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Mecanismos de ação dos medicamentos

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Mecanismos de ação
A parte da farmacologia que estuda como os medicamentos alteram funções no organismo é a farmacodinâmica, estudando quais os mecanismo que atuam sobre as funções bioquímicas e fisiológicas, além disso essa abordagem observa a relação entre a dose e a resposta exercida pelo organismo, e quando é associada a farmacocinética podemos completar o caminho feito pelo medicamento. Esses estudos são de grande importância para que se tenha conhecimento sobre até onde vai a ação farmacológica e onde começam os efeitos adversos. 
Os medicamentos somente modificam funções no organismo mas não as cria. De acordo com mecanismo de ação de cada fármaco podemos dividi-los em dois grandes grupos:
Estruturalmente inespecíficos: são aqueles medicamentos que não tem ação direta em receptores,este tipo provoca alterações físico-químicas, como por exemplo anestésicos inalatórios, uma das teorias para seu efeito anestésico seria do acúmulo de substâncias lipofílicas(composição) nas membranas neuronais impedindo assim o funcionamento normal dos neurônios.
Estruturalmente específicos: são aqueles medicamentos que sua ação decorre da sua estrutura química, a substância específica se liga a um receptor formando um complexo o qual leva a uma alteração da função em uma célula determinada. 
Os receptores são macromoléculas, geralmente proteínas, que estão em todo o organismo animal, as quais interagem formando um complexo, seja com substâncias endógenas ou exógenas. Funcionam como um modelo de chave e fechadura, dessa forma observamos que cada medicamento tem especificidade por seu receptor. Os pesquisadores Clark e Gaddum formularam a teoria da ocupação, a qual ressalta que a intensidade do efeito farmacológico é correlacionada diretamente com a quantidade de complexos medicamento-receptor eram formados. Alguns medicamentos apresentam três características marcantes que reforçaram a teoria:
alta potência: alguns fármacos mesmo estando em concentrações muito baixa conseguem causar efeitos farmacológicos. 
especificidade química: mesmo apresentando a mesma composição alguns medicamentos isômeros óptico tem ações totalmente diferenciadas 
especificidade biológica: medicamentos que apresentam efeitos distintos em tecidos diferentes.
A ligação entre o medicamento e o receptor envolve todos os tipos de interações químicas, como as iônicas polares, pontes de hidrogênio, hidrofóbicas, ligações de Van der Waals, e ligações covalentes, e dependendo de qual ligação é feita entre o fármaco e o receptor a ação do mesmo no organismo pode ser curta ou prolongada. As ligações covalentes são as mais forte e difíceis de serem convertidas, são ditas ligações irreversíveis, sendo assim medicamentos que exercem está ligação terão um efeito muito prolongado como por exemplo os organofosforados com a enzima acetilcolinesterase. Um receptor pode se ligar ao medicamento utilizando mais de um tipo de ligação. Alguns tipos de receptores:
Enzimas: muitos medicamentos exercem sua função se ligando a enzimas e atuam principalmente inibindo-as. Pode ocorrer também que o medicamento ao se ligar na enzima sofra mudança em sua conformação e resulta em um produto anormal, que pode substituir produtos endógenos. 
Moléculas transportadoras: são proteínas que fazem o carreamento de substâncias de fora da célula para dentro do citoplasma, elas apresentam um sítio de ligação para carrear para substâncias específicas, alguns medicamentos têm como alvo esses sítios de ligação, eles se ligam e impedem o transporte da determinada substância. 
Receptores celulares: são receptores que se ligam à substâncias endógenas como hormônios, neurotransmissores com a função de transmitir uma mensagem de forma direta(via canais iônicos) ou indireta(via segundos mensageiros) a qual acarretará em mudanças bioquímicas nas células alvo. Estes receptores estão associados a diferentes velocidades de transmissão de informação, os que têm acoplados canais iônicos como os de alguns neurotransmissores agem de forma rápida, assim que a substância se liga ele já altera a permeabilidade da célula a íons específicos. Os receptores que agem de forma indireta, através de segundos mensageiros são lentos e demoram de horas a dias para exercerem sua função, pois quando captam sinais extracelulares, que podem ser hormonais por exemplo, são emitidos intracelularmente através de segundos mensageiros ou como moléculas de informação que vão desencadear dentro da célula uma série de respostas ao estímulo extracelular
Uma questão de grande importância é a relação de dose-resposta, pois devemos saber qual a quantidade necessária de administração para o medicamento apresentar seu efeito farmacológico, essa correlação é adaptada a teoria de ocupação, pois a resposta farmacológica é diretamente proporcional a quantidade de receptores que o medicamento vai interagir, e que o efeito máximo ocorre quando todos os receptores estão ocupados, o qual não é preconizado de se ter, pois pode acarretar além dos efeitos farmacológicos efeitos colaterais. Quando um medicamento se liga ao seu receptor e o ativa podemos dizer que este medicamento é agonista, quando o contrário ocorre dizemos que o medicamento é um antagonista.
