, que componente, obrigatoriamente, precisa estar presente num motor a 2 tempos ? ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ 2.4.c) Em motores diesel pequenos a 2 tempos, que artifício é utilizado para dar uma pressão adicional ao ar de alimentação (ar de lavagem) ? ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ 2.4.d) Quando é que ocorre o evento lavagem em um motor diesel a 2 tempos que possui janelas de admissão e janelas de descarga ? ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ 2.4.e) Os grandes motores diesel a 2 tempos, propulsores em navios mercantes modernos, em vez de possuírem janelas de admissão e janelas de descarga, possuem _____________ de admissão e _____________ de descarga. 2.4.f) Em um motor diesel a 2 tempos, que possui janelas de admissão e janelas de descarga, o êmbolo, ao se deslocar do PMS para o PMI, primeiramente descobre a janela de _______________ . 22 .. 55 AASS CC AARR AACC TT EE RR ÍÍSS TT IICC AASS DD OO SS CC OOMMPP OO NN EENN TTEE SS FF IIXX OOSS EE MM ÓÓ VVEE IISS DD OO SS MM OO TT OO RREESS DDIIEE SSEE LL 22 .. 55 .. 11 PPrr ii nn cc ii pp aa ii ss cc oo mm ppoo nn ee nn ttee ss ff ii xx oo ss dd oo mmoo tt oo rr dd iiee ssee ll As principais peças fixas do motor são: bloco, cabeçote e cárter. Passemos, então, rapidamente por cada um desses componentes, atentando para as figuras a seguir. Parabéns pelo teste realizado ! Continue. Ainda temos muito o que aprender sobre motor diesel. 69 PRO 01 Figura 2.5.1.1 – Cabeça ou cabeçote (motor diesel Wärtsilä 200). Figura 2.5.1.2 – Bloco (motor diesel Wärtsilä 200). � � CC AABB EE ÇÇ OO TT EE Também chamado de cabeça (figura 2.5.1.1), é a peça que fecha a parte superior do cilindro e que, juntamente com a face superior do êmbolo, forma a câmara de combustão. O cabeçote é fixado ao bloco por meio de parafusos, colocando-se entre os dois uma junta de cobre, aço, amianto, ou uma combinação de papelão e material metálico. Nos motores de pequeno porte, o cabeçote é construído em uma ou duas seções e nos de médio e grande portes é individual, ou seja, um cabeçote para cada cilindro. Conforme o tipo de motor, no cabeçote são instaladas as válvulas de aspiração e/ou descarga, os balancins, a válvula de injeção de combustível, a válvula de segurança, a válvula de prova, etc. Os cabeçotes dos motores possuem espaços ocos (galerias) para a circulação do fluido de resfriamento e circulação de lubrificante. � � BB LL OO CC OO É a maior peça fixa do motor; é construído, na maioria das vezes, com uma liga especial de ferro fundido. Normalmente, o bloco do motor contém: os cilindros, as galerias para o fluido de resfriamento e os canais de lubrificação. O bloco é uma peça inteiriça nos motores de pequeno porte , sendo construído em duas ou mais seções nos motores de médio e de grande portes. Nesse caso, as seções são ligadas por meio de parafusos. Como você pode observar na figura 2.5.1.2, o bloco possui rebaixos apropriados para a instalação dos mancais fixos do eixo de manivelas. Para evitar o desgaste do bloco, os cilindros recebem camisas (figura 2.5.1.3) essas camisas podem ser do tipo molhada ou camisas do tipo seco, ou seja, as que tenham contato direto com a água de resfriamento e as que não têm, respectivamente. Figura 2.5.1.3 – Camisa do motor diesel Wärtsilä 200. 70 � � CC ÁÁ RR TTEE RR É um depósito com a forma aproximada de uma banheira e destinado a armazenar o óleo lubrificante do motor. É aparafusado à parte inferior do bloco, mediante a inserção de uma junta de material macio como cortiça, papelão, etc. Nos motores de grande porte instalados em navios, o reservatório de lubrificante pode estar situado em qualquer outro lugar da praça de máquinas. Ou seja, não fica necessariamente embaixo do motor. Neste caso, o reservatório é denominado de poceto. 22 .. 55 .. 22 PPrr ii nn cc ii pp aa ii ss cc oo mm ppoo nn ee nn ttee ss mm óó vvee iiss dd oo mm oo tt oorr dd ii eess ee ll Entre os principais componentes móveis do motor, encontramos: o êmbolo ou pistão; a biela ou conectora; o eixo de manivelas ou virabrequim; e o volante. Vamos saber mais de cada um deles, observando as figuras abaixo ? � � EE IIXX OO DD EE MM AANN II VV EE LL AASS Sua construção requer técnica apurada, sendo forjado, usinado, e balanceado tanto estática quanto dinamicamente. É o componente de maior comprimento do motor (veja a figura 2.5.2.1). Figura 2.5.2.1 – Eixo de manivelas (motor diesel Wärtsilä 200). O eixo de manivelas, também conhecido como virabrequim, recebe o movimento alternativo da conectora e o transforma em movimento rotativo. É o elemento que transmite a potência do motor ao seu utilizador. O eixo de manivelas gira sobre mancais de sustentação, chamados de mancais fixos, que o prendem ao bloco do motor. QQ uu aa ii ss ssãã oo oo ss pp rr ii nn cc ii pp aa ii ss cc oo mmppoo nn ee nn tt eess mmóó vvee ii ss dd ee uu mm mm oo tt oorr dd ii eess ee ll ?? � � ÊÊ MMBB OO LL OO É a peça do motor que se desloca alternativamente no interior do cilindro (camisa), recebendo diretamente o impulso dos gases da combustão. É durante o seu movimento alternado que se verifica a transformação da energia térmica da queima do combustível em energia