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Análise das Demonstrações Contábeis Unidade I(1)

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Autor: Prof. Ricardo Sussumu Takatori
Colaboradores: Prof. Flávio Celso Müller Martin
 Prof. Fábio Gomes da Silva
 Prof. Livaldo dos Santos
Análise das 
Demonstrações Contábeis
Professor conteudista: Ricardo Sussumu Takatori
Mestre em Controladoria e Contabilidade pela FECAP – SP.
Economista pela PUC‑SP – Técnico de Contabilidade pelo Instituto Monitor –SP.
Atuou profissionalmente em empresas privadas, do setor de fabricação de canetas, telecomunicação e informática, 
construção civil (como especialista na elaboração de projetos econômicos e financeiros) e na área de controladoria 
(orçamento e custos), ocupando cargo gerencial.
Atuou em empresas do governo do estado, de pesquisa e controle ambiental, e em gerenciamento de obras e junto 
à prefeitura, ocupando cargos de gerente e assessor.
Atua como perito judicial na justiça civil e do trabalho e como assistente técnico junto aos escritórios de advocacias. 
É especialista nos cálculos judiciais, principalmente da área civil.
Ministra aula de contabilidade, economia e administração financeira, com grau de especialização em disciplinas 
especificas, tais como contabilidade pública, perícia contábil, contabilidade aplicada a construção civil, saúde, 
esporte, seguros e hotelaria e turismo, métodos quantitativos e matemática financeira e outras disciplinas nos cursos 
de graduação e pós‑graduação, em instituições como FECAP, Mackenzie, UNINOVE, UNIP, UNIFAI, UNIFEI e outras 
instituições de renome.
É autor de livros para cursos EAD de disciplinas relacionadas à contabilidade.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
T136a Takatori, Ricardo Sussumu
Análise das demonstrações contábeis / Ricardo Sussumu 
Takatori. ‑ São Paulo: Editora Sol, 2012.
116 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XVII, n.2‑017/12, ISSN 1517‑9230.
1. Demonstrações Contábeis 2. Contabilidade 3. Balanço 
Patrimonial. I.Título.
CDU 658.15
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona‑Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Virgínia Bilatto
Sumário
Análise das Demonstrações Contábeis
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 OBJETIVOS DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ........................................................11
2 AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ........................................................................................................... 15
3 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS...................................................................................... 43
3.1 Processo de análise das demonstrações contábeis ................................................................ 45
3.2 Objetivo da análise das demonstrações contábeis ................................................................. 56
4 TÉCNICAS DE ANÁLISES ................................................................................................................................ 59
4.1 Quocientes ou Índices de balanço ................................................................................................. 60
Unidade II
5 ANÁLISE VERTICAL E ANÁLISE HORIzONTAL ........................................................................................ 79
6 ÍNDICES DE ATIVIDADES ............................................................................................................................... 86
7 ANÁLISE AVANÇADA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ............................................................. 91
8 RELATÓRIO DE ANÁLISE ................................................................................................................................ 97
7
APRESENTAÇÃO
Uma das disciplinas contábeis de maior importância no mundo empresarial é a Análise das 
Demonstrações Contábeis, pois fornece informações e dados para as decisões empresariais.
O mais leigo dos profissionais em contabilidade tem conhecimento das informações decorrentes da 
Análise das Demonstrações Contábeis: índices de balanços, seu significado e aplicação. As relações entre 
os índices interno e externo definem as estratégias e o direcionamento da empresa.
Entender e elaborar a Análise das Demonstrações Contábeis requer um conhecimento básico 
da contabilidade, dos demonstrativos contábeis e suas relações.
Como elaborar as demonstrações contábeis é fator primordial para o contador, e analisar o resultado 
dessas demonstrações é decorrente da Análise das Demonstrações Contábeis.
A elaboração e análise dos índices ou quocientes é outro tópico que complementa os estudos.
Objetivos gerais
Desenvolver com os alunos conhecimentos necessários para as seguintes competências:
•	 evidenciar a utilidade da análise da situação econômico‑financeira das empresas como instrumento 
de tomada de decisões;
•	 focalizar a análise das demonstrações contábeis considerando as diversas hipóteses, para que o 
analista financeiro forme juízo sobre o controle de gestão, os financiamentos, a valorização da 
empresa e o saneamento financeiro;
•	 desenvolver e analisar, com o aluno, instrumental teórico e prático em análise dos demonstrativos 
contábeis, visando gerar informações para a tomada de decisões empresariais e comparação os 
com os mesmos segmentos dos vários agentes econômicos;
•	 capacitar os estudantes a elaborar e interpretar as demonstrações contábeis com rigor técnico e 
imprimir um sentido gerencial à análise, extraindo informações úteis e relevantes para o processo 
decisório das organizações.
INTRODUÇÃO
O balanço patrimonial e a demonstração de resultado constituem as principais “matérias‑primas” 
para que o analista identifique e vislumbre problemas e potencialidades empresariais.
Cumpre ressaltar, no entanto, que a análise não deve – e nem pode – restringir‑se à mera observação 
das variações numéricas de série histórica.
8
É preciso identificar, tanto quanto possível, as causas dos números presentes, que são consequências 
de alguns fatos. Por detrás dos números de uma empresa existem pessoas, talentos e capacidades que 
devem ser conhecidas.
Existe um sistema que produz bens e serviços e interage com o ambiente externo.
Nesse particular tem‑se destaque o bom senso, a argúcia e a sensibilidade do analista.
A expressão análise de balanços é tecnicamente perfeita, e também a mais utilizada, embora a 
expressão mais adequada seja análise das demonstrações contábeis, uma vez que todas as demonstrações 
contábeis são objeto de análise, não somente o balanço patrimonial.De acordo com Matarazzo:
A análise de balanços objetiva extrair informações das demonstrações para 
a tomadas de decisões. As demonstrações financeiras fornecem uma série 
de dados sobre a empresa, de acordo com regras contábeis. A análise de 
balanços transforma esses dados em informações e será tanto mais eficiente 
quanto melhores informações produzir (MATARAzzO, 2003, p. 15).
Quem são os usuários das informações contábeis?
USUÁRIOS DA ANÁLISE DE BALANÇOS
Administração
Coleta de dados Registro de dados Relatórios
Investidores
Bancos
Governo
Outros
Figura 1: Usuários da análise de balanços
De acordo com Lopes, ao citar o professor Eliseu Martins:
“A contabilidade é fantástica para medir o lucro que aconteceu”, diz o 
professor Eliseu Martins, da Faculdade de Economia, Administração e 
Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA). “Mas é extremamente 
pobre para medir o lucro futuro.”
9
O que os contadores de outrora não sabiam nem podiam imaginar é que a 
discrepância entre o valor acionário da empresa e o valor de seus ativos se 
tornaria muito maior nas empresas da Nova Economia.
[...]
A discrepância maior nas empresas da Nova Economia ocorre por um 
motivo simples: os ativos mais importantes delas não são fábricas ou 
máquinas, declaradas como patrimônio no balanço. São marcas, clientes ou 
tecnologias que desenvolvem. Eles são ativos conhecidos como intangíveis. 
Eis o grande problema da contabilidade: como registrar no balanço o que o 
mercado mais valoriza? (MARTINS apud LOPES, 2000).
O texto anterior demonstra a dificuldade em classificar contas e identificar pontos fundamentais 
para se chegar ao resultado da empresa. Conhecer as demonstrações contábeis, suas relações, as 
necessidades dos usuários, os objetivos específicos, os elementos que levam a efetuar a análise é o 
objetivo do presente capítulo.
Figura 2
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Análise dAs demonstrAções Contábeis
Unidade I
1 OBJETIVOS DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Iudícibus, Marion e Lopes (2000) argumentam inicialmente que, desde o momento em acordamos e 
nos levantamos, até o fim do dia, tomamos decisões. Porém, as decisões mais importantes ou relevantes 
requerem um cuidado maior, uma profunda análise dotada de critérios racionais e métodos específicos.
No âmbito interno da empresa, a situação citada anteriormente não pode ser diferente. Os 
profissionais responsáveis pela administração frequentemente se deparam com situações em que lhes 
são impostas tomadas de decisões. Nesse sentido, são necessários, nesse caso, os dados e informações 
para a fundamentação de tais decisões.
Dessa forma, o norte para que essas decisões sejam tomadas são, justamente, a padronização e o 
armazenamento adequados dos dados e das informações que irão fornecer ao gestor a coerência e o 
fundamento para suas escolhas.
