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PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO SUPERVISOR ESCOLAR (1)

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PRÁTICAS 
PEDAGÓGICAS DO 
SUPERVISOR 
ESCOLAR 
PROFESSOR (A): COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA 
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO SUPERVISOR ESCOLAR 
 
2 
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SUMÁRIO 
 
 
1 SITUANDO E CONTEXTUALIZANDO A SUPERVISÃO ESCOLAR ............ 03 
 
2 FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO .................................................................. 12 
2.1 Biológicos ..................................................................................................... 12 
2.2 Filosóficos..................................................................................................... 14 
23 Sociológicos .................................................................................................. 15 
2.4 Psicológicos ................................................................................................. 16 
2.5 Por uma educação libertadora ................................................................... 17 
 
3 MÉTODOS E PRINCÍPIOS DA SUPERVISÃO ESCOLAR ............................ 22 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO SUPERVISOR ESCOLAR 
 
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1 SITUANDO A CONTEXTUALIZANDO A SUPERVISÃO ESCOLAR 
 
Grosso modo e em última instância, a supervisão escolar, supervisão 
educacional ou ainda coordenação pedagógica tem como objetivo levar 
professores e alunos a uma interação tal que reflita na otimização e 
aperfeiçoamento do processo ensino aprendizagem, isto é, mediar as relações 
interativas na escola para o sucesso do processo. 
O seu alvo ou propósito é orientar, encorajar, estimular e cooperar no 
sentido de prevenir consequências dos procedimentos e mudanças que 
ocorrem no âmbito da escola e da educação. 
A tendência atual, baseada no modelo de gestão educacional 
democrático e autônomo vem orientando os profissionais no que se refere à 
qualidade da aprendizagem dos alunos, de modo que conheçam a sua 
realidade, a si mesmos e as condições de enfrentamento dos desafios do dia-
a-dia, tarefa esta que exige o envolvimento de todo grupo social no sentido de 
unir esforços para a efetivação dos objetivos apontados. 
Assim sendo, é possível depreender que “a supervisão já pressupõe, em 
si, a ideia de participação, isto é, do trabalho associado de pessoas analisando 
situações, decidindo sobre seu encaminhamento e agindo sobre elas em 
conjunto” (LÜCK et al, 1999, p. 15). 
Mas para chegarmos a esse entendimento da Supervisão Escolar como 
é vista hoje, ou seja, um trabalho de parcerias, de associação, o caminho foi 
longo, cheio de percalços e construído vagarosamente como veremos através 
de uma breve retrospectiva histórica. 
Embora a supervisão educacional enquanto função tenha sido 
oficializada somente com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, lei n. 5.692 
de 1971, intrinsecamente podemos dizer que ela existe desde a colonização do 
Brasil, com a vinda dos jesuítas para nosso país e implantação ou organização 
do nosso primeiro sistema educacional. 
Os Jesuítas foram os primeiros educadores. A educação não era 
considerada um valor social importante para uma sociedade agrário-
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PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO SUPERVISOR ESCOLAR 
 
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exportadora dependente, na verdade era uma arma de controle social. A tarefa 
educacional baseava-se na catequese e na instrução para os indígenas, 
entretanto a educação dispensada aos filhos da elite colonial mostrava-se 
diferenciada. De acordo com Saviani (2008) e Veiga (2004) em uma sociedade 
desigual a educação é elitista. 
Em 1549, organizam-se as atividades educativas no Brasil. No Plano de 
Ensino aviado por Manuel da Nóbrega a ideia de Supervisão não se manifesta 
apesar da função supervisora estar presente. O Plano de instrução estava 
fundamentado na Ratio Studiorum, cujo “ideal era a formação do homem 
universal, humanista e cristão. A educação se preocupava com o ensino 
humanista de cultura geral, enciclopédico e alheio á realidade da vida de 
colônia” (VEIGA, 2004). 
Formas dogmáticas de pensamento contra o pensamento crítico 
maculavam a ação pedagógica dos Jesuítas que privilegiava a memorização e 
o raciocínio. Assim, tornava-se impossível um a prática pedagógica que 
buscasse uma perspectiva transformadora na educação. Explicita-se na Ratio 
Studiorum a ideia de supervisão educacional na figura do Prefeito de Estudos 
(SAVIANI, 2008). 
Com a expulsão dos Jesuítas e as Reformas Pombalinas o sistema de 
ensino foi extinto e junto com ele o cargo de Prefeito de Estudos. Então, em 
relação aos aspectos educacionais houve um retrocesso, pois alguns 
professores leigos começaram a ser admitidos para as aulas régias 
introduzidas pelas reformas de Pombal. A ideia de supervisão continuava 
presente, agora, englobada nos aspectos político-administrativos (inspeção e 
direção) da figura do Diretor geral; e também nos aspectos de direção, 
fiscalização, coordenação e orientação do ensino, na figura dos Diretores dos 
Estudos. 
Com a Independência do Brasil é formulada a primeira Lei para a 
instrução pública (15 de Outubro de 1827) que instituiu as Escolas de Primeiras 
Letras baseadas no “Ensino Mútuo”, método que concentra no professor as 
funções de docência e supervisão, ou seja, instruir os monitores e 
supervisionar as atividades de ensino e aprendizagem dos alunos. 
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O regulamento educacional do Período Imperial estabelecia que a função 
supervisora devesse ser exercida por agentes específicos para uma supervisão 
permanente; essa missão foi atribuída ao Inspetor Geral que supervisionava 
todas as escolas, colégios, casas de educação, etc., públicos e privados. O 
Inspetor Geral ainda presidia exames dos professores e lhes conferia o 
diploma, autorizava abertura de escolas privadas e revisava livros (SAVIANI, 
2008). 
O inspetor deveria ser um elemento de prestigio pessoal e conhecimento 
com pessoas importantes e com autoridades constituídas. Suas atribuições 
incluíam fiscalizar e padronizar as rotinas escolares às normas oficiais 
emanadas das autoridades centrais, por essa razão exercia essas funções 
como “autoridade do sistema”, através de visitas corretivas e de registros 
permanentes para confecção de relatórios a serem encaminhados aos órgãos 
centrais. Tinha como objetivo fiscalizar o grau maior ou menor de desvio da 
ação pedagógica em relaçãoaos padrões estabelecidos pela Lei (PINHEIRO, 
2007). 
Com a discussão sobre a organização de um sistema nacional de 
educação, “a ideia de supervisão vai ganhando contornos mais nítidos ao 
mesmo tempo em que as condições objetivas começavam a abrir perspectiva 
para se conferir a essa ideia o estatuto de verdade prática. (SAVIANI, 2008) 
Pautava-se em dois requisitos: A organização administrativa e pedagógica do 
sistema e a organização das escolas na forma de grupos escolares. 
No início do Período Republicano, sob a influência do positivismo a 
reforma de Benjamim Constant é aprovada, suprimindo o ensino religioso nas 
escolas públicas e o Estado passa a assumir a laicidade1. A visão burguesa é 
disseminada pela escola, visando garantir a consolidação da burguesia 
industrial como classe dominante. Com a expansão cafeeira o modelo 
econômico passa de agrário-exportador para o modelo urbano-comercial- 
exportador. A Pedagogia Tradicional se articula no Brasil com os pareceres de 
Rui Barbosa e de Benjamim Constant. Nessa pedagogia a ênfase recai ao 
ensino humanista da cultura geral centrado no professor, a relação pedagógica 
 