mecânica transmitida ao eixo de manivelas pela conectora. Observe na figura 2.5.2.2 que, na sua parte mais alta (coroa), estão situadas as ranhuras (canaletas), que servem para alojar os anéis de segmento, que podem ser de compressão, de óleoe/ou raspador. Na parte intermediária, denominada de corpo, fica o alojamento do pino do êmbolo e a parte que fica abaixo do corpo é chamada de saia. 71 PRO 01 Os anéis de segmento de compressão garantem a vedação quase total dos gases entre o êmbolo e as paredes da camisa do cilindro, permitindo também o escoamento de parte do calor recebido pelo êmbolo. Os anéis de segmento de óleo e/ou raspadores espalham o lubrificante pelas paredes do cilindro, quando o êmbolo se dirige ao PMS, e removem o excesso para o cárter, quando o êmbolo se desloca para o PMI. � � BB II EELL AA OO UU CC OONN EECC TT OO RR AA É a peça do motor cuja função é transmitir o movimento do êmbolo ao eixo de manivelas. Em outros termos, é a peça encarregada de transformar o movimento alternativo do êmbolo em movimento rotativo do eixo de manivelas. A conectora possui dois mancais: um inteiriço, chamado de bucha, destinado a receber o pino do êmbolo; e outro mancal bipartido, que a liga com o eixo de manivelas (veja figura 2.5.2.3). Figura 2.5.2.3 – Conectora (motor diesel Wärtsilä 200). Nos motores de pequeno e de médio portes, o êmbolo se articula diretamente em uma das extremidades da conectora, através da bucha. Em motores de grande porte chamados de long stroke, o êmbolo se liga à haste do êmbolo e esta haste é que se articula com a conectora, através da cruzeta, como é mostrado na figura 2.5.2.4 abaixo. PP aarr aa qq uu ee sseerr vvee mm ooss aa nn éé ii ss dd ee ss ee gg mmee nn tt oo ?? Figura 2.5.2.2 - Êmbolo, anéis de segmento e pino do êmbolo (motor diesel Wärtsilä 200). 72 Figura 2.5.2.4 – MC engines (MAN B&W) (long stroke). O mancal bipartido da conectora é formado por duas metades semicirculares denominadas telhas de mancal, bronzinas ou casquilhos (figura 2.5.2.5), que são revestidas com material antifricção nas partes que ficam em contato com o eixo de manivelas. O metal patente ou babbit2 é o material antifricção mais utilizado. � � VV OO LL AANN TT EE É um disco de grande peso, fixado a uma das extremidades do eixo de manivelas; sua finalidade é armazenar uma parte da energia produzida no motor durante a fase de trabalho útil (fase de expansão), para vencer a resistência dos tempos não motrizes, principalmente o de compressão. O volante também facilita a partida do motor. Figura 2.5.2.5 – Bronzinas, casquilhos ou telhas de mancal. Você chegou ao final da quinta subunidade. Verifique o que aprendeu, realizando o teste abaixo. BB OO MM TT RR AABB AALL HH OO .. TT eess tt ee dd ee aa uu tt oo-- aa vvaa ll ii aaçç ãã oo dd aa ssuu bb uu nn ii ddaa dd ee 22 .. 55 Complete as lacunas nos itens abaixo. 2.5.a) O componente fixo de um motor diesel, que serve de reservatório de óleo lubrificante, nos motores de pequeno e médio portes é chamado de _____________ e nos de grande porte é chamado de ________________ . 2.5.b) A câmara de combustão é formada pela face _______________ do êmbolo e pela face inferior do ________________ . 2 Babbit - é o metal antifricção mais utilizado em revestimento de mancais. Se constitui de uma liga de estanho, cobre e antimônio, variando as proporções de cada um, de acordo com o tipo de serviço a que o mancal vai ser submetido. 73 PRO 01 2.5.c) A maior peça fixa de um motor diesel é o __________. 2.5.d) Camisa do tipo ________________ é aquela que NÃO tem contato direto com a água de resfriamento do motor diesel. 2.5.e) Os anéis colocados nas ranhuras (canaletas) de um êmbolo são chamados de anéis de ________________ . 2.5.f) As telhas do mancal bipartido de uma conectora também são denominadas de __________________ ou __________________ . 2.5.g) Camisa do tipo ________________ é aquela que tem contato direto com a água de resfriamento do motor diesel. 2.5.h) Os anéis de um êmbolo, responsáveis pela vedação do cilindro, são chamados de anéis de ________________ . 2.5.i) O metal antifricção mais utilizado no revestimento de telhas de mancal é denominado de metal _____________ ou ______________ . 2.5.j) Os mancais que sustentam o eixo de manivelas de um motor diesel são denominados de mancais ________ ou principais. 2.5.k) A existência de um volante numa extremidade do eixo de manivelas visa ______________ energia na fase de expansão e facilitar na _____________ do motor diesel. 22 .. 66 OO OOBB JJEE TT IIVV OO DD AA DD II SS TT RRII BB UUII ÇÇ ÃÃ OO NN OO MM OO TT OO RR DDII EESS EELL Você viu que na subunidade 2.5 deste módulo, tratamos de alguns componentes básicos do motor diesel, classificando-os como fixos e móveis, lembra-se? Propositadamente, entretanto, deixamos para esta unidade a abordagem de outros componentes igualmente importantes e que fazem parte do chamado mecanismo de distribuição do motor ou distribuição motora. O número de componentes desse mecanismo pode variar conforme o tipo de motor, mas, qualquer que seja esse número, seus componentes têm que trabalhar em harmonia, sincronizados, para tornar possível o perfeito funcionamento do motor. 22 .. 66 .. 