A contabilidade se configura, nesse contexto, como o instrumento proeminente à administração 
e gestão de empresas, na coleta de todos os seus dados econômicos e sua subsequente mensuração 
monetária que, por sua vez, será registrada e sumarizada em relatórios que contribuem sobremaneira 
para a tomada de decisões.
O objetivo da avaliação das demonstrações contábeis envolve a indicação de informações numéricas, 
preferencialmente de dois ou mais períodos regulares, de modo a auxiliar ou instrumentalizar gestores, 
acionistas, clientes, fornecedores, instituições financeiras, governo, investidores e outras pessoas 
interessadas em conhecer a situação da empresa ou em tomar decisão.
O processo decisório, mencionado aqui, não se restringe somente aos limites da empresa, mas 
também a outros segmentos da economia, como os principais destacados por Iudícibus, Marion e Lopes 
(2000):
•	 os investidores identificam, por meio dos relatórios contábeis, a situação econômico‑financeira da 
empresa e decidem sobre as melhores alternativas de investimento;
•	 os fornecedores de bens e serviços a crédito, que utilizam os relatórios contábeis para analisar a 
capacidade de pagamento da empresa compradora;
•	 os bancos (instituições financeiras) que usam os relatórios para aprovar empréstimos, 
financiamentos, limite de crédito etc.;
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•	 o governo, que não só usa os relatórios com a finalidade de arrecadar impostos, como 
também para dados estatísticos, no sentido de melhor redimensionar a economia (IBGE, 
por exemplo);
•	 os sindicatos, que utilizam os relatórios para determinar a produtividade do setor, fator 
preponderante para reajuste de salários;
•	 outros interessados, como funcionários, órgãos de classes, pessoas e diversas instituições, como a 
CVM (Comissão de Valores Mobiliários), o CRC (Conselho Regional de Contabilidade), concorrentes 
etc.
Nesse contexto, a função do contador é, basicamente, produzir informações úteis aos usuários da 
contabilidade para a tomada de decisões.
Entretanto, Iudícibus, Marion e Lopes (2000) ressaltam ainda que, em nosso país, em alguns 
segmentos da nossa economia e principalmente nas pequenas empresas, a função do contador foi 
distorcida (infelizmente), satisfazendo somente as exigências do fisco.
Diversas razões ou objetivos específicos também levam os usuários das demonstrações 
contábeis a se debruçarem sobre eles para avaliar a situação da empresa. Veja a seguir uma série 
de razões:
•	 liberação de crédito;
•	 investimento de capital;
•	 fusão de empresas;
•	 incorporação de empresas;
•	 rentabilidade ou retorno;
•	 saneamento financeiro;
•	 perspectiva da empresa;
•	 fiscalização ou controle;
•	 relatórios administrativos.
A finalidade da análise está na tomada de decisão daquele usuário que a interpreta; logo, o analista 
financeiro precisa elaborar o relatório de análise sabendo a priori quem é esse usuário e, acima de tudo, 
ser isento na interpretação dos dados extraídos dos indicadores.
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Análise dAs demonstrAções Contábeis
De acordo com Matarazzo (2003), historicamente, a análise de balanço (termo comum utilizado 
pelos analistas financeiros) foi desenvolvida pelos bancos devido à determinação, em 1915, do Federal 
Reserve Board (Banco Central dos Estados Unidos) de que só poderiam ser redescontados os títulos 
das empresas a partir da apresentação de seu balanço ao banco, por tratar de uma concessão de 
crédito.
Os bancos, por sua vez, precisavam saber (ou pelos menos terem uma projeção) sobre a potencialidade 
das empresas em quitar esses possíveis débitos, e, para tanto, foram criados os indicadores financeiros, 
as técnicas para análises que, com o passar do tempo, foram adaptadas para os outros usuários das 
informações contábeis.
Segundo Matarazzo (2003), as demonstrações financeiras fornecem uma série de dados sobre a 
empresa, de acordo com regras contábeis. A análise de balanço transforma esses dados em informações 
e será tanto mais eficiente quanto melhores informações produzir. E o autor continua com distinção 
entre dados e informações:
•	 dados: são números ou descrição de objetos ou eventos que, isoladamente, não provocam 
nenhuma reação no leitor;
•	 informações: representam, para quem as recebe, uma comunicação que pode produzir reação ou 
decisão, frequentemente acompanhada de um efeito surpresa.
Podemos entender, assim, que a coleta de dados é importante para a análise, porém, por si só 
não leva o usuário das informações às decisões. Após os cálculos, é necessário que sejam descobertas 
as causas que influenciaram a formação de tais números;caso contrário, não será possível chegar a 
qualquer tomada de decisão.
Mais uma vez, é importante ressaltar que a isenção do analista financeiro é imprescindível para uma 
análise, pois serão os resultados e as causas dos indicadores que darão ao usuário das informações a 
segurança para uma tomada e decisão, e não a opinião pessoal do analista.
Podemos, mais uma vez, afirmar que o trabalho do analista de balanço se inicia com o término do 
processo contábil, ou seja, a partir das demonstrações contábeis. Para fins de ilustração, seguem dois 
esquemas:
1. processo contábil;
2. análise de balanço.
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Processo contábil
Fatos
Compras
vendas
Pagamentos
recebimentos
Escrituração
Diário Razão Livros fiscais
Apuração do resultado
Lucro ou prejuízo
Demonstrações contábeis
Balanço patrimonial
Demonstração do resultado do exercício
Demonstração do fluxo de caixa
Demonstração do valor adicionado
Notas explicativas
Figura 3: Processo contábil
Análise de balanço
Exame e padronização
Balanço patrimonial Demonstração do resultado do exercício
Análise vertical / horizontal
Cálculo Análises
Apuração dos indicadores
Liquidez, endividamento
atividade e rentabilidade
Índices padrão
Cálculos e comparação
Relatório de análise
Elaboração do relatório de forma clara para determinado usuário
Figura 4: Análise de balanço
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Análise dAs demonstrAções Contábeis
 Saiba mais
Vale a pena conferir o trabalho Análise das demonstrações 
financeiras, do prof. Adriano Gomes, disponível em: <http://www.
biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/9D85FA7647F6844A03256D520
059C2EC/$File/104_1_arquivo_demofinanc.pdf>. Acesso em: 30 jan. 
2012.
 Lembrete
O usuário é o elemento que determina a formatação e a forma da 
análise das demonstrações contábeis, de acordo seus objetivos.
2 AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
A disciplina Análise das Demonstrações Contábeis tem como objetivo principal, a partir da apuração 
dos diversos indicadores, transmitir aos usuários desde as informações contábeis à saúde financeira de 
determinada empresa.
Diversos são os usuários das informações contábeis; dentre eles, destacamos: os proprietários da 
empresa, seus fornecedores, os clientes, as instituições financeiras, os investidores, os empregados, o 
Poder Público, enfim, a sociedade como um todo, por ter a empresa como principal fonte de geração 
de empregos e tributos. E assim, cada um desses usuários terá uma finalidade específica em conhecer o 
desempenho da empresa em determinado momento. Por exemplo: os proprietários precisam saber se o 
capital investido por eles nesse empreendimento chamado empresa está gerando o retorno esperado; 
já os fornecedores preocupam‑se em receber pelos bens vendidos; por sua vez, a preocupação do Poder 
Público está na arrecadação de tributos.
Tomando‑se como pressuposto, podemos afirmar que a análise financeira torna‑se imprescindível 
à tomada de decisões, independentemente de seu usuário, pois ocorre a partir da elaboração das 
demonstrações contábeis, ou seja, após o registro de todos os fatos financeiros ocorridos na empresa 
em determinado período.
 Observação
As demonstrações contábeis compreendem temporalmente um 
período denominado de exercício social, normalmente de janeiro a 
dezembro.
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Em outras palavras, o trabalho do analista financeiro inicia‑se ao término do trabalho do contador. 
É importante ressaltar que o relatório de análise, peça final do trabalho do analista financeiro, somente 
será útil a partir dos conhecimentos que esse tenha não só nos registros das operações contábeis, mas 
também na dimensão que essas provocam na situação patrimonial da entidade; caso contrário, apenas 
estará apurando resultados matemáticos.
