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Teorias do Crescimento Económico Mestrado de Economia 2004-2005 _______________________________________________________________________________________________________ O modelo de crescimento de Paul Romer de 1990 Trata-se de um modelo de crescimento endógeno de 2ª geração; com efeito, o progresso técnico é endogeneizado, é o output de um sector de actividade privada, do sector de I&D e são os investigadores que trabalham neste sector que têm um poder de monopólio sobre as novas ideias criadas. Representação da Economia A economia está dividida em três sectores: 1. o sector do bem final, 2. o sector dos bens de equipamento e 3. o sector de I&D. Os produtores do sector 1 vendem o seu output num mercado de concorrência pura e perfeita e aprovisionam-se de serviços do trabalho num mercado de concorrência pura e perfeita e dos serviços de uma nova variedade de bens de capital num mercado monopolista. Os produtores do sector 2 produzem bens de capital de diferentes variedades, cada um produz uma única variedade e operam num mercado de concorrência monopolística: há livre entrada de produtores, mas têm um poder de mercado porque cada um tem o exclusivo da produção de uma nova variedade de bens. Para o efeito compram a patente ao sector de I&D. Finalmente, o sector 3 vende as patentes num mercado de monopólio aos produtores do sector 2. Quanto ao mercado de factores, aprovisionam-se dos serviços de trabalho num mercado de concorrência pura e perfeita. Sector 1 - O sector do bem final A função de produção de Dixit-Stiglitz 1 0 ( )Y A Y H L x i diα β α β− −= ∫ (1.1) A mede o conhecimento da sociedade, é um índice da variedade de bens de capital produzidos na economia. O progresso técnico corresponde a um acréscimo de A, a um acréscimo de novas variedades de bens de capital. x(i) é a quantidade de bem de capital da variedade (i) utilizado na produção final. YH H H= + A (1.2) H é a quantidade total de capital humano utilizado na economia, sendo HY a quantidade afectada ao sector 1 e HA a quantidade afectada ao sector de I&D. L representa o trabalho não qualificado. Nesta economia, o trabalho qualificado é apenas utilizado nos sectores 1 e 3 e as quantidades totais de H e L são constantes. Esta função de produção goza de propriedades interessantes. A função de produção é aditiva, tal significa que as produtividades marginais das diferentes variedades de bens de capital são independentes umas das outras. Tal significa que o aparecimento de novas variedades não torna obsoletas variedades mais antigas, ou seja, cada variedade é produtiva independentemente das novas inovações. Analisemos agora o grau de homogeneidade da função relativamente aos seus inputs tomados separadamente ou em conjunto a fim de percebermos melhor a fonte de crescimento sustentável do modelo. Vamos considerar uma situação de equilíbrio em que x(i)=x. Resolvendo o integral e substituindo x(i) por x obtém-se: ______________________________________________________________________________________________________ Adelaide Duarte, Coimbra 2005 1 Teorias do Crescimento Económico Mestrado de Economia 2004-2005 _______________________________________________________________________________________________________ 1 YY H L Axα β α− −= β (1.3) A F.P é homogénea de grau 1 em A: Prove-se que: 1 ( , , , ), com 1 ( , , , ) ( ) 1Y q Y F qA HY L x F qA HY L x H L qA x qY ζ α β α β ζ ζ− − = = = = ⇒ = (1.4) A função de produção apresenta rendimentos constantes à escala em A, tal significa que o produto varia na mesma proporção que A. Se houver uma duplicação da variedade