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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA – PUC-RIO
THAYSSA GODINHO CAMPOS
METODOLOGIA DA PESQUISA
Trabalho da G1
Rio de Janeiro
2014
 1. Analise os dois primeiros capítulos do livro “Um discurso sobre as ciências”, de Boaventura de Sousa Santos, sob a perspectiva que o autor apresenta no início do livro de que se está vivendo um período de transição.
Os dois primeiros capítulos do livro do Boaventura apresentam uma visão de que estamos um período de transação que pode ser interpretado como ambíguo e complexo. Assim, ele observa que “O paradigma dominante” que se refere ao modelo de pensamento iniciado a partir do século XVI e consolidado no século XIX, desejava buscar uma única forma de se atingir o conhecimento verdadeiro, aquele decorrente da aplicação de seus próprios princípios epistemológicos e de suas regras metodológicas.
Usava-se a matemática para se chegar a um conhecimento mais profundo e rigoroso da natureza. O fundamento do determinismo mecanicista que irá sustentar a ciência moderna com a ideia de um mundo descoberto pela decomposição dos elementos que o constitui tem como fundamento promover a previsibilidade dos fenômenos naturais por meio da descoberta das leis da natureza.
Por se tratar de um modelo padrão de pensamento da época, a ciência moderna por intermédio de pensadores como Bacon, Vico e Montesquieu não demorou a adentrar o campo do comportamento social. Como afirma o autor, “tal como foi possível descobrir as leis da natureza, seria igualmente possível descobrir as leis da sociedade”. 
Em meados do século XIX uma emergência das ciências sociais, as quais se observam visões distintas sobre o modelo mecanicistas, onde o primeiro aplicava os princípios epistemológicos e metodológicos do estado da natureza, e o segundo estabelecia um pensamento próprio para as ciências sociais, com base na “especificidade do ser humano e sua distinção polar em relação à natureza” . A segunda corrente já seria um sinal da crise do modelo até então hegemônico.[1: SANTOS, 2010, p.18][2: Ibidem, p. 34]
Boaventura de Souza procura prever o futuro das ciências por uma abordagem teórica onde, as ciências exatas podem se comunicar com as sociais, mostrando assim que a diferença entre essas duas não tem grandes significados para o paradigma emergente da ciência pós-moderna.
Segundo Boaventura, esse paradigma até então dominante vinha sendo criticado e substituído por uma concepção oposta, marcada pela imprevisibilidade e irreversibilidade. A crise dele é marcada pela mecânica quântica que inviabiliza o determinismo mecanicista, já que a mesma demonstra que não se pode medir um objeto sem interferir nele, as leis da física então se tratam de probabilidades, mostrando que assim como o ser humano, a natureza não é estática e que o estudo científico sobre ela não é necessariamente verdadeiro.
 Inicia-se então uma discussão sobre o rigor científico. Ao se estabelecer as leis, não se levaria em conta as características imprevisíveis da natureza. A simplicidade da lei pode ser vista como uma simplificação arbitraria, pois se deixa de observar conhecimentos da natureza possivelmente mais importantes.
Os fenômenos sociais começam então a ter um papel de destaque na nova interpretação das ciências naturais. Esses fenômenos nem sequer eram entendidos como uma ciência, e mesmo se entendidos, sempre eram feitos na perspectiva daquela ideia mecanicista.  Pode-se citar o conceito de causalidade apresentado por Boaventura onde essa nova circunstância pode ser observada, pois “conceito de causalidade adequa-se bem a uma ciência que visa intervir no real e que mede o seu êxito pelo âmbito dessa intervenção” , já que a “causa é tudo aquilo sobre que se pode agir” . [3: SANTOS, 2010, p. 71][4: SANTOS, loc. cit. ]
  
   
 2. Analise o texto enviado pela professora, Positivismo Jurídico e a Ciência do Direito, como a experiência jurídica de inserção das Ciências Sociais no modelo cientificista do século XIX, citado por Boaventura de Sousa Santos.