1
 Exclui o elemento religioso. 
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é hierarquizada e verticalizada, “o método de ensino é calcado nos cinco 
passos formais de Herbart2” (VEIGA, 2004). 
O Período conhecido como a Primeira República é marcado por um 
processo de descentralização do controle e de maior organização dos serviços, 
incluindo os educacionais. A função de supervisor era exercida pelo inspetor 
que deveria ser uma pessoa qualificada, experiente e sensível para com 
técnicos pedagógicos do processo de ensino-aprendizagem. Dentre suas 
principais atribuições podemos citar: orientar, controlar, supervisionar, f iscalizar 
e inspecionar todo processo educacional através de conferências, palestras e 
visitas, acompanhar o desenvolvimento do currículo nos estabelecimentos, com 
o objetivo de orientar pedagogicamente os professores mais jovens, buscando 
eficiência, introduzindo inovações, modernizando os métodos de ensino e 
promovendo um acompanhamento mais atento do currículo pleno nos 
estabelecimentos. 
Surgem, então na década de 1920, os profissionais da educação, 
também conhecidos com “técnicos em escolarização” e concomitantemente é 
criada a Associação Brasileira de Educação por iniciativa de Heitor Lira. A ABE 
foi um elemento propulsor e estimulante aos “técnicos em educação”. A 
reforma João Luís Alves em 1924 criou o Departamento Nacional de Ensino e o 
Conselho Nacional de Ensino separando, assim, a parte administrativa da parte 
técnica que antes estavam unidas num mesmo órgão, o Conselho Superior de 
Ensino. Esse foi um passo importante para a criação do Ministério da 
 
2
 Johann F. Herbart nasceu na Alemanha em 1776 e morreu em 1841. Filósofo alemão, foi 
considerado o fundador da Psicologia Científica e trouxe grandes contribuições para a 
pedagogia. 
Herbart propõe cinco passos formais que favorecem o desenvolvimento da aprendizagem do 
aluno: 
1- Preparação: o mestre recorda o que a criança já sabe para que o aluno traga ao nível da 
consciência a massa de ideias necessárias para criar interesse pelos novos conteúdos; 
2- Apresentação: a partir do concreto, o conhecimento novo é apresentado; 
3- Assimilação: o aluno é capaz de comparar o novo com o velho, distinguindo semelhanças e 
diferenças; 
4- Generalização: além das experiências concretas, o aluno é capaz de abstrair, chegando a 
conceitos gerais, sendo que esse passo deve predominar na adolescência; 
5- Aplicação: através de exercícios, o aluno evidencia que sabe usar e aplicar aquilo que 
aprendeu em novos exemplos e exercícios. É deste modo, e somente deste modo, que a 
massa de ideias passa a ter um sentido vital, perdendo o aspecto de acumulação de 
informações inúteis para o indivíduo. 
 