de bens de equipamento, a produção final duplica, ceteris paribus. Esta é a fonte de crescimento sustentável da economia. A F.P é homogénea de grau (1-α−β) em x: 1 1 ( , , , ), com 1 ( , , , ) ( ) 0 1 1Y Y Y q Y F A H L qx F A H L qx H L A qx q Y ζ α β α β α β ζ α β ζ− − − − = = = = ∧ < + < ⇒ < (1.5) A função de produção apresenta rendimentos decrescentes à escala em x, ceteris paribus. A função de produção é homogénea de grau 1 em HY, L e x: (1.6) 1 1 ( , , , ) ( , , , ) ( ) ( ) ( ) 1 Y Y Y q Y F A qH qL qx F A qH qL qx qH L A qx q Y ζ α β α β α β α β ζ− − + + − − = = = ⇒ = ⇒ = A função de produção apresenta rendimentos constantes à escala em HY, L e x, ceteris paribus. A função de produção apresenta rendimentos crescentes à escala em todos os factores de produção: 1 1 1 ( , , , ) ( , , , ) ( ) ( ) ( ) 2 Y Y Y q Y F qA qH qL qx F qA qH qL qx qH qL qA qx q Y ζ α β α β α β α β ζ− − + + + − − = = = Podemos comparar os resultados obtidos com uma função de produção tradicional que comporte bens de capital heterogéneos. 1 1 1 0 ( )Y Y A Y H L x i di Y H L A x α β α β α βα β α β − − − − − −⎡ ⎤= ⎢ ⎥⎣ ⎦ = ∫ (1.7) Como se pode demonstrar facilmente, esta função de produção apresenta rendimentos decrescentes à escala em A, 1-α-β. E apresenta rendimentos constantes à escala em todos os factores. Pelo contrário com a função de produção de Dixit-Stiglitz, a F.P apresenta rendimentos constantes à escala em A e rendimentos crescentes à escala em todos os factores. É o progresso técnico sob a forma de novas variedades de bens de equipamento que são utilizados na produção do bem final que sustentam o crescimento na economia de Paul Romer, note-se que quantidade dos bens de capital não sustenta o crescimento nesta economia. Relembremos que a função de produção do modelo de Romer apresenta rendimentos decrescentes em x. Os produtores dos bens finais são tomadores de preços no mercado do trabalho não qualificado e qualificado (capital humano) e no mercado dos bens de equipamento. No que respeita aos bens de equipamento, o preço da variedade x(i), é igual à sua produtividade marginal: ( ) ( ) (1 ) ( )( )x i x i Y Yp p H L x x i iα β α βδ α βδ − −= ⇔ = − − (1.8) A equação (1.8) representa a curva de procura dirigida ao produtor do bem de capital da variedade (i) que a vai explorar em monopólio. ______________________________________________________________________________________________________ Adelaide Duarte, Coimbra 2005 2 Teorias do Crescimento Económico Mestrado de Economia 2004-2005 _______________________________________________________________________________________________________ O sector 2 dos bens de equipamento Cada produtor produz uma única variedade de bens de equipamento e tem um poder de monopólio sobre o seu output. Vai maximizar os lucros tomando como dados os preços dos outros produtores. Os bens de equipamento produzidos pelos outros produtores são substitutos imperfeitos do bem que produz, trata-se, pois, de um mercado de concorrência monopolística. Seja η o preço relativo dos bens de capital em termos do bem de consumo final, o stock de capital K pode ser avaliado: 0 ( ) com x(i)=x A iK x i d K Ax η η ⎧ ⎫=⎪⎨⎪ ⎪=⎩ ⎭ ∫ ⎪⎬ (1.9) Já sabemos que o produtor do bem de equipamento da variedade (i) tem um poder de monopólio sobre o bem que produz e vai explorar esse poder. Isso significa que vai maximizar os sobrelucros produzindo uma quantidade para a qual o custo marginal e a receita marginal se igualam e vende ao preço associado àquela quantidade de equilíbrio na curva de procura que lhe é dirigida. Função sobrelucros do produtor do bem de equipamento da variedade (i): ( ) ( ) ( )i RT i CT iΠ = − (1.10)Começemos pela análise da recita total RT(i). O produtor daquela variedade de bem de capital, aluga-o ao preço px(i). Não esquecer que este bem tem uma duração infinita. A receita total é o valor actualizado do aluguer do bem de equipamento ao produtor do bem de consumo final. ( )0 ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) rt x i x i RT i p x i e dt x i p RT i r ∞ −= = ∫ (1.11) Quanto mais elevada for a taxa de juro, menor será a receita total. Quanto ao custo total CT(i), há dois elementos a referenciar, o custo de factores medido em unidades de bem do bem de consumo final, ηx(i); e o custo da aquisição da patente, pA que é pago aos inventores desta variedade de bem e que constitui um custo fixo que é pago na data, t=0. Podemos agora definir a função sobrelucros totais actualizados do produtor do bem de equipamento (i): ( )0 0 ( ) ( ) ( )rt x i Ai e x i p dt x iη∞ ∞ −Π = − −∫ ∫ p (1.12) [ ] 0 ' ( ) ( ) ( )( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) x x x A Max i Rm Cm x i p iRT iRm Rm x i x i r x i p i p iRm r r CT iCm Cm x i p x i x i Cm δ δ δ δ δ δ ηδ δ η ∞ Π ⇒ = ⎡ ⎤= ⇒ = ⇒⎢ ⎥⎣ ⎦ ⇒ = + = ⇒ = − ⇒ = ∫ ⇒ (1.13) ______________________________________________________________________________________________________ Adelaide Duarte, Coimbra 2005 3 Teorias do Crescimento Económico Mestrado de Economia 2004-2005 _______________________________________________________________________________________________________ Igualando o 2º membro das duas equações, obtemos: ' ( ) ( ) ' ( ) ( ) ( ) 0 ( )x i x i x i x i p x i p p x i p r r η η+ − = ⇔ + = (1.14) Primeiro vamos deduzir a expressão da primeira derivada de px(i), tendo em conta a função procura que é dirigida ao produtor do bem de equipamento da variedade (i), vidé (1.8): ' ( ) ' 1 ( ) ' 1 ( ) ( ) (1 )( ) ( ) (1 ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Y Y x i x i x i x i p H L x i 1p H L x i x i p p x i α β α β α β α β α β α β α β α β α β − − − − − = − − − − = − − − − = − − − (1.15) Substituindo (1.15) em (1.14), obtemos: ( ) ( ) ( )( ) 0 1 eq x i x i x i rp p r p ηα β η α β− − + − = ⇒ = − − (1.16) Falta deduzir a expressão de x(i) de equilíbrio: ( ) 1 1 ( ) 1 (1 ) (1 ) ( ) ( ) (1 ) ( ) ( ) (1 ) ( ) Y Y Y x i eq p r H L x i r rx i H L x i rx i H L x i α β α β α β α β α β α β α β α β α β η α β η η α β η α β − − − +−− + + − + − − = − − = ⎡ ⎤⎡ ⎤ = ⎢⎣ ⎦ − −⎢ ⎥⎣ ⎦ ⎡ ⎤= ⎢ ⎥− −⎢ ⎥⎣ ⎦ ⎥ (1.17) Sector 3 de I&D – Já sabemos que este sector produz novas ideias sob a forma de designs de novas variedades de bens de capital. O sector utiliza como input oneroso capital humano e como input não oneroso o stock de conhecimentos disponíveis, A, esta hipótese justifica-se porque se está a pressupor que as patentes antigas contêm informação que é disponibilizada a qualquer um. (1.18) AA Hδ • = A Analisemos aquela função de produção. O crescimento das variedades de bens de equipamento é proporcional ao capital humano empregue no sector de I&D. Quanto mais capital humano for afecto a este sector, maior será o progresso técnico. A A H A δ • = (1.19) A produtividade marginal do capital humano é crescente no sector de I&D. ( ) ( ) ( ) 0 0 A A A H H H pm A t dpm dA t dt dt dpmdA t dt dt δ δ = = > ⇒ > (1.20) Se tivermos em conta que nesta economia, o capital humano não se acumula (o capital humano total é constante), o capital humano no presente é mais produtivo que o mesmo capital humano no passado porque o stock de conhecimentos hoje disponível é superior ao do passado. ______________________________________________________________________________________________________ Adelaide Duarte, Coimbra 2005 4 Teorias do Crescimento Económico Mestrado de Economia 2004-2005 _______________________________________________________________________________________________________ A função sobrelucros neste sector é a diferença entre o valor das patentes vendidas e os salários pagos aos investigadores. (por simplificação considera-se que apenas se utiliza neste sector o factor oneroso capital humano). (1.21) &I D A AA p wH •Π = − Os inputs do sector de I&D são comprados num mercado de concorrência pura e perfeita. O mercado de patentes é um mercado de monopólio. Os investigadores vendem as patentes a um preço tal que se apropriam integralmente dos lucros (actualizados) dos produtores de bens de equipamento. 0xK A xp x p r r x r η η Π = − − = (1 ) rα β− − ( ) ( )0 1 eq eq A A x xpx p p r α β η α βη α β + +− − = ⇒ = =− − (1.22) Análise de (1.22): o preço de equilíbrio das patentes é determinado pelos investigadores de tal forma que o sobrelucro do sector dos bens de equipamento é apropriado integralmente pelo sector de I&D. Quanto mais elevado for a taxa de juro menos elevado será o lucro actualizado do sector 2 e portanto menos será o preço das patentes. Crescimento de equilíbrio: De acordo com a função de produção do bem final, a taxa de crescimento do output final é igual à taxa de crescimento das novas ideias. Y A Y A • • = (1.23) Por outro lado, a taxa de crescimento do stock de capital físico é igual à taxa de crescimento das novas ideias, vidé (1.9). , porque K= AxK A K A η • • = (1.24) A taxa de crescimento do stock de capital físico é igual à taxa de crescimento do consumo. , porque = constante constanteC K K Y C Y C C K K K K K K • • • = − ∧ = ⇒ = (1.25) Finalmente podemos escrever: , A Y C K A H Y C K A γ • • • • = = = = = δ A (1.26) Analisemos esta última fórmula, a taxa de crescimento de equilíbrio de longo-prazo é tanto mais elevada quanto mais elevado for o número de investigadores no sector de I&D. Vamos agora deduzir a expressão que nos dá o capital humano de equilíbrio do sector do bem final. Igualemos as produtividades marginais do capital humano do sector do bem de consumo final e do sector de I&D. 1 1YH L Ax p A α β α βα δ− − − = (1.27) Substituindo x e pA pelas expressões respectivas, obtemos: ______________________________________________________________________________________________________ Adelaide Duarte, Coimbra 2005 5 Teorias do Crescimento Económico Mestrado de Economia 2004-2005 _______________________________________________________________________________________________________ 1 1 A Y A p A H L Ax p A α β α βδ α δ − − −= YH αα= 1 Lβ− A 2(1 ) Y r H α η α β− − Lβ 1 ( ) α β α β α β η − −− +⎡ ⎤⎢ ⎥⎢ ⎥⎣ ⎦ + x 1 α β− − 1 YH ηδ α −= 2(1 ) r α β− − 1− ⎡ ⎤⎢ ⎥⎢ ⎥⎣ ⎦ ( )(1 )Y rH α β α β α δ α β α β + + + = + − − (1.28) Analisemos a última fórmula. Quanto mais elevada for a taxa de juro, menor será a afectação de capital humano ao sector de I&D e porquê porque menores serão os lucros deste sector porque o preço das patentes depende dos lucros actualizados do sector de bens de equipamento, os quais serão tanto mais baixos quanto mais elevada for a taxa de juro. Podemos exprimir a taxa de crescimento de equilíbriode SSG em função do capital humano de equilíbrio no sector de I&D, para tal substituiu-se (1.28) em (1.26). (1.29) ( ) (1 )( ) = (1 )( ) A Y rH H H H com rαγ δ δ δα β α β αλ α β α β = = − = = −− − + − − + λ A expressão da taxa de equilíbrio de longo-prazo que deduzimos resulta das condições de equilíbrio do produtor, o equilíbrio na economia pressupõe a realização conjunta dos equilíbrio do produtor e do consumidor. Equilíbrio do consumidor A função de utilidade intertemporal dos consumidores é a seguinte: 1- 0 c( ) com u(c)= 1- tu c e dt σ ρ σ ∞ −∫ (1.30) Da maximização da utilidade intertemporal dos consumidores, obtemos a expressão da taxa de crescimento óptima do consumo per capita1. c r c ρ σ • −= (1.31) Em equilíbrio de SSG, a taxa de juro é constante, vidé (1.31). Tendo em conta (1.29) e (1.31), podemos deduzir a expressão da taxa de juro de equilíbrio. 