Entre as demonstrações contábeis exigidas pela atual Lei Contábil – Lei nº 11.638/07 – o 
balanço patrimonial, a demonstração do resultado do exercício, a demonstração da mutação 
do patrimônio líquido, a demonstração do fluxo de caixa, a demonstração do valor adicionado 
e as notas explicativas elencaram as duas primeiras leis, ou seja, o balanço patrimonial e a 
demonstração de resultado do exercício, além de se completarem, são a base para elaboração 
das demais.
As demonstrações contábeis são um conjunto de relatórios ou demonstrativos que fornece aos 
usuários informações contábeis de uma entidade econômica.
Conforme a Lei 6.404 de 1976 – atualizada, a escrituração contábil obedecerá:
Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em registros 
permanentes, com obediência aos preceitos da legislação comercial e desta 
Lei e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar 
métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações 
patrimoniais segundo o regime de competência.
§ 1º As demonstrações financeiras do exercício em que houver modificação 
de métodos ou critérios contábeis, de efeitos relevantes, deverão indicá‑la 
em nota e ressaltar esses efeitos.
§ 2o A companhia observará exclusivamente em livros ou registros auxiliares, 
sem qualquer modificação da escrituração mercantil e das demonstrações 
reguladas nesta Lei, as disposições da lei tributária, ou de legislação especial 
sobre a atividade que constitui seu objeto, que prescrevam, conduzam ou 
incentivem a utilização de métodos ou critérios contábeis diferentes ou 
determinem registros, lançamentos ou ajustes ou a elaboração de outras 
demonstrações financeiras.
I – (revogado);
II – (revogado).
§ 3o As demonstrações financeiras das companhias abertas observarão, 
ainda, as normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários e serão 
obrigatoriamente submetidas a auditoria por auditores independentes nela 
registrados.
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Análise dAs demonstrAções Contábeis
§ 4º As demonstrações financeiras serão assinadas pelos administradores e 
por contabilistas legalmente habilitados.
§ 5o As normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários a que se 
refere o § 3odeste artigo deverão ser elaboradas em consonância com os 
padrões internacionais de contabilidade adotados nos principais mercados 
de valores mobiliários.
§ 6o As companhias fechadas poderão optar por observar as normas 
sobre demonstrações financeiras expedidas pela Comissão de Valores 
Mobiliários para as companhias abertas (BRASIL, Art. 177, Lei 6.404, 
1976).
Portanto, as demonstrações contábeis são legalmente exigidas, como registro das operações 
contábeis das entidades econômicas, art. 176 da Lei 6404/76:
Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com 
base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações 
financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da 
companhia e as mutações ocorridas no exercício:
I – balanço patrimonial;
II – demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;
III – demonstração do resultado do exercício; e
IV – demonstração dos fluxos de caixa; e
V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado.
§ 1º As demonstrações de cada exercício serão publicadas com a 
indicação dos valores correspondentes das demonstrações do exercício 
anterior.
§ 2º Nas demonstrações, as contas semelhantes poderão ser agrupadas; os 
pequenos saldos poderão ser agregados, desde que indicada a sua natureza 
e não ultrapassem 0,1(um décimo) do valor do respectivo grupo de contas; 
mas é vedada a utilização de designações genéricas, como “diversas contas” 
ou “contas‑correntes”.
§ 3º As demonstrações financeiras registrarão a destinação dos lucros 
segundo a proposta dos órgãos da administração, no pressuposto de sua 
aprovação pela assembleia‑geral.
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§ 4º As demonstrações serão complementadas por notas explicativas e 
outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários para 
esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício.
§ 5o As notas explicativas devem:
I – apresentar informações sobre a base de preparação das demonstrações 
financeiras e das práticas contábeis específicas selecionadas e aplicadas 
para negócios e eventos significativos;
II – divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas 
no Brasil que não estejam apresentadas em nenhuma outra parte das 
demonstrações financeiras;
III – fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias demonstrações 
financeiras e consideradas necessárias para uma apresentação adequada; e
IV – indicar:
a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, 
especialmente estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e 
exaustão, de constituição de provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes 
para atender a perdas prováveis na realização de elementos do ativo;
b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes (art. 247, 
parágrafo único);
c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas 
avaliações (art. 182, § 3o);
d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas 
a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes;
e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações 
em longo prazo;
f) o número, espécies e classes das ações do capital social;
g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício;
h) os ajustes de exercícios anteriores (art. 186, § 1oi) os eventos 
subsequentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou 
possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os 
resultados futuros da companhia.
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Análise dAs demonstrAções Contábeis
§ 6o A companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, 
inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) não será obrigada à 
elaboração e publicação da demonstração dos fluxos de caixa.
§ 7o A Comissão de Valores Mobiliários poderá, a seu critério, disciplinar de forma 
diversa o registro de que trata o § 3odeste artigo (BRASIL, Art. 176, Lei 6.404, 1976).
Figura 5
A legislação vigente, Lei nº 6.404/76 devidamente complementada com as Leis nº 11.638/07 e nº 
11.941/09, e com os pareceres do Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC, portarias dos órgãos 
fiscalizadores, Comissão de Valores Mobiliários CVM, Banco Central – BACEN, Conselho Federal de 
Contabilidade – CFC e outras entidades que definiram essa estrutura, definem os seguintes relatórios ou 
demonstrativos para as empresas sociedades anônimas:
•	 relatório da administração;
•	 Balanço Patrimonial – BP;
•	 Demonstração do Resultado do Exercício – DRE;
•	 Demonstração da Mutação do Patrimônio Líquido – DMPL;
•	 Demonstração do Fluxo de Caixa – DFC;
•	 Demonstração do Valor Agregado – DVA;
•	 notas explicativas;
•	 parecer da auditoria independente;
•	 parecer do conselho fiscal.
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 Observação
Esses demonstrativos são elaborados somente por sociedades anônimas 
e empresas de grande porte.
Para todos os relatórios e demonstrativos são obrigatórios a publicação no Diário Oficial ou em dois jornais 
de grande circulação do país e o devido registro na Comissão de Valores Mobiliários – CVM, anualmente.
 Saiba mais
Veja o texto de Júlio César zanluca sobre análise das demonstrações contábeis 
em:<http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/demonstracoes 
contabeis.htm>. Acesso em: 30 jan. 2012.
Parecer de Orientação CVM nº 18, de 18 de janeiro de 1990.
EMENTA: procedimentos a serem observados pelas companhias abertas e auditores 
independentes na elaboração e publicação das demonstrações financeiras do relatório da 
administração e do parecer de auditoria, relativos aos exercícios sociais encerrados a partir 
de dezembro de 1989.
Introdução
O presente parecer tem por objetivo orientar todas as companhias abertas e respectivos 
auditores independentes sobre a elaboração e publicação das demonstrações financeiras, 
notas explicativas, relatório da administração e parecer de auditoria.
O trabalho de acompanhamento das demonstrações financeiras de exercícios anteriores 
tem revelado uma melhoria na qualidade e na quantidade das informações fornecidas 
atestando a eficácia das orientações anteriores: ofícios circulares CVM/PTE 578/85 e 309/86 
e Pareceres de Orientação nº 15/87 e 17/89.
Com o objetivo de melhorar ainda mais a qualidade das informações levadas ao mercado 
e continuar reduzindo as republicações, emite‑se a presente orientação.
As demonstrações contábeis devem ser elaboradas de forma padronizadas, conforme 
a legislação vigente, obedecendo à estrutura modelada, para as sociedades anônimas e 
empresa de grande porte.
Extraído de: <www.cvm.gov.br/asp/cvmwww/atos/Atos/pare/pare018.doc>. Acesso em: 30 jan. 2012.
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Análise dAs demonstrAções Contábeis
 Lembrete
A padronização dos demonstrativos contábeis é requerida para que 
haja uma comparabilidade entre empresas do mesmo segmento e de um 
período para outro.