11 OO bb jjee tt ii vvoo dd aa dd iiss tt rr ii bb uu iiçç ããoo O objetivo da distribuição é fazer com que cada fase do ciclo de funcionamento do motor ocorra rigorosamente no seu devido tempo. Por exemplo, se o motor estiver realizando a fase de compressão, é claro que tanto a válvula de admissão quanto a de descarga devem estar fechadas. Qualquer desvio nessa sincronização pode fazer com que o motor trabalhe mal, ou Confira seus acertos e continue firme nos estudos. Passe para a subunidade 2.6. 74 nem sequer consiga funcionar. Quando isso acontece, dizemos que o motor está “fora de ponto”. A princípio, você poderia pensar que, no caso dos motores diesel, o conceito de distribuição envolve apenas a abertura e o fechamento das válvulas de aspiração e de descarga e a injeção do combustível. Na realidade, o conceito de distribuição torna-se muito mais amplo quando se trata, por exemplo, de um motor marítimo de grande porte que, além de ser reversível (gira nos dois sentidos), tem arranque a ar comprimido. Essas particularidades, entretanto, serão estudadas mais adiante. Por enquanto vamos fazer um estudo básico da distribuição, atentando para o arranjo simplificado da figura 2.6.1.1. Figura 2.6.1.1 – Sistema de distribuição de motor diesel a 4 tempos. OO qquuee ssiiggnniiffiiccaa uumm mmoottoorr ““ffoorraa ddoo ppoonnttoo””?? Analise com atenção a figura 2.6.1.1 e você perceberá que se trata do mecanismo de um motor de 4 tempos, uma vez que existe uma válvula de admissão e uma válvula de descarga (9) na cabeça do cilindro. Além do mais, a engrenagem (1), do eixo de manivelas (2), tem a metade do número de dentes da engrenagem (3), do eixo de cames (4). Repare que as cames (5), do mesmo eixo, transmitem movimento aos tuchos (6), que por sua vez transmitem movimento às hastes ou varetas (7). Estas hastes acionam os balancins (8), para abrir as válvulas de aspiração e de descarga (9), cada uma no seu devido tempo. Repare que os balancins articulam no eixo 11, o qual é fixado num suporte que não aparece na figura 2.6.1.1, mas que poderá servisto mais adiante na figura 2.6.1.2. Figura 2.6.1.2 – Mecanismo de comando de válvula. 75 PRO 01 22 .. 66 .. 22 CC oo mm ppoo nn ee nn ttee ss dd aa dd iiss tt rr ii bbuu ii ççãã oo Volte a observar a figura 2.6.1.1 que mostra uma parte de um sistema de distribuição, o mecanismo de comando de válvula, e acompanhe as particularidades citadas a seguir. Engrenagem ou pinhão do eixo de manivelas – é fixada na extremidade do eixo de manivelas (2), com a finalidade de transmitir o movimento de rotação ao eixo de cames (4), por meio da sua engrenagem (3). Engrenagem ou pinhão do eixo de cames – é fixada na extremidade do eixo de cames (4), com a finalidade de receber o movimento rotativo do eixo de manivelas (2), por meio da engrenagem (1), e transmiti-lo ao eixo de cames propriamente dito. Nos motores de 4 tempos, a engrenagem do eixo de cames possui o dobro do número de dentes da engrenagem do eixo de manivelas, pois, enquanto o eixo de manivelas dá duas voltas, o eixo de cames só dá uma. Já no caso dos motores de 2 tempos, essa engrenagem possui o mesmo número de dentes da engrenagem do eixo de manivelas. Eixo de cames – é um eixo dotado de cames (ressaltos), com a finalidade de acionar as válvulas de aspiração e de descarga do motor por meio do tucho (6), da vareta (7) e do balancim (8). Mais tarde, veremos que esse eixo pode possuir outra came, com o propósito de acionar a bomba de injeção de combustível unitária de cada cilindro, como ocorre nos motores de médio e de grande portes. Tuchos – são peças que trabalham em contato com as cames (5), transmitindo o seu movimento às varetas (6). Nos motores de médio e de grande portes, os tuchos costumam possuir rodetes para reduzir o atrito com a came. Vareta de tucho – é a peça que trabalha com uma de suas extremidades em contato com o tucho e a outra em contato com uma das extremidades do balancim. A vareta transmite ao balancim o movimento alternado produzido pela came. Balancim – é uma peça que, articulando no seu eixo (11), recebe movimento da vareta e o transfere à válvula de admissão ou de descarga. O balancim possui em uma de suas extremidades um parafuso com porca para permitir o ajuste da folga entre ele e a haste da válvula. Válvula de admissão – é a peça que serve de porta de entrada do ar para o cilindro do motor diesel. Para permitir um bom enchimento do cilindro, normalmente ela se apresenta com o diâmetro externo do seu disco maior do que o da válvula de descarga. Válvula de descarga – é a peça que serve de porta de saída dos gases da combustão do interior do cilindro do motor. Apresenta normalmente um disco com diâmetro externo menor do que o da válvula de admissão. Isso é possível porque a velocidade de escoamento dos gases da combustão através dela é relativamente grande, devido à razoável pressão ainda existente no cilindro por ocasião da sua abertura. Algo importante a considerar no funcionamento de ambas as válvulas é que cada uma delas, no seu devido tempo, é aberta pela ação do balancim a partir do movimento da came. Já o fechamento é feito pela ação de sua(s) mola(s), enquanto vai cessando a ação do 76 balancim sobre a sua haste. QQ uu ee cc oo mm pp oo nnee nn tt ee dd oo ss ii ss ttee mm aa dd ee dd ii ss tt rr ii bb uuii ççãã oo éé rr eess pp oo nnss áávvee ll pp ee ll oo ff ee cc hhaa mm ee nn ttoo ddaa ss vváá ll vvuu ll aass ddee aadd mm ii ssss ãã oo ee dd ee dd eess ccaa rr ggaa ?? HHáá pprraattiiccaammeennttee 2200 aannooss,, aallgguunnss mmoottoorreess mmaarrííttiimmooss ddee ddooiiss tteemmppooss ee ddee ggrraannddee ppoorrttee ((ccoomm vváállvvuullaa ddee ddeessccaarrggaa nnoo ccaabbeeççoottee)) ddeeiixxaarraamm ddee uuttiilliizzaarr oo ttiippoo ddee mmeeccaanniissmmoo qquuee aaccaabbaammooss ddee eessttuuddaarr ppaarraa aacciioonnaammeennttoo ddaa vváállvvuullaa ddee ddeessccaarrggaa,, ppaassssaannddoo aa uussaarr uumm ssiisstteemmaa hhiiddrrááuulliiccoo--ppnneeuummááttiiccoo ccoommoo oo rreepprreesseennttaaddoo nnaa ffiigguurraa 22..66..22..11.. OOuu sseejjaa,, aa vváállvvuullaa ddee ddeessccaarrggaa éé aabbeerrttaa ppoorr aaççããoo hhiiddrrááuulliiccaa ee éé ffeecchhaaddaa ppoorr aaççããoo ppnneeuummááttiiccaa.. Figura 2.6.2.1 – Válvula de descarga com comando hidráulico-pneumático Você chegou ao final da sexta subunidade. É o momento agora de você fazer um exercício, para sedimentar o que acabou de aprender. Primeiro faça o exercício e, depois, confira suas respostas no gabarito que se encontra no final desta subunidade. BOM TRABALHO ! 77 PRO 01 TT eess tt ee dd ee aa uu tt oo-- aa vvaa ll ii aaçç ãã oo dd aa ssuu bb uu nn ii ddaa dd ee 22 .. 66 Complete as lacunas nos itens abaixo. 2.6.a) Os componentes de um motor diesel que têm de trabalhar em harmonia, sincronizados, para tornar possível o seu perfeito funcionamento é chamado de mecanismo de _____________ ou de ______________ motora. 2.6.b) Qualquer desvio na sincronização, que pode fazer com que o motor diesel trabalhe mal ou nem sequer consiga funcionar, caracteriza uma situação conhecida como motor ________ de _________ . 2.6.c) Ao olharmos para um motor diesel e observarmos que existe uma válvula de admissão e uma válvula de descarga na cabeça do cilindro, podemos afirmar que esse motor é a ______ tempos. 2.6.d) Nos motores de 4 tempos, a engrenagem do eixo de cames possui o _______ do número de dentes da engrenagem do eixo de manivelas, pois enquanto o eixo de manivelas dá ______ voltas, o eixo de cames dá uma. 2.6.e) A vareta de tucho transmite ao _____________ o movimento alternado produzido pela came do eixo de cames. 2.6.f) O sistema hidráulico-pneumático de acionamento de válvula de descarga abre a válvula __________________ e a fecha _____________________ . 2.6.g) Por que o diâmetro externo do disco da válvula de admissão é normalmente maior que o diâmetro externo do disco da válvula de descarga? 22 ..77 OO SS TT IIPP OOSS DD EE TT RR AANN SS MMII SSSS ÃÃ OO MM AAII SS EE NN CC OO NNTT RR AADD OO SS Você já viu, na figura 2.6.1.1, que a transmissão do movimento do eixo de manivelas ao eixo de cames pode ser feita por engrenagens (ou pinhões). Agora você precisa saber que, além da transmissão por engrenagens, existe ainda a transmissão por corrente, a transmissão por correia dentada e a transmissão mista (por engrenagens e por corrente). A transmissão por correia é particularmente utilizada em motores de pequeno porte, como os de automóveis. A figura 2.7.1A mostra uma transmissão por corrente, e a figura 2.7.1B mostra uma transmissão por correia dentada. Parabéns por mais esta etapa vencida. Continue firme nos estudos. Avance para a subunidade 2.7. 78 Figura 2.7.1 – Transmissão por corrente (A) e transmissão por correia dentada (B). É importante destacar que existem marcas de referência nas engrenagens ou pinhões do mecanismo de transmissão, para que durante a montagem de um motor seja observada rigorosamente a relação de posição entre as mesmas. Se essa relação não for observada, o motor ficará “fora de ponto”, e poderá, por isso, funcionar muito mal ou nem sequer entrar em funcionamento. OO qq uu ee ss ããoo ooss ““ tt rr ee nnss ddee ee nn ggrr eenn aa gg ee nnss”” ?? Você também precisa atentar para o fato de que dificilmente aparecem apenas duas engrenagens ou pinhões no mecanismo de distribuição. É comum aparecerem os chamadostrens de engrenagens (mais de duas), como mostrado na figura 2.7.2, que é o trem de engrenagens de um motor MAN W8V. As diversas engrenagens que compõem o trem de engrenagens da figura 2.7.2 têm função de movimentação e /ou de sincronização de diversos componentes do motor, tais como: eixo de cames, bomba de água doce, bomba de água salgada, distribuidor de ar de partida, bomba de óleo lubrificante, bomba de transferência de combustível etc. Figura 2.7.2 – Trem de engrenagens (motor MAN W8V). 79 PRO 01 Você chegou ao final da sétima subunidade. Portanto, faça o exercício abaixo, para sedimentar o que acabou de aprender. BB OO MM TTRR AABB AALL HH OO !! TT ee ss ttee ddee aa uu tt oo --aa vvaa ll ii aa ççãã oo ddaa ssuu bb uu nn ii ddaa dd ee 22 .. 77 Complete as lacunas nos itens abaixo. 2.7.a) Durante a montagem do sistema de transmissão de movimento do eixo de manivelas para o eixo de cames, devemos ter atenção ao correto posicionamento das ____________ de sincronização. 