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Educação e Saúde Pública e essa separação propiciou o surgimento da figura 
do supervisor distinta da figura do diretor e inspetor. A partir daí, ele é 
responsável pela parte técnica enquanto o diretor é responsável pela parte 
administrativa. 
Na década de 1930, a sociedade brasileira sofre profundas 
transformações sociais, econômicas e políticas que refletem no modelo 
educacional. A crise de 1929 desencadeia a decadência do café e a Revolução 
de 30. Vargas empossado, constitui o Ministério da Educação e Saúde Pública. 
Por influência do Liberalismo é lançado o Manifesto dos Pioneiros da Escola 
Nova, preconizando a reconstrução social da escola na sociedade urbana 
industrial. Nesse contexto de mudança, a educação passa a ter um caráter 
mais técnico e a valorizar os meios de organização dos serviços educacionais, 
com o objetivo de racionalizar o trabalho educativo dando relevância aos 
técnicos, entre estes o supervisor. O surgimento do cargo de supervisor 
educacional está relacionado com as vinculações do Brasil com os Estados 
Unidos. O novo modelo econômico baseado no desenvolvimentismo e na 
injeção do capital estrangeiro no país trouxe consigo não só os padrões 
econômicos americanos, mas também o modelo educacional americano, onde 
o supervisor tinha lugar de destaque dentro da escola. 
Com a instalação da Ditadura Militar em 1964, a educação passa a ser 
oferecida nos moldes da Pedagogia Tecnicista, há um descaminho. O 
autoritarismo e a repressão são os alicerces dessa pedagogia, o trabalho é 
fragmentado e mecanicista, da mesma forma que numa fábrica, busca-se a 
burocratização, a eficácia e resultados imediatos. O governo aprovou as 
Reformas de 1° e 2° graus e Universitária, sendo que esta reformulou o Curso 
de Pedagogia que ganhou novas habilitações: administração, inspeção, 
supervisão e orientação, com isso a função de supervisor educacional é 
profissionalizada (PINHEIRO, 2007). 
O supervisor educacional é um especialista em educação, exercia sua 
função como controlador do processo de produção assumindo características 
de coordenação e direção do trabalho, ou seja, atuando como elemento 
mediador (como uma função técnica que está a “serviço de”). Exercia essa 
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função através de treinamento de professores para discutir e difundir os 
fundamentos de organização dos processos de trabalho e do controle sobre ele 
buscando a aplicação do conceito de racionalidade à administração e do 
processo com o objetivo de aumentar a produtividade da mão-de-obra e a 
melhoria de seu desempenho. A função do Supervisor Educacional reflete o 
contexto histórico do período marcado pelo desenvolvimento nacional e de 
estabilidade política, altamente mecanicista, utilitário, burocrático e pragmático 
(PINHEIRO, 2007). 
Na década de 1980, a crise socioeconômica e a Nova República dão 
início à uma nova fase. A luta operária ganha força e os professores lutam pela 
reconquista do direito de participar da definição da política educacional e da 
luta pela recuperação da escola pública. 
A 1ª Conferência Brasileira de Educação constitui um espaço para 
discussão e disseminação da concepção crítica da educação e a Pedagogia 
Crítica ganha espaço no cenário educacional. O fazer pedagógico não está 
centrado no professor ou no aluno, mas na questão central da formação do 
homem; está voltada para o serhumano e sua realização na sociedade e 
comprometida com os interesses dos menos favorecidos economicamente. A 
realidade é múltipla e diversa e a educação deve atendê-la. 
Nesses tempos, o mundo contemporâneo estava (e ainda está), 
marcado pela hegemonia do neoliberalismo, acentuando-se e ampliando-se as 
formas de exclusão social e cultural. A globalização reflete no âmbito 
educacional no que se refere à organização do trabalho pedagógico, delegando 
uma série de atribuições às escolas, aos professores e alunos. 
O papel da supervisão está enfocado para a formação do tecnólogo do ensino 
e no favorecimento e aprofundamento da perspectiva crítica, voltada para a 
formação do supervisor como agente social. 
Em Rocha et al (2010) a síntese da trajetória percorrida pelo supervisor 
escolar em se tratando de Brasil, nos leva a perceber como foi árduo o 
caminho e os des (caminhos) percorridos. Ela liga a origem da supervisão no 
Brasil aos acontecimentos históricos internacionais. Os Estados Unidos e a 
extinta União Soviética, em disputa pelo poder mundial, declaram a Guerra Fria 
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(pós segunda guerra mundial), onde o mundo passa por uma bipolarização: de 
um lado o Bloco Socialista e do outro, o Bloco Capitalista. 
Os Estados Unidos, temendo uma expansão dos países socialistas, 
traçam planos de ajuda aos países da América Latina. O Brasil, em 1957, tinha 
como presidente Juscelino Kubitschek, quando começou a funcionar 
oficialmente os acordos de ajuda firmados entre o MEC (Governo de Minas 
Gerais) e pelo diretor da United States Operation Mission to Brazil. Dentre 
estes acordos, surge em Belo Horizonte a Supervisão Escolar, através do 
