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CASOS CONCRETOS DIR. PROCESSUAL CIVIL 1- CASOS CONCRETOS 1 AO 16

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Aluno: Dr Rafael Gouvêa de Aguiar
Direito Processual Civil 1- Casos Concretos
CASO CONCRETO 1 Maria, brasileira, casou com Glen, americano. Desde a constância do matrimônio o casal passou a residir no Brasil. Na constância do matrimônio nasceu Peter que encontra-se hoje com 5 anos de idade. Ano passado o casal resolveu se divorciar. Glen, então resolveu voltar para cidade onde nasceu, Santa Bárbara, Califórnia. Maria procura, você, advogado, desejando que Glen pague alimentos ao filho Peter. Diante do caso em tela questiona-se: a) A ação de alimentos proposta por Peter, representado por sua mãe, Maria, em face de Glen, deve ser promovida na Justiça do Brasil? Justifique e fundamente a resposta. 
R: Sim, art. 22 I a do NCPC, é competência da jurisdição brasileira, justiça comum, pelo local de domicilio do credor, no caso do Peter e sua Mãe. 
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações:
I - de alimentos, quando:
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil;
CASO CONCRETO 2 Maria, locatária do imóvel residencial, localizado na cidade de Nova Friburgo, propôs Ação de Reintegração de Posse em face do locador, João, afirmado que este esbu lhou a sua posse direta ao trocar a fechadura do imóvel locado não permitindo mais a sua entrada no mesmo, uma vez que este se encontra a dois meses inadimplentes com suas obrigações contratuais (alugueres e demais encargos da locação). A demanda foi proposta no município de Petrópolis local onde Maria encontra-se hospedada. Diante dos fatos narrados, indaga-se: a) O critério de Competência utilizado por Maria para propor a Ação de Reintegração de Posse está correta? Fundamente e explique a resposta. b) A incompetência, se existente é absoluta ou relativa? Justifique. 
R: A) Não está correto, Maria deveria ter proposto a ação no foro da situação da coisa, segundo a inteligência do art. 47 ° $2 , que diz que a ação possessória imobiliária deverá ser proposta no foro da situação da coisa, cujo o mesmo tem a competência absoluta.
B) Existe a incompetência absoluta, sendo certo que o foto de Nova Friburgo tem a competência absoluta para julgar a lide em questão.
B) Como deverá agir o magistrado diante da incompetência absoluta suscitada pelos réus? 
R: 
A) Não, a ação deverá ser proposta de acordo com a inteligência do art. 53° I a, b e c, sendo assim há vício de competência. 
Art. 53.  É competente o foro:
I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de união estável:
B) Seguindo a inteligência do art. 64° $3, a incompetência deve ser acolhida pelo magistrado e o mesmo deverá remeter o processo para o juízo competente. 
Seção III
Da Incompetência
Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação.
§ 3o Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo competente. 
CASO CONCRETO 4 Alfredo promove ação de conhecimento em face de Francisco para postular indenização por dano material, no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais). Citado regularmente, o réu alega impedimento do juiz uma vez que o magistrado é amigo intimo do autor, conforme fotos retiradas de uma rede social onde ambos viajaram juntos para o exterior.Indaga-se: a) Trata-se o caso concreto de impedimento do juiz? Fundamente e explique a sua resposta. b) De acordo com as normas do NCPC quando deve ser arguida o impedimento ou a suspeição? 
R: A) Não, no caso há a Suspeição do Juiz pelo fato de ser amigo intimo do Autor, segundo a inteligência do Art. 145 ° I do NCPC. 
Art. 145.  Há suspeição do juiz:
I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;
B) Segundo o art. 146 ° do NCPC, o impedimento e a suspeição devem ser alegados em petição especifica dirigida ao Juiz do processo, no prazo de 15 dias a contar do conhecimento do fato.
Art. 146.  No prazo de 15 (quinze) dias, a contar do conhecimento do fato, a parte alegará o impedimento ou a suspeição, em petição específica dirigida ao juiz do processo, na qual indicará o fundamento da recusa, podendo instruí-la com documentos em que se fundar a alegação e com rol de testemunhas. 