Cada medicamento apresentam certa potência, isto é quanto menor a dose necessária para que este desencadeia seu efeito mais potente é o medicamento. A potência in vivo é dada pela interferência de parâmetros farmacocinéticos(absorção, distribuição, biotransformação e excreção) e farmacodinâmicos(capacidade de se combinar com seu receptor). Porém a potência não é uma característica de grande importância, pois desde que o medicamento seja administrado na dose certa para que exerça sua função, a ordem de ug ou mg não importa, visto isso é falso afirmar que o medicamento mais potente é clinicamente superior a outro menos potente. 
Existem as curvas de dose-resposta do tipo gradual que vê-se aumentando a dose aumenta-se o efeito que são utilizadas para tomar decisões clínicas, e as curvas dose-resposta quantais, que são mais utilizadas para casos de morte, convulsões, e essa curva determina as doses efetivas(DE), doses tóxicas(DT) e doses letais(DL), que é a dose necessária para que 50% dos indivíduos apresentem tal efeito, por exemplo 10mg de tal medicamento causa DL em 50% dos indivíduos.
Alguns indivíduos apresentam efeitos anormais à medicamentos como reações exacerbadas, reduzidas, ou até mesmo diferentes, desta forma têm-se:
hiper-reativo: indivíduos que apresentam respostas a doses baixas de tal medicamento a qual não causa efeito na grande maioria da população.
hipo-reativo: contrário dos hiper-reativos 
tolerância: é correlacionada ao indivíduo hipo-reativo e indica que a baixa sensibilidade ao medicamento é resultante de uma exposição prévia ao mesmo, o qual causa alterações farmacocinéticas e ou dinâmicas fazendo com que ao decorrer do tempo haja uma menor resposta farmacológica. 
dessensibilização
efeito incomum 
supersensibilidade
hipersensibilidade
Muitas vezes utilizamos concomitantemente de dois ou mais medicamentos, porém pode-se ocorrer modificação do efeito de um ou ambos quando associados. Essas interações medicamentosas pode levar tanto ao aumento dos efeito, denominamos como sinergismo, ou a diminuição dos efeitos a qual chamamos de antagonismo. 
O sinergismo de medicamentos pode ser:
sinergismo por adição: quando o efeito combinado dos medicamentos é igual a soma dos efeitos isolados dos mesmos.
sinergismo por potenciação: o efeito combinados de dois ou mais medicamentos é maior que a soma dos efeitos individuais.
Quando falamos de antagonismo entre medicamentos ele pode ser farmacológico, quando é competitivo o medicamento agonista e o antagonista competem pelo mesmo receptor e o antagonista impede ou dificulta a formação do complexo medicamento-receptor(pode ser pleno reversível, parcial reversível e irreversível), quando não é competitivo o antagonismo bloqueia algum ponto importante da cadeia de eventos que levaria a resposta farmacológica.Quando o antagonismo é não farmacológico não há o envolvimento do medicamento antagonista com o receptor, e este tipo de antagonismo pode ser classificado em: farmacocinético quando um medicamento reduz efetivamente a concentração plasmática do outro medicamento administrado no animal, que pode ser por vários motivos como aumentando a velocidade de biotransformação, diminuindo a velocidade de absorção do outro medicamento no trato gastrointestinal, ou aumentando a taxa de excreção renal. Outra classificação é o antagonismo fisiológico que é quando os dois medicamentos agonistas interagem em sistemas de receptores independentes mas que geram efeitos opostos que se anulam. Ou pode ser também antagonismo químico, onde os dois medicamentos não reagem com os receptores mas reagem entre si quimicamente.

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