2.7.b) A transmissão de movimento do eixo de manivelas para o eixo de cames pode ser feito através de ______________, correia dentada ou ______________ . 2.7.c) Quando a transmissão de movimento do eixo de manivelas para o eixo de cames e para outros componentes do motor – como bombas, distribuidor de ar, etc. – é feita por engrenagens, o conjunto dessas engrenagens é denominado de ________ de engrenagens. 2.7.d) A transmissão de movimento do eixo de manivelas para o eixo de cames e para outros componentes do motor, na maioria dos motores de automóveis, é feita por __________ ____________. 22 ..88 AA UU TT II LL II ZZ AAÇÇ ÃÃ OO DD AASS MM AARR CC AAÇÇ ÕÕ EE SS EEXXII SS TTEE NNTT EESS NN OO SS VVOO LL AANN TT EE SS É comum os motores diesel, de médio e de grande portes, trazerem de fábrica algumas marcas em seus volantes. Normalmente, são marcas representativas dos pontos mortos dos êmbolos, dos instantes de abertura e fechamento das válvulas e do início da injeção do combustível. Essas marcas facilitam muito o trabalho do técnico, principalmente durante as fainas de inspeção, montagem e regulagem dos motores. Quando essas referências não são gravadas no volante, mas estão contidas no manual de instruções do motor, o próprio técnico de motores poderá resolver a questão, se precisar. Vejamos um exemplo prático para o caso de um motor de 4 tempos com apenas 1 cilindro. Vamos admitir que não haja no volante nem sequer as marcas do PMS e do PMI. Parabéns por mais esta etapa vencida. Continue firme nos estudos. Avance para a subunidade 2.8. 80 PPaarraa ffaazzeerr aa mmaarrccaa ddoo PPMMSS,, pprroocceeddee--ssee ddaa sseegguuiinnttee mmaanneeiirraa:: a) marca-se um ponto de referência no bloco do motor que está mais próximo ao volante. Pode ser com um punção, com uma lâmina de serra, com tinta, com giz, etc.; b) retira-se a válvula de injeção, para se ter acesso ao interior do cilindro através do seu alojamento no cabeçote, e introduz-se aí verticalmente um calibre de profundidade (ou mesmo um arame), fazendo a ponta deste tocar na face superior do êmbolo; c) gira-se o volante para colocar-se o êmbolo do cilindro 1 próximo ao PMS; d) gira-se o volante no mesmo sentido em que se estava girando anteriormente; o calibre (ou o arame) vai subir com o êmbolo até este atingir o seu PMS; se continuar o giro, vai-se observar que o calibre (ou o arame) começará a descer; e) faz-se, então, uma marca no volante, coincidente com o ponto de referência feito no bloco do motor (toda vez que se girar o volante e as marcas coincidirem, sabe-se que o êmbolo do cilindro 1 está no PMS); LLeemmbbrraannddoo qquuee oo mmoottoorr ddeessttee nnoossssoo eexxeemmpplloo éé ddee 44 tteemmppooss,, nnããoo ssee ppooddee eessqquueecceerr qquuee oo êêmmbboolloo ppooddee eessttaarr nnoo PPMMSS nnoo ffiinnaall ddaa ffaassee ddee ddeessccaarrggaa ee ppooddee eessttaarr nnoo PPMMSS nnoo ffiinnaall ddaa ffaassee ddee ccoommpprreessssããoo.. PPaarraa oo iinníícciioo ddee qquuaallqquueerr rreegguullaaggeemm nnoo mmoottoorr,, oo êêmmbboolloo ddeevvee ssee eennccoonnttrraarr nnoo ffiinnaall ddee ccoommpprreessssããoo.. CCoommoo ssaabbeerr ssee éé oo PPMMSS ddee ffiinnaall ddee ddeessccaarrggaa oouu ssee éé oo PPMMSS ddee ffiinnaall ddee ccoommpprreessssããoo?? ÉÉ ssiimmpplleess:: nnoo ffiinnaall ddee ccoommpprreessssããoo,, aass vváállvvuullaass ddee aaddmmiissssããoo ee ddee ddeessccaarrggaa eessttããoo ffeecchhaaddaass,, iissttoo éé,, hháá ffoollggaa eennttrree ooss bbaallaanncciinnss ee ssuuaass rreessppeeccttiivvaass hhaasstteess ddee vváállvvuullaa.. Observação: Da maneira como se fez a marcação do PMS, pode-se fazer outras marcações, como: início e final de injeção, abertura ou fechamento de válvulas de admissão e de descarga, abertura ou fechamento de válvulas de ar de partida, etc. Você chegou ao final da oitava subunidade. Portanto, teste seus conhecimentos, realizando o teste abaixo. BOM TRABALHO ! TT ee ss ttee ddee aa uu tt oo --aa vvaa ll ii aa ççãã oo ddaa ssuu bb uu nn ii ddaa dd ee 22 .. 88 Escreva certo ou errado no espaço ao lado de cada item: 2.8.a) (_____________) O número de componentes do mecanismo de distribuição pode variar de motor para motor. 2.8.b) (_____________) O objetivo da distribuição é fazer com que cada fase do ciclo aconteça rigorosamente no seu devido tempo. 81 PRO 01 2.8.c) (_____________) A expressão “motor fora de ponto” não está relacionada com o mecanismo da distribuição. 2.8.d) (_____________) Em um motor de 2 tempos, a engrenagem do eixo de manivelas tem o mesmo número de dentes que a do eixo de cames. 2.8.e) (_____________) A vareta de tucho trabalha em contato com o tucho e o balancim. 2.8.f) (_____________) O movimento alternado do tucho é obtido em razão do formato excêntrico da came. 2.8.g) (_____________) No motor de 4 tempos, a abertura da válvula de descarga ocorre no mesmo instante da abertura da válvula de admissão. 2.8.h) (_____________) O diâmetro do disco da válvula de admissão é menor do que o da válvula de descarga. 2.8.i) (_____________) Os fechamentos das válvulas de admissão e de descarga são garantidos pelas ações de suas molas. 2.8.j) (_____________) Quando as válvulas de admissão ou de descarga estão fechadas, é sinal de que os seus respectivos tuchos estão trabalhando na parte circular das suas cames. 