CASO CONCRETO 5 João promove ação de conhecimento em face de Geraldo. Na inicial postula a cobrança de um crédito constante de documento de confissão de dívida, com preenchimento de todos os requisitos legais. No curso do processo, João cede o crédito a Cleber. O cessionário postula o seu ingresso no processo. O juiz determina a oitiva do réu da ação, que não concorda com o pleito do cessionário. Indaga-se: a) Pode o réu recusar o ingresso no processo do cessionário? Fundamente e explique a resposta. b) A sentença que julgar improcedente o pedido do autor vincula o cessionário quanto aos seus efeitos. Fundamente e explique a resposta. 
R: A) Segundo a inteligência do Art. 109 ° $ I do NCPC, o ingresso do cessionário só poderá ocorrer caso haja consentimento da parte contraria. 
B) Sim, pois como exposto no Art. 109 $3 do NCPC, os efeitos da sentença proferida se estende entre a parte originaria, o adquirente ou cessionário. 
Art. 109.  A alienação da coisa ou do direito litigioso por ato entre vivos, a título particular, não altera a legitimidade das partes.
§ 1o O adquirente ou cessionário não poderá ingressar em juízo, sucedendo o alienante ou cedente, sem que o consinta a parte contrária.
§ 2o O adquirente ou cessionário poderá intervir no processo como assistente litisconsorcial do alienante ou cedente.
§ 3o Estendem-se os efeitos da sentença proferida entre as partes originárias ao adquirente ou cessionário
CASO CONCRETO 6 Um grupo de 50 pessoas resolve demandar em face da administração de um shopping Center onde ocorreu assalto, tiroteio, correria e saque generalizado a clientes e alguns lojistas. Todos se reuniram e ouviram de um advogado que a demanda poderia ser proposta em conjunto para dar maior celeridade ao processo. P roposta aceita, a petição inicial listou os 50 autores e indicou como parte ré o shopping Center. O magistrado ao receber a petição inicial determinou a citação do réu, que imediatamente requereu a limitação do litisconsórcio, pois poderia haver dificuldade na condução do processo e, principalmente, na defesa da ré, diante de fatos e danos distintos a serem analisados. Indaga-se: a) O requerimento da ré encontra guarida no ordenamento jurídico brasileiro? b) O caso trata de litisconsórcio facultativo ou obrigatório, considerando que todos os demandantes optaram por demandar em um único processo. Justifique e fundamente a sua resposta? 
R: A) Sim, visto trata-se de um litisconsórcio facultativo e multitudinário o requerimento da ré encontra amparo no art. 113° §1° da Lei 13.105/15, o referido dispositivo diz que o juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes quando este dificultar a defesa, motivo esse argumentado pela ré. 
B) Sim, trata-se de litisconsórcio facultativo, cada litigante poderia propor ação individualmente. A possibilidade do litisconsórcio facultativo no caso concreto encontra fundamento no art. 113° do NCPC, e seus incisos, visto que entre elas houve comunhão de direitos relativamente à lide.
CASO CONCRETO 7 Proposta ação de dissolução de sociedade anônima, deliberada em AGE, o acionista João pretende ingressar no processo visando defender os interesses da manutenção e continuidade dos negócios da sociedade, ré na ação. O pedido foi formulado sem que houvesse, após manifestação, discordância das partes. Indaga-se: 
a) Que modalidade de intervenção de terceiro fez João? b) Ela é voluntária ou provocada? c) Qual o interesse de que é titular João? Explique. 
R: A) João sendo um terceiro interessado ingressou no processo como assistente, essa modalidade de intervenção de terceiro encontra-se prevista no art. 119° do NCPC. 
TÍTULO III
DA INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
CAPÍTULO I
DA ASSISTÊNCIA
Seção
I
Disposições Comuns
Art. 119.  Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro juridicamente interessado em que a sentença seja favorável a uma delas poderá intervir no processo para assisti-la.
Parágrafo único.  A assistência será admitida em qualquer procedimento e em todos os graus de jurisdição, recebendo o assistente o processo no estado em que se encontre.