De acordo com o Conselho Federal de Contabilidade, devem ser observadas as Normas Brasileira de 
Contabilidade – NBC T 3 – conceito, conteúdo, estrutura e nomenclatura das demonstrações contábeis:
NBC T 3
3.1 – Das disposições gerais
3.2 – Do balanço patrimonial
3.3 – Da demonstração do resultado
3.4 – Da demonstração de lucros ou prejuízos acumulados
3.5 – Da demonstração das mutações do patrimônio líquido
3.7 – Da demonstração do valor adicionado
3.8 – Da demonstração do fluxo de caixa
Demonstrações contábeis
Relatório da administração
DFC Balanço patrimonial DRE
Saldo de caixa
Ativo Passivo
Lucro ou prejuízo
Bens Obrigações
DVA e DMPL
Geração da riqueza
Patrimônio
Patrimônio
líquidodireitos líquido
Notas explicativas
Parecer da auditoria independente
Figura 6: As demonstrações contábeis
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As empresas limitadas – Ltda., principalmente as EPP – Empresas de Pequeno Porte – e ME – 
Microempresas, devem elaborar somente as seguintes demonstrações contábeis – balanço patrimonial, 
demonstração de resultados dos exercícios e demonstração de lucros ou prejuízos acumulados.
As demonstrações contábeis devem obedecer aos pronunciamentos contábeis estipulados pelo 
Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC. Os CPC 00 e CPC 26 abordam acerca do assunto.
 Observação
O CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis) veio esclarecer dúvidas 
existentes entre os contadores e profissionais da contabilidade para se ter 
um único entendimento.
 Saiba mais
Saiba mais sobre a estrutura conceitual para a elaboração e 
apresentação das demonstrações contábeis em: <http://www.cpc.org.br/pdf/pronunciamento_conceitual. pdf?ie=UTF‑8&oe=UTF‑8&q=LightWind
ow&iframe=true&width=100%&height=100%>. Acesso em: 30 jan. 2012.
Conheça a CPC 26 – Apresentação das demonstrações contábeis – em: 
<http://www.cpc.org.br/mostraOrientacao.php?id=44>. Acesso em: 30 jan. 2012.
Veja também um exemplo de demonstrações contábeis em: <http://
www.coamo.com.br/contabeis/2010/>. Acesso em: 30 jan. 2012.
Figura 7
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Análise dAs demonstrAções Contábeis
 Saiba mais
Conheça o Portal Balanço Patrimonial, disponível em: <http://www.
balancopatrimonial.org/>. Acesso em: 30 jan. 2012.
Relatório da administração
De acordo com a Lei 6404/76 – Art. 22, a CVM – Comissão de Valores Mobiliários deve estabelecer 
regulamento para a emissão do relatório da administração.
Estão vigentes, para elaboração do relatório de administração, os seguintes pareceres da CVM:
•	 Parecer de Orientação 15/87;
•	 Parecer de Orientação 17/89;
•	 Parecer de Orientação 18/90.
O relatório da administração deve evidenciar os negócios sociais e principais fatos administrativos 
ocorridos no exercício, os investimentos em outras empresas, a política de distribuição de dividendos e 
de reinvestimento de lucros e outras informações relevantes.
Representa um necessário e importante complemento às demonstrações contábeis, ao permitir o 
fornecimento de dados e informações adicionais que sejam úteis aos usuários em seu julgamento e 
processo de tomada de decisões.
 Lembrete
As informações constantes do relatório de administração fornecem a 
diretriz que a empresa segue e o rumo que deverá ter no futuro.
 Saiba mais
Acerca do assunto relatório da administração, visite: <http://www.cosif.
com.br/mostra.asp?arquivo=po‑reladministracao>. Acesso em: 30 jan. 2012.
Veja também alguns exemplos de relatório da administração em: 
<http://mrm.comunique‑se.com.br/arq/134/arq_134_22205.pdf>. 
Acesso em 30 jan. 2012.
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Balanço patrimonial
O balanço patrimonial é o principal demonstrativo das demonstrações contábeis, representa a 
posição do patrimônio líquido da entidade econômica, na data da publicação.
Todos os bens, direitos e obrigações estão devidamente representados no balanço patrimonial.
O balanço patrimonial é subdividido em três grandes grupos:
1. ativo (bens e direitos);
2. passivo (obrigações para com terceiros em geral);
3. patrimônio líquido (obrigações para com os proprietários).
No ativo, encontramos as contas agrupadas nos seguintes subgrupos e são classificadas de acordo 
com o grau de liquidez. No passivo, encontramos as contas agrupadas em subgrupos, de acordo o grau 
de exigibilidade.
Conforme a Lei 6.404/76 e alterações:
Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do 
patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento 
e a análise da situação financeira da companhia.
§ 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de 
liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos:
I – ativo circulante; e
II – ativo não circulante, composto por ativo realizável em longo prazo, 
investimentos, imobilizado e intangível.
§ 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos:
I – passivo circulante;
II – passivo não circulante; e
III – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes 
de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos 
acumulados.
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§ 3º Os saldos devedores e credores que a companhia não tiver direito de 
compensar serão classificados separadamente.
Ativo
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:
I – no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso 
do exercício social subsequente e as aplicações de recursos em despesas do 
exercício seguinte;
II – no ativo realizável em longo prazo: os direitos realizáveis após o término 
do exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou 
empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (artigo 243), diretores, 
acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem 
negócios usuais na exploração do objeto da companhia;
III – em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades 
e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, 
e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da 
empresa;
IV – no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens 
corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da 
empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de 
operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle 
desses bens;
VI – no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos 
destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, 
inclusive o fundo de comércio adquirido.
Parágrafo único. Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver 
duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou longo 
prazo terá por base o prazo desse ciclo.
Passivo exigível
Art. 180. As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para 
aquisição de direitos do ativo não circulante, serão classificadas no passivo 
circulante, quando se vencerem no exercício seguinte, e no passivo não 
circulante, se tiverem vencimento em prazo maior, observado o disposto no 
parágrafo único do art. 179 desta Lei.
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Resultados de exercícios futuros
Patrimônio líquido
Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por 
dedução, a parcela ainda não realizada.
§ 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que 
registrarem:
a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor 
nominal e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal 
que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, 
inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou partes 
beneficiárias;
b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;
c) (revogada);
d) (revogada).
§ 2° Será ainda registrado como reserva de capital o resultado da correção 
monetária do capital realizado, enquanto não capitalizado
§ 3o Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto 
não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de 
competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor 
atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação 
a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela 
Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência conferida pelo § 
3o do art. 177 desta Lei.
§ 4º Serão classificados como reservas de lucros as contas constituídas pela 
apropriação de lucros da companhia.
§ 5º As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como 
dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos 
recursos aplicados na sua aquisição (BRASIL. Art. 178, 179, 180, 182; Lei 
6.404, 1976).
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Análise dAs demonstrAções Contábeis
 Lembrete
O balanço patrimonial divide‑se em gruposde contas, de características semelhantes, facilitando, 
dessa forma, a sua leitura, interpretação e análise.
Figura 8
Ativo Passivo
Circulante
Compreende contas que estão constantemente 
em giro, sua conversão em dinheiro, ocorrerá no 
máximo, até o próximo exercício social
Não Circulante
Realizável em Longo Prazo
Bens e Direitos que se transformarão em dinheiro 
a partir do exercício social seguinte – Longo Prazo
Permanente
Bens e Direitos que não se destinam a venda e 
tem vida útil longa, caso dos bens utilizados na 
geração produtiva
Circulante
Compreende obrigações que serão liquidadas no 
máximo, até o próximo exercício social
Não Circulante
Realizável em Longo Prazo
Obrigações que serão liquidadas a partir dos 
próximos exercícios sociais – Longo prazo
Patrimônio Líquido
São os recursos dos proprietários, acionistas, 
compõe do Capital e Reservas
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Figura 9: Balanço patrimonial – composição grupo de contas
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Quadro 1: Balanço patrimonial – exemplo
Companhia das belezas 
Balanço patrimonial
31.12.20X8 em mil R$
Ativo Passivo
Circulante
Disponível
Aplicações Financeiras
Contas a Receber
‑Provisão Devedores Duvidosos
Estoques
Outras Contas Receber
Total Circulante
Não Circulante
Realizável em Longo Prazo
Depósitos Judiciais
Empréstimos Compulsórios
Total Não Circulante
Permanente
Investimento
Imobilizado
Diferido
Total Permanente
Circulante
Fornecedores
Empréstimos a Pagar
Contas a Pagar
Impostos a Recolher
Provisões dos Encargos
Dividendos a Pagar
Salários a Pagar
Total Circulante
Não Circulante
Exigível em Longo Prazo
Financiamento e Empréstimos
Total Não Circulante
Patrimônio Líquido
Capital Realizado
Reservas de Capital
Reservas de Lucros
Prejuízos Acumulados
Total Patrimônio Líquido
Total ativo Total passivo
 Saiba mais
Veja os demonstrativos contábeis de algumas empresas:
Petrobras
Disponível em: <http://petrobrasri.infoinvest.com.br/modulos/ITR‑3.as
p?codcvm=009512&arquivo=00951103.WTL&topic=8&language=ptb>. 
