Buscar

Arras: Garantia Contratual

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Arras
Popularmente conhecidas como sinal, às arras são muito mais próximas do contrato do que das obrigações. Foi trazida para a parte de obrigações no CC de 2002 por ser muito semelhante a clausula penal.
As arras também servem para fixar as P.D., forma de contratualmente definir o que vai acontecer no caso do inadimplemento da obrigação principal, mas diferente da C.P que é uma estrutura obrigacional. As arras são uma estrutura real, um negócio real.
NJ real efeitos dos direitos reais
Nas arras eu não prometo, prevejo uma obrigação no caso de inadimplemento, eu já entrego uma coisa como garantia para o caso de inadimplemento. 
As arras são um bem jurídico dado no momento da celebração do contrato e que vai servir para proteger as partes no caso de uma inexecução do contrato, a entrega de um bem no momento de execução do contrato para garantia da execução. 
Existem 2 arras bastantes diferentes: 
Confirmatórias
É a regra. No silencio das partes, ou seja, se tiver arras no contrato, são confirmatórias, é o padrão. 
Símbolo da confirmação, da seriedade das partes por aquele contrato, ou seja, estou te dando algo para mostrar que realmente esse contrato é para valer, eu pretendo cumprir esse contrato. Ao fazer isso, ela pré-determina o que vai acontecer com ela mesma e com a outra parte, caso haja o inadimplemento. 
Muito comuns em compra e venda de imóvel, pois no momento entre a hora que o comprador diz que vai comprar e aceita o preço, até o momento de alterar o nome no registro. O prejuízo possível é muito grande. 
Ex.: Se eu já fiz escritura pública e etc., e gastei um dinheiro para só daqui a um mês passar o nome para o registro, e uma das partes desiste nesse mês, a outra sofrera um grande prejuízo. O comprador deixou de olhar outros imóveis, gastou dinheiro com advogado, e o vendedor deixou de mostrar o apartamento. 
Para essa garantia, existem as arras. Garantia de que as partes vão cumprir. Há então alguns efeitos possíveis para cada momento. 
Execução (417) – devolve a computa
Melhor e mais esperado. Depois que se executa a obrigação, as partes cumprem seus lados as arras são devolvidas. Teoricamente, se você cumpriu, as arras serão devolvidas. Como normalmente a garantia é dinheiro e o pagamento é feito em dinheiro, não faz sentido eu te devolver os 10.000 das arras e você me pagar os 100.000 devidos do preço. Você então me paga 90.000 e eu computo os 10.000 do preço. 
** O padrão é: as arras dadas serão devolvidas, mas sendo da mesma espécie da obrigação principal, serão computadas com o principio de pagamento, vai ser descontado e pagar o restante.
Quem dá as arras pode ser o credor e o devedor, mas na pratica é o devedor.
Não se fala credor/devedor e sim quem dá as arras e o que recebe as arras.
Se as arras forem de um gênero diferente do pagamento, eu tenho que restituir o que deu.
Ex: Se as arras forem uma moto, e nesse tempo eu usei e quebrei a moto, a coisa foi deteriorada por negligencia, eu tenho que dar se quiser a moto e etc.
Inexecução 
Sem culpa devolve as arras
Devolve as arras, simplesmente.
Ex: enchente na casa, não houve culpa, devolve as arras.
Com culpa (418/419)
De quem deu as arras
Ex.: o comprador do imóvel dá as arras e foge, não aparece mais. 
Quando prefixo um valor das arras, esse valor já seria do prejuízo do devedor, é como se o prejuízo que seria sofrido, fosse exatamente o valor das arras.
 As arras são perdidas em favor de quem recebeu, ele pode reter as arras como forma de indenização pelos prejuízos sofridos. 
DIFERENÇA C.P E ARRAS:
Na C.P. o sujeito ia pagar aquele valor fixado em caso de inadimplemento, aqui não, ele já pagou adiantado e perde esse valor. Funciona como se esses 10.000 das arras fossem o valor do prejuízo (IPTU, possíveis compradores perdidos, cond.), eu nem sequer preciso provar que meu prejuízo foi de 10.000. Se for menor, ainda assim eu vou reter os seus 10.000. Essa é a diferença, porque nas arras eu pago ANTES.
Se meus prejuízos foram de mais de 10.000 (valor das arras), na C.P. eu posso provar que meu prejuízo foi maior do que o recebido. Nas arras à principio não, a indenização já foi pré-fixada, na C.P. você pode colocar (clausulas especiais) que o valor dessa C.P. seria um teto, o mínimo. Se você colocou que as arras foi de 10.000, mas se o vendedor conseguir provar que o prejuízo foi de 12.000, em regra ele pode pedir a suplementação, o que falta para cobrir o prejuízo. 
Perde as arras + P.D. suplementar + execução do contrato ou resolução
As arras não se distinguem entre compensatórias e moratórias, pode-se sempre exigir a prestação inteira, mais as arras. Ou seja, ele paga a prestação principal + a casa. Ou eu cobro os 100.000 e não dou a casa. 
Ex: ele pagou as arras no dia combinado para receber a casa e pagar os 90.000 que falta, ele não aparece, o credor pode reter as arras, cobrar P.D. suplementar se provar que o prejuízo foi maior e exigir que ele compre a casa e pague os 100.000 (execução forçada). As arras seriam a mora, e a P.D. suplementar o prejuízo pelo inadimplemento absoluto.
Ou eu pego a mora, as arras + P.D. suplementar e resolvo o contrato, não entrego a casa.
De quem recebeu as arras
Devolve as arras + E.Q. + P.D. suplementar + execução ou resolução do contrato 
Devolve em dobro: os seus 10.000 (arras) + 10.000 (indenização)
Sobre o valor das arras contam os juros, att. Monetária, honorários. Como forma de estimulo para devolução das aeeas. 
Arras penitenciais (420)
É a exceção, só se configura quando no contrato aparece expressamente ou por força de lei. 
 Direito de arrependimento
Figura incomum mas que dá as vezes acontece, é o D. potestativo de extinguir unilateralmente o contrato, ou por força de lei. 
Ex.:
Consumidor compra algo pela internet, ele tem 7 dias para desistir da compra, a lei garante esse direito de arrependimento.
Futuro comprador pede 5 dias para ver se vai comprar o imóvel, o vendedor se sujeito por um valor x, se o comprador desistir não se configura inadimplemento, não podendo cobrar juros, P.D., e etc. Não pode falar em culpa nem em obrigar a pessoa ou resolver.
Para serem arras, deve-se dizer que eu cobro os 10.000 de arras, se você for comprar, eu devolvo o dinheiro, se desistir, eu retenho o valor, não por inadimplemento, mas um preço que vai ser cobrado pela sua desistência. 
DIFERENÇA CONFIRMATÓRIAS E PENITENCIAIS 
Confirmatórias – P.D suplementar, execução forçada.
Penitenciais – Não teriam P.D. nem execução forçada, pois há direito de desistir (somente retém as arras ou paga em dobro).

Outros materiais