B) O ingresso de João no processo como assistente se deu de forma voluntária. 
C) O requisito essencial para admissão do terceiro como assistente é que este tenha interesse jurídico na causa, e João neste caso busca uma sentença favorável para a continuidade e manutenção dos negócios da sociedade anônima que é ré na ação de dissolução. Portanto, está de acordo com o caput do art. 119° do NCPC.
CASO CONCRETO 8 Maria comprou uma máquina de lavar roupas no valor de R$ 3 .500,00 na loja Ponto Quente próxima a sua residência. Ocorre que a máquina que foi entregue foi diversa da adquirida na loja, razão pela qual Maria solicitou diversas vezes a empresa a troca do bem, sendo todas infrutíferas. Diante deste fato, Maria ajuizou ação em face da loja Ponto Quente. Em sentença o magistrado do Juizado Especial Cível determinou que a loja devolvesse a Maria o valor pago pela lava roupas com juros e correção monetária. Na fase executória, Maria solicitou a desconsideração da personalidade jurídica. Indaga-se: É cabível o incidente de desconsideração da personalidade jurídica no Juizado Especial Cível? Fundamente e explique a resposta. 
R: De acordo com o art. 1.062 do NCPC, é cabível o incidente de desconsideração da personalidade jurídica nos juizados especiais.
Art. 1.062.  O incidente de desconsideração da personalidade jurídica aplica-se ao processo de competência dos juizados especiais. 
CASO CONCRETO 9 Jonas propôs ação de cobrança em face de Adalberto. Em sentença o juí zo condenou Adalberto a pagar a Jonas a quantia de R$ 40.000,00. Após o transito em julgado da decisão, Jonas iniciou a fa se de cumprimento de sentença, tendo seu advogado na petição requerido novos honorários advocatícios. Adalberto em impugnação alegou que não havia que pagar novos honorários de sucumbência ao advogado de Jonas. Diante dos fatos, está correta a alegação de Adalberto? Fundamente e explique a sua resposta.
R: Não está correta, pois segundo a inteligência do Art. 85° I do NCPC, cabem sim honorários na fase de cumprimento de sentença. 
Art. 85.  A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor. 
CASO CONCRETO 10 Ciente de que o artigo 188 do NCPC, na sua primeira parte afirma que "os atos processuais independem de forma determinada [...]". Por que o artigo 319 do NCPC enumera nos seus incisos, o que deve conter a petição inicial? Fundamente e explique a sua resposta. 
R: O Art. 188 do NCPC diz respeito ao modo, método, meio utilizado, forma como é organizado ou produzido, ou seja por exemplo como a forma escrita, enquanto que no Art. 319° se especifica os requisitos, ou seja, o que deve haver, existir dentro de uma petição inicial e não a ordem ou forma como esses requisitos são dispostos.
CASO CONCRETO 11 
Tadeu propôs ação reivindicatória contra Breno e requereu, na petição inicial, que a citação fosse realizada por oficial de justiça. Breno, tempestivamente, ofereceu contestação, requerendo que fosse reconhecida a nulidade da citação, sob o argumento de que não fora ele mesmo quem recebera o mandado, mas seu primo. Apresentou, também, sua defesa de mérito. O juiz acolheu a alegação de nulidade na citação, sob o fundamento de que o réu deve ser citado pessoalmente. Considerando essa situação hipotética, apresente os fundamentos jurídicos necessários para demonstrar o(s) equívoco(s) cometido(s) pelo juiz.
R: Como o Réu se apresentou espontaneamente e tempestivamente ao processo, segundo a inteligência do Art. 239° I do NCPC é suprida a falta ou a nulidade da citação, porém como o Réu também apresentou defesa (contestação), o juiz não precisa abrir novo prazo para contestar podendo assim julgar o mérito. 
CASO CONCRETO 12 Como escreve Daniel A. Assumpção Neves, "o art. 190 prevê em seu caput a possibilidade de as partes, desde que plenamente capazes e em causa que verse sobre direitos que admitam a autocomposição, antes ou durante o processo, convencionarem sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais". Indaga-se: A hipótese também cabe a Fazenda Pública e ao Ministério Público? Fundamente e explique.