Programa de Assistência Brasileira Americana ao Ensino Elementar (PABAEE). 
A capacitação dos professores brasileiros, para a implantação dos 
cursos de formação de supervisores, era realizada a partir de um intercâmbio 
entre o Brasil e os Estados Unidos, aonde iam para se especializarem. 
Faz-se necessário ressaltar que não ocorreu uma preparação adequada 
dos profissionais da educação na implantação da supervisão escolar no Brasil, 
visto que o material didático utilizado nesta preparação não era de acordo com 
a realidade do país (ROCHA, 2010). 
Cabe-nos questionar porque o sistema educacional brasileiro precisava 
de um especialista como este que garantisse a inserção das ideologias do 
Estado no mesmo. Este período da história brasileira é marcado pelo conflito 
entre burguesia e proletariado. Neste sentido, a educação é vista enquanto um 
perigo pela burguesia e um instrumento de libertação para o proletariado. 
Assim, a educação era vista como algo que deveria ser controlado, manipulado 
em prol da manutenção dos interesses da classe dominante, minimizando os 
conflitos sociais através de uma série de ideologias que buscavam a 
conformação das massas, concretizando a hegemonia liberal. 
A educação é um aspecto de uma totalidade social desse mesmo 
antagonismo que ocorre no setor de produção, dentro do sistema capitalista 
gerado pela bipolaridade: controle X não controle, propriedade X não 
propriedade dos meios de produção. Neste contexto, a educação passa a ser 
instrumento de dominação pela divisão entre os que sabem e os que fazem 
(NOGUEIRA, 1989). 
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É assim que a postura fiscalizadora dos supervisores passa a não ser 
aceita pelos professores, nas escolas, pois estes se sentiam vigiados em sua 
prática, e desvalorizados quando o supervisor lhes impunha qual o conteúdo 
que deveria ser ministrado e como este deveria ser. Mas é pertinente ressaltar 
que a figura do supervisor foi projetada ideologicamente para ter conotação de 
inovadora, modernizadora, introdutora de novos métodos e técnicas de ensino. 
A supervisão por si só já condiciona um modelo de relação autoritária, 
prejudicial aos objetivos educacionais, já que esta relação se dá num contexto 
organizacional, no qual o supervisor ocupa uma posição de mando em relação 
aos professores (FALCÃO FILHO, 1987, p. 31). 
Ainda hoje, encontram-se supervisores com a mesma postura 
fiscalizadora, controladora da época do seu surgimento aqui no Brasil, e por 
causa desta destorção entre as suas funções oficial e real, é que vários autores 
defendem a sua extinção, pois estariam as escolas gastando além do espaço 
físico, dinheiro com um profissional que deixa lacunas em seu trabalho 
desenvolvido. Além disso, qualquer outro profissional da educação estaria 
habilitado para realizar o trabalho do supervisor, com competência (PINHEIRO, 
2007). 
A influência do PABAEE é tamanha que merece uma exposição mais 
detalhada, o que faremos na apostila de Legislação e Políticas Públicas. 
Fazendo uma síntese da história da Supervisão Escolar no Brasil, 
podemos dividi-la em seis momentos, destacando algumas datas e seus 
respectivos acontecimentos que tiveram grande marco no processo escolar: 
O primeiro momento (Gêneses): - 1835 – Inspetores Escolares (avaliaão 
da eficiência didática); - 1892 – Inspetor Ambulantes (Reforma Afonso Pena); - 
1906 – Inspetor Técnico (Reforma João Pinheiro). 
O segundo momento (Consolidação): - 1920 – regulamentação do 
ensino primário e normal (Reforma Francisco Campos); - 1928 – Curso pós-
normal – Escola de aperfeiçoamento (BH) – Tinha por objetivo formar 
assistentes técnicos de ensino; - 1948 – CAE – Instituto de Educação (BH); - 
1956 – PABAEE – Objetivo: Formar liderança educacional – Introduz o termo 
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Supervisão. PABAEE – órgão reprodutor de sistemas (houve marcantes 
mudanças na educação). 
O terceiro momento (institucionalização) – 1969 – Formação do 
Supervisor de nível superior (lei 5.540/68); - 1971 – Lei 5.692/71 – Estatuto do 
magistério; -1977 – Estatuto do magistério de Minas Gerais (10/1977) – 
ideologia do poder. Ordens: Surgiram linhas mestras do movimento 64 
(Ditadura). Dicotomia entre teoria/prática bem marcantes. 
O quarto momento (críticas e necessidades de redefinições de funções) 
– 1978 a 1982 – Criação de associação para defender às classes dos 
supervisores e orientadores – Realiza ENSES (encontros nacionais dos 
supervisores). 
O quinto momento (interação supervisor e orientador) – 1988 – Ação 
integrada; - 1988 – FENASE (federação nacional de supervisores escolares) – 
situada em Brasília. Formação do pedagogo (pessoa que atendia o aluno, a 
comunidade e com o professor). Movimento do sindicato e associação. 
Realização de ENSES nos diversos estados brasileiros. 
O sexto momento (parceria) – 1996 – Lei 9.394/96 (LDB) Formação do 
supervisor está regulamentado no artigo 64. Supervisor: Parceiro político-
pedagógico do professor na realização do PDE. Característica da função: 
Interacionista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2 FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO 
 
