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Ciência Política e Teoria Geral do Estado: Data: 10/11/2015 Teoria Geral do Estado Aplicada: 1. Teoria da Separação dos Poderes; 2. Formas de Governo e Sistemas de Governo; 3. Sistemas Eleitorais; 4. Constitucionalismo; 5. Formas de Estado; • Teoria da Separação dos Poderes: .1. Aristóteles; .2. Marsílio de Pádua; .3. Maquiavel; .4. Locke; .5. Montesquieu; .6. Benjamin Constant; .7. Os Poderes e suas Funções Típicas e Atípicas; .8. Críticas; Aristóteles: • A gênese da teoria da separação dos poderes encontra-se em Aristóteles (382-322 a.C.). Na sua obra, “A Política”, o filósofo isolou três tipos distintos de atos estatais, quais sejam: o ato deliberativo, o executivo e os atos judiciais. No entanto, ele não tratou da funcionalidade dessa separação; não instituiu a independência entre poderes, o que só fora feito posteriormente. • Na concepção aristotélica, o governo dividia-se em três partes: a) Assembleia Dos Anciões: a que deliberava acera dos negócios públicos; b) A que exercia a magistratura (uma espécie de função executiva; c) A que administrava a Justiça. • Discriminou os órgãos mas confundiu suas funções pois deu à Assembleia todas as atribuições sendo os outros dois órgãos simples delegações. Marsílio de Pádua: • No século XIV, em 1324, aparece a obra “Defensor Pacis”, de Marsílio de Pádua, estabelecendo uma distinção entre o Poder Legislativo, representado pelo Povo, e o Poder Executivo, representado pelo Rei. • Governo: O governo é a matéria ou o sujeito da forma que é a lei. Estabelece e determina as outras partes da cidade em razão de seu papel fundador e arquitetônico. • Estado: Idade Média a palavra “status” significava ainda uma espécie de condição fixa ou estável de pessoas e grupos, sem qualquer conotação política. Em lugar da palavra “Estado”, Marsílio utiliza o termo “regnum”. A questão inicial parece ser, então, saber o que Marsílio entende por “regnum”, se ele emprega ou não no mesmo sentido de seus predecessores e se há alguma significação neste termo que autorize sua aproximação à ideia moderna de Estado. Maquiavel: • Em sua obra “O Príncipe”, também participou da formação desta ideia, revelando uma França com três poderes bastantes distintos: Legislativo (representado pelo Parlamento), Executivo (materializado na figura do Rei) e um Judiciário autônomo. • Maquiavel louvou a separação de Poderes, pois entendia que o rei livrava-se de responsabilidades diante das disputas entre os poderosos e os mais fracos, deixando nas mãos do Judiciário esta tarefa. Locke: • Nos seus célebres Two Treatises on Government (1660), pode ser apontado como um dos autores que, de forma sistemática, traçou algumas das premissas do padrão básico referente à organização do poder político segundo o princípio da separação de poderes. A nível funcional aponta quatro poderes, por ele designados “legislativo”, “executivo”, “federativo” e “prerrogativo”, cujas funções se reconduziam à criação de regras jurídicas (legislativo), à aplicação/execução destas regras no espaço nacional (executivo), se refere ao direito de fazer paz e a guerra, de celebrar tratados e alianças e de conduzir os negócios com pessoas e comunidades estrangeiras e corresponde a uma faculdade de cada homem no estado natural, antes, pois, de entrar em sociedade (federativo), compete ao monarca, para a promoção do bem comum, onde houver omissão ou lacuna da lei (prerrogativa). 1) Nível funcional com distinção das funções fundamentais do poder político: Legislativo, Executivo, Federativo e Prerrogativo; 2) Nível institucional centrado nos órgãos do poder: parlamento, governo, administração, tribunais; 3) Nível sócio-estrutural, onde o poder surge associado a grupos sociais, confissões religiosas, corporações, cidades. Montesquieu: • Traz a indicação dos mesmos como sendo o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, sendo este poderes harmônicos e independentes entre si, enunciando tal formação através da observação das principais Constituições de sua época. • Para este filósofo, a divisão do Poder tinha fundamento na garantia da liberdade dos cidadãos. a) O legislativo, que tinha por ordem a enunciação das leis, com o escopo de disciplinar as relações entre as pessoas públicas e entre estas e os particulares; b) O judiciário, com a finalidade de dirimir conflitos entre pessoas, fundamentando-se para isto nas leis emanadas pelo poder legislativo; c) O executivo, que detinha como objetivo a administração do Estado e o exercício de suas tarefas. • A proposta da separação dos poderes tinha como base: a) Buscar a proteção da liberdade individual, b) Aumentar a eficiência do Estado, c) Tornar especializado em determinada função cada órgão do Governo. d) Diminuir visivelmente o absolutismo dos governos. • Pesos e Contrapesos: É uma ideia de Montesquieu que chegou à conclusão de que só o poder freia o poder, sendo assim, temos três poderes: executivo, legislativo e judiciário, que funcionam de forma harmônica, mas são autônomos para que possam exercer um certo controle um sobre o outro. Benjamin Constant: • O idealizador do conceito de Poder Moderador foi o pensador suíço Henri- Benjamin Constant de Rebeque (1767-1830). Segundo sua concepção, a função natural do poder real em uma monarquia constitucional seria a de um mediador neutro, capaz de resolver os conflitos entre os três poderes instituídos e também entre as facções políticas. Os únicos países a aplicarem a teoria de Benjamin Constant foram o Brasil, entre 1824 e 1889, e Portugal, entre 1826 e 1910. • Artigo 98 da Constituição de 1824, temos a definição do poder moderador. “O Poder Moderador é a chave de toda a organização Política, e é delegado privativamente ao Imperador, como Chefe Supremo da Nação, e seu Primeiro Representante, para que incessantemente vele sobre a manutenção da Independência, equilíbrio, e harmonia dos mais Poderes Políticos.” Os Poderes e suas Funções Típicas e Atípicas: • Legislativo: ✓ Função típica: legislar a fiscalização contábil, financeira, orçamentária e patrimonial do Executivo; ✓ Função atípica de natureza executiva: ao dispor sobre sua organização, provendo cargos, concedendo férias, licenças a servidores etc.; ✓ Função atípica de natureza jurisdicional: o Senado julga o Presidente da República nos crimes de responsabilidade. • Executivo: ✓ Função típica: prática de atos de chefia de Estado, chefia de Governo e atos de administração; ✓ Função atípica de natureza legislativa: o Presidente da República, por exemplo, adota medida provisória, com força de lei; ✓ Função atípica de natureza jurisdicional: o Executivo julga, apreciando defesas e recursos administrativos. • Judiciário: ✓ Função típica: julgar (função jurisdicional), dizendo o direito no caso concreto e dirimido os conflitos que lhe são levados, quando da aplicação da lei; ✓ Função atípica de natureza legislativa: regimento interno de seus Tribunais; ✓ Função atípica de natureza executiva: administra ao conceder licenças e férias aos magistrados e serventuários. Críticas: • Não existe uma separação absoluta entre os poderes, haja vista todos eles legislarem, administrarem e julgarem. • Judicialização da Política • Politização do Judiciário • Ativismo Judicial Formas e Sistemas de Governos: I. As Formas de Governo; II. Os Sistemas de Governo; III. Conjugação nos Estados Contemporâneos; IV. O caso do Semi-presidencialismo; Formas de Governo: • É a maneira pela qual é exercida a funçãoda chefia do Estado. Ela pode ser uma Monarquia ou República. • Monarquia – define-se pela existência de uma casa real (realeza), onde determinada família é guardiã das tradições culturais e históricas da sociedade. O chefe da família real é o chefe de Estado. • República – a função de guardião do país pertence ao Estado, que é uma organização pública. Para que o Estado exerça esta função é necessário que alguém assuma sua direção. Sistemas de Governo: • É a forma pela qual os governos se organizam. Os sistemas podem ser: Monocrático, Parlamentarista e Presidencialista. • Monocrático – As funções executivas e legislativas estão sob a tutela de um chefe supremo (religioso, militar ou de um partido). • Parlamentarista – As chefias de Estado e de governo estão separadas. O rei ou presidente (conforme a forma de governo) é o chefe de Estado e o 1º ministro é o chefe de governo. No sistema Parlamentarista a população elege seus representantes (deputados) e os partidos que obtiverem a maioria irão constituir o governo e indicar o 1º ministro. • Presidencialismo – A chefia de Estado e de Governo são exercidas pela mesma pessoa, que é escolhida diretamente pelo eleitorado. Conjugação nos Estados Contemporâneos: FORMA/SISTEMA REPÚBLICA MONARQUIA PRESIDENCIALISMO SIM NÃO PARLAMENTARISMO SIM SIM REPÚBLICA PRESIDENCIALIST A REPÚBLICA PARLAMENTARIST A MONARQUIA PARLAMENTARIST A CHEFE DE ESTADO CHEFE DE GOVERN O FUNDIDOS SEPARADOS SEPARADOS CHEFE DE GOVERN O FUNDIDOS SEPARADOS SEPARADOS CARACTERÍSTICAS: REPÚBLICA PRESIDENCIALISTA REPÚBLICA PARLAMENTARISTA MONARQUIA PARLAMENTARISTA Conflitos de Interesses: - duas funções opostas investidas na mesma pessoa. - age mais como Chefe de Governo, esquecendo suas funções de Chefe de Estado. 