Acesso em 30 jan. 2012.
Bancos
Disponível em: <http://www.bcb.gov.br/htms/inffina/be201012/dezembro2010.
pdf>. Acesso em 30 jan. 2012.
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E em: <http://br.advfn.com/p.php?pid=financials&symbol=BOV:SANB4>. 
Acesso em 30 jan. 2012.
Utilização dos balanços patrimoniais para análise
Disponível em: <http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=2010
0604024829AAu8MON>. Acesso em 30 jan. 2012.
E em: <http://www.espbr.com/busca/BALAN%C3%87O%20PATRIMONIAL%20
clubes?o=d>. Acesso em 30 jan. 2012.
Notas explicativas das demonstrações contábeis
As notas explicativas são obrigatórias de acordo com a legislação vigente, pois complementam as 
demonstrações contábeis por meio de esclarecimentos da situação patrimonial e dos resultados do 
exercício.
As notas explicativas são complementos às demonstrações contábeis, em conjunto com outros 
quadros analíticos. Esse complemento deve abordar os assuntos relevantes merecedores de um 
esclarecimento aos usuários das informações contábeis.
A publicação de notas explicativas está determinada no § 4º do Art. 176 da Lei 6.404/76. 
Concomitantemente, a CVM apresenta recomendação acerca dos assuntos relevantes que devem ser 
abordados para melhor entendimento das demonstrações contábeis:
Art. 176. § 4º As demonstrações serão complementadas por notas 
explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis 
necessários para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados 
do exercício.
§ 5o As notas explicativas devem:
I – apresentar informações sobre a base de preparação das demonstrações 
financeiras e das práticas contábeis específicas selecionadas e aplicadas 
para negócios e eventos significativos;
II – divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas 
no Brasil que não estejam apresentadas em nenhuma outra parte das 
demonstrações financeiras;
III – fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias 
demonstrações financeiras e consideradas necessárias para uma 
apresentação adequada; e
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IV – indicar:
a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, 
especialmente estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e 
exaustão, de constituição de provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes 
para atender a perdas prováveis na realização de elementos do ativo;
b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes (art. 247, 
parágrafo único);
c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas 
avaliações (art. 182, § 3o);
d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias 
prestadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou 
contingentes;
e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações 
em longo prazo;
f) o número, espécies e classes das ações do capital social;
g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício;
h) os ajustes de exercícios anteriores (art. 186, § 1o); e
i) os eventos subsequentes à data de encerramento do exercício 
que tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação 
financeira e os resultados futuros da companhia (BRASIL, Art. 176, Lei 
6.404, 1976).
Parecer de orientação CVM nº 18, de 18 de janeiro de 1990.
3 Notas explicativas
Nas orientações anteriores foram mencionadas as diversas situações que deveriam ser 
objeto de notas explicativas, e que,no que couberem, devem continuar a ser observadas. 
Alguns itens, entretanto, devem merecer tratamento mais cuidadoso no presente exercício, 
quais sejam:
a) Transações entre partes relacionadas (Deliberação CVM nº 26/86).
— a nota explicativa sobre transações entre partes relacionadas deve caracterizar as 
transações ocorridas, as condições em que se deram essas transações (especialmente 
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preços, prazos, encargos, qualidade etc., e se a transação foi efetuada em condições 
semelhantes às que seriam aplicadas entre partes não relacionadas) e os efeitos 
presentes e futuros na situação financeira e/ou nos resultados da companhia;
b) Destinação do resultado do exercício:
— deve ser apresentada nota explicativa sobre a proposta dos órgãos da 
administração para destinação do resultado do exercício. Nesse particular, 
quatro pontos se destacam:
 I – retenção de lucros – devem ser explicitadas as justificativas e as linhas 
principais do respectivo orçamento de capital. Lucros não destinados, mesmo 
que mantidos em Lucros Acumulados, caracterizam‑se como Retenção de Lucros 
(Artigo 196 da LEI Nº 6.404/76).
 II – reservas de lucros a realizar – Esta reserva foi introduzida na lei societária 
a fim de que o dividendo obrigatório possa ser fixado como porcentagem do 
lucro do exercício sem risco de criar problemas financeiros para a companhia, 
conforme seção II do capítulo XVI da Exposição de Motivos nº 196, de 24.06.76, 
do Sr. Ministro da Fazenda, encaminhando o Projeto de Lei das S.A. Portanto, se 
não houver tal risco, a reserva não deve ser constituída.
Deve ser demonstrado o cálculo da reserva constituída, cabendo lembrar que a 
Reservade Lucros a Realizar que poderá ser constituída é o excedente dos lucros a 
realizar sobre as reservas (Legal, Estatutária, para Contingências e de Retenção de 
Lucros) constituídas.
As reservas constituídas em exercícios anteriores e já realizadas devem ser revertidas 
e incluídas na base de cálculo ao dividendo mínimo obrigatório. As reversões deverão ser 
feitas na proporção da realização do saldo de correção monetária, dos dividendos ou lucros 
recebidos de coligadas e controladas, dos lucros sobre vendas em longo prazo realizadas 
no período. Deverá ser considerada, para efeito do dividendo obrigatório sobre os valores 
realizados no período, a parcela que deveria ser paga a título de dividendo à época da 
formação da reserva, caso ela não fosse constituída, acrescida da respectiva correção 
monetária.
 III – dividendo – deve ser apresentada a demonstração do cálculo do dividendo 
proposto, sendo recomendado o seu pagamento com correção monetária, conforme 
Instrução CVM Nº 72, de 30.11.87.
 IV – destinação integral – é entendimento da CVM que a legislação societária 
determina a destinação integral do resultado do exercício (Art. 192 da LEI Nº 
6.404/76). Vide Instrução CVM Nº 59, de 22.12.86.
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Ativos diferidos – Informar sua composição e critérios de amortização.
As empresas do mercado de incentivos fiscais e que estão em fase pré‑operacional 
devem prestar as informações sobre esta conta no maior grau de detalhamento possível e 
com informações gerais sobre o andamento do projeto, da fase em que se encontra e o que 
falta para entrar em operação.
Tais empresas devem envidar todos os esforços para enquadrarem sua contabilidade às 
normas.
Extraído de: <www.cvm.gov.br/asp/cvmwww/atos/Atos/pare/pare018.doc>. Acesso em: 30 jan. 2012.
 Lembrete
As notas explicativas esclarecem muitas dúvidas dos usuários que não 
têm acesso à contabilidade da empresa.
 Saiba mais
Saiba mais sobre notas explicativas em: <http://www.
portaldecontabilidade.com.br/guia/notasexplicativas.htm>. Acesso em: 30 
jan. 2012.
Conheça também alguns exemplos de notas explicativas em: <http://
www.cvale.com.br/demonstracoes/2010/notas_explicativas.html>. Acesso 
em: 30 jan. 2012.
Demonstração de Resultado do Exercício – DRE
A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é a apresentação, em forma resumida, das 
operações realizadas pela sociedade durante o exercício social, demonstradas de forma a destacar o 
resultado líquido do período.
Na determinação do resultado do exercício serão computados: receitas – as receitas 
e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua realização em moeda –, 
custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e 
rendimentos.
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Receita bruta
 (‑) Deduções Vendas (Tributos/Devoluções)
= Receita Líquida
 (‑) Custo Mercadorias ou Custo Produtos Vendidos
= Lucro Bruto
Despesas Operacionais
 (‑) Despesas de Comerciais e de Vendas
 (‑) Despesas Administrativas
 (+/‑) Receitas / Despesas financeiras
= Resultado antes de Imposto de Renda
 (‑) Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social
 (‑) Participações nos Lucros 
= Resultado Líquido do exercício
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Figura 10: Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)
Consoante à legislação vigente, temos que a Demonstração do Resultado do Exercício:
Art. 187 – A demonstração do resultado do exercício discriminará:
I – a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os 
abatimentos e os impostos;
II – a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços 
vendidos e o lucro bruto;
III – as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas 
das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas 
operacionais;
IV – o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas;
V – o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão 
para o imposto;
VI – as participações de debêntures, empregados, administradores e 
partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de 
instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que 
não se caracterizem como despesa;
VII – o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do 
capital social.