22 ..99 OO ÂÂ NN GG UU LL OO DDEE CC AALL AAGG EE MM EE AA OO RR DDEE MM DDEE QQ UUEEII MM AA OO qq uu ee ss iigg nn ii ff ii ccaa oo tt eerr mm oo ““ cc aa llaa gg ee mm”” ?? O termo calagem significa a mesma coisa que o termo sincronização. O motor diesel reúne dezenas de peças que precisam ser caladas (sincronizadas), para que ele possa produzir o trabalho planejado, no mais alto rendimento possível. No nosso estudo, a calagem das manivelas refere-se à posição em que as manivelas são dispostas no eixo de manivelas. Entre outros fatores, o ângulo de calagem das manivelas pode ser determinado, levando- se em conta o número de cilindros e o número de tempos do motor. Por causa da estreita relação do ângulo de calagem com a ordem de queima, julgamos oportuno estudá-las simultaneamente. Algumas definições são importantes para a sua compreensão. Confira ! Parabéns por mais esta etapa vencida. Continue firme nos estudos.Avance para a subunidade 2.9. 82 22 .. 99 .. 11 DD ee ff ii nn iiçç õõ eess a) Ângulo de calagem das manivelas: sabemos que um motor a 2 tempos em linha cumpre suas fases – aspiração, compressão, expansão e descarga – em apenas uma volta do eixo de manivelas, ou seja, em 360°. Se esse motor possui 6 cilindros, então a distância de uma manivela para outra, no eixo de manivelas, será de 60°, que é o resultado da divisão de 360° por 6. É esse ângulo de 60° que é chamado de ângulo de calagem. Sabemos que um motor a 4 tempos em linha cumpre suas fases – aspiração, compressão, expansão e descarga – em duas voltas do eixo de manivelas, ou seja, em 720°. Se esse motor possui 6 cilindros, então a distância de uma manivela para outra, no eixo de manivelas, será de 120°, que é o resultado da divisão de 720° por 6. É esse ângulo de 120° que é chamado de ângulo de calagem. O ângulo de calagem muda de acordo com o número de cilindros do motor e se o motor é a 2 tempos ou se é a 4 tempos. Ordem de queima: os cilindros de um motor não queimam ao mesmo tempo; cada um vai queimar na sua vez. Então, a ordem de queima é a seqüência com que as combustões ocorrem nos cilindros do motor. Essa ordem de queima é pensada pelo fabricante de forma a permitir uma boa distribuição de esforços ao longo do eixo de manivelas. Por convenção, começa sempre do cilindro número 1. O ângulo de calagem das manivelas e a ordem de queima do motor, determinados pelo fabricante, são fatores de relevante importância para o seu funcionamento, estando intimamente ligados à distribuição equilibrada da potência e à continuidade dos esforços transmitidos pelo motor ao seu utilizador. A palavra utilizador, aqui, significa a máquina ou dispositivo que o motor aciona. A bordo dos navios, os principais utilizadores dos motores diesel são: os geradores de energia elétrica e o conjunto propulsor formado pelo eixo propulsor e o hélice. A seguir, vamos fazer, juntos, alguns exercícios para sedimentar o aprendizado. EE xxee rrcc íícc ii oo RRee ss ooll vv ii dd oo Problema 2.9.1.1 Determine o ângulo de calagem de um motor diesel de 2 tempos com 2 cilindros em linha. Solução: Se o motor é de 2 tempos, então, são 360°/2 = 180° (o ângulo de calagem das manivelas é de 180°). 83 PRO 01 A figura 2.9.1.A mostra que a manivela referente ao cilindro 2 está disposta a 180° da manivela do cilindro 1. Assim, a ordem de queima só poderá ser 1–2, ou seja, a queima ocorrerá no cilindro 1, e, somente após o eixo de manivelas girar 180°, ocorrerá a queima no cilindro 2. O desenho simplificado do eixo ficará conforme a figura 2.9.1.B. Figura 2.9.1 – Ordem de queima de um motor a 2 tempos de 2 cilindros. Problema 2.9.1.2 Determine o ângulo de calagem de um motor diesel de 4 tempos com 2 cilindros em linha. Solução: Se o motor é de 4 tempos, então, são 720°/2 = 360° (o ângulo de calagem das manivelas é de 360°). Para o referido motor, o ângulo entre as manivelas e o traçado do eixo estarão em conformidade com as figuras 2.9.2A e 2.9.2B. Mas preste bem atenção! Como a manivela do cilindro 2 está rigorosamente disposta atrás da do cilindro 1, você poderia supor equivocadamente que os dois cilindros queimam ao mesmo tempo. Isso nunca acontece! Lembre-se também de que agora estamos tratando de um motor de 4 tempos; ou seja: considerando o êmbolo do cilindro 1 no seu PMS no final da compressão, o êmbolo do cilindro 2 estará também no seu PMS, porém no final da descarga. Assim, a queima no cilindro 2 só poderá ocorrer após o eixo de manivelas girar 360° depois da queima no cilindro 1. Isso nos dará, logicamente, a mesma ordem de queima 1–2 do motor de 2 tempos estudado anteriormente. Figura 2.9.2 – Ordem de queima de um motor a 4 tempos de 2 cilindros. 