1 – Sendo do mesmo partido: - são concorrentes. 2 – Sendo de partidos diferentes: - são inimigos. Não há base para CONFIANÇA entre as chefias de Estados e de Governo. Chefe de Estado incentiva e age como conselheiro de seu Chefe de Governo. Chefe de Governo encara seu Chefe de Estado como conselheiro, amigo e uma pessoa na qual pode CONFIAR. Obs.: Não há o Poder Moderador. Entretanto, quem muitas vezes assume essa posição em épocas de conflitos são as Forças Armadas aplicando um golpe de Estado. Obs.: Embora haja um Poder Moderador, devido a conflitos de interesses entre as duas chefias, o mesmo tende a ser exercido de forma política e partidária. Obs.: O Poder Moderador é exercido na sua essência, pois é apolítico, apartidário e suprapartidário. Conjugação nos Estados Contemporâneos: • Parlamentarismo (Monarquia ou República): • Regime ou Sistema de governo em que o Executivo deriva do Parlamento e é responsável perante ele. A chefia do governo é exercida por um gabinete (ou conselho de ministros) ou por um primeiro-ministro. Nesse regime, o chefe de Estado (presidente ou monarca) não governa, porém possui funções protocolares, de representação do país, com prerrogativas políticas bem limitadas. • As crises políticas que ocorrem no parlamentarismo são resolvidas com maior facilidade por causa da flexibilidade do regime: quando o governo perde a maioria no Parlamento é substituído por outro, sustentado por nova aliança. Sendo assim, é possível revogar o poder de uma liderança específica (ou destituir todo o governo) sem provocar crises políticas de impacto. A dependência em relação ao Parlamento, por outro lado, é um fator de instabilidade, porque as mudanças na correlação de forças parlamentares podem ameaçar a continuidade do governo. • O parlamentarismo foi produto de uma longa evolução histórica, não tendo sido previsto por qualquer teórico, nem se tendo constituído em objeto de um movimento político determinado. • Parlamentarismo (Monarquia ou República): - Característica: 1) Distinção entre Chefe de Estado e Chefe de Governo: o Chefe de Estado (Rei, Monarca ou Presidente da República) não participa das decisões políticas, exercendo função de representante do Estado; o Chefe de Governo (Primeiro Ministro) é a figura política principal, pois exerce o poder executivo, sendo indicado pelo Chefe de Estado, e se torna Primeiro Ministro, após aprovação do Parlamento. 2) Chefia do governo com responsabilidade política: o Chefe de Governo não possui mandado com prazo certo; pode ocorrer a demissão do Primeiro Ministro, ou Gabinete (queda do governo), por perda da maioria parlamentar (não possui a maioria do Parlamento, capaz de indicar o Primeiro Ministro) ou voto de desconfiança (o Parlamento desaprova, no todo ou em aspecto particular, a política desenvolvida pelo Primeiro Ministro). 3) Possibilidade de dissolução do Parlamento: pode-se dissolver o Parlamento, com extinção do mandato dos membros, devendo ser convocadas novas eleições. • Parlamentarismo (Monarquia ou República): - Funcionamento: a) Convocam-se eleições gerais para o preenchimento das cadeiras existentes no parlamento; b) Feita a apuração, afere-se que partido obteve a maioria das referidas cadeiras; c) Em seguida, o líder de tal partido majoritário é instado pelo de Estado (presidente da República ou monarca, em se tratando de monarquia parlamentar) a formar seu gabinete ou conselho de ministros, o qual é submetido ao parlamento para aprovação; d) Dessa submissão dos nomes dos ministros pode ocorrer a moção de confiança, hipótese em que o gabinete assume as atribuições de governo, chefiado pelo primeiro-ministro, ou, então a moção, ou voto de desconfiança, hipótese em novas composições são necessárias para a formação do gabinete; e) Em caso de grave dissídio político entre o parlamento e o gabinete, pode ocorrer – ou a queda do gabinete, com a formação de outro ou outros, até sua consolidação pelo voto ou moção de confiança; ou então a dissolução do próprio parlamento, hipótese em que são convocadas novas eleições gerais. • Parlamentarismo (Monarquia ou República): - Considerações: ➢ Os que defendem o sistema parlamentarista, afirmam: a) Mais racional; b) Menos personalista; c) Mais democrático; ➢ Os que criticam o sistema parlamentarista, afirmam: a) Fragilidade do sistema; b) Pouco controle do executivo pelo legislativo; c) Instável. • Presidencialismo (República): ➢ Regime político em que a chefia do governo cabe ao presidente da República, mantendo-se a independência e a harmonia dos três poderes (executivo, legislativo