1 eq r H r Hr ρ δ λσ ρ σδ σλ − = − += + (1.32) E substitu indo a taxa de juro de equilíbrio pela sua expressão em (1.31), obtemos a expressão da taxa de crescimento de equilíbrio de SSG. 1 Ver dedução em Anexo1. ______________________________________________________________________________________________________ Adelaide Duarte, Coimbra 2005 6 Teorias do Crescimento Económico Mestrado de Economia 2004-2005 _______________________________________________________________________________________________________ 1 1 1 eq H Hρ σδ δ λργ ρσ σλ λσ +⎡ ⎤ ⎡= − =⎢ ⎥ ⎢+ +⎣ ⎦ ⎣ − ⎤⎥⎦ (1.33) Análise da expressão – A taxa de crescimento de SSG depende dos parâmetros ρ, σ, λ (α e β), δ e de H. ρ, σ: − Quanto menores forem os valores dos parâmetros (ρ, σ), menos impacientes são os consumidores relativamente ao consumo presente, e menor será a taxa de juro de equilíbrio. Quanto mais baixa for a taxa de juro de equilíbrio mais elevado será o aluguer dos bens de equipamento aos produtores do sector do bem final e mais elevado será o preço das patentes, há assim incentivo a uma maior produção de novas ideias, havendo uma reafectação de trabalho do sector 1 para o sector 3. δ: Quanto mais elevada for a produtividade do capital humano no sector de I&D, mais elevada será a taxa de crescimento de SSG. H: Quanto mais elevado for o capital humano na economia, mais elevada será a taxa de crescimento da economia porque maior será a afectação de capital humano ao sector de I&D. Trata-se de um efeito de escala presente neste modelo, no entanto, ele não é confirmado empiricamente. Até aqui estudámos o equilíbrio de SSG da economia com as características da economia do modelo de Paul Romer de 1990. O equilíbrio de SSG é um equilíbrio descentralizado que resulta das decisões individuais e independentes de produtores e consumidores. Se quisermos utilizar este modelo para predições de política económica é necessário abordar a questão da diferença entre equilíbrio privado e equilíbrio social. Com efeito, na economia descrita existem falhas de mercado resultando um equilíbrio privado que não é óptimo. Depois de identificar as falhas de mercado, deduzimos a expressão da taxa de crescimento óptima e finalmente analisamos instrumentos de política económica que poderão ajudar a repor o equilíbrio óptimo. As falhas de mercado da economia de Paul Romer (1990): Como resultado das falhas de mercado presentes na economia, nem a quantidade de capital humano afecto ao sector de I&D nem a taxa de crescimento são tão elevadas como deveriam ser para a situação de óptimo seja atingida. Quais são as falhas de mercado? Externalidade positiva resultante da inovação corrente [φ=1] - As novas ideias actualmente criadas serão apropriadas, no futuro, a título não oneroso pelos investigadores do sector de I&D. O preço das patentes não internaliza a externalidade positiva da investigação corrente relativamente à investigação futura. Por essa razão, o preço das patentes inferior ao seu valor óptimo, a produção de novas ideias é inferior à quantidade óptima. Monopólio [xeq<xop] – A quantidade de bens de equipamento produzidos é inferior à quantidade óptima porque se trata de mercado de concorrência monopolística. Cada produtor encontra-se em situação de monopólio (relativo) em relação ao seu output. Assim vende a um preço superior ao custo marginal e os sobrelucros totais são apropriados pelos investigadores. ______________________________________________________________________________________________________ Adelaide Duarte, Coimbra 2005 7 Teorias do Crescimento Económico Mestrado de Economia 2004-2005 _______________________________________________________________________________________________________ (px/r) (peq/r)= η/(1−α−β) CM(pAeq) Lucro captado pelo sector de I&D Cm=η D Rm xeq xop ( ) * ( ) ( ) 1 A A eq CT x p x pCM x x pCm x r η η ηη α β = + = + = < = − − (1.34) Crescimento óptimo As predições de política económica supõem o estudo do equilíbrio óptimo porque como já sabemos estamos em presença de um modelo que apresenta falhas de mercado. A resolução do modelo para obtenção da solução centralizada levou aos seguintes resultados: e podemos obter as expressões da quantidade óptima de capital humano afecto ao sector de I&D. ( ) ( ) op A HH α β δ αρδ β ασ + − += (1.35) ( ) ; com = 1 + opt H Hα β δ αρ β ασ δ θρ αγ θθσ θ α + − + β −= = + − (1.36) que se forem comparadas com as soluções de equilíbrio descentralizado, mostram que a solução descentralizada é sub-óptima: a taxa de crescimento é menos elevada assim como a quantidade de capital humano afecto ao sector de I&D. A solução é o subsidiar o preço dos bens de equipamento através de um imposto não distorcionário e a investigação. ______________________________________________________________________________________________________ Adelaide Duarte, Coimbra 2005 8 Teorias do Crescimento Económico Mestrado de Economia 2004-2005 _______________________________________________________________________________________________________ Anexo 1 - Determinação da taxa de crescimento de SSG: (1.37) ( ) 0 -(r-n) max ( ) [ ( )] . : ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) com (0) 0 a( )e 0 n tU t e u c t dt s a w t r t a t c t na t a t a ρ∞ − − • ∞ = + = + + > ∞ ≥ ∫ Seja v(t) o preço implícito actualizado dos activos em termos de unidades de utils. (1.38) ( )( ) ( ) n tv t t e ρλ − −= Formemos o Hamiltoniano (H): ( ) ( ) ( ) [ ( )] ( )[ ( ) ( ) ( ) ( ) ( )] Condições de 1ºordem: 1) 0 ( ) '[ ( )] 2) ( ) ( ) ( ) ( ) 3) ( ) ( ) 0 (0) (0) 0lim lim n t n t n t zt t t u c t v t w t r n a t c t a t v t u c t vv r n v t r n v t v t a t v a e e z r n H e H e c v H t a ρ ρ ρ δ δ δ δ δ δ •− − − − • • − − →∞ →∞ + + − − + = ⇒ = = − ⇒ = − − ⇒ − = − = ⇔ = ⇒ < − = (1.39) A partir da cond. 1 deduzimos a expressão da taxa de crescimento do preço implícito actualizados dos activos. { }( ) ( ) ( ) ( ) [ ( )] '[ ( )] ''[ ( )] ( ) '[ ( )] ''[ ( )] n t n t n t n t d v t d u c t dt dtv u c t c n u c t v u c t c v e e e e ρ ρ ρ ρ ρ − − • • − − − − • • − − = = − − = ( )'[ ( )] n tu c t e ρ− − '[ ( )] ( ) u c t nρ− − ( )n te ρ− − '[ ( )]u c t ( )n te ρ− − ''[ ( )] ( ) '[ ( )] v u c t c c n v u c t c ρ • •⎧ ⎫− = − + −⎨ ⎬⎩ ⎭ (1.40) Igualando o segundo membro desta última equação ao 2º membro de 2) e resolvendo em ordem à taxa de crescimento do consumo, obtemos. '[ ( )] ( ) ''[ ( )] c r r u c t c tc u c t ρ ρ σ • −= = − − (1.41) A equação (1.41) dá-nos a fórmula da taxa de crescimento do consumo per capita. Anexo 2 - Solução de crescimento óptimo do modelo de crescimento de Paul Romer (1990) Função de Produção dos Decisores Públicos ______________________________________________________________________________________________________ Adelaide Duarte, Coimbra 2005 9 Teorias do Crescimento Económico Mestrado de Economia 2004-2005 _______________________________________________________________________________________________________ 1 YY H L Ax Kcom x A α β α η β− −= = (1.42) Substituindo x pela sua expressão obtemos. 