R: Levando em consideração que a Fazenda Pública e o Ministério Público também podem ser partes do processo, não há porque proibir o negócio processual, não há vedação no que tange à realização do negócio processual para a Fazenda Pública e o Ministério Público, podendo os mesmos fazer o negócio processual tanto individual quanto podem fazer coletivamente. 
CASO CONCRETO 13 Mario propôs ação em face da Fazenda Pública sendo essencial a intervenção do membro do Ministério Público, que não foi intimado a intervir no processo. Indaga-se: Como deverá agir o juiz neste caso? 
R: Segundo a inteligência do Art. 279° do NCPC I, II, deverá o Juiz intimar o Ministério Público para se manifestar à respeito da existência ou inexistência de prejuízo, podendo a nulidade ser decretada somente após a intimação e manifestação do Ministério Público.
CASO CONCRETO 14 Antônia e Joaquim são casados há 10 anos, na constância do matrimônio adquiriram uma casa de praia, uma casa de campo, o imóvel em que residem na cidade do Rio de Janeiro, três carros, aplicações financeiras com ações do B anco do Brasil dentre outros bens que Antônia não sabe especificar. Ocorre que o casal após diversas discussões resolveu se divorciar. Joaquim, com o objetivo de não partilhar os automóveis com Antônia colocou-os à venda, em jornais de grande circulação local. Com o objetivo de resguardar os interesses de Antônia, qual Tutela Provisória de Urgência se enquadraria no caso? Fundamente e explique a sua resposta. 
R: A Tutela Provisória de Urgência mais adequada à hipótese seria a tutela cautelar de arresto, em caráter antecedente, artigo 305 do NCPC. Fundamentação de acordo com os requisitos: para a asseguração do direito visto a possibilidade do perigo em mora. Seguindo o exposto no artigo 301° do NCPC, o pedido acautelatório seria de arrestamento dos bens, uma vez que Antônia não sabe determinar todo o patrimônio que o casal possui e existe o perigo da perda do objeto, podendo ser uma medida idônea de asseguração dos seus direitos.
CASO CONCRETO 15 A correta atribuição de valor à causa é de grande relevância para o desenvolvimento regular do processo, interferindo em todas as suas fases e em institutos, como competência, rito processual, honorários de sucumbência, multas, custas processuais. Com base nesse postulado, responda, de forma fundamentada, aos seguintes questionamentos. P ara as ações que têm conteúdo econômico imediato, qual a regra geral de atribuição de valor à causa? Se a causa não tem valor patrimonial aferível, como deve ser preenchido pelo autor o requisito previsto no art. 319, V, do NCPC (valor da causa)? Como o réu pode insurgir-se contra a incorreta atribuição de valor à causa pelo autor? 
R: Segundo a inteligência do art. 291° e 292° e seus incisos, caso de conteúdo econômico o valor da causa corresponde ao conteúdo do patrimônio perseguido, ou seja, o seu valor à soma dos valores; no caso de não haver conteúdo econômico é estipulado um valor livre para efeitos fiscais ou alçada, no caso do R éu discordar do valor da causa, deverá o mesmo impugnar o valor da causa preliminarmente em contestação. 
CASO CONCRETO 16 Roberto propôs ação de anulação de negócio jurídico em face de Mauro. O juiz reconheceu a alegação de decurso do prazo prescricional suscitada pelo réu no processo. Qual foi o ato processual praticado pelo Juiz? Trata-se de hipótese de extinção do processo? Se afirmativo essa extinção seria com ou sem resolução do mérito? Justifique a sua resposta.
R: Rejeitou o pedido formulado pelo autor e acolheu a defesa do Réu, Sim, trata- se de hipótese de extinção do processo, segundo a inteligência do art. 487° do NCPC, com resolução de mérito, visto que o juiz prolatou decisão à respeito da analise do mérito, no caso em comento acontece a hipótese do 487° II, quando o juiz acolhe a alegação de prescrição.
Bons estudos. Vitórias.

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