Por definição, fundamento é base, razão, justificativa ou um motivo. É 
um conjunto de princípios básicos de um ramo de conhecimento. No nosso 
caso, o ramo de conhecimento é a educação e os princípios são biológicos, 
filosóficos, psicológicos e sociológicos, não necessariamente nesta ordem. 
Se lembrarmos de Piaget e seus estudos, nos reportaremos à educação 
como a adaptaçãoda criança ao meio social do adulto e para tanto, a 
educação leva em conta a natureza própria do indivíduo, se esteando nas leis 
da constituição psicológica e seu desenvolvimento. 
O desenvolvimento físico tem como base os fundamentos biológicos; o 
desenvolvimento mental, os fundamentos psicológicos; a socialização (já que 
todos somos seres que vivem em sociedade), toma como base os fundamentos 
sociológicos e por fim, enquanto seres pensantes, reflexivos que somos, 
também devido a natureza humana, é preciso pensar na educação de acordo 
com os fundamentos filosóficos. 
 
2.1 Biológicos 
Os fundamentos biológicos da educação têm como objetivo atender as 
necessidades dos educadores, facilitando o entendimento da aprendizagem na 
sala de aula. Ela estuda o funcionamento do cérebro e nos mostra a evolução 
do sistema nervoso bem como a formação das estruturas complexas do 
homem. 
Cada vez fica mais claro a necessidade do cérebro pensante, decisivo, 
relacional e emocional e, neste contexto, o papel do educador é fundamental, 
pois na sala de aula que se deve iniciar a construção de solidariedade, 
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afetividade e autoestima entre os conteúdos curriculares e a praticidade da vida 
planetária (RELVAS, 2005). 
A biologia humana oferece conhecimentos sobre a fisiologia, citologia, 
anatomia do corpo humano, genética entre outras especialidades. Além disso, 
ela estuda as transformações sofridas pelo corpo e também suas relações com 
o meio ambiente. 
Essas relações são complexas e dentro os vários estudos das áreas 
biológicas, os pesquisadores concluíram que não existe um ser humano igual 
ao outro. Essas diferenças decorrem dentro outros motivos pela nossa 
evolução genética, pelas interações com o meio que convivemos. Mas uma vez 
nos perguntamos, qual a importância da biologia para o profissional que 
trabalha com a educação? 
A biologia voltada para a área educacional tem como objetivo, servir de 
base para o professor entender como se dá o desenvolvimento físico, motor e 
mental do educando, para fazer das diversas fases do desenvolvimento, 
aliadas para sua atuação (PACIEVITCH, 2007). 
Mas, não basta ao educador saber quais os fatores das diferenças 
individuais, cabe a ele procurar influir sobre tais fatores a fim de que, graças a 
essa providência, certos caracteres individuais desapareçam e outros se 
desenvolvam. 
Daí dizermos que a Biologia Educacional é o estudo dos fatores 
biológicos que determinam as diferenças e variações individuais na espécie 
humana, e dos meios com que o educador poderá atuar sobre eles 
(PACIEVITCH, 2007). 
Embora as diferenças individuais envolvam atributos do caráter e da 
personalidade, não se derivam diretamente de fatores orgânicos, eles têm 
raízes biológicas. A criança começa a vida como um ser orgânico. Torna-se 
depois um ser social. 
A altura, o peso, a conformação do corpo e a aparência geral contribuem 
para a personalidade de duas maneiras: 1º) elas impedem ou contribuem para 
o desenvolvimento de habilidades socialmente aprovadas; 2º) porque estes 
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atributos físicos, em conformidade com os valores sociais de uma cultura ou 
divergindo deles têm importantes efeitos sobre o comportamento. O físico de 
um indivíduo influencia as relações das outras pessoas em relação a ele, isto, 
por sua vez determina os conceitos que o indivíduo faz de si mesmo, o que tem 
efeitos decisivos no seu próprio comportamento. Os estudos têm demonstrado 
sistematicamente que os indivíduos que têm tipos físicos socialmente 
aprovados, têm mais atividades socialmente aprovadas, menos problemas 
pessoais e melhor ajustamento social do que aqueles que estão mais distantes 
da forma física ideal (DIMOCK, 1937 apud PACIEVITCH, 2007). 
 
2.2 Filosóficos 
A filosofia investiga como se pode viver melhor (ética), que tipos de 
coisas realmente existem e quais são suas verdadeiras naturezas (metafísica), 
o que pode ser considerado conhecimento legítimo (epistemologia), e quais 
são os princípios corretos do raciocínio (lógica). 
Segundo Saviani (1980) a filosofia é uma reflexão radical, rigorosa e de 
conjunto sobre os problemas que a realidade apresenta. 
De maneira bem simples, Lara (2001) explica o porquê de a educação 
assentar suas bases também na filosofia: “porque educação é, afinal de contas, 
o próprio “tornar-se homem” de cada homem num mundo em crise”. 
Não há como educar fora do mundo. Nenhum educador, nenhuma 
instituição educacional pode colocar-se à margem do mundo, encarapitando-se 
numa torre de marfim. A educação, de qualquer modo que a entendamos, 
sofrerá necessariamente o impacto dos problemas da realidade em que 
acontece, sob pena de não ser educação. Em função dos problemas existentes 
na realidade é que surgem os problemas educacionais, tanto mais complexos 
quanto mais incidem na educação todas as variáveis que determinam uma 
situação. Deste modo, a “Filosofia na educação” transforma-se em “Filosofia da 
Educação” enquanto reflexão rigorosa, radical e global ou de conjunto sobre os 
problemas educacionais. De fato, os problemas educacionais envolvem sempre 
os problemas da própria realidade. A Filosofia da Educação apenas não os 
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considera em si mesmos, mas enquanto imbricados no contexto educativo 
(LARA, 2001). 
 
2.3 Sociológicos 
A Sociologia da Educação é uma vertente da Sociologia que estuda a 
realidade socioeducacional e os processos educacionais de sociabilização. 
Tem como fundadores Émille Durkheim, Karl Marx e Max Weber. Durkheim é o 
primeiro a ter uma Sociologia da Educação sistematizada em obras como 
Educação e Sociologia, A Evolução Pedagógica na França e Educação Moral. 
A Sociologia da Educação oportuniza aos seus pesquisadores e 
estudiosos compreender que a educação se dá no contexto de uma sociedade 
que, por sua vez, é também resultante da educação. Também oportuniza 
compreender e caracterizar a inter-relação ser humano/sociedade/educação à 
luz de diferentes teorias sociológicas. 
Hoje, a Sociologia da Educação tem sido embasada em duas correntes. 
A primeira delas vem de estudos de Althusser (1970), Bowle e Gintis (1976), 
Bourdieu e Passeron (1970), citados por Demo (1987) que postulam que a 
produção e reprodução das classes reside na capacidade de manipulação e 
moldagem das consciências, na preparação de tipos diferenciados de 
subjetividade de acordo com as diferentes classes sociais. A escola participa 
na consolidação desta ordem social pela transmissão e incubação diferenciada 
de algumas ideias, valores, estilos de vida, enfim, os estudos centram-se nos 
mecanismos de reprodução social. A segunda corrente, mais moderna, 
chamada de Nova Sociologia da Educação envolve detalhes do funcionamento 
do currículo escolar e o papel da escola na estrutura das desigualdades 
sociais. 
Não há dúvidas como diz Demo (1987), que a escola faz parte, está no 
interior dos movimentos sociais, reproduz e tem a capacidade de modificá-los. 
Tanto por isso ela tem como papel preparar técnica e subjetivamente as 
diferentes classes sociais para ocuparem seus lugares na divisão social. 
Também não adiantar negar a existência dessa divisão, e não é questão de 
vivermos no modelo capitalista. A história nos mostrou que mesmo no sistema 
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socialista existe divisão de classes, mas essa não é questão de discussão no 
momento. 
A organização do currículo, de planejamentos de ensino ou de 
programas, podem ser alienantes ou transformadores, pois bem: o profissional 
da educação não só pode como deve refletir e promover as transformações 
necessárias para que o sujeito não seja alienado, nem se sinta aquém de suas 
potencialidades por pertencer a esta ou aquela classe social, ao contrário, 
entendendo a dinâmica da sociedade pode fazer emergir um ser humano 
integral e adaptado em qualquer tipo de sociedade no tempo e no espaço. 
 
2.4 Psicológicos 
A Psicologia tem como objeto o comportamento humano e pode ser 
dividida em várias áreas: para entender como o indivíduo aprende, temos a 
Psicologia de Aprendizagem, ao indivíduo que se desenvolve corresponde a 
Psicologia do Desenvolvimento, ao indivíduo que se relaciona no grupo, a 
Psicologia Social, ao indivíduo que se constitui como individualidade, a 
Psicologia da Personalidade, e assim por diante. 
Dentre as subáreas de Psicologia, as que têm tido um papel destacado 
na Educação são: a Psicometria, a Psicologia da Aprendizagem e a Psicologia 
do Desenvolvimento. 
Qual a importância então de a Educação observar os fundamentos 
psicológicos? Como a aprendizagem é um processo pessoal, que ocorre no 
aluno, os profissionais precisam conhecer este aluno, no seu todo e nas partes 
e a maneira como este processo se desenvolve, pois não pode haver ensino 
eficiente se não houver dispêndio de tempo e esforço do educador e 
supervisor. 
Paín (1991) afirma que o sujeito só aprende quando alguém primeiro lhe 
olha, reconhece-o como sujeito desejante e depois se volta para o 
conhecimento. Assim, quando o professor dirigir o seu olhar para o 
conhecimento, o olhar de quem vai aprender também se volta para lá. Isso 
quer dizer que o primeiro passo para que alguém aprenda é que ele seja 
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reconhecido por um outro, do ponto de vista da identidade pessoal e da 
possibilidade de interação cognitiva. 
 
 
2.5 Por uma educação libertadora 
 
Um dos assuntos mais polêmicos da atualidade e que vem sendo 
amplamente discutido é a educação, no seu sentido de formação humana. 
Educar é uma tarefa que exige comprometimento, perseverança, autenticidade 
e continuidade. As mudanças não se propagam em um tempo imediato, por 
isso, as transformações são decorrentes de ações. No entanto, as ações 
isoladas não surgem efeito. É preciso que o trabalho seja realizado em 
conjunto, onde a comunidade participe em prol de uma educação de qualidade 
baseada na igualdade de direitos (GIANCATERINO, 2010). 
Com base em tais considerações, o supervisor escolar representa um 
profissional importante para o bom desempenho da educação escolar, o grupo 
escolar, o qual deve opinar, expor seu modo de pensar e procurar direcionar o 
trabalho pedagógico para que se efetive a qualidade na educação. Na 
atualidade o supervisor se direciona para uma ação mais científica e mais 
humanística no processo educativo, reconhecendo, apoiando, assistindo, 
sugerindo, participando e inovando os paradigmas, pois tem sua 
“especialidade” nucleada na conjugação dos elementos do currículo: pessoas e 
processos. Desse modo, caracteriza-se pelo que congrega, reúne, articula, 
enfim soma e não divide. 
Neste contexto, compreender e caracterizar a função supervisora no 
contexto educacional brasileiro não ocorre de forma independente ou neutra. 
Essa função decorre do sistema social, econômico e político e está relacionada 
a todos dos determinantes que configuram a realidade brasileira ou por eles 
condicionada (GIANCATERINO, 2010). 
O desenvolvimento da sociedade moderna representa motivos de muita 
reflexão, principalmente pelo fato de que a área educacional possui muitos 
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problemas e que diretamente vinculam-se as demais atividades sociais visto 
que são tais profissionais que irão atuar junto ao mercado de trabalho. 
Existe uma preocupação com a formação humana e com a forma com 
que o educando vem obtendo o conhecimento científico. Acredita-se na 
viabilidade de fazer do ambiente escolar um espaço construtivo, que desperte o 
interesse do educando para aprender e fazer do professor um mediador do 
saber. 
Trata-se de ignorar as velhas práticas educacionais e acreditar na 
possibilidade de construir uma sociedade onde o homem tenha consciência do 
seu papel e da sua importância perante o grupo. 
Santos e Haerter (2004 p. 3) assinalam “a necessidade de 
empreendermos tentativas de rompimento com verdadeiros receituários que 
todos nós professores tínhamos no sentido de educar é assim, conhecimento é 
isso, é preciso cumprir o programa de conteúdos, o que não nos causa 
estranhamento, uma vez que somos frutos de uma maneira bastante específica 
de ser, pensar, sentir e agir no mundo, identificada com a concepção 
cartesiana de conhecimento, que orientou e ainda orienta os conceitos e 
práticas relacionados à gestão e ao ensino na educação”. 
Acredita-se que se existem falhas no sistema educacional a melhor 
maneira de redimensionar o trabalho é assumir o compromisso de fazer do 
trabalho educacional uma meta a ser atingida por todos. Nessa busca 
incessante por uma nova postura de trabalho, o professor possui um papel 
fundamental, por isso, deve recuperar o ânimo, a sede e a vontade de educar e 
fazer do ensino uma ação construtiva. Deve agir como um verdadeiro aprendiz 
na busca pelo conhecimento e fazer desta ferramenta um compromisso social. 
Diante das perspectivas de inovação o supervisor escolar representa 
uma figura de inovação. Aquele profissional que assume o papel fundamental 
de decodificar as necessidades, tanto da administração escolar, a fim de fazer 
com que sejam cumpridas as normas e como facilitador da atividade docente, 
garantindo o sucesso do aprendizado. Contudo, a ação supervisora tornar-se-á 
sem efeito se não for integrada com os demais especialistas em educação 
(GIANCATERINO, 2010). 
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Medina (1997) argumenta que nesse processo, o professor e supervisor 
têm seu objeto próprio de trabalho: o primeiro, o que o aluno produz; e o 
segundo, o que o professor produz. O professor conhece e domina os 
conteúdos lógico-sistematizados do processo de ensinar e aprender; o 
supervisor possui um conhecimento abrangente a respeito das atividades de 
quem ensina e das formas de encaminhá-las, considerando as condições de 
existência dos que aprendem (alunos). 
O que de forma alguma é admissível é manter as velhas políticas de 
submissão, onde toda a estrutura escolar submetia-se aos interesses da classe 
dominante. De certa forma, tem-se a impressão de ser esta uma postura 
radical. No entanto, busca-se uma escola cidadã, onde haja comprometimento 
com o ensino, com a aprendizagem, onde o professor seja valorizado enquanto 
profissional e onde o supervisor consiga desenvolver com eficiência a sua 
função. A nova realidade denota que a função do supervisor educacional 
assume um parecer diferente do que era conceituada na escola tradicional. 
Conforme Freire (1998), a educação libertadora passou a inspirar novos 
conceitos que orientam uma nova sociedadebaseada nos princípios de 
liberdade, de participação e de busca pela autonomia. 
Passerino (1996, p. 39) estabelece alguns conceitos fundamentais da 
educação libertadora, sendo que estes se tornam suporte desta nova 
concepção do supervisor educacional: 
 Práxis via análise do cotidiano: é preciso olhar a realidade presente 
em sala de aula e os conceitos trazidos pela criança para refletir os 
métodos e modo como devem ser trabalhos no espaço escolar; 
 Diálogo inclui conflito: o diálogo representa uma possibilidade de 
desenvolvimento das relações interpessoais de modo a permitir a 
análise e o desocultamento da realidade. Ser dialógico é permitir que 
cada educando exponha seu modo de pensar mesmo que este não seja 
coerente com a sua visão. Todavia para administrar os conflitos que 
podem ser gerados o professor precisa desenvolver uma série de 
dinâmicas em grupo; 
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 Conscientização a partir da dúvida e do questionamento: o 
supervisor deve atuar na dinamização de um clima de análise das 
rotinas da escola para que as mesmas possam ser confrontadas com as 
novas ideias que se almeja desenvolver. Convém destacar que o 
processo de desenvolvimento da consciência é lento e requer uma 
interpretação abrangente do todo; 
 O método dialético supera a visão parcial: a aplicação do método 
dialético proporciona uma visão objetiva de toda a realidade permitindo a 
compreensão entre o velho e o novo. A partir destas o supervisor pode 
encaminhar estratégica concreta para a superação das dificuldades 
encontradas. 
 Participação crítica para a transformação: a escola segundo a visão 
de educação libertadora, colabora para a emancipação humana à 
medida que garante o conhecimento às camadas menos favorecidas da 
sociedade. Assim sendo, o supervisor, deve ser aquela pessoa que 
orienta e estimula a concretização de um projeto transformador sob o 
qual são elaborados esforços coletivos para a obtenção dos êxitos; 
 Pela democracia, chega-se à liberdade: todo e qualquer trabalho 
desenvolvido pelo supervisor deve partir dos conceitos de liberdade e 
democracia, conceitos esses que serão desenvolvidos lentamente para 
que possa se efetivar a condição de mudanças sociais. 
Para Passerino (1996, p. 40), “o trabalho do supervisor educacional deve 
ser orientado pela concepção libertadora de educação, exige um compromisso 
muito amplo, não somente com a comunidade na qual se está trabalhando, 
mas consigo mesmo”. Trata-se de um compromisso político que induz a 
competência profissional e acaba por refletir na ação do educador, em sala de 
aula, as mudanças almejadas. Todavia, a tarefa do supervisor é muito difícil de 
ser realizada, exige participação para a integração em sua complexidade. 
Assim, descreve Gandin (1983, p. 89), esta ação não é fácil, porque: 
1. Exige compromisso pessoal de todos; 
2. Exige abertura de espaços para a participação; 
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3. Há necessidade de crer, de ter fé nas pessoas e nas suas capacidades; 
4. Requer globalidade (não é participação em alguns momentos isolados, 
mas é constante); 
5. Distribuição de autoridade; 
6. Igualdade de oportunidades em tomada de decisões; 
7. Democratização do saber. 
Acredita-se que o Supervisor Escolar tem a possibilidade de transformar 
a escola no exercício de uma função realmente comprometida com uma 
proposta política e não com o cumprimento de um papel alienado assumido. 
Deve antes de tudo, estar envolvido nos movimentos e lutas justas e 
necessárias aos educadores. Semear boas sementes, onde a educação se faz 
presente e acreditar veemente que estas surtirão bons frutos. 
A caracterização da Supervisão precisa ser definida e assumida pelo 
Educador e pelo Supervisor. É uma opção que lhe confere responsabilidade e 
a tranquilidade de poder. O Supervisor Educacional deverá ser capaz de 
desenvolver e criar métodos de análise para detectar a realidade e daí gerar 
estratégias para a ação; deverá ser capaz de desenvolver e adotar esquemas 
conceituais autônomos e não dependentes, diversos de muitos daqueles que 
vem sendo empregados como modelo, pois um modelo de Supervisão não 
serve a todas as realidades. 
O Supervisor possui uma função globalizadora do conhecimento através 
da integração dos diferentes componentes curriculares. Sem esta ação 
integradora, o aluno recebe informações soltas, sem relação uma das outras, 
muitas vezes inócua (GIANCATERINO, 2010). 
Assim, acredita-se que uma das funções específicas do Supervisor 
Escolar é a socialização do saber docente, na medida em que há ela cabe 
estimular a troca de experiências entre os professores, a discussão e a 
sistematização de práticas pedagógicas, função complementada pelos órgãos 
de classe que contribuirá para a construção, não só de uma teoria mais 
compatível à realidade brasileira, mas também do educador coletivo. 
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Lembrando que não cabe ao supervisor impor critérios ou soluções, 
cabe-lhe sem dúvida, ajudar na construção da conscientização necessária da 
luta para uma educação libertadora. 
 
 
 
3 MÉTODOS E PRINCÍPIOS DA SUPERVISÃO ESCOLAR 
 
Realizar Supervisão corresponde a todas as oportunidades de que se 
pode valer o Supervisor para conseguir o objetivo máximo - melhorar a 
situação ensino-aprendizagem, através do aperfeiçoamento do professor. 
Para falarmos da metodologia (decisão e ação) da supervisão, temos 
que nos referir às dimensões da supervisão, que caracterizam a especificidade 
da Supervisão: a pedagógica, a administrativa e a política. 
1. É pedagógica, quando contribui para a melhoria do processo de 
ensino e aprendizagem por meio de ações de planejamento, 
orientação, acompanhamento, execução e avaliação, 
desenvolvidos conjuntamente pelo supervisor e pelo docente. 
2. É administrativa, quando contribui para a viabilização desse 
processo por meio de ações de coordenação e articulação de 
conteúdos e disciplinas que visam à integração entre professores, 
alunos e famílias, considerando-se o contexto político, social e 
econômico. 
3. É política, quando elege e privilegia valores e objetos que 
fundamentam as ações de reflexão, orientação, coordenação, 
acompanhamento e articulação da comunidade escolar, para 
mudanças no processo de ensino e aprendizagem, na escola e na 
sociedade. 
Diante da tentativa de aprofundamento da natureza própria do trabalho 
educativo e seu entrecruzamento com a dinâmica específica do modo 
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capitalista de produção e reprodução da existência, muitos autores sugerem 
que o Pedagogo entre os quais, eles o especialista em Supervisão Escolar, 
abandone a tarefa de fiscalizador e atue como articulador da autonomia 
pedagógica. Com a contribuição dos sociólogos, filósofos e dos cientistas 
políticos e educacionais, verifica-se a necessidade de levar em consideração, 
além das técnicas e métodos, os aspectos de ordem social, política, econômica 
e técnico-administrativa que envolvem alunos e professores (AGUIAR, 1991). 
As Ciências Pedagógicas e Administrativas vêm demonstrando, nas 
últimas décadas, a importância da integração e da articulação entre 
Pedagogos, professores em sala de aula ealunos para o êxito do processo de 
ensino e aprendizagem numa escola cada vez mais complexa, diferente das 
pequenas escolas da década de 1950. 
Com base nesses princípios, um Supervisor que deseja realizar uma 
Supervisão democrática, compartilhada com os professores, precisa considerar 
que a maioria dos professores deseja contribuir efetiva e criativamente para a 
consecução dos objetivos da escola. E, se não o fazem, é em consequência de 
experiências negativas vividas anteriormente, na faculdade ou em escolas em 
que trabalharam. A maioria dos professores é capaz de ter mais iniciativa, 
responsabilidade e criatividade do que exigem ou permitem as atuais 
condições de trabalho nas escolas (AGUIAR, 1991). 
Essa capacidade dos professores representa recursos inesgotáveis quê, 
presentemente, estão sendo desperdiçados. A tarefa do supervisor é criar um 
ambiente no qual os professores possam contribuir, com toda a extensão de 
seu talento, para a consecução dos objetivos da escola; ele deve tentar 
descobrir e revelar os recursos criativos dos professores. Deve permitir e 
encorajar os professores a participarem, não apenas das decisões de rotina, 
mas também de assuntos importantes que dizem respeito às atividades 
pedagógicas da escola. Deve tentar expandir continuamente as áreas sobre as 
quais os professores exerçam autodireção e autocontrole. 
A qualidade das decisões e do desempenho do Supervisor melhora 
quando ele potencializa toda a gama de experiências, discernimento e 
capacidade criativa do corpo docente da escola. Os professores contribuem 
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mais para a consecução dos objetivos da escola, quando ajudam a estabelecê-
los. A satisfação do professor aumenta à medida que o processo pedagógico 
da escola é sentido e articulado também como seu (AGUIAR, 1991). 
A ação do supervisor não se dá diretamente durante o desenrolar do 
processo de ensino e aprendizagem em sala de aula, cuja organização, 
controle e execução deverão estar a cargo exclusivo do professor: acontecem 
durante todo o tempo na complementação da ação docente. O êxito do 
processo educativo, desenvolvido pela escola, vincula-se intrinsecamente à 
existência de uma atividade quê, através da integração e articulação de todos 
os profissionais, propicie a totalização do processo criando condições para que 
todos os profissionais da educação possam, cada um com sua contribuição 
específica, colaborar para o alcance dos objetivos educacionais com os quais 
todos estão comprometidos (AGUIAR, 1991). 
Viabilizar esse caráter totalizador do processo educativo, através da 
ação de integração-articulação, é tarefa de quem tem uma formação 
específica, ou seja, o Pedagogo/Supervisor. O processo de ensino e 
aprendizagem desenvolvido pelo professor, em sala de aula, não obterá o 
sucesso desejado se não contar com a participação de um Supervisor 
competente, sob o ponto de vista político, humano e técnico. 
A competência política identifica a capacidade do supervisor de ver a 
escola, a sociedade e o sistema educacional como um todo. Inclui o 
entendimento e a compreensão de que a escola e todos os que militam são 
interdependentes, não só entre si, mas também em relação à sociedade. 
Pressupõe o entendimento e a compreensão de que a escola com todos que 
dela fazem parte se insere num contexto maior, a sociedade, e implica o 
entendimento de que essa sociedade também é permeada e dependente de 
um sistema político, social e econômico. 
Enfim, a competência política pressupõe que o supervisor conheça e 
compreenda as causas e as consequências de toda essa interdependência em 
seu trabalho com os professores e alunos. 
A competência humana pressupõe a capacidade do supervisor de 
trabalhar eficaz e eficientemente com os professores e demais profissionais da 
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Educação, em base individual e em situações de grupo. Essa competência 
exige considerável compreensão, aceitação, empatia e consideração pelos 
outros. Seu conhecimento básico inclui facilidade para motivar os professores e 
desenvolver atitudes favoráveis ao trabalho educativo; conhecimento e domínio 
da dinâmica de grupo, preocupação permanente com as necessidades 
humanas e o desenvolvimento das pessoas. 
A competência técnica supõe compreensão e proficiência em métodos, 
processos, procedimentos integradas em todas as ações da Supervisão. 
Desenvolvendo tais competências, a metodologia da Supervisão 
(decisão e ação) possibilitará a consecução dos objetivos formulados no 
planejamento do trabalho; a operacionalização, através de técnicas adequadas 
permitirá encontrar a solução para os problemas levantados durante o 
acompanhamento e norteará as correções na avaliação. 
Em princípio, destacam-se na metodologia a observação e a entrevista. 
A observação é o ponto de partida para adequar a teoria das pesquisas 
científicas da Supervisão à realidade do campo de atuação: deve ser 
sistemática, de forma direta ou indireta. A entrevista está incluída na 
observação, diagnosticando problemas de desempenho do professor. 
A metodologia como arte de dirigir o espírito da investigação da verdade, 
no campo da didática integra método e técnica considerando-se método como 
decisão da ação e técnica, a própria ação. Na atuação da Supervisão o método 
enfocará o padrão global do desejo e da implementação do programa e as 
técnicas, comportamentos específicos do supervisor. 
Não existe um único método que seja eficiente para todos professores e 
alunos, ao mesmo tempo e lugares. O método deve ser concebido, aplicado e 
julgado em termos do propósito a ser atingido. Embora um determinado 
método possa não ser satisfatório para alcançar um propósito específico ele 
pode, entretanto, ser um método excelente a ser utilizado em outra situação 
para alcançar um propósito diferente. 
Os métodos podem ser diretos e indiretos: 
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 Indiretos- quando o contato entre os elementos implicados no processo 
não é feito diretamente, mas sim através de dados subjetivos. 
 Diretos- quando estabelecem um contato frontal, direto, entre os 
elementos implicados no processo de Orientação Pedagógica. 
Dentre os métodos indiretos temos: 
1. Conhecer o processo através do professor: de acordo com seu 
curriculum vitae, outras atividades, fichas de controle de presença, seus 
planos de curso, a integração dos planos, pelos objetivos gerais da 
disciplina, pelo modo como divide a disciplina em unidades com lógica, 
pela dosagem das unidades, pela verificação do aproveitamento, pelo 
desenvolvimento de critérios de avaliação, por sua bibliografia básica. 
2. Conhecer o processo através do aluno: análise da vida escolar anterior, 
assiduidade e pontualidade, levantamento - residência, família, atividade 
extra-escola, situação econômico-social, vocação, aptidões, interesses, 
idade cronológica, apreciada em relação à média da classe, horário da 
escola para o aluno e a distribuição das aulas. 
3. Conhecer o processo de acordo com a organização Escolar: Currículos, 
Horários, Administração, Recursos e meios disponíveis — 
principalmente audiovisuais. 
Sobre os métodos diretos, os processos passam pela supervisão clínica 
e o microensino. 
O método do Supervisão Clínica desenvolve-se através de sequências 
de Supervisão (composta de cinco fases) constituído inicialmentede uma 
entrevista de sondagem e preparação para observar uma atividade de ensino 
que tenha objetivos comuns, pelo supervisor e professor. Segue-se uma 
observação da atividade prevista para coletar dados sobre o que foi 
combinado. Realiza-se, após a observação, uma análise dos dados obtidos, 
para levantamento dos padrões e para planejamento da estratégia a ser 
adotada, tendo em vista o aperfeiçoamento da instrução. Após a análise de 
dados organiza-se uma entrevista com propósito específico de supervisão, 
para iniciar o aperfeiçoamento profissional do professor. Ao final, o Supervisor 
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avalia o trabalho clínico e auto analisa a atuação procurando elementos que 
orientam nas futuras sequências de Supervisão. Em síntese, o método da 
Supervisão Clínica envolve: Pré-observação (entrevista); Observação; Análise 
e estratégia; Entrevista (como agir) e Pós-entrevista. 
O Microensino constitui, atualmente, uma das mais promissoras 
inovações na área educacional. Grande número de especialistas e instituições 
tem voltado a sua atenção para o microensino na expectativa de encontrar 
nova e científica dimensão analítica para os problemas de ensino. 
 
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