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Fisiologia da Tireóide

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TIREÓIDE
Anatomia: Composta por um lobo direito, lobo esquerdo e istmo (que conecta os dois).
Drenagem: Veias tireóideas superior, média e inferior.
Inervação: Nervos simpáticos cervicais e nervo vago.
Irrigação: Artérias tireóideas superiores (ramos da carótida externa) e artérias tireóideas inferiores (ramos do tronco tireocervical).
A glândula é constituída por folículos tireóideos, circundados por uma camada única de células epiteliais, os tireócitos. Ela também possui as células parafoliculares (células C) que são as responsáveis pela síntese de calcitonina.
A tireóide produz e secreta o pró-hormônio T4 (90%) e o hormônio ativo T3 (10%), além de uma forma inativa, o T3 reverso (menos de 1%).
Como o T4 é liberado em maior quantidade, a tireóide libera grande quantidade para a conversão periférica, pela ação das desiodases específicas para tironina (convertem T4 em T3), sendo a principal delas a desiodase tipo 1. Paradoxalmente, os níveis dessa enzima são aumentados no hipertireoidismo e contribuem para os elevados níveis de T3 circulante nessa doença.
O cérebro, por sua vez, mantém altos níveis intracelulares de T3 pela ação da enzima desiodase tipo 2, expressa pelas células da glia do SNC.
A desiodase tipo 2 também está presente na nos tireotrofos da hipófise atuando como um “sensor do eixo tireóideo” que medeia a capacidade do T4 circulante de diminuir a secreção do TSH.
A expressão da desiodase tipo 2 está aumentada no hipotireoidismo o que auxilia a manter os níveis de T3 constantes no cérebro.
Há também uma forma “inativante”, a desiodase tipo 3, que atua convertendo T4 em T3 reverso. Ela está aumentada no hipertireoidismo, ajudando a moderar a superprodução de T4.
RESUMO:
Desiodase tipo 1 - T4 → T3 (fígado, rins e músculos esqueléticos)
Desiodase tipo 2 - T4 → T3 (cérebro)
desiodase tipo 3 - T4 → T3 reverso
Síntese dos hormônios tireoidianos
O iodeto é ativamente transportado para dentro da tireóide contra seu gradiente por um simporte com o Na+ (NIS) - um íon iodeto é transportado contra seu gradiente enquanto dois íons sódio são transportados a favor - localizado na membrana basolateral das células epiteliais tireóideas. A fonte de energia para esse transporte secundário é fornecida pela Na+/K+ ATPase. A expressão do gene NIS é inibida pelo iodeto e estimulada pelo TSH. Uma redução do iodeto circulante aumenta muito a atividade da bomba de iodeto.
Após entrar na célula, o iodeto é transportado para o lúmen dos folículos por um transportador iodeto-cloreto, chamado pendrina. O iodeto é imediatamente oxidado a iodo e incorporado às moléculas de tirosina - processo chamado de organificação realizado pela enzima tireoperoxidase (TPO). As tirosinas, por sua vez, estão ligadas a tireoglobulina por meio de ligações peptídicas. A tireoglobulina é continuamente exocitada para o lúmen folicular e é iodada para formar monoiodotirosina (MIT) e diiodotirosina (DIT). Após isso, duas moléculas DIT são acopladas para formar T4, ou uma molécula DIT e uma MIT são acopladas para formar T3. 
Quando a disponibilidade de iodeto é restrita, a formação de T3 é favorecida, assim como quando a glândula tireóide é hiperestimulada pelo TSH ou outros fatores.
Secreção dos hormônios tireoidianos
A tireoglobulina é estocada no lúmen dos folículos como um colóide. Para a liberação de T4 e T3 na circulação é necessária a ligação da tireoglobulina ao receptor megalina, seguida pela sua endocitose e degradação lisossomal (proteólise). Após isso, T4 e T3 entram na corrente sanguínea.
A MIT e DIT também são liberadas durante a proteólise das tireoglobulinas e, então, são rapidamente desiodadas dentro do próprio folículo pela desiodase intratireóidea.
