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As investigações e punições de direitos humanos na América Latina

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As investigações e punições de direitos humanos na América Latina
Dizia Thomas Hobbes que os homens organizam-se em Estado por medo da morte violenta, de modo a evitar que o homem sendo lobo do próprio homem viesse a instituir a puro alvedrio sua vontade deliberada e sem precedentes sobre o outro. Nesse sentido para Hobbes, o Estado como instância superior viria a mediar os conflitos, tornando a convivência entre os homens o mais pacifica possível.
Séculos após essa afirmativa hobbesiana, Marx Weber, define o Estado como o "monopólio legitimo da força", vindo a violência a constituir-se com o uso indevido dessa força, correspondendo a violência de Estado contra seus cidadãos, na qual o uso da força não obedece às leis, mas correspondem a obediência a critérios indefinidos e pessoais, o exemplo vivo de transgressão do uso da força durante as ditaduras militares na América Latina.
É sabido, que durante tal período que começou por volta da década de 1960 e meados da década de 1980, no qual ocorreu um acordo entre as ditaduras de países que compunham o "Mercosul do Terror", a saber Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile que predominava uma espécie de acordo ditatorial denominado "Operação Condor", destinada a eliminar subversíveis, usando-se da violência como meio tendente a garantir a existência do governo, época na qual era impossível cogitar a existência dos Direitos Humanos, instituídos a 16 anos antes.
No entanto, tendo em vista que durante o tal período negro da história, marcado por mortes, sequestros e desaparecimento de pessoas, podemos analisar como se deu e continua efetivando-se as investigações e punições pelos crimes cometidos no Brasil, Argentina e Venezuela.
Ao fim do regime militar, nos países no qual o mesmo ocorreu, parentes das vitimas procederam investigações no sentido de saberem o paradeiro de seus entes queridos, bem como o Estado dos mesmos, adotou-se idêntico procedimento no sentido de levar ao conhecimento da população os aspectos de um passado nebuloso, com vistas que o mesmo não possa mais ocorrer, e ainda que afirmam a existir por parte do Estado não mais de matureza hobbesiana uma inércia, tal pressuposto não corresponde à realidade fática, diante dos esforços empreendido pelos governos motivados pelo desejo de investigar e punir crimes contra os direitos homem e do cidadão, praticados no período da ditadura na América Latina, apesar da ampla anistia concedida durante tal momento histórico o qual se estendia aos militares torturadores e assassinos.
No Brasil, a Comissão Nacional da Verdade, procede com investigações no sentido de esclarecer a identidade dos torturadores, ainda que desprovida de poderes legais que lhe permitam punir crimes cometidos pelas forças armadas durante a ditadura civil-militar, dando a luz a população brasileira a qual não pode está alheia aos acontecimentos decorridos bem como aos representantes da sociedade munidos de poder para punir os responsáveis por tal retrocesso histórico.
Essas investigações constituídas por depoimentos de vítimas, documentos, incluíam também o processo investigatório de agentes políticos para descobrir a autoria dos crimes. Além disso, não há como falar em inércia por parte do governo brasileiro em punir os antigos torturadores, apesar do Plano nacional dos Direitos Humanos, ter afirmado que o país encontra-se enraizado no fantasma ditatorial, diante de seu lento desvinculamento das forças policiais das forças armadas, uma vez que no país existe um projeto de lei de n.º 573/2011, o qual altera a lei da anistia da Deputada Luiza Erundina (PSB-SP), vindo a permitir a punição de agentes públicos responsáveis por violarem os direitos humanos atinentes à vida e liberdade, pelos governantes do país.
Na Argentina, onde coexistiram dois períodos de ditaduras militares de 1973 a 1986 ao fim dos ________, a exemplo do Brasil decretou-se anistia plena aos criminosos, a Suprema Corte de Justiça Argentiona julgou como sendo inconstitucional tal, vindo a condenar 294 envolvidos à prisão.
Ressalta-se que ocorreu na Argentina uma ruptura entre a ditadura e democracia, marco importante para ocorrência de tais investigações e consequentes punições, evitando-se após o fim da ditadura colocar um militar no governo do país, o que a lei de significativa importância na não aplicabilidade da anistia pelos crimes cometido, evitando-se atráves de seu engajamento governamental que mais uma vez na história do país que violem os direitos humanos.

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