84 Pelo exposto até agora, é importante que você perceba que qualquer que seja o número de cilindros do motor: a) só poderá haver queima em um cilindro de cada vez; b) com o aumento do número de cilindros, diminui o ângulo entre as queimas; c) no caso dos motores de 2 tempos, haverá queima em “todos” os seus cilindros a cada 360° de giro do eixo de manivelas; d) no caso dos motores de 4 tempos, haverá queima em “todos” os seus cilindros a cada 720° de giro do eixo de manivelas. Para terminar esta série de exercícios, observe a figura 2.9.3, que é a de um grande motor propulsor de 2 tempos, com 12 cilindros em linha, que gira no sentido indicado pela seta. Aplicando a fórmula, você comprovará que o ângulo de calagem é de 30° (360˚ /12). A ordem de queima desse motor para a disposição que foi dada às manivelas poderia ser: 1 – 12 – 5 – 7 – 3 – 11 – 4 – 9 – 2 – 10 – 6 – 8. Figura 2.9.3 – Ordem de queima de um motor a 2 tempos de 12 cilindros. Você chegou ao final da nona subunidade. Aproveite este momento e faça o exercício a seguir, para sedimentar o que acabou de aprender. BB OO MM TTRR AABB AALL HH OO !! TT eess tt ee dd ee aa uu tt oo-- aa vvaa ll ii aaçç ãã oo dd aa ssuu bb uu nn ii ddaa dd ee 22 .. 99 Complete as lacunas dos itens abaixo. 2.9.a) Quando se diz que os componentes de um motor diesel têm que ser calados, isso significa que esses componentes têm de ser _____________ . 85 PRO 01 2.9.b) A ordem de queima de um motor diesel busca uma distribuição melhor dos _____________ recebidos pelo eixo de manivelas. 2.9.c) O ângulo de calagem de um motor diesel de 2 tempos, em linha, e que possui 8 cilindros é de ________ graus. 2.9.d) O ângulo de calagem de um motor diesel de 4 tempos, em linha, e que possui 10 cilindros é de ________ graus. 2.9.e) A _______ de ________ é a seqüência com que as combustões ocorrem nos cilindros do motor. 2.9.f) Um motor diesel de 4 tempos possui 8 cilindros. Isso significa que ________ cilindros queimam em cada volta do eixo de manivelas. 2.9.g) Com diminuição do número de cilindros em um motor diesel, há ____________ do ângulo entre as queimas. 2.9.h) Para que o ângulo de calagem de um motor diesel seja determinado, faz-se necessário conhecer se o motor é de 2 ou de 4 __________ e a quantidade de ____________ do motor. 22 ..11 00 CC AALL CC UU LL OO DD OO ÂÂ NN GG UU LL OO DD EE CC AALL AAGG EE MM EE DD EE BB AANN CC AADD AA PP AARR AA MM OO TT OO RREE SS EEMM ““ VV”” 22 .. 1100 ..11 CC oo nn ss ii dd eerr aaçç õõee ss ss oo bbrr ee ooss mm oo tt oorree ss ee mm ““ VV”” Como já vimos na figura 2.2.1, o motor em “V” é um motor formado por dois blocos de cilindros em linha, dispostos entre si sob um ângulo normalmente entre 30° e 120°. Esse ângulo, formado entre as linhas de centro vertical dos cilindros das duas bancadas, é denominado “ângulo de bancada”. Seu valor é projetado pelo fabricante, podendo ser menor, igual ou maior que o ângulo de calagem. Para calcularmos o ângulo de calagem do motor em “V”, procedemos da mesma forma que aprendemos com o motor em linha, apenas tendo o cuidado de dividir o número de cilindros por 2, já que o eixo de manivelas do motor em “V” normalmente recebe duas conectoras (bielas) em um mesmo pino. A seguir, vamos fazer juntos um exercício para sedimentar o aprendizado? Parabéns por mais esta subunidade realizada. Avance para a subunidade 2.10. 86 EE xxee rrcc íícc ii oo RRee ss ooll vv ii dd oo Problema 2.10.1 Determine o ângulo de calagem e o ângulo de queima para um motor em “V” de 4 tempos e com 12 cilindros, como o mostrado na figura 2.10.1 abaixo. Figura 2.10.1 – Motor em“V” de 12 cilindros (MTU 2000 M) Deve-se atentar para as seguintes informações referentes ao motor da figura 2.10.1: a) KS é a extremidade do eixo de manivelas que vai ser conectada ao utilizador; b) KGS é a extremidade do eixo de manivelas oposta ao utilizador; c) olhando-se para o motor pela extremidade KS, o motor gira no movimento contrário aos ponteiros de um relógio; d) a ordem de queima é: A1 – B2 – A5 – B4 – A3 – B1 –A6 – B5 – A2 – B3 – A4 – B6; e e) O ângulo de bancada é de 60°. Solução: Se o motor é de 4 tempos e em “V”, então, seu ângulo de calagem é de 120˚ que é o resultado da seguinte operação: (720° / 6 = 120°) – observe que o número de cilindros foi dividido por 2, já que são duas conectoras em cada pino do eixo de manivelas). Se o motor é de 4 tempos, então, seu ângulo de queima é de 60˚ que é o resultado da seguinte operação: (720° / 12 = 60°) – observe que, seguindo a ordem de queima e o sentido de rotação do motor, a distância entre as queimas será de 60˚. QQuuaall aa vvaannttaaggeemm qquuee uumm mmoottoorr eemm ““VV”” ppoossssuuii ssoobbrree uumm mmoottoorr eemm lliinnhhaa?? Imagine o espaço que ocupa um motor em linha de 8 cilindros, tendo cada cilindro 12,5 cm de diâmetro. Um motor em “V“ com o mesmo número de cilindros, e mesmo diâmetro, vai 87 PRO 01 ocupar a metade do espaço e vai desenvolver aproximadamente a mesma potência. Aí está a principal vantagem do motor em “V”. Agora, você precisa saber que os fabricantes de motores adotam às vezes diferentes sistemas de numeração de cilindros. Esses sistemas, por si sós, permitem uma grande variedade de ordens de queima, como pode ser observado na figura 2.10.2. Figura 2.10.2 – Exemplo de numeração de cilindros de um motor de 8 cilindros em “V”. Você chegou ao final da décima subunidade. Que tal fazer o exercício abaixo, para sedimentar o que acabou de aprender? BB OO MM TTRR AABB AALL HH OO !! TT ee ss ttee ddee aa uu tt oo --aa vvaa ll ii aa ççãã oo ddaa ssuu bb uu nn ii ddaa dd ee 22 .. 11 00 Escreva certo ou errado no espaço ao lado de cada item. 2.10.a) (__________) Ordem de queima é a seqüência em que as combustões ocorrem nos cilindros do motor. 