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Vade Mecum Polícia Rodoviária Federal e Polícia Federal 2017

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Vade 
Mecum 
2017 
Polícia Federal 
Polícia Rodoviária Federal 
Futuro Federal: 
 
Atualizado em 13.03.2017 
@CaféComPenal 
Venda proibida 
A nossa roupa é preta 
O armamento é Glock 
Polícia Federal do Chuí ao Oiapoque 
 
Força, coragem, inteligência e respeito 
PF de verdade leva a ANP no peito 
Vou até o fim realizar minha missão 
Fazer cumprir a lei e servir ao cidadão 
Hoo Hoo! 
 
Hierarquia e disciplina 
Excelência em formação 
Policiais vocacionados 
Prontos pra qualquer missão 
Resistência ao probatório 
Orgulho nacional 
SEREI MAIS UM GUERREIRO DA POLÍCIA FEDERAL! 
Hoo Hoo Hoo Hoo! 
SUMÁRIO 
 
LEI DAS DROGAS 1 
ABUSO DE AUTORIDADE 10 
TORTURA 12 
CRIMES HEDIONDOS 13 
ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS 15 
LAVAGