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Aurivar Fernandes Filho
Psicologia do desenvolvimento 
e da aprendizagem
0303
Sumário
CAPÍTULO 2 – O Desenvolvimento Humano em Foco: 
 Sob as Perspectivas Psicanalítica e Behaviorista ...........................................05
Introdução ....................................................................................................................05
2.1 Freud e as Fases Psicossexuais do Desenvolvimento ......................................................05
2.1.1 Freud e a Psicanálise .......................................................................................06
2.1.2 As Fases Psicossexuais do Desenvolvimento Infantil ..............................................09
2.2 Teoria Behaviorista ...................................................................................................13
2.2.1 O Behaviorismo e suas Concepções ..................................................................13
2.2.2 Reforço, Punição e Extinção e suas relações com o Comportamento .....................16
Síntese ..........................................................................................................................20
Referências Bibliográficas ................................................................................................21
0505
Capítulo 2
Introdução
Grandes teóricos contribuíram para a educação ao investigarem e questionarem o ser humano, 
seu comportamento e personalidade por meio da análise de fenômenos psicológicos importantes 
para nosso desenvolvimento, e consequentemente para nossa aprendizagem. O trabalho do edu-
cador implica no entendimento das questões relacionadas ao desenvolvimento dos alunos como 
seres humanos e no estudo das teorias que explicam este processo.
Você já observou que alguns alunos agem de determinado modo, enquanto outros são com-
pletamente diferentes? Imagine ainda que todas essas maneiras de se comportar se apresentam 
ao mesmo tempo para o educador! Por isso, compreender o processo de desenvolvimento dos 
alunos, e como a educação está implicada nesse processo, é essencial para que a aprendizagem 
alcance de maneira certeira seu objetivo final: o aluno.
Mas, por que exatamente o estudo dessas teorias é importante para o trabalho de um educador? 
O estudo do desenvolvimento permitiu que fossem identificados, descritos e explicados os fenô-
menos presentes nas etapas do desenvolvimento de uma criança, e como sua personalidade se 
forma (RAPPAPORT; FIORI; HERZBERG, 1981). Desse modo, tais teorias são um indicador para 
o trabalho realizado em sala de aula, e nos demais espaços de aprendizagem.
Este capítulo apresentará as etapas do desenvolvimento humano e seus efeitos na subjetividade 
de cada indivíduo. Além disso, saiba que as perspectivas psicanalítica e behaviorista podem 
auxiliar educadores e educadoras na aplicação e na escolha das atividades relacionadas a cada 
faixa etária, a compreender etapas e a adotar estratégias educacionais condizentes com a rea-
lidade do aluno.
2.1 Freud e as Fases Psicossexuais 
do Desenvolvimento
Você conhece a expressão “Freud explica!”? Pois essa afirmação serve como indicação de que per-
guntas difíceis ou inexplicáveis podem ser esclarecidas por Freud, ou por sua teoria psicanalítica. O 
trabalho de pesquisa e as descobertas de Freud muito contribuíram para compreender o processo de 
desenvolvimento infantil e suas implicações na vida adulta. Mais que isso, Freud propiciou o enten-
dimento da personalidade e de como ela se desenvolve, tendo como base os anos iniciais da vida 
de uma pessoa. No tópico a seguir, veremos as teorias deste pensador tão marcante!
O Desenvolvimento Humano 
em Foco: Sob as Perspectivas 
Psicanalítica e Behaviorista
06 Laureate- International Universities
Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem
2.1.1 Freud e a Psicanálise
Sigmund Freud foi um médico neurologista austríaco, que estudou e se formou em 1881 na Uni-
versidade de Viena. Ficou conhecido como o fundador da psicanálise, mas seu interesse inicial 
foi pela psiquiatria, passando pela dermatologia chegando, finalmente, à neurologia, quando 
sua atenção voltou-se para a histeria e seus sintomas. A partir daí, Freud inicia seus estudos com 
Charcot, neurologista e professor de anatomia da Faculdade de Medicina de Paris. 
Sigmund Schlomo Freud era filho de judeus, nasceu em 6 de maio de 1856 na Áustria, 
e iniciou seus estudos na Universidade de Viena aos 17 anos. A princípio, interessou-se 
pela Filosofia, mas acabou se decidindo pela Medicina. Casou-se com Martha Bernays, 
com quem teve seis filhos: Anna Freud, Ernst Ludwig Freud, Mathilde Freud, Sophie 
Freud, Oliver Freud e Jean Martin Freud.
VOCÊ O CONHECE?
A histeria foi definida por Charcot como uma anatomia patológica e, mais tarde, uma perturba-
ção fisiológica do sistema nervoso. Como método de tratamento, utilizou as técnicas de hipnose 
e inalação de nitrato de amilo (para relaxamento e diminuição da pressão) para regularizar os 
sintomas. Ainda assim, a hipnose serviria para que o paciente narrasse os episódios traumáticos 
de sua vida, e o médico identificasse aqueles que estavam associados à histeria, apresentada em 
comportamentos como cegueira, dores etc.(GARCIA-ROZA, 1985).
O termo histeria é originado do termo grego hystéra, que tem como significado útero. 
Trata-se de uma condição por muito tempo considerada como específica do universo 
feminino. A partir dos estudos de Freud e Breuer, a histeria foi apontada como uma 
neurose, que apresentava alguns distúrbios motores e sensoriais – denominados de con-
versão −, que estavam associados a uma memória e/ou a um desejo reprimido. Com o 
tempo, o termo foi utilizado pelas pessoas de um modo geral, para indicar pessoas que 
gritam ou estão em desespero, em situações que não demandam tais comportamentos.
NÓS QUEREMOS SABER!
Ao utilizar a técnica da hipnose, Freud observa que o tratamento apenas elimina os sintomas e não 
a origem ou causa da histeria. Contudo, após certo tempo, Freud conhece o médico Josef Breuer 
– que tratava a paciente Anna O., pseudônimo de Bertha Pappenheim (1859-1936). Iniciam assim 
pesquisas sobre a utilização da hipnose no tratamento com pacientes. Desse modo, Breuer introduz 
na terapia, juntamente com a hipnose, o método catártico que utiliza a verbalização dos sintomas 
do paciente para promover “[...] uma conscientização de conteúdos reprimidos que Freud comple-
mentaria e transformaria em método psicanalítico.” (MINTZBERG, 1998, p. 14). 
Entenda que a verbalização traria à tona as representações ou conteúdos presentes no incons-
ciente, o qual, por sua vez, representava um “lugar psíquico” onde esses conteúdos reprimidos 
estavam. Assim, para que fosse conhecido, esse conteúdo precisaria passar por uma barreira até 
chegar à consciência. Porém, devemos deixar claro que não se trata de um lugar literal, mas de 
uma representação simbólica ou figurativa. (GARCIA-ROZA, 1985).
07
Posteriormente, Freud abandona a hipnose, e passa a fazer uso apenas do método catártico 
− mais tarde chamado de Associação Livre. Mas por quê? Freud percebeu que os sintomas 
apresentados pelas pacientes com histeria desapareciam, mas retornavam de outro jeito. Por 
exemplo: uma dor no braço sumia para surgir, em seguida, em outro local. 
Figura 1 – A hipnose como método inicial de Freud no tratamento da histeria.
Fonte: Shutterstock, 2015.
Mas, será que todas as pessoas respondiam bem ao tratamento hipnótico ou catártico? Não! 
Freud começou a investigar os processos conscientes e inconscientes revelados por meio do 
mecanismo de defesa do ego – o eu – denominado resistência. O mecanismo de resistência se 
apresenta a partir do momento em que um evento traumático inconsciente muito doloroso vem 
à tona, tornando-se consciente. Entenda como funciona: é como se a lembrançade um evento 
considerado traumático fosse deixada em uma “caixinha” bem guardada para que não causasse 
novamente dor, impedindo o acesso aos conteúdos inconscientes.
NÃO DEIXE DE VER...
O filme Freud além da alma (1962) é uma ótima dica para conhecer o início da psica-
nálise. Trata-se de um drama, dirigido por John Huston, que narra os acontecimentos 
referentes ao nascimento da psicanálise, abordando a hipnose e o método catártico. O 
filme abrange o período inicial do trabalho realizado pelo pai da psicanálise, ajudando 
na compreensão do inconsciente e de como os pacientes eram tratados.
A teoria estava apenas começando a se desenvolver e Freud definiu a primeira tópica, apon-
tando o aparelho psíquico como sendo formado pelos sistemas inconsciente, pré-consciente 
e consciente. Décadas depois, ele desenvolveu a segunda tópica, diferenciando as instâncias 
psíquicas em Id, Ego e Superego para compreensão do desenvolvimento da psique humana a 
partir do enfoque psicanalítico. (GARCIA-ROZA, 1985).
08 Laureate- International Universities
Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem
ID − Fonte das energias psíquicas, governado pelo 
princípio do prazer ou do imediato, sem atentar-se para a 
realidade externa. Tem por função a descarga de tensões 
produzidas pela energia libidinal.
EGO – Se diferencia do Id por ser governado pelo prin-
cípio da realidade; sua função é mediar os desejos do 
Id, a repressão do Superego e as ameaças que o mundo 
externo ou a realidade oferecem ao indivíduo. 
SUPEREGO – Responsável pela proibição, interiorização 
dos aspectos morais e culturais, e pela repressão sexual.
 
Quadro 1 – Instâncias do aparelho psíquico.
Fonte: LIMA (2010).
Sobre as instâncias acima detalhadas, ou seja, o ID, o EGO e o SUPEREGO, é importante des-
tacar que não se trata de um local específico no cérebro, mas de um local simbólico. Saiba que 
essa teoria de Freud foi estruturada a partir de observações, análises e estudos realizados com 
seus pacientes e consigo próprio (nas análises de seus sonhos). 
Além disso, a estruturação psíquica acontece em fases de desenvolvimento. De acordo com esta 
teoria, a fase de desenvolvimento é definida como “[...] a organização da libido em torno de uma 
zona erógena, dando uma fantasia básica e uma modalidade de relação de objeto.” (RAPPAPOR; 
FIORI; DAVIS, 1981, p. 33). E o que é a libido? A libido “[...] é a energia afetiva original que 
sofrerá progressivas organizações durante o desenvolvimento, cada uma das quais suportada por 
uma organização biológica emergente no período.” (RAPPAPOR; FIORI; DAVIS, 1981, p. 33). 
Na teoria psicanalítica, há a presença de uma energia afetiva que mobiliza o desenvolvimento 
humano. Nesse sentido, a energia ou libido, tem por finalidade a busca de prazer ou satisfação 
sexual. Contudo, o termo sexual não se restringe ao ato físico ou relação sexual, mas aponta 
para as várias relações de afeto que se estabelecem ao longo do desenvolvimento de um ser 
humano: desde a infância até a fase madura, incluindo a sexualidade adulta. Para tanto, basta 
imaginar a quantidade de relações afetivas que você teve até hoje! No caso dos alunos, por 
exemplo, os pais (biológicos ou não), familiares, seus tutores, amigos e professores fazem parte 
das relações que se estabeleceram ao longo do desenvolvimento deles.
É importante destacar que a teoria foi muito criticada e mal compreendida pelos cientistas da 
época – e continua sendo ainda hoje, pela mesma lógica: supõe-se que crianças não possuem 
sexualidade e não buscam prazer. Dessa maneira, sobre a sexualidade infantil, Freud (1996, p. 
163) esclarece:
Faz parte da opinião popular sobre a pulsão afirmar que ela está ausente na infância e só 
desperta no período da vida designado como puberdade. Mas esse não é apenas um erro 
qualquer, e sim um equívoco de graves consequências, pois é o principal culpado de nossa 
ignorância de hoje sobre as condições básicas da vida sexual.
Sendo assim, a sexualidade integra o desenvolvimento humano, pois “[...] envolve os aspec-
tos físicos, sociais e psicológicos, além de nosso corpo, nossa história, nossos costumes, nossa 
religião, nossas relações afetivas, enfim, nossa cultura.” (BONFIM, 2012, p. 28). Assim, esta 
dimensão humana está intrinsecamente ligada às nossas relações afetivas e sociais, exatamente 
porque envolve interdições e permissões políticas, sociais, religiosas e científicas que permeiam 
a educação, e o modo com que somos constituídos como pessoas. Você consegue perceber a 
importância deste assunto na educação?
09
Por conseguinte, conforme a teoria psicanalítica, as fases e períodos que marcam o desenvolvi-
mento humano são chamados de psicossexuais, sendo assim denominados porque há busca por 
prazer. Ou seja, a libido ou energia encontra-se presente num determinado período biológico 
(infância até a fase adulta), no qual uma ou mais zonas erógenas estão vinculadas ao prazer. 
Para compreender o desenvolvimento humano por meio da perspectiva psicanalítica, apresenta-
remos as fases psicossexuais, indicando características e exemplos práticos que ajudarão em sua 
prática pedagógica.
O livro Desnudando a educação sexual (2012), da editora Papirus, escrito pela Dra. 
Cláudia Bonfim. Trata-se de uma excelente leitura sobre o desenvolvimento infantil 
indicada para professores, educadores e todos aqueles que desejam compreender a 
sexualidade (tabus, interdições, gênero etc.). Além de abordar temas importantes, a 
autora traz indicações de atividades a serem utilizadas como práticas pedagógicas.
NÃO DEIXE DE LER...
2.1.2 As Fases Psicossexuais do Desenvolvimento Infantil
Pense no desenvolvimento das crianças e nas características apontadas nessas etapas. Apresen-
taremos esse processo de acordo com a teoria psicanalítica, expondo aspectos importantes para 
a aprendizagem e a estruturação da personalidade. Agora, imagine um bebê que nasceu há 
poucas horas. Geralmente, a preocupação da mãe é com acolher a criança e dar-lhe de mamar. 
Perceba que há nessa interação uma relação afetiva que vai se construindo ao redor da alimen-
tação, necessidade mais vital do bebê. Daí Freud ter denominado o início do desenvolvimento 
de Fase Oral.
A Fase Oral corresponde ao período biológico entre 0 (zero) e 18 (dezoito) meses, quando as 
necessidades do bebê giram em torno de cuidados básicos para sua sobrevivência. Assim, para 
diminuir a fonte de tensão (fome) ou insatisfação, o bebê suga o seio da mãe em busca do leite 
materno. O seio é sua primeira relação de afetou ou prazer, pois sacia sua fome. Neste caso, o 
objeto de desejo é a mãe.
Nesse sentido, a boca torna-se a zona erógena, ou via pela qual a criança sente prazer. Cabe 
destacar que a incorporação do objeto pela boca é o objetivo dessa fase. Aqui, aspectos como 
desejo e satisfação estão atrelados– o seio proporciona o leite, e causa prazer ao saciar a fome. 
Entretanto, outros objetos podem proporcionar prazer, tais como: chupeta, mordedores, brinque-
dos e tudo aquilo que pode ser levado à boca pelo bebê. 
Você entende agora por que as crianças gostam de levar objetos à boca? Provavelmente você 
deve ter observado essas características em crianças com as quais já teve contato. E, porventura, 
situações como esta poderão fazer parte da realidade dos alunos de muitas escolas. 
10 Laureate- International Universities
Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem
Figura 2 – O peito materno é um dos primeiros objetos de satisfação da fase oral.
Fonte: Shutterstock, 2015.
A fase seguinte é a Fase Anal, que corresponde ao período entre 18 (dezoito) meses e 3 (três) 
anos. Podemos indicar que houve um crescimento da criança, ela provavelmente engatinha ou 
já está dando seus primeiros passos quando entra nesta etapa, ou seja, está realizando a ma-
turação psicomotora. Mais do que isso, a libido passa ater como foco erógeno a zona anal, e 
não mais a oral.
Nesse ponto, o controle dos esfíncteres anais para reter e liberar as fezes pode gerar prazer à crian-
ça. Assim, Rappaport, Fiori e Davis (1981, p. 39) indicam uma relação simbólica com as fezes (que 
podem ser dadas ou negadas), e a relação que se estabelece com o mundo por meio delas.
Ao nível mais imediato, poderemos perceber isto no andar ou no falar. [a criança] Só anda 
quando está bem; se chega um estranho, volta a engatinhar em busca da mãe. Fala, mas 
só o faz se sente que é aceita. Quando assustada, emudece, negando seu produto “fala” ao 
ambiente que a rejeita ou a ataca.
Atente para o fato de que a criança tem uma relação com o que “produz” – ela sente que pode 
oferecer aquilo que sai dela e, portanto, é dela. Aqui pode-se incluir também a urina e as fezes 
(nas situações em que se tem medo de fazer, ou quando se faz com muita frequência). Não é à 
toa que muitas crianças são parabenizadas quando conseguem chegar até o final da eliminação 
de suas fezes. 
Está claro que as necessidades fisiológicas são um ponto importante que merece cuidado e 
atenção nas práticas e atividades pedagógicas que envolvem crianças nessa fase de desenvol-
vimento. Perceba o simbolismo desta “produção”, pois se aceita por seus pais, cuidadores ou 
professores, possibilitará à criança uma sensação de acolhida por parte daqueles ao seu redor. 
Após os três anos de idade, inicia-se a Fase Fálica. Nesta fase, a energia libidinal volta-se 
para os órgãos genitais. Entretanto, é a partir da presença ou ausência do pênis que é feita a 
11
diferenciação, sendo comum o interesse pelo órgão genital dos amigos e colegas – conferindo 
se eles, ou elas, têm, ou não, um pênis. Além disso, é constante o empenho em tocar em seus 
próprios órgãos genitais, assim como a masturbação, já que são fontes de prazer. 
Muitas pessoas não compreendem que temos um corpo que produz sensações de prazer, e, por 
isso, podem assustar-se com tais práticas entre as crianças. Não são raros os casos em que os 
cuidadores e pais de crianças que estão nesta fase, por não saberem como lidar com este fato 
muito comum, repreendem e tratam o ato como se fosse imundo ou desrespeitoso!
As crianças podem ser educadas sobre seu próprio corpo, recebendo explicações sobre a fun-
ção de seus órgãos sexuais a partir de uma linguagem que facilite a compreensão do que está 
sendo dito. É muito importante que a situação seja tratada com sensibilidade para não causar 
constrangimentos. Lembre-se de que estamos falando de processos de estruturação da persona-
lidade e que, por conta disso, as experiências exploratórias do próprio corpo (principalmente se 
consideradas como algo “sujo”) podem influenciar consideravelmente as relações de intimidade 
desse futuro adulto.
Posto nesses termos, podemos pensar sobre as palavras de Nunes e Silva (2000, p. 52) ao refletir 
sobre a sexualidade infantil.
Reprimir a sexualidade da criança é reprimir seu corpo, que se constitui na base real do seu 
próprio ser, sua relação consigo mesma e sua personalidade. Porque afinal, não existe uma 
separação entre sexualidade infantil e sexualidade adulta. Existe sim uma ligação única e uma 
continuidade entre elas, ou seja, são inseparáveis e consequentes.
A afirmação dos autores remete ao conceito de sexualidade apresentado por Bonfim ao indicar 
um conjunto de fatores presentes no termo. E, como estamos abordando o desenvolvimento, 
trata-se, portanto, apenas de uma fase que refletirá nas subsequentes. 
Figura 3 – A partir dos três anos de idade, crianças exploram o corpo.
Fonte: Shutterstock, 2015.
12 Laureate- International Universities
Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem
É importante apontar que nessa fase se dá a formação do superego. Como acontece? Provavel-
mente você deve ter escutado sobre o Complexo de Édipo, não é mesmo? Nele, de modo incons-
ciente, a criança (menino ou menina) toma como objeto de desejo a mãe. É comum o menino 
dizer que se casará com sua mãe, mas que não a pode “ter”, pois o pai já a “possui”, criando 
assim o triângulo edípico, prevalecendo um sentimento de amor e ódio com relação ao pai.
Todavia, a criança teme uma castração (retirada do órgão reprodutor) por parte do pai, e por 
isso, desloca sua libido para objetos fora da relação familiar. A menina também necessita re-
alizar este deslocamento, porém é o pai que vira objeto de desejo. Desse modo, o pai, que é 
“representante da lei”, inicia um processo de instauração das interdições e normas, estruturando 
assim o superego por meio dessa castração. Um exemplo dessa fase são as falas das crianças 
que dizem “namorar” seus pais.
O termo Complexo de Édipo foi utilizado por Freud em homenagem à história de Édi-
po, personagem da mitologia grega. A lenda conta que Laio, seu pai, consultou o orá-
culo e este indicou que seu filho o mataria e casaria com a própria mãe, Jocasta. Por 
isso, seu pai o abandona num monte para que morra. Contudo, Édipo vive, e é avisado 
pelo oráculo da profecia, mas pensou que se tratava de seus pais adotivos. Assim, Édi-
po foge, e na rota de fuga encontra o pai consanguíneo. Eles se desentendem e Édipo 
termina por matá-lo. Posteriormente, ele retorna a Tebas, sua terra natal, e casa-se com 
sua mãe sem saber de quem se tratava. Ao tomarem conhecimento, Jocasta comete 
suicídio e Édipo fura os olhos por não tê-la reconhecido.
NÓS QUEREMOS SABER!
Após essa fase, há um período denominado de Latência, compreendido entre os 6 (seis) e10 
(dez) anos de idade. Lembre-se de que foi necessário um deslocamento da energia libidinal 
para outras áreas e fins, e note que este novo período não é denominado de fase. No período 
de Latência, a criança sente necessidade de interação social, aproximando-se de seus pares, e 
investindo energia em brincadeiras e atividades lúdicas. 
Por conseguinte, no período de latência os meninos e meninas costumam andar somente com 
colegas do mesmo sexo, rejeitando ou criando separações entre o que é específico de cada um 
dos grupos. Já passou por isso? Lembra-se dessa fase em sua infância? Todavia, os educadores 
possuem um papel importante ao trabalhar os conceitos de gênero (que são uma construção so-
cial), mediando as relações das crianças, e propiciando a reflexão sobre a diversidade e os bene-
fícios da brincadeira em conjunto e demais atividades que constituem as relações de modo geral.
Partindo da maturação biológica, as transformações ocorridas com a puberdade dão inicio e prepa-
ram o indivíduo para uma nova etapa de seu desenvolvimento psicossexual, a Fase Genital, que se 
inicia aproximadamente entre os 10 e 11 anos. Nessa fase, o autoerotismo passa a ser um objeto de 
descarga das pulsões, e “[...] coloca-se agora a serviço da função reprodutora; torna-se altruísta, por 
assim dizer.” (FREUD, 1996, p. 196). Mais do que isso, os órgãos externos e internos se desenvolvem, 
possibilitando ao indivíduo a capacidade social, psíquica e sexual adulta.
13
Figura 4 – Fase da adolescência.
Fonte: Shutterstock, 2015. 
A partir da apresentação dessas fases, entendemos a importância da sexualidade no desenvolvi-
mento psicossexual, e também da dimensão evolutiva humana presente nas etapas aqui discuti-
das. Estes são aspectos constantemente presentes em sala de aula e nos espaços educacionais, 
cabendo ao educador saber identificar e mediar o processo de aprendizagem, de acordo com 
as características de cada fase. Contudo, o desenvolvimento humano foi também estudado por 
outra vertente, trazendo outros aspectos que, de igual maneira, merecem um olhar atento. 
2.2 Teoria Behaviorista
O desenvolvimento humano apresenta mudanças e sofre influências que precisam ser conside-
radas para a compreensão da aprendizagem. A absorção dessas informações ajudará os edu-
cadores na construção de práticas pedagógicas mais eficazespara aplicação em sala de aula.
Sendo assim, você já pensou na força das influências que o meio exerce numa pessoa? Qual é 
a relação entre o meio, o desenvolvimento de um indivíduo e a aprendizagem? Para responder 
a essas questões, aprenderemos agora os principais pontos que fundamentam a Teoria Behavio-
rista, seus métodos e objetos de estudo. Vamos lá?
2.2.1 O Behaviorismo e suas Concepções
O termo “behaviorismo” tem origem no inglês, sendo derivado da palavra behavior, que significa 
comportamento. Na psicologia, o Behaviorismo é uma vertente que designa as teorias que têm 
como objeto de estudo, ou são fundamentadas no comportamento, especialmente aquele que 
pode ser observável. O termo surgiu pela primeira vez em 1913, no artigo Psicologia: como os 
behavioristas a veem, de autoria de John Watson (BOCK, 1999).
Um grande expoente do Behaviorismo foi o filósofo russo Ivan Pavlov (1849-1936). Seus es-
tudos sobre a digestão de animais resultaram no Condicionamento Clássico. O que seria esse 
condicionamento e como ocorreu?
14 Laureate- International Universities
Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem
Figura 5 − Os laboratórios para os behavioristas representavam a cientificidade da psicologia.
Fonte: Wikimedia Commons, 2015.
Pavlov realizou pesquisas com cães, expondo-os, em laboratório, a diversas substâncias. Perce-
beu então que alguns estímulos, como o barulho dos passos dos assistentes de laboratório, pro-
duziam salivação nos animais. Desse modo, as respostas dos cães eram provenientes de reflexos 
incondicionados ou inatos, reflexos que não foram aprendidos, mas que nasceram com eles. 
Enquanto isso, outros reflexos podiam ser aprendidos à medida que os animais eram expostos 
com frequência a determinados estímulos, agradáveis ou não.
Veja como acontecia no caso dos cães: o assistente levava comida com frequência, então o animal 
sabia que quando escutasse o barulho dos sapatos, ganharia comida – isto havia sido aprendido. 
Com relação à reação do animal, tratava-se de um reflexo inato – salivar −, um comportamento 
natural na iminência de se alimentar. Contudo, mesmo sem a comida, os cães salivavam. 
Nesse tipo de condicionamento, denominado de clássico, estão envolvidos cinco elementos im-
portantes para a teoria behaviorista, como parte da aprendizagem.
Estímulo Incondicionado 
(EI) Resposta Incondicionada Estímulo Neutro
Produz uma resposta auto-
mática num indivíduo, ou 
seja, surge involuntariamen-
te como uma resposta do 
organismo.
Um bom exemplo seria o 
arrepio causado por um 
vento frio.
É a resposta ou reação cau-
sada automaticamente por 
meio do estímulo incondicio-
nado. Seguindo o exemplo 
do EI, o arrepio diante do 
frio.
Podem ser objetos ou expe-
riências que evocam uma 
resposta, porém esta precisa 
ser associada, ou seja, em-
parelhada ao estímulo (não é 
automático).
Quadro 2 – Elementos envolvidos no condicionamento. 
Fonte: Daviddof, 2001.
15
Vamos explicar com mais detalhes o estímulo neutro. O estímulo (vento) – resposta (arrepio) 
podem ser condicionados ou aprendidos por meio de um estímulo que produzirá uma resposta 
condicionada (dependente desse evento ou objeto). Digamos que você perceba que, ao chover, 
um vento frio aparece e esse mesmo frio te faça arrepiar. Com o tempo, sempre que chove, você 
se arrepia sem ao menos ter sentido o vento. 
Nesse caso, o estímulo neutro (a chuva) passa a ser um estímulo condicionado – provoca uma 
reação −, e o arrepio – que nesse caso não é automático – aparece como uma resposta condi-
cionada (à chuva). Esses são pontos básicos para a compreensão do behaviorismo e dos mode-
los de aprendizagem que estudaremos a seguir. 
Esta teoria é agora utilizada em consultórios de psicologia clínica no tratamento de fobias. Os 
psicólogos comportamentais buscam dessensibilizar o paciente diante dos estímulos que foram 
emparelhados e causam determinadas reações físicas e psicológicas. Desse modo, aquilo que foi 
aprendido (condicionado) pode ser “desaprendido” e tratado em sessões terapêuticas, ou seja, 
os estímulos condicionados podem ser desemparelhados.
Outro grande pesquisador foi John Broadus Watson (1878-1958), um psicólogo americano que 
realizou o seu doutorado em Neuropsicologia, tornando-se professor de psicologia animal. Suas 
pesquisas com animais em laboratório serviram de base para a compreensão a respeito dos 
métodos e objetos de estudo da psicologia, que deveriam ser métodos rigorosos, para analisar 
tudo que fosse observável, sobretudo o comportamento humano. Watson utilizou como base os 
experimentos de Pavlov, realizando várias pesquisas e experimentos com crianças, por exemplo, 
o caso do pequeno Albert.
NÃO DEIXE DE VER...
O vídeo Little Albert ou (O Pequeno Albert) que apresenta um experimento realizado 
por Watson com um bebê de nove meses, expondo-o aos mais variados estímulos para 
indicar que mesmo os reflexos são aprendidos. Além disso, retrata aspectos do beha-
viorismo, e as influências políticas e sociais que culminaram em suas experiências.
Para Watson, a compreensão do comportamento deveria ser associada às influências do meio. 
Dito de outro modo, aspectos externos ao indivíduo, considerados por ele como estímulos, indu-
zem uma pessoa a responder de uma determinada forma. Tal resposta é uma forma de ajustar-se 
ao meio, formando hábitos (BOCK, 1999).
Outro importante nome do Behaviorismo foi Burrhus Frederic Skinner (1904-1990) – psicólogo 
americano que estabeleceu as bases do behaviorismo radical. Seus estudos levaram-no a esta-
belecer o conceito de Condicionamento Operante, segundo o qual os indivíduos estão sujeitos 
às consequências que seus comportamentos produzem no meio. Desse modo, alguns compor-
tamentos ou operantes, desde os mais simples “[...] comportamentos do bebê, como balbuciar, 
agarrar objetos e olhar os enfeites do berço, aos comportamentos mais sofisticados, apresenta-
dos pelo adulto.” podem operar no ambiente e produzir respostas que indicarão a permanência 
ou diminuição de comportamentos. (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 1999, p. 47). 
É importante reconhecer que o comportamento “opera” mudanças no ambiente! Assim, na teoria 
behaviorista, o condicionamento operante está presente em todas as etapas do desenvolvimen-
to humano, conforme apontam os autores citados. Skinner realizou a análise experimental do 
comportamento em laboratórios, com pombos e ratos, utilizando uma caixa, denominada Caixa 
de Skinner. Entenda como aconteceu!
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Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem
Microfone Luzes
Alimentador /
Distribuidor de alimentos
Alavanca de resposta Grade eletrocutada
Figura 6 – Caixa de Skinner.
Fonte: Wikimedia Commons, 2015.
Durante a realização dos experimentos, o rato colocado na caixa apertou o pedal por acaso e 
recebeu água. Posteriormente, sempre que tinha sede, o rato apertava o pedal para beber. Nes-
te caso, o que propiciou o aprendizado comportamental foi a ação dele sobre ele mesmo. Ao 
apertar o pedal o rato produziu um determinado efeito, o surgimento da água que lhe saciava 
a sede. Desse modo, ele aprendeu que sempre que apertasse o pedal, receberia água, havendo 
uma forte relação entre causa e efeito ou estímulo-resposta.
Observe que a Teoria Behaviorista compreende que alguns comportamentos humanos são inatos 
e outros são aprendidos de acordo com as influências do meio, ou ainda, quando agimos sobre 
o meio, conforme apontado por Watson e Skinner.
Além disso, outros pontos foram descobertos para o entendimento do comportamento humano 
e, consequentemente, para a compreensão do seu desenvolvimento. Comportamentos como 
reforço, punição e extinção, tendo como base os estímulos condicionados e as respostas condi-
cionadas produzidas, são aplicados no Behaviorismo ou na psicologia comportamental.Vejamos 
cada um deles e como podem ser utilizados.
2.2.2 Reforço, Punição e Extinção e suas relações com o Comportamento
A relação entre docente e aluno é permeada por ações e reações frente ao modo como falamos, 
ouvimos e estabelecemos contato com outros alunos, pais e demais professores. Assim, surge a 
pergunta: que comportamentos seus influenciam positiva ou negativamente seus alunos? Quais 
deles propiciam um ambiente de aprendizagem favorável? Para responder a essas perguntas, 
vamos aprender um pouco sobre alguns pontos específicos da Teoria Behaviorista que podem ser 
aplicados em sala de aula. 
O primeiro ponto que vamos destacar é o reforço. Este conceito se refere a um conjunto de 
condutas que provavelmente será repetido em busca das consequências produzidas por este 
conjunto de condutas. Pode ser dividido em reforço positivo e negativo.
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Reforço Positivo Reforço Negativo
Caracteriza-se pela possibilidade ou aumen-
to de um comportamento diante da presen-
ça (fator positivo) de uma recompensa que 
impulsione o alcance de um objetivo.
Caracteriza-se também pelo aumento de um 
comportamento, só que em resposta à reti-
rada (ausência) de um estímulo considerado 
aversivo, no alcance de um objetivo.
Caso ilustrativo: Os alunos de uma escola 
estão estudando com muita dedicação para 
participar de uma gincana de português. A 
escola que ganhar o concurso pagará aos 
seus estudantes uma viagem à Disney. 
O reforço positivo aqui é a viagem à Disney, 
pois estimula o comportamento estudioso 
nos alunos.
Caso Ilustrativo: Os alunos precisam se 
concentrar nos estudos para participar da 
gincana de português, mas estão muito dis-
persos por causa do barulho da construção 
do lado de fora da sala de aula. 
A professora solicita à diretora que dispense 
os trabalhadores e que eles retornem após o 
período das aulas. Desse jeito, com silêncio, 
os alunos conseguem se concentrar e estudar 
mais.
O reforço negativo (o barulho) que os impe-
dia de estudar, quando retirado, possibilitou 
que estudassem sem distrações para ganhar 
o prêmio.
Quadro 3 – Diferenças entre os reforços positivo e negativo.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2015.
Para ficar mais claro, a diferença entre ambos é justamente o estímulo que pode ser positivo ou ne-
gativo para que um comportamento se repita ou continue. Fácil, não é? Pense nas diversas formas 
de aplicar essa teoria em sua prática pedagógica: o que pode ser um reforço positivo ou negativo?
Outro aspecto da Teoria Comportamental bastante empregado é a Punição, que se utiliza da 
adição ou subtração de um reforço positivo ou de um estímulo para diminuir a probabilidade de 
o comportamento voltar a acontecer. Não obstante, a punição como procedimento foi criticada 
porque não auxilia ou resulta necessariamente na diminuição do comportamento indesejado. 
No caso da retirada de reforço positivo, há uma ausência temporária, que pode retornar a qual-
quer momento, a menos que a intensidade da punição seja maior (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 
1999). Ainda, há particularidades individuais, tanto quanto ao ato de receber a punição como 
quanto à sua intensidade, que têm como base a história de vida da pessoa que está sendo puni-
da, e os esquemas de comportamento aprendidos ao longo de seu desenvolvimento.
Na educação, algumas práticas punitivas de outrora não são mais utilizadas – como o isola-
mento, o ficar de cabeça baixa durante um tempo, o ajoelhar-se no milho, entre outras – como 
forma de punir o estudante e “ensinar-lhe” que sua atitude não deveria se repetir. Pensando no 
desenvolvimento humano e em sua relação com a aprendizagem, vejamos a aplicação dessa 
teoria por meio do caso a seguir.
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Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem
CASO
Silvia é uma menina de dez anos, muito estudiosa e atenta em sala de aula. Porém outras crianças 
não estão conseguindo ter o mesmo comportamento que Silvia. Então, o professor Breno teve a ideia 
de elogiá-la publicamente, e passou a entregar-lhe uma caixa de bombons sempre que apresentasse 
boas notas. Assim, não somente Silvia, mas as outras crianças entenderam que se tirassem boas notas 
– agindo sobre o meio – receberiam caixas de bombons – efeito ou resultado obtido – e sentiriam a 
satisfação de ter doces para comer na hora do intervalo recreativo. Assim, o professor também agiu 
sobre o meio e conquistou sua satisfação – a melhora nas notas dos alunos.
Figura 9 – Os cartões vermelho e amarelo são exemplos de Punição para eliminar comportamento indesejado no 
campo de futebol.
Fonte: Shutterstock, 2015.