e judiciário); ➢ O presidencialismo, exatamente, como ocorreu com o parlamentarismo, não foi produto de uma criação teórica, não havendo qualquer obra do autor que tivesse traçado previamente suas características e preconizado sua implantação; ➢ A evolução do presidencialismo deriva da separação dos poderes de Montesquieu, que aplicada pelos Norte-Americanos foi bem conduzida. • Presidencialismo (República) – características: 1) O Presidente da República é o Chefe do Estado e Chefe do Governo: o mesmo órgão unipessoal acumula as duas atribuições, exercendo o papel de vínculo moral do Estado e desempenhando as funções de representação, ao mesmo tempo em que exerce a chefia do poder executivo. 2) Chefia do executivo é unipessoal: a responsabilidade das diretrizes do poder executivo cabe exclusivamente ao Presidente da República. 3) O Presidente da República é escolhido pelo povo: este aspecto exige especial consideração para se bementendido. Nos Estados Unidos o sistema é por Colégio, no Brasil é diretamente pelo povo. 4) O Presidente da República é escolhido por um prazo determinado: para assegurar o caráter democrático do governo foi estabelecida a escolha por eleições, com prazo certo de mandato, podendo ser reeleito ou não, dependendo do Estado. 5) O Presidente da República tem poder de veto: apesar da separação dos poderes o Presidente pode vetar leis do Legislativo. • Presidencialismo (República) – considerações: ➢ Os que defendem o sistema presidencialista, afirmam: a) Fortalece o poder executivo; b) Há rapidez nas decisões; c) Produzem maior impacto nas decisões. ➢ Os que criticam o sistema presidencialista, afirmam: a) Ser uma ditadura de prazo fixo; b) Concentra poder em uma única pessoa; c) Nem sempre o sistema de check and balance funciona. O Caso do Semi-Presidencialismo: • O Semi-presidencialismo é um sistema de governo híbrido em que um presidente eleito divide com um primeiro-ministro e seu gabinete a responsabilidade de governo. O presidente não é, portanto, uma figura cerimonial como no parlamentarismo puro, nem o único responsável pelo poder executivo como no presidencialismo. • Tal sistema se caracteriza também pela separação de funções entre os três ramos do Poder, por um Executivo dualista (presidente e primeiro-ministro); pela independência entre o presidente (chefe de Estado) e o Legislativo; pela interdepência entre o primeiro-ministro e o Legislativo (este, como Parlamento, aprova noções de confiança ou de censura ao Ministério); pela eleição direta do Presidente da República, ao qual a Constituição reserva atribuições menores do que aos presidentes das repúblicas presidencialistas, mas muito maiores do que aos das repúblicas parlamentaristas. No Semi-presidencialismo, temos, pois, três importantes órgãos políticos: o primeiro-ministro, o parlamento e o presidente que, contando com o respaldo popular, exercerá um salutar poder moderador e não só a chefia representativa do Estado. • Nos sistemas Semipresidencialistas, é frequente o fenômeno da “coabitação”, no qual o chefe de governo e o chefe de Estado são elegidos separadamente e por partidos rivais, o que pode resultar num mecanismo efetivo de freios e contrapesos ou num período de paralisia administrativa, dependendo do comportamento das duas facções políticas. Sistemas eleitorais: I. Majoritário II. Proporcional III. Misto Sistema Majoritário: • No sistema majoritário os candidatos mais votados são eleitos. No Brasil é utilizado para eleger o poder executivo. Para eleger candidatos ao legislativo é conhecido entre nós como voto distrital. Comporta diversas variantes, conforme o número de cadeiras em jogo. As variantes mais difundidas são: a) Voto majoritário uninominal: nesse sistema o território é dividido em distritos e os eleitores de cada um deles elegem um representante na Câmara dos Deputados. b) Voto majoritário plurinominal: as circunscrições são divididas em distritos que elegem, pelo voto majoritário, seus representantes. A proposta conhecida como “distritão”, que prevê a transformação das Unidades da Federação em distritos e a eleição de todos os seus representantes pelo voto majoritário encontra-se nessa categoria. Sistema Proporcional: • O voto proporcional procura incluir na representação não as maiorias locais ou regionais, mas todos os competidores, na proporção dos votos obtidos. Opções: a) Sistema proporcional com listas fechadas e bloqueadas: nesses casos a lista é definida pelo partido, normalmente em convenção, e o eleitor pode apenas sufragá-la ou recusá-la. b) Sistema proporcional com listas flexíveis: nessa