Estímulo à secreção:
Frio (estimula TRH)
TRH (estimula TSH)
Estrogênio (estimula TSH)
TSH (estimula T3 e T4)
Inibição à secreção:
Estresse
Jejum
Dopamina
Somatostatina (SS)
T3
Transporte e metabolismo dos hormônios tireoideanos
T4 e T3 circulam na corrente sanguínea ligados a proteínas, sendo a principal delas a globulina ligadora de tiroxina (TGB) - sintetizada no fígado - há também a transtiretina (TTR) - fornece os hormônios ao SNC - e a albumina. O T4, mesmo secretado em maior quantidade, está em sua maioria ligado a proteínas e, portanto, inativo. O T3, quando livre, é a forma do hormônio biologicamente ativa e medeia os efeitos da tireóide nos tecidos periféricos assim como o feedback negativo exercido sobre a hipófise e o hipotálamo.
Funções biológicas da TGB:
Manter um reservatório de T4 circulante que tampona qualquer reação aguda na função da tireóide.
A ligação de T4 e T3 plasmáticos a essas proteínas evita a perda desses hormônios.
Efeitos fisiológicos do hormônio tireóideo
Efeitos cardiovasculares:
	O T3 AUMENTA a frequência cardíaca, garantindo um aporte suficiente de O2 para os tecidos.
DIRETOS:
Aumento da frequência cardíaca em descanso e aumento do volume de ejeção;
Aumento da velocidade e força de contração (efeitos cronotrópico e inotrópico positivos);
Inibição da bomba Na+/Ca+
Aumento dos canais rianodina-Ca2+, promovendo maior liberação desse íon no sarcoplasma durante a sístole;
Aumento da SERCA, facilitando o sequestro de Ca2+ durante a diástole e, assim, encurtando o tempo de relaxamento;
Aumento da sinalização beta-adrenérgica;
Aumento do volume total de sangue, pela ativação do eixo renina-angiotensina-aldosterona, aumentando assim a reabsorção renal tubular de sódio;
INDIRETOS:
Aumento da produção de calor e CO2 nos tecidos;
Redução da resistência vascular periférica (pela dilatação das arteríolas);
Redução da pressão diastólica;
Aumento da estimulação simpática reflexa;
Aumento do inotropismo e sistema renina-angiotensina-aldosterona
Tantos os efeitos diretos quanto indiretos resultam em um AUMENTO DO DÉBITO CARDÍACO.
Efeitos no metabolismo basal:
O hormônio tireóideo AUMENTA a taxa basal de consumo de oxigênio e a produção de calor (por aumento na síntese e hidrólise do ATP além de maior expressão de proteínas desacopladoras - UCPs).
O aumento da temperatura corporal é mediado por um aumento compensatório na perda de calor através do aumento do fluxo sanguíneo, sudorese e respiração - também controlados pelo T3.
OBS: Hipertireoidismo é acompanhado por intolerância ao calor enquanto o hipotireoidismo é acompanhado por intolerância ao frio.
O aumento da utilização de O2 é dependente de um aumento dos substratos que possam ser oxidados.
Metabolismo GLICÍDICO:
Aumento da absorção de glicose no trato gastrointestinal e seu turnover (captação, oxidação e síntese de glicose);
Aumento da síntese de GLUT4;
Aumento da gliconeogênese induzida por epinefrina, norepinefrina, glucagon, cortisol e GH;
Aumento da liberação de insulina;
Metabolismo LIPÍDICO:
Aumento das enzimas de síntese de ácidos graxos;
Intensificação da lipólise (inibe a fosfodiesterase, responsável pela degradação do AMPc, ocorrendo maior gasto energético);
Aumento dos receptores de LDL nos hepatócitos;
Estímulo da síntese e degradação do colesterol;
Aumento da transformação de colesterol em sais biliares;
Metabolismo PROTÉICO:
Aumento do turnover de proteínas (liberação de aminoácidos do músculo, degradação de proteínas - proteólise - e, em menor intensidade, síntese protéica);
O efeito metabólico geral do hormônio tireóideo foi descrito como um agente que ACELERA A RESPOSTA À FOME.