A Extinção, por sua vez, diz respeito ao desaparecimento de uma ou mais respostas condiciona-
das, tendo como consequência a diminuição ou posterior eliminação das respostas frente a um 
estímulo. Como podemos pensar nesse procedimento? Por exemplo, um aluno que gosta da aula 
de redação, e expõe constantemente sua opinião em sala de aula. A professora, porém, não lhe 
dá atenção porque acha que seus comentários nada têm a ver com os temas abordados. A cada 
aula os comentários diminuem, chegando a se extinguirem, justamente por sua participação não 
ser reconhecida. 
É importante que nós, educadores, compreendamos o nosso papel em sala de aula. Exercemos 
uma influência sobre nossos alunos a partir de nossos comportamentos, que podem ser reforços 
positivos, negativos ou indicar punição ou extinção. Qualquer procedimento influenciará não so-
mente a aprendizagem do aluno, mas também o seu desenvolvimento enquanto cidadão. Nosso 
papel como educadores é ajudar nessa formação!
Para melhor entendimento, Skinner (1972, p. 163) ainda diz que o nosso trabalho deve ser o 
de auxiliar os alunos para que se autogovernem intelectualmente e sejam livres. Para tanto, ele 
discute e associa a liberdade e a confiança, apontando o papel da escola e do educador no 
processo de ensino aos alunos.
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O estudante que pode fazer as coisas por si próprio é independente dos outros; quanto maior 
e mais eficiente for o seu repertório, tanto mais livre será. Uma tecnologia poderosa ampliará 
esta espécie de liberdade. Mas a autoconfiança não é só uma questão de competência. Um 
homem que pode executar adequadamente o comportamento não é ainda livre se for preciso 
que alguém lhe diga o que fazer e quando fazer, para ser livre de uma direção pessoal deve 
“depender das coisas”. 
Por fim, as abordagens apresentadas evidenciam aspectos importantes do desenvolvimento hu-
mano, e influenciam de maneira direta o modo como as crianças se desenvolvem e aprendem. 
Entender a influência dos elementos estudados neste capítulo na aprendizagem, e utilizá-los na 
elaboração de práticas pedagógicas que favoreçam o respeito e considerem as fases de desen-
volvimento humanas fará toda a diferença na vida dos alunos. 
Síntese
•	 Freud desenvolveu a primeira tópica, apontando que o aparelho psíquico é formado pelos 
sistemas inconsciente, pré-consciente e consciente, e a segunda tópica, apontando as 
instâncias psíquicas id, ego e superego, para compreensão da estrutura da personalidade.
•	 Freud mostrou que há uma sexualidade infantil, indicando aspectos de prazer e 
satisfação. A ideia foi e continua sendo criticada por falta de compreensão das fases do 
desenvolvimento humano.
•	 Na perspectiva psicanalítica, o desenvolvimento humano é compreendido em fases 
psicossexuais organizadas por zonas erógenas: oral (boca), anal (esfíncteres anais e 
bexiga), fálica (órgãos genitais e autoerotização), latência (repressão da libido), e genital 
(retorno aos órgãos genitais, direcionados a outra pessoa na obtenção de prazer).
•	 A sexualidade como fator no desenvolvimento psicossexual está constantemente presente 
em sala de aula e nos espaços educacionais, cabendo ao educador saber identificar e 
mediar os processos de aprendizagemde acordo com as características de cada fase.
•	 O desenvolvimento foi também estudado por outra vertente que explora diferentes 
aspectos da evolução humana que, de igual maneira, merecem atenção. Esta corrente 
valoriza o comportamento e a relação com o meio: o Behaviorismo.
•	 Os principais representantes dessa linha da psicologia foram: John Watson, Pavlov e 
Skinner. Seu foco estava na observação do comportamento, e no controle dos métodos, 
e seus estudos eram feitos utilizando animais em laboratório.
•	 John Watson indicou que aspectos externos ao indivíduo, ou estímulos, induziam uma 
pessoa a responder de uma forma determinada. Tal resposta era uma maneira de se 
ajustar ao meio.
•	 Pavlov postulou o Condicionamento Clássico, ao estudar os comportamentos inatos e os 
aprendidos por meio da pesquisa com cachorros.
•	 Skinner indicou a existência de um Condicionamento Operante que abrange várias 
etapas do desenvolvimento humano, desde o bebê até o adulto, através da atuação do 
ser humano no seu meio, e dos consequentes efeitos desta atuação.
•	 Outros procedimentos como reforço, punição e extinção estão ligados ao 
Condicionamento Operante.
•	 Tanto a sexualidade com os comportamentos são importantes no desenvolvimento 
humano e influenciam de maneira direta o modo como seus alunos aprenderão. O 
entendimento de tais influências na elaboração de práticas pedagógicas que favoreçam 
o respeito e a consideração às fases do desenvolvimento deles fará toda a diferença.
Síntese
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Referências
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uma introdução ao estudo de psicologia. 13. ed. rev. e ampl. São Paulo: Saraiva, 1999.
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Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, vol. 7. Tradução sob a direção de: Jayme Sa-
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Janeiro: Imago, 2004.
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vimento. Teorias do desenvolvimento: conceitos fundamentais. Vol. 1. São Paulo: EPU, 1981.
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Paulo: EPU, 1981.
SKINER, Buhrrus Frederic. Tecnologia do Ensino. Tradução de: Rodolpho Azzi. São Paulo: EPU, 
1972.
Bibliográficas

Outros materiais