variante, os partidos apresentam suas listas e os eleitores podem contribuir, de diversas maneiras, para a alteração dessa ordem. c) Sistema proporcional de lista aberta: com a lista aberta, a ordem dos candidatos é definida pelo número de votos obtido por cada um deles. O Brasil adotou essa regra de forma pioneira e a emprega desde 1945. Sistema Misto: • Chamado no Brasil de sistema distrital misto, trate-se, na verdade, de um sistema em que parte dos deputados é eleita pelo voto proporcional e parte pelo voto majoritário. Constitucionalismo: I. Características Gerais II. Constitucionalismo Antigo III. Constitucionalismo Clássico/Liberal IV. Constitucionalismo Moderno V. Constitucionalismo Contemporâneo Características Gerais: 1) Garantia de Direitos 2) Separação de Poderes 3) Princípios e Governo Limitado • O constitucionalismo, geralmente, se contrapõe ao absolutismo. É uma busca do homem político pela limitação do poder, uma busca contra o arbítrio do poder do Estado. Constitucionalismo Antigo: a) Judéia – o governo limitado através de dogmas consagrados no Torá. b) Hélade – limitação do governo pela participação popular. As pessoas participavam diretamente das decisões políticas do Estado. c) Roma – governo limitado pela Lex e pela Iuria. d) Inglaterra – surgimento formal na Idade Média da ideia de “rule of law”. Constitucionalismo Clássico: • Revolução Norte-americana: as duas principais ideias com as quais os americanos contribuíram para o constitucionalismo são: a) A ideia de supremacia da Constituição – a Constituição é a norma suprema porque estabelece as regras do jogo; b) A garantia jurisdicional – é o Judiciário o principal encarregado de garantir a supremacia da Constituição, pois é o mais neutro politicamente. • Experiência Francesa – na França, surgiu a primeira constituição escrita da Europa, em 1971. A experiência francesa contribuiu com duas ideias principais: a) Garantia de direitos b) Separação dos Poderes. A declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão é de 1789 e serviu de preâmbulo para a Constituição Francesa de 1791. Constitucionalismo Moderno: • Enquanto o clássico é o liberal, o moderno é chamado de constitucionalismo social. O constitucionalismo moderno surgiu a partir do fim da I Grande Guerra. Começou-se a perceber um certo esgotamento da ideia liberal (que protegia os direitos de liberdade, mas não os sociais). • A primeira geração dos direitos fundamentais, surgiu no constitucionalismo clássico (dos EUA e França), e consagrou a liberdade. • A segunda geração dos direitos fundamentais, o social, o econômico, o cultural, consagrou a igualdade material. De nada valeria a liberdade, sem a igualdade substancial. Constitucionalismo Contemporâneo: • O constitucionalismo contemporâneo vem sendo chamado por alguns autores de neoconstitucionalismo. Com o fim da II Grande Guerra, as constituições começaram a consagrar, expressamente, a dignidade da pessoa humana. Passou a ser considerada um valor constitucional supremo. a) Consagração da dignidade da pessoa humana com valor supremo; b) Rematerialização das constituições, como rol extenso de direitos fundamentais. c) Força normativa da Constituição. Formas de Estado: I. Estado Unitário II. Estado Federal Estado Unitário: • Quando existir um único centro dotado de capacidade legislativa, administrativa e política, do qual emanam todos os comandos normativos e no qual se concentram todas as competências constitucionais, ocorre a forma unitária de Estado. Se existe unidade de poder sobre o território, pessoas e bens, tem-se o Estado Unitário (França, Inglaterra, Uruguai, Paraguai, entre outros), ainda que esse estado possa ser descentralizado. O movimento descentralizador nos Estados Unitários vêm dando origem outra forma de Estado:o Estado Regional (Itália) e o Estado Autonômico (Espanha). Estado Federal: • O Estado é uma organização formada sob a base de uma repartição de competências entre o governo nacional e os governos Estaduais, de sorte que a União tenha supremacia sobre os Estados-Membros e estes sejam entidades dotadas de autonomia constitucional perante a mesma União. • Quando as capacidades políticas, legislativas e administrativas são atribuídas constitucionalmente a entes regionais, que passam a gozar de autonomias próprias, surge a forma federativa. Neste caso, as autonomias regionais não são fruto de delegação voluntária de um centro único de poder, mas se originam na própria Constituição, o que impede a retirada de competências por ato voluntário de poder central.
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