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de 2008 (Lei 11.690/2008) aboliu a exigência de que dois peritos realizem o exame. Reza o art. 159 do CPP, com redação dada pela precitada lei, que o exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior. Na falta de perito oficial, poderá a perícia ser realizada por dois peritos não-oficiais, que deverão prestar o compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo. 441. Errado. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte (CPP, art. 182). 442. Correto. Quando impossível a realização da certificação direta, permite-se a realização do exame indireto do corpo de delito, por intermédio da prova testemunhal (forma de suprimento, prevista no art. 167 do CPP). 443. Correto. Não há mais a “rainha das provas”! O valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os outros elementos probatórios, e para a sua apreciação o magistrado deverá confrontá-la com as demais provas do processo, verificando se entre ela e estas há compatibilidade ou concordância (CPP, art. 197). 1001 Questões Comentadas – Direito Processual Penal – CESPE Prof. Nourmirio Tesseroli Filho 124 444. Errado. Crimes não transeuntes deixam vestígios, o que torna indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado (CPP, art. 158). 445. Errado. Somente os peritos não oficiais que deverão prestar o compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo (§ 2º, do art. 159, do CPP). 446. Correto. Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou quando as lesões externas permitirem precisar a causa da morte e não houver necessidade de exame interno para a constatação de alguma circunstância relevante (CPP, art. 162, parágrafo único). 447. Errado. “A reconstituição do crime configura ato de caráter essencialmente probatório, pois destina-se – pela reprodução simulada dos fatos – a demonstrar o modus faciendi de prática delituosa (CPP, art. 7º). O suposto autor do ilícito penal não pode ser compelido, sob pena de caracterização de injusto constrangimento, a participar da reprodução simulada do fato delituoso” (STF, HC 69026/DF, 1ª Turma, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 04.09.1992). 448. Correto. Os laudos devem conter as seguintes partes ou etapas: i) preâmbulo; ii) histórico; iii) descrição ou exposição; iv) discussão; v) conclusão; vi) resposta aos quesitos (de forma sumária). 449. Errado. Letra de lei! O parágrafo único do art. 162, do CPP, apresenta situações em que se permite o simples exame externo do cadáver. 450. Correto. Letra de lei! Dispõe o art. 167 do CPP sobre a possibilidade da prova testemunhal suprir a falta do exame de corpo de delito. Deixando a infração vestígios, faz-se necessária a prova da materialidade, seja mediante a perícia apontada no art. 158 do CPP, seja por meio de prova testemunhal (CPP, art. 167). 451. Errado. Não há dúvida que a prova testemunhal, uma vez desparecidos os vestígios do crime, supre a impossibilidade de realização do exame de corpo de delito (CPP, art. 167). Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a exame complementar por determinação da autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a pedido do Ministério Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor. A falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova testemunhal (CPP, § 3º, do art. 168). 452. Correto. O art. 159 do CPP, alterado pela Lei 11.690/2008, facultou ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao 1001 Questões Comentadas – Direito Processual Penal – CESPE Prof. Nourmirio Tesseroli Filho 125 ofendido, ao querelante e ao acusado o direito à formulação de quesitos e à indicação de assistente técnico (§ 3º). Frise-se, porém, que o direito à formulação de quesitos e à indicação de assistente técnico é restrito à fase judicial (não se aplica à fase investigatória). Aliás, reforçando a questão, vale lembrar que o art. 159, § 5º, II, do CPP, reza que durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, no que tange à perícia, indicar assistentes técnicos. 453. Errado. No exame por precatória, a nomeação dos peritos far-se- á no juízo deprecado. Havendo, porém, no caso de ação privada, acordo das partes, essa nomeação poderá ser feita pelo magistrado deprecante (CPP, art. 177, “caput”). 454. Errado. “Se houver divergência entre os peritos, serão consignadas no auto do exame as declarações e resposta de um e de outro, ou cada um redigirá separadamente o seu laudo, e a autoridade nomeará um terceiro; se este divergir de ambos, a autoridade poderá mandar proceder a novo exame por outros peritos” (CPP, art. 180). 455. Errado. No caso de inobservância de formalidades, ou no caso de omissões, obscuridades ou contradições, o magistrado mandará suprir a formalidade, complementar ou esclarecer o laudo (CPP, art. 181, com redação dada pela Lei 8.862/1994). 456. Errado. Estabelece o art. 3º da Lei 9.296/96 que são legitimados para requererem ao juiz a interceptação telefônica a autoridade policial e o Ministério Público, podendo, ainda, o juiz determiná- la de ofício. Há doutrinadores que defendem, ainda, a legitimidade do querelante para requerer a interceptação telefônica, desde que presentes os requisitos que autorizam a medida excepcional (a lei é silente a respeito). Não obstante a autoridade policial tenha legitimidade para requerer a interceptação (art. 3º, I, da Lei 9.296/96), é mister que o faça na investigação criminal (não na instrução processual penal). 457. Errado. Excepcionalmente, o magistrado poderá admitir que o requerimento de interceptação telefônica seja formulado oralmente, contanto que presentes os pressupostos que autorizem a medida, caso em que a concessão será condicionada à sua redução a termo (§ 1º, do art. 4º, da Lei 9.296/96). 458. Errado. A gravação que não interessar à prova será inutilizada por decisão judicial, durante o inquérito, a instrução processual ou após esta, em razão de requerimento do Ministério Público ou da parte interessada (art. 9º, “caput”, da Lei 9.296/96). 459. Errado. No caso de a diligência possibilitar a gravação da comunicação interceptada, será determinada a sua transcrição (§ 1º, do art. 6º, da Lei 9.296/1996), a fim de que o conteúdo das conversas seja juntado ao processo criminal. 1001 Questões Comentadas – Direito Processual Penal – CESPE Prof. Nourmirio Tesseroli Filho 126 460. Errado. A regulamentação dos meios de prova existente no Código de Processo Penal não é taxativa (não há como considerá- la exaustiva, segundo entendimento doutrinário majoritário). 461. Errado. Toda pessoa poderá ser testemunha, não podendo eximir-se da obrigação de depor. Entretanto, “poderão recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias” (CPP, art. 206). Todas as pessoas referidas no art. 206 do CPP não estão sujeitas a compromisso (CPP, art. 208). 462. Correto. Segundo prescreve o art. 158 do CPP, “quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado”. Não sendo possível realizá-lo, por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta (exame de corpo de delito indireto). Portanto, nada impede que alguém venha a ser condenado pela morte de outrem, mesmo sem ter sido encontrado o cadáver (“júri sem corpo”).