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§ 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados:
a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente 
da sua realização em moeda; e
b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, 
correspondentes a essas receitas e rendimentos.
§ 2o(Revogado) (BRASIL, Art. 176, Lei 6.404, 1976).
 Saiba mais
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) – conceito disponível em: 
<http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/demonstracaodoresultado.
htm>. Acesso em: 30 jan. 2012.
Exemplos de Demonstração de Resultado do Exercício disponíveis em: 
<http://www.casadamoeda.gov.br/portal/images/DemonstracoesFinanceiras/
DRE/DRE_2010.pdf>. Acesso em: 30 jan. 2012.
 Observação
A Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) demonstra o resultado 
da empresa no exercício social.
Demonstração da Mutação do Patrimônio Líquido – DMPL
Demonstra a movimentação ocorrida, durante o exercício social, nas diversas contas componentes 
do patrimônio líquido.
Indica o fluxo de uma conta para outra e a origem e o valor de cada acréscimo ou diminuição no 
patrimônio líquido durante o exercício.
A demonstração indica claramente a formação de todas as reservas e o cálculo dos dividendos obrigatórios.
Lei 6.404/76:
Art. 186. A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados discriminará:
I – o saldo do início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a 
correção monetária do saldo inicial;
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II – as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício;
III – as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros 
incorporada ao capital e o saldo ao fim do período.
§ 1º Como ajustes de exercícios anteriores serão considerados apenas os 
decorrentes de efeitos da mudança de critério contábil, ou da retificação 
de erro imputável a determinado exercício anterior, e que não possam ser 
atribuídos a fatos subsequentes.
§ 2º A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá indicar o 
montante do dividendo por ação do capital social e poderá ser incluída na 
demonstração das mutações do patrimônio líquido, se elaborada e publicada 
pela companhia (BRASIL, Art. 186, Lei 6.404, 1976).
Quadro 2: Modelo da demonstração da mutação do patrimônio líquido
Movimentação 
 Reserva capital Reservas de lucros 
Lucros 
acumul Total Capital 
realizado Agio 
Outras 
reservas Le
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Es
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Or
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Saldo 31/12/X0 
(+/-) Ajustes 
exercícios 
anteriores 
 
Aumento de 
capital 
Reversões de 
reservas 
Lucro líquido do 
exercício 
Proposta adm 
destino lucro 
 Reserva legal 
 Reserva 
estatutária 
 Reserva 
orçamentáriaReserva 
contingencial 
 Reserva lucros 
a realizar 
Dividendos 
Saldo 31/12/X1 
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 Saiba mais
Saiba mais sobre o conceito de demonstração da mutação do 
patrimônio líquido em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/
demonstmutapl.htm>. Acesso em: 30 jan. 2012.
Veja exemplos de demonstração da mutação do patrimônio líquido em: 
<http://www.bbsegurosaude.com.br/main.asp?Team={DD0AC75E‑2619 
‑4792‑9643‑842408441328}>. Acesso em: 30 jan. 2012.
Demonstração do Fluxo de Caixa – DFC
O objetivo da DFC é prover informações relevantes sobre o fluxo financeiro de uma empresa, ocorridos 
durante um determinado período, que avaliam:
•	 a capacidade de a empresa gerar futuros fluxos líquidos positivos de caixa;
•	 a capacidade de a empresa honrar seus compromissos, pagar dividendos e retornar empréstimos obtidos;
•	 a liquidez, solvência e flexibilidade financeira da empresa;
•	 a taxa de conversão de lucro em caixa;
•	 a performance operacional de diferentes empresas, por eliminar os efeitos de distintos tratamentos 
contábeis para as mesmas transações e eventos;
•	 o grau de precisão das estimativas passadas de fluxos futuros de caixa;
•	 os efeitos, sobre a posição financeira da empresa, das transações de investimentos e de financiamentos.
Esse demonstrativo tem obrigatoriedade a partir de 1º de janeiro de 2008, por força daLei 11.638/2007 
que inclui esse relatório na Lei 6.404/76, e dessa forma torna‑se mais um importante relatório para a 
tomada de decisões gerenciais.
Art. 188. As demonstrações referidas nos incisos IV – demonstração dos 
fluxos de caixa e V‑ demonstração do valor adicionado. docaputdo art. 176 
desta Lei indicarão, no mínimo:
I – demonstração dos fluxos de caixa – as alterações ocorridas, durante o 
exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa, segregando‑se essas 
alterações em, no mínimo, 3 (três) fluxos:
a) das operações;
b) dos financiamentos; e
c) dos investimentos (BRASIL, Art. 188, Lei 11.638, 2007).
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Análise dAs demonstrAções Contábeis
Quadro 3: Modelos de demonstrações de fluxo de caixa 
(método direto), sugestão CRC‑SP
Método direto
Fluxo de caixa das atividades operacionais
Recebimentos de clientes xx
Dividendos recebidos xx
Juros recebidos xx
Recebimentos por reembolso de seguros xx
Recebimentos de lucros de subsidiárias xx
Pagamentos a fornecedores (xx)
Pagamentos de salários e encargos (xx)
Imposto de renda pago (xx)
Juros pagos (xx)
Outros recebimentos ou pagamentos líquidos xx
Caixa líquido das atividades operacionais xx
Alienação de imobilizado xx
Alienação de investimentos xx
Aquisição de imobilizado (xx)
Aquisição de investimentos (xx)
Caixa líquido das atividades de investimentos xx
Fluxo de caixa das atividades de financiamentos
Juros recebidos de empréstimos xx
Empréstimos tomados xx
Aumento do capital social xx
Pagamento de leasing (principal) (xx)
Pagamentos de lucros e dividendos (xx)
Juros pagos por empréstimos (xx)
Pagamentos de empréstimos/debêntures (xx)
Caixa líquido das atividades de financiamentos xx
Aumento ou redução de caixa líquido xx
Saldo de caixa – inicial xx
Saldo de caixa – final xx
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Quadro 4: Modelos de demonstrações de fluxo de caixa 
(método indireto), sugestão CRC‑SP
Método Indireto
Fluxo de caixa das atividades operacionais
Resultado líquido xx 
(±) Ajustes que não representam entrada ou saída de caixa xx 
(+) Depreciação e amortização xx 
(+) Provisão para devedores duvidosos xx 
(±) Resultado na venda do imobilizado xx 
(±) Aumento ou diminuição de contas a receber xx 
(±) Aumento ou diminuição de estoques xx 
(±) Aumento ou diminuição de despesas antecipadas xx 
(±) Aumento ou diminuição de passivos xx 
(±) Aumento ou diminuição de outros ajustes xx 
(=) Caixa líquido das atividades operacionais xx 
Fluxo de caixa das atividades de investimentos 
Fluxo de caixa das atividades de investimentos 
(+) Alienação de imobilizado xx 
(+) Alienação de investimentos xx 
(‑) Aquisição de imobilizado xx 
(‑) Aquisição de investimentos xx 
(=) Caixa líquido das atividades de investimentos xx 
Integralização de capital xx 
Fluxo de caixa das atividades de financiamentos 
(+) Integralização de capital xx 
(+) Juros recebidos de empréstimos xx 
(+) Empréstimos tomados xx 
(+) Aumento do capital social xx 
(‑) Pagamento de leasing (principal) xx 
(‑) Pagamentos de lucros e dividendos xx 
(‑) Juros pagos por empréstimos xx 
(‑) Pagamentos de empréstimos/debêntures xx 
(=) Caixa líquido das atividades de financiamentos xx 
(=) Aumento ou redução de caixa líquido xx 
 Saiba mais
Entenda o conceito de demonstração de fluxo de caixa em: <http://
web03.unicentro.br/especializacao/Revista_Pos/P%C3%A1ginas/2%20 
Edi%C3%A7%C3%A3o/Aplicadas/PDF/13‑Ed2_CS‑Demonst.pdf>. Acesso: 
31 jan. 2012.
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Veja também um ótimo exemplo de demonstração do fluxo de caixa em: 
<http://www.serpro.gov.br/instituicao/processos_de_contas_anuais/2008/
secoes/06%20‑%20Demonstracao%20do%20Fluxo%20de%20Caixa%20
2008.pdf>. Acesso: 31 jan. 2012.