Efeitos respiratórios:
O hormônio tireóideo ESTIMULA a utilização de O2 e aumenta seu aporte.
Aumento da frequência respiratória em repouso, da ventilação minuto e da resposta ventilatória à hipercapnia e hipóxia → Essas ações mantém a PO2 arterial normal quando a utilização de O2 está elevada e a PCO2 também normal quando a produção de CO2 está aumentada.
Aumento discreto do hematócrito - pelo aumento da produção de eritropoetina pelos rins - melhorando a capacidade transportadora de O2.
Efeitosno sistema nervoso autônomo e ação das catecolaminas:
Os hormônios tireóideos são sinérgicos com as catecolaminas e aumentam a taxa metabólica, a produção de calor, a frequência cardíaca, a atividade motora e a excitação do SNC. O T3 pode aumentar a atividade do sistema nervoso simpático por aumentar o número de receptores beta-adrenérgicos no músculo cardíaco e a geração de segundos mensageiros, como o AMPc.
Efeitos no crescimento e maturação:
Em bebês, quantidades INSUFICIENTES de hormônios da tireóide causam cretinismo, caracterizado por retardo mental irreversível e estatura pequena.
Efeitos nos ossos, tecidos duros e derme:
O hormônio tireóideo estimula a ossificação endocondral, o crescimento ósseo linear e a maturação dos centros epifisários ósseos - por estímulo da transcrição do gene do GH, síntese de seus receptores e aumento da produção de IGFs. 
O ciclo normal de crescimento e maturação da epiderme, seus folículos capilares e unha também dependem do hormônio tireóideo, desta maneira, tanto quantidades elevadas quanto reduzidas do hormônio podem levar à perda de cabelo e formação anormal de unhas.
Efeitos no sistema nervoso:
O hormônio tireóideo regula a velocidade e o ritmo do desenvolvimento do SNC.
Diferenciação e maturação do cérebro fetal;
Crescimento do corpo celular e mielinização dos neurônios cerebrais;
Estimula alerta, fome, memória e capacidade de aprendizagem;
Deficiência do hormônio tireóideo durante a gestação pode causar danos cerebrais irreversíveis ao feto.
Efeitos na musculatura esquelética:
Em hipotireoidismo, há mudança de fibras rápidas para lentas, sendo a recíproca verdadeira;
Aumento da glicólise e glicogenólise;
Diminuição de glicogênio e fosfocreatina;
OBS: Na musculatura lisa, aumenta a motilidade do trato gastrointestinal.
Efeitos nos órgãos reprodutores e glândulas endócrinas:
O hormônio tireóideo desempenha uma importante função na regulação da função reprodutiva em homens e mulheres, sendo importante no desenvolvimento folicular, ovulação e espermatogênese. Além disso, estimula a síntese e liberação hepática da proteína ligadora de esteróides sexuais.
Este hormônio também aumenta a produção hipofisária do hormônio do crescimento (GH) e, por outro lado, reduz a produção de prolactina (PRL).
Mecanismos de ação dos hormônios da tireóide
T4 e T3 livres entram na célula por um transportador dependente de energia. O transporte de T4 é limitante para a produção intracelular de T3. No interior da célula, a maioria, senão todo o T4 é convertido em T3 (ou T3 reverso).
Regulação da função da tireóide
A tireóide é principalmente regulada pelo eixo hipofisário-hipotalâmico: TRH-TSH.
O TSH tem ações imediatas, intermediárias e de longa duração sobre o epitélio da tireóide.
As ações imediatas incluem a extensão de pseudópodos, endocitose de colóide e formação de tireoglobulina dentro das vesículas endocíticas. Logo depois, aumentam a captação de iodeto e a atividade da TPO (tireoperoxidase). Além disso, o TSH estimula a proteólise da tireoglobulina e libera T4 e T3 da glândula.