 Antes da Revolução Francesa que ocorreu no século XVIII, o jusnaturalismo era visto como uma criação filosófica, e o positivismo como um direito do governante, o rei. Já no início do processo revolucionário, o jusnaturalismo deixou de ser suficiente, pois não garantia os chamados direitos naturais, estava no plano do pensamento, assim, não atuavam na realidade, pois os mesmos não constavam em um ordenamento. Pensadores iluministas como Montesquieu e Beccaria começaram então a exaltar a lei posta, positivada, que teria capacidade de garantir os direitos naturais e a expressão de soberania do Estado. Com o enfraquecimento deste jusnaturalismo, deram-se os primeiros passos para a concretização do positivismo jurídico, o que é encontrado no texto “O Positivismo Jurídico e a Ciência do Direito” e também naquele escrito por Boaventura: “Um discurso sobre as ciências”.
 O constitucionalismo moderno ressaltava a ideia de exaltação da lei, por meio da positivação dos direitos naturais, acredita-se que a constituição e os códigos, juntamente ao “ao ideal burguês de representação legislativa” , eram colocadas como base para segurança jurídica, como expressão da soberania do Estado.[5: DUARTE, Leila Menezes. O positivismo jurídico e a ciência do direito, p. 2. (Texto digitado)]
Assim, como disse Norberto Bobbio em sua obra, não se via outro direito senão este, ao passar do direito racional para o Código Napoleônico. O paradigma dominante é colocado no direito pelo juspositivismo que não aceita um julgamento sem fundamentação em lei. Há a redução do papel do juiz, o que foi observado por Chaim Perelman, por ser uma mera aplicação da lei, esse papel pode ser interpretado como um determinismo mecanicista, “um silogismo, em que a premissa maior era a lei, a menor, o fato concreto em julgamento, e a conclusão do juiz, a absolvição ou condenação do réu” .  O poder do juiz passou a ser o de aplicar o texto da lei às particularidades, sem poder se recusar a julgar por falta de norma, pois se o fizesse, seria punido.[6: Ibidem, p. 1]
Estudiosos cada vez mais verão a ciência do direito de forma a se igualar com as ciências naturais. A Escola da Exegese é conhecida como a primeira a identificar direito à lei e foi também a responsável pelas ideias de completude e coerência, essas que são conhecidas como bases do positivismo jurídico. Assim, o direito passa a assumir cada vez mais um papel objetivo, possível com a separação do mesmo com o caráter político que possuía.
 Boaventura com a sua lógica cientificista dizia que o mundo é complexo e a mente humana é incapaz de compreendê-lo em sua completude. Então, ele afirma assentar na redução da complexidade com as características deste método.
 Kelsen, maior representante deste ideal positivista elabora a “teoria pura do direito”. O mesmo tem em mente o modelo da ciência da natureza, onde os fatos naturais são determinados pelo principio da causalidade, onde a vontade humana não é o agente causador, mas possui sim uma relação de causa e efeito. Para ele, o “princípio da imputação” no qual um fato é a condição de outro e eles se relacionam pela vontade humana difere daquele, pois possui essa consequência atribuída pelo homem. Assim, tal princípio rege a produção normativa por competência e delegação de competência: uma norma é válida se estiver em conformidade com outra, geralmente, hierarquicamente superior.  As ações humanas são normativamente notificadas transformadas pelos fatos que se relacionam pela vontade humana, os fatos encontram sua razão de ser nas normas que os vinculam. Do mesmo modo que não seriam verdadeiras as leis da natureza que foram fundamentadas sobre a ausência de imprevisibilidade, a ciência do direito produziria um conhecimento duvidoso por ignorar fatores sociais importantes na redução dos fatos em leis e na simplificação das relações humanas pela racionalidade e objetivação.
Sendo assim, começa-se a ser exigidoda ciência do direito uma metodologia diferente daquelas das ciências naturais a partir da década de 1960. O paradigma da ciência do direito então entrou em uma crise, mesmo tendo o próprio Kelsen afirmado que o direito não se separa da política, mas a ciência do direito deve se separar dela para se valer como ciência e se equiparar às ciências naturais. Até meados do século XX, a doutrina do Positivismo Jurídico tornou-se o paradigma dominante em todo o ocidente. Porém, pouco depois desse tempo começou a sofrer inúmeras criticas, não resistindo a elas, o que culminou na crise do paradigma.
Referências:
SANTOS, Boaventura de Souza. Um Discurso sobre as ciências. 5º edição – Cortez Editora, 2008
DUARTE, Leila Menezes. O positivismo jurídico e a ciência do direito. (Texto digitado)

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