 Lembrete
A demonstração do fluxo de caixa demonstra a movimentação dos 
recursos financeiros.
Demonstração do Valor Agregado – DVA
Tem como objetivo informar o valor da riqueza criada pela empresa e a forma de sua distribuição.
A Demonstração do Valor Agregado (DVA) evidencia para quem a empresa está canalizando a renda 
obtida, ou ainda qual valor a empresa adiciona por meio de sua atividade.
A Demonstração do Valor Agregado (DVA) é elaborada a partir dos dados contidos na Demonstração 
do Resultado do Exercício (DRE). Nessa demonstração, é destacado o valor agregado pela empresa e a sua 
distribuição, indicando a contribuição da empresa para a formação do lucro e para outros itens, tais como 
impostos, taxas e contribuições, pessoal e encargos, juros e aluguéis, juros sem capital próprio e dividendos.
O balanço social evidencia o perfil social das empresas em relações de trabalho dentro da empresa.
Quadro 5: Itens que compõem a DVA
Empregados: Meio ambienteInvestimentos para a comunidade:
 quantidade;
 sexo;
 escolaridade;
 encargos sociais;
 gastos com alimentação;
 educação;
 saúde do trabalhador.
Tributos pagos
 cultura;
 esportes;
 habitação;
 saúde pública;
 saneamento;
 assistência social.
De acordo com a legislação societária, recentemente atualizada, temos:
Art. 188. As demonstrações referidas nos incisos IV – demonstração dos 
fluxos de caixa e V‑ demonstração do valor adicionado. do caput do art. 176 
desta Lei indicarão, no mínimo:
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II – demonstração do valor adicionado – o valor da riqueza gerada pela 
companhia, a sua distribuição entre os elementos que contribuíram para 
a geração dessa riqueza, tais como empregados, financiadores, acionistas, 
governo e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída (BRASIL, 
Art. 188, Lei 11.638, 2007).
 Saiba mais
Conheça o pronunciamento técnico CPC 09 em:<http://www.cpc.org.
br/pdf/CPC_09.pdf>. Acesso em: 31 jan. 2012.
Veja também exemplos de Demonstração do Valor 
Agregado (DVA) em: <http://www.vale.com/pt‑br/investidores/
resultados‑e‑informacoes‑financeiras/demonstracoes‑contabeis‑anuais‑ 
controladas‑e‑coligadas/paginas/default.aspx>. Acesso em: 31 jan. 2012.
 Lembrete
A Demonstração do Valor Agregado (DVA) demonstra a movimentação 
dos recursos utilizados pela empresa na produção dos bens e serviços.
Parecer da auditoria independente
As empresas de capital aberto, instituições financeiras e alguns outros casos específicos são obrigados 
a publicar as demonstrações financeiras com o parecer da auditoria externa.
O auditor emite sua opinião, informando se as demonstrações financeiras representam 
adequadamente a situação patrimonial e a posição financeira na data do exame. Também informa se as 
demonstrações financeiras foram levantadas de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade 
e se há uniformidade em relação ao exercício anterior.
Os principais motivos que levam uma empresa a contratar o auditor externo ou independente são:
•	 obrigação legal – as companhias abertas são obrigadas por lei;
•	 imposição de bancos para ceder empréstimo;
•	 imposição estatutária;
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•	 imposição dos acionistas minoritários;
•	 para efeito de fusão, incorporação, cisão ou consolidação.
Observe que o parecer deve ser emitido por um profissional que seja o mais independente possível 
da empresa auditada.
 Saiba mais
Conheça o conceito dos pareceres dos auditores em: <http://www.
portaldeauditoria.com.br/legislacao/normas/parecerdosauditores.htm>. 
Acesso em: 31 jan. 2012.
Veja também um exemplo de parecer da auditoria independente em: 
<http://downloads.caixa.gov.br/_arquivos/caixa/caixa_demfinanc/PARECER_
AUDIT_INDEPEN_3TRIMESTRE_2007.pdf>. Acesso em: 31 jan. 2012.
 Lembrete
As demonstrações contábeis são certificadas por meio da auditoria 
independente, cujo parecer demonstra o grau de idoneidade da empresa.
Parecer do Conselho Fiscal
Compete ao Conselho Fiscal:
I. fiscalizar, por qualquer de seus membros, os atos dos administradores e verificar o cumprimento 
dos seus deveres legais e estatutários;
II. opinar sobre o relatório anual da administração, fazendo constar do seu parecer as informações 
complementares que julgar necessárias ou úteis à deliberação da assembleia geral;
III. opinar sobre as propostas dos órgãos da administração a serem submetidas à assembleia geral, 
relativas à modificação do capital social, emissão de debêntures ou bônus de subscrição, planos de 
investimento ou orçamentos de capital, distribuição de dividendos, transformação, incorporação, 
fusão ou cisão;
IV. denunciar, por qualquer de seus membros, aos órgãos de administração e, se esses não tomarem 
as providências necessárias para a proteção dos interesses da companhia, à assembleia geral, os 
erros, fraudes ou crimes que descobrirem e sugerirem providências úteis à companhia;
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V. convocar a assembleia geral ordinária, se os órgãos da administração retardarem por mais de 1 
(um) mês essa convocação, e a extraordinária, sempre que ocorrerem motivos graves ou urgentes, 
incluindo na agenda das assembleias as matérias que considerarem necessárias;
VI. analisar, ao menos trimestralmente, o balancete e demais demonstrações financeiras elaboradas 
periodicamente pela companhia.
A legislação das sociedades anônimas regulamenta o item relativo ao Conselho Fiscal por meio dos 
artigos 161 ao 165. A constituição do e a responsabilidade do Conselho Fiscal é definida no artigo 161:
Art. 161. A companhia terá um conselho fiscal e o estatuto disporá sobre seu 
funcionamento, de modo permanente ou nos exercícios sociais em que for 
instalado a pedido de acionistas.
§ 1º O conselho fiscal será composto de, no mínimo, 3 (três) e, no máximo, 
5 (cinco) membros, e suplentes em igual número, acionistas ou não, eleitos 
pela assembleia‑geral.
§ 2º O conselho fiscal, quando o funcionamento não for permanente, será 
instalado pela assembleia‑geral a pedido de acionistas que representem, no 
mínimo, 0,1 (um décimo) das ações com direito a voto, ou 5% (cinco por 
cento) das ações sem direito a voto, e cada período de seu funcionamento 
terminará na primeira assembleia‑geral ordinária após a sua instalação.
§ 3º O pedido de funcionamento do conselho fiscal, ainda que a matéria 
não conste do anúncio de convocação, poderá ser formulado em qualquer 
assembleia‑geral, que elegerá os seus membros.
§ 4º Na constituição do conselho fiscal serão observadas as seguintes normas:
a) os titulares de ações preferenciais sem direito a voto, ou com voto 
restrito, terão direito de eleger, em votação em separado, 1 (um) 
membro e respectivo suplente; igual direito terão os acionistas 
minoritários, desde que representem, em conjunto, 10% (dez por 
cento) ou mais das ações com direito a voto;
b) ressalvado o disposto na alínea anterior, os demais acionistas com 
direito a voto poderão eleger os membros efetivos e suplentes que, 
em qualquer caso, serão em número igual ao dos eleitos nos termos 
da alínea a, mais um.
§ 5º Os membros do conselho fiscal e seus suplentes exercerão seus cargos 
até a primeira assembleia‑geral ordinária que se realizar após a sua eleição, 
e poderão ser reeleitos.
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§ 6o Os membros do conselho fiscal e seus suplentes exercerão seus cargos 
até a primeira assembleia‑geral ordinária que se realizar após a sua eleição, 
e poderão ser reeleitos.
§ 7o A função de membro do conselho fiscal é indelegável (BRASIL, Art. 161, 
Lei 11.638, 2007).
 Saiba mais
Saiba mais sobre contabilidade avançada em: <http://www.cosif.com.
br/mostra.asp?arquivo=contabilavancada>. Acesso em: 31 jan. 2012.
Veja um exemplo de parecer do Conselho Fiscal em: <http://www.cvale.
com.br/demonstracoes/2010/conselho_fiscal.html>. Acesso em: 31 jan. 2012.
 Lembrete
O parecer do Conselho Fiscal não é obrigatório, mas, na concepção 
dos empresários e usuários das demonstrações contábeis, tem‑se como 
governança corporativa.