2.10.b) (__________) Nos motores de vários cilindros, as queimas podem ocorrer ao mesmo tempo em mais de um cilindro. 2.10.c) (__________) Os fabricantes de motores podem adotar diferentes tipos de sistemas de numeração de cilindros. 2.10.d) (__________) As ordens de queima dos motores começam e terminam pelo cilindro número 1. 2.10.e) (__________) O ângulo de calagem das manivelas de um motor de 2 tempos com 12 cilindros em linha vale 30˚ . 2.10.f) (__________) Quanto maior o ângulo de calagem, maior é o número de cilindros do motor. 88 2.10.g) (__________) A ordem de queima não pode ser diferente entre motores de 2 e de 4 tempos com 2 cilindros em linha. 2.10.h) (__________) O ângulo de bancada não pode ser maior que o ângulo de calagem. 2.10.i) (__________) A ordem de queima de um motor é determinada pelo fabricante. 2.10.j) (__________) Uma boa ordem de queima deve ser a mais salteada possível. 2.11 AS MELHORES ORDENS DE QUEIMA PARA MOTORES EM LINHA E PARA MOTORES EM “V” O objetivo da ordem de queima, como já aprendemos anteriormente, é distribuir os esforços produzidos pelos êmbolos ao longo do eixo de manivelas. Muitas experiências já foram efetuadas pelos fabricantes. Há motores, do mesmo tipo e mesmo número de cilindros, que obedecem a ordens de queima diferentes, porque seus fabricantes assim se convenceram; há outros motores cujos fabricantes concordam com apenas uma ordem de queima. Por exemplo, o motor de 6 cilindros em linha, apesar de outras ordens de queima tentadas, aquela que se tornou padrão foi: 1-5-3-6-2-4. Como vimos na figura 2.10.3, na subunidade anterior, um motor em “V” de oito cilindros pode trabalhar obedecendo a quatro ordens de queima diferentes, dependendo apenas do projeto do fabricante. É importante frisar que, após o fabricante escolher uma das quatro ordens de queima apresentadas, esta tem de ser sempre utilizada, isto é, o operador não pode escolher uma outra aleatoriamente. Essa décima-primeira subunidade é bem curtinha, não é? Mas, mesmo assim, procure fazer a tarefa abaixo. Confira depois pelo gabarito qual foi o seu percentual de acerto. TT aa rree ff aa 22 .. 1111 Responda às questões listadas abaixo. 2.11.a) Com qual objetivo os fabricantes determinam a ordem de queima de um motor diesel? ____________________________________________________________________________ 2.11.b) Qual a ordem de queima que se adequou melhor aos motores em linha de 6 cilindros? ____________________________________________________________________________ 2.11.c) Quais as ordens de queima possíveis para um motor em “V” de 8 cilindros? ____________________________________________________________________________ Continue seus estudos. Você está progredindo bem ! A seguir, passe para a subunidade 2.11. 89 PRO 01 22..1122 AA AANNÁÁLLIISSEE DDEE DDIIAAGGRR AAMMAASS EE ÉÉPPUURRAASS DDEE MMOOTTOORREESS DDIIEESSEELL O diagrama da distribuição, também chamado de diagrama polar ou de épura, é uma forma simplificada de representar as fases de um motor diesel – aspiração, compressão, expansão e descarga –, considerando o ângulo descrito pelo eixo de manivelas no cumprimento de cada fase. Para que fique bem claro o que vamos expor, trataremos primeiramente do diagrama teórico de um motor diesel de 4 tempos. Você já sabe que o ciclo do motor de 4 tempos é realizado em duas voltas do eixo de manivelas (720°) e, logicamente, apenas uma volta do eixo de cames. Já viu também que a engrenagem do eixo de cames possui o dobro do número de dentes da engrenagem do eixo de manivelas. A relação de transmissão das engrenagens é, portanto, de 2:1 (dois para um). No motor diesel teórico, cada fase do ciclo (admissão, compressão, expansão e descarga) necessita de 180° de giro do eixo de manivelas. Além disso, a injeção só começa quando o êmbolo se encontra exatamente no seu PMS, no final da compressão. Por isso ,o diagrama teórico da distribuição de um motor diesel de 4 tempos toma a forma apresentada na Figura 2.12.1. Figura 2.12.1 –Diagrama polar teórico de motor diesel a 4 tempos. No diagrama teórico, supõe-se que a válvula de admissão inicia a sua abertura quando o êmbolo se encontra exatamente no PMS e termina o seu fechamento exatamente quando o êmbolo chega ao PMI. Da mesma maneira, supõe-se que a válvula de descarga inicia a sua abertura com o êmbolo no PMI (exatamente no instante em que a válvula de admissão acabou de fechar), e termina o seu fechamento exatamente quando o êmbolo atinge o PMS. Consideramos também, no referido diagrama, que a injeção começa exatamente com o êmbolo no PMS, no final do curso de compressão. Dessa maneira, entendemos que, no motor teórico de 4 tempos, o eixo de manivelas gira exatos 180° para cada fase . Continue navegando, máquinas a vante! Avance para a subunidade 2.12. 90 Sabemos, entretanto, que, na prática, as coisas não acontecem assim. Para tornar possível o funcionamento do motor com um rendimento satisfatório, torna-se indispensável adotar as cotas de avanços e atrasos. Portanto, você, agora, vai conhecer o diagrama prático, ou real, de um motor diesel de 4 tempos, mostrado na figura 2.12.2. Figura 2.12.2 – Diagrama prático de motor diesel a 4 tempos.
Compartilhar