As ações intermediárias envolvem a síntese de proteínas e a expressão de genes que codificam NIS, tireoglobulina, TPO e megalina.
A estimulação prolongada de TSH leva a hipertrofia e hiperplasia de células foliculares e 
proliferação de capilares com aumento do fluxo de sangue na glândula.
Um crescimento perceptível da glândula é denominado BÓCIO. Uma de suas formas é devido à baixa ingestão de iodo, que resulta em baixos níveis de hormônio tireóideo e altos níveis de TSH.
Os hormônios da tireóide agem sobre a hipófise para diminuir a secreção de TSH, em uma alça curta de feedback. Além disso, eles também agem através de uma alça longa, diminuindo a secreção de TRH pelo hipotálamo.
SÍNDROME DE WOLFF-CHAIKOFF (fenômeno auto-regulatório): O iodeto é um importante regulador da função da tireóide, tendo uma ação bifásica.
Em níveis baixos de entrada de iodeto, a taxa de síntese de hormônio tireóideo está diretamente relacionada à disponibilidade de iodeto.
Entretanto, se a ingestão de iodeto exceder 2mg/dia, a concentração intraglandular dessa substância alcança um nível que SUPRIME a atividade da NADPH-oxidase (inibição da geração de H2O2) e dos genes NIS e TPO e, consequentemente, o mecanismo de biossíntese hormonal.
EFEITO JOD-BASEDOW: Em regiões de baixa ingestão de iodo, alguns pacientes com doença de graves, bócio multinodular ou nódulo tireoidiano autônomo, podem desenvolver hipertireoidismo quando é administrado iodo ou drogas que o contenham (como estão acostumados a baixas concentrações dessa substância, seu organismo vai captar o máximo de iodo quando em contato com o mesmo, antes de sofrer o efeito Wolff-Chaikoff).
Fisiopatologias da tireóide
HIPOTIREOIDISMO PRIMÁRIO (→ Gera bócio)
Deficiência de iodo
Doença de hashimoto - Caracterizada pela presença de auto imunoglobulinas anormais direcionadas contra a tireoglobulina, as peroxidases da tireóide e o receptor do TSH. O resultado consiste na apoptose das células da tireóide e na destruição dos folículos com consequente liberação dos hormônios tireoidianos contidos nesses folículos. Posteriormente, como quase não há mais hormônios tireoidianos disponíveis, há uma redução funcional da tireóide. Os baixos níveis de hormônios tiroideanos circulantes estimulam a libertação de quantidades excessivas de TSH, que causam hipertrofia (crescimento) da tireóide através da síntese de mais tiroglobulina.
Tireoidite
HIPOTIREOIDISMO SECUNDÁRIO ( → Não gera bócio)
Deficiência hipofisária 
SINTOMAS:
Face inexpressiva, pálida e intumecida;
Pele fria, seca e escamosa;
Cabelo grosso, quebradiço e escasso;
Unhas espessas e quebradiças;
Mixedema (infiltração cutânea causadora de edema firme e elástico nos tecidos)
Voz grave;
Apetite inadequado, redução da secreção de HCl;
Constipação, distenção abdominal;
Redução do metabolismo basal;
Intolerância ao frio;
Retardo dos reflexos, deterioração mental;
Nanismo (se criança)
Retardo mental (até 4 semanas)
HIPERTIREOIDISMO
SINTOMAS:
Pele avermelhada, quente e úmida;
Músculos fracos e trêmulos (devido a proteólise aumentada);
Taquicardia;
Exoftalmia;
Aumento do apetite;
Perda de peso;
Insônia;
Ansiedade;
Diarreia;
DOENÇA DE GRAVES
É a forma mais comum de hipertireoidismo. Ocorre devido a uma alteração autoimune, na qual auto-anticorpos são produzidos contra o receptor de TSH, sendo o principal deles a imunoglobulina estimulante da tireóide (TSI), que liga-se ao receptor de TSH, estimulando a produção dos hormônios tireóideos.

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