3 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
O objetivo da análise das demonstrações contábeis envolve a indicação de informações numéricas, 
preferencialmente de dois ou mais períodos regulares, de modo a auxiliar ou instrumentalizar gestores, 
acionistas, clientes, fornecedores, instituições financeiras, governo, investidores e outras pessoas 
interessadas em conhecer a situação da empresa ou em tomar decisão.
A análise das demonstrações contábeis é uma forma de verificar a evolução ou o crescimento da 
empresa de um período para outro e quais os indicadores que demonstram tal crescimento ou decréscimos.
Nessas análises, causas são identificadas e medidas corretivas podem ser tomadas, ou formas de 
medidas preventivas para evitar desvios futuros.
Diversas razões ou objetivos específicos também levam muitos usuários das demonstrações contábeis 
a se debruçarem sobre elas para analisar a situação da empresa. Veja a seguir algumas razões:
•	 liberação de crédito;
•	 investimento de capital;
•	 fusão de empresas;
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•	 incorporação de empresas;
•	 rentabilidade ou retorno;
•	 saneamento financeiro;
•	 perspectiva da empresa;
•	 fiscalizaçãoou controle;
•	 relatórios administrativos.
 Observação
A análise das demonstrações contábeis resulta em conhecer a saúde 
econômico‑financeira da empresa.
Figura 11
Caracterização da análise 
econômico‑financeira
Exame de dados
Indicadores da análise 
econômico‑financeira
Conhecimento da situação 
Julgamento da realidade
Verificar a capacidade 
de solvência
Situação 
financeira
Finalidade da análise 
econômico‑financeira
Conhecer a estrutura 
patrimonial
Estado 
patrimonial
Descobrir a potencialidade 
de gerar resultado
Situação 
econômica
Figura 12: Fluxo dos objetivos da avaliação das demonstrações contábeis
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Análise dAs demonstrAções Contábeis
 Saiba mais
Saiba mais sobre análise de balanços em: <http://www.cosif.com.br/
mostra.asp?arquivo=analisebalanco‑verdadeira>. Acesso em: 31 jan. 2012.
Também leia mais sobre análise das demonstrações financeiras em: <http://
www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/analisedemonstracoesfinanceiras.
htm>. Acesso em: 31 jan. 2012.
3.1 Processo de análise das demonstrações contábeis
A mercearia São José
Ao conversarmos com o dono da mercearia próximo de casa, Sr. José, percebemos a 
preocupação que ele tem com a situação do comércio.
Todas as vezes que alguém compra algum produto, ele escreve em um caderno o produto 
e o valor do recebimento.
Ao lado da caixa registradora há uma prancheta pendurada com diversas notas fiscais e 
outros documentos de bancos.
Ao adentrar, uma criança pede massa de tomate e, ao pagá‑lo, entrega ao Sr. José uma 
caderneta, onde ele escreve algo. Ao sair, a criança fala: “amanhã, minha mãe recebe, ela 
virá acertar as contas com o senhor”.
Fonte: do autor.
A cena anteriormente descrita, é mais comum do que muitos imaginam: é o dia a dia do pequeno 
comércio dos bairros.
As atividades descritas do Sr. José (escrever no caderno, a prancheta com os documentos fiscais, a 
criança trazendo a caderneta e avisando do pagamento) são típicas atividades que servem de controle 
e fornecem informações e dados para a análise da situação do negócio do Sr. José.
Existe diferença entre o comércio do Sr. José e uma empresa de maior porte, em termos de fluxo de 
informações e dados e, consequentemente, nos controles e registros contábeis, para análise e avaliação 
do desempenho da empresa?
Essa pergunta é fundamental para as decisões que são tomadas com base nos dados e informações 
contábeis, muitas delas constantes das demonstrações contábeis.
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Para melhor entendimento do exemplo do comércio São José, devemos entender o comércio, 
traduzindo as tarefas do Sr. José em “contabilês”:
•	 escrita no caderno = escrituração da movimentação contábil das vendas;
•	 escrita no caderno = escrituração contábil do caixa – recebimento;
•	 escrita no caderno = escrituração da baixa no estoque das mercadorias;
•	 prancheta = contas a pagar – passivo circulante;
•	 prancheta = estoques – notas fiscais de entradas de mercadorias;
•	 caderneta = contas a receber – ativo circulante;
•	 caderneta = fluxo de caixa – contas a receber;
•	 mercadorias expostas = estoque – ativo circulante;
•	 local do comércio = intangível – ponto comercial;
•	 balcão e equipamentos existentes = ativo permanente imobilizado;
•	 Sr. José = recurso humano;
•	 energia elétrica, água, IPTU = despesas fixas – mensais.
No final do dia, o Sr. José deve elaborar um relatório simples para verificar o resultado da atividade 
operacional:
Recebimento – pagamentos = resultado (lucro ou prejuízo).
Para ele, isso é o resultado, para a contabilidade isso é o saldo do fluxo de caixa, ou seja, a 
forma de se chegar ao resultado depende do regime contábil utilizado. Para o Sr. José, utilizar 
o regime de caixa é chegar ao resultado, para os contabilistas, o correto é utilizar o regime de 
competência.
No quadro demonstrado, o Sr. José e milhares de outros comerciantes e pequenos empresários 
devem ter em mente essa composição e controle e a análise das suas atividades, sem medo de errar. 
Utilizam‑se de técnicas rudimentares aos olhos das ciências contábeis.
Eles não têm o entendimento técnico contábil para que possam gerenciar seu negócio de forma 
mais eficiente tecnicamente, porém, o fazem para a manutenção do seu negócio.
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Figura 13
Alguns obtêm sucesso por meio do grau de empreendedorismo e visão mercadológica, com o apoio 
de parcos conhecimentos econômico‑financeiros.
No presente exemplo, fica evidente o grau de conhecimento do gerenciamento do capital de giro – a 
administração do ativo circulante e do passivo circulante ou, tecnicamente, o Capital Circulante Líquido – 
CCL, sem profundidade.
Se tivermos que elaborar um balanço patrimonial e a demonstração de resultados com os dados 
anteriormente descritos, teríamos algo dessa forma:
Quadro 6: Balanço patrimonial para EPP/ME
Ativo Passivo
Circulante
Caixa – cx registradora
Contas a receber – cadernetas
Estoques – mercadorias a mostra
Não circulante
Permanente
Imobilizado
 Equipamentos
 Instalações
 Imóveis (caso próprio)
 Intangível (pto. comercial)
Circulante
Fornecedores – prancheta
Tributos – prancheta
Energia elétrica – prancheta
Água – prancheta
Iptu – prancheta
Outras contas – prancheta
Patrimônio líquido
Capital social
Resultado do exercício
Total ativo Total passivo
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Unidade I
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Quadro 7: Demonstração de resultado
Receita (recebimentos + cadernetas)
Custos das Mercadorias Vendidas (CMV = EI + Compras – Ef)
Lucro bruto
Despesas operacionais
Tributos – prancheta (inclusive Simples +lucro presumido)
Energia elétrica – prancheta
Água – prancheta
IPTU – prancheta
Pro labore – retirada pessoal
Outras contas – prancheta
Resultado Final
No quadro 5, o “recebimentos” considera os recebimentos, e o “contas a receber” considera as 
cadernetas. O custo das mercadorias vendidas é obtido por meio da equação:
CMV = estoque inicial + compras do período – estoque final.
Os tributos considerados como despesa operacional, referem‑se aos tributos existentes nos casos 
do Super Simples e do Lucro Presumido, recolhidos no decorrer do exercício social. As retiradas para 
pagamento e uso pessoal foram classificadas como pró‑labore.
Essas demonstrações não são elaboradas pelos empresários e comerciantes, porém, de acordo com 
as informações e dados demonstrados anteriormente, pode‑se elaborar o modelo citado.
As análises das informações são feitas de acordo com o grau de conhecimento e objetivo de cada 
comerciante.
O mais importante nessa história é que os comerciantes como o Sr. José fazem uma análise contábil 
das suas atividades e das demonstrações contábeis de forma simplista, porém, eficiente de acordo com 
as necessidades de cada um.
Quanto maior o porte da empresa e o grau de complexidade de suas atividades operacionais, é mais 
sofisticado e complexo é o processo de análise.
 Observação
O planejamento da análise das demonstrações contábeis é importante 
para atingir o objetivo do usuário.
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Análise dAs demonstrAções Contábeis
Conforme Marion (2005), a análise

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