1 Y KY H A L A α β α α β β η − −⎛ ⎞= ⎜ ⎟⎝ ⎠ (1.43) O problema de maximização intertemporal do consumo equaciona-se da seguinte forma. , 0 1 1 ( ) 1 1 . : ( ) (0) 0 A(0) >0 A t C H Y A A A C te dt s a H H H A H A K H H L A K C K ρ α β α β α β α β σ δ η ∞ − • • + − − + − − − + = = = − − > ∧ ∫ (1.44) Note-se que as variáveis de controlo são C e HA e as variáveis de estado são K e A. Escreva-se o Hamiltoniano. 1 1 1 2 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 2 ( ) 1 [( ) ] ( ) 1 Conds. de 1ª ordem: 1) 0 2) 0 [( ) 0 3) (1 ) ( ) 4) t A A A A A C te v H H L A K C v H A C C v H H L A K v A H v v H H L A K v K v A ρ α β α β α β α β σ α β α β α β α β α β α β α β α β η δσ δ λδ δ α η δδ δ α β ηδ δ δ − + − − + − − − + − − + − • •+ − − + − • −Η = + − − +− Η = ⇒ = Η = ⇒ − − + = Η− = ⇒ − − − − = Η− = 1 1 11 2( ) [( )A Av H H L A K v H vα β α β α β α βα β η δ •+ − − − + −⇒ − + − − = 2 2 (1.45) A partir da condição 2) obtemos. 1 1 11 ( )AH H L A K A α β α β α β α βλ α η− + − − + −− λ δ= (1.46) Derivando em ordem ao tempo e tomando e tomando H e L constantes, obtemos. 1 1 1 1 2 1 1 2 1 2 1 2 ( ) ( ) (1 ) (1 ) (1 ) AH H L A K A A K A K K A K A α β α β α β α β 2 A A λ α η λ α β α βλ λ λ λα β α βλ λ − + − − + − • •• • • •• • − = + + + − − = + + − − = + − + λ δ λ • (1.47) Em equilíbrio de SSG, as taxas de crescimento de K e A são iguais, o que implica que as taxas de crescimento dos preços implícitos sejam também iguais. 1 1 2 . (1.44) e K Aeq K A 2λ λ λ λ • •• • = ⇒ = (1.48) ______________________________________________________________________________________________________ Adelaide Duarte, Coimbra 2005 10 Teorias do Crescimento Económico Mestrado de Economia 2004-2005 _______________________________________________________________________________________________________ Resolva-se a condição 2) em ordem a (v1/v2), e obtemos. 1 1 1 2 2 '') [( )A v A v H H L A Kα β α β α β α β 1 δ α η− + − − + −= − (1.49) Resolva-se a condição 3) em ordem ao simétrico da taxa de crescimento de v1. 11 1 (1 )( )A v H H L A K v α β α β α β α βα β η • + − − + −− = − − − (1.50) Resolva-se a condição 4) em ordem ao simétrico da taxa de crescimento de v2. 1 1 12 1 2 2 ( )( )A A v v H H L A K H v v α β α β α β α βα β η δ • + − − − + −− = + − − (1.51) Substituindo (v1/v2) pela sua expressão obtém-se. 2 2 v A v δ • − = ( )AH H αα − 1 Lβ− Aα β+ 1K α β− − 1α βη + − ( ) ( )AH H αα β+ − Lβ A α β+ 1− 1K α β− − 1α βη + − 2 2 2 2 2 2 2 2 ( )( ) Como , obtemos: ( )( ) A A A A A H v H H H v v v H H H δ δ α β δα λ ρλ λ δ α β δ ρλ α • • • • − + −− = − = − + −− = − − (1.52) A condição 1 implica que: 1 1 c c λ σλ • • = − (1.53) Sabendo que em equilíbrio de SSG, a taxa de crescimento de equilíbrio é igual à taxa de crescimento do consumo, e substituindo a taxa de crescimento do preço implícito do stock de capital, obtemos a seguinte equação. 2 2 ( )( )A A H H H δ α β δ ρα λ λ • + − − −= (1.54) e podemos obter as expressões da quantidade óptima de capital humano afecto ao sector de I&D. ( ) ( ) op A HH α β δ αρδ β ασ + − += (1.55) E obtém-se a taxa de crescimento óptima. ( ) ; com = 1 + opt H Hα β δ αρ β ασ δ θρ αγ θθσ θ α + − + β −= = + − (1.56) ______________________________________________________________________________________________________ Adelaide Duarte, Coimbra 2005 11 O sector 2 dos bens de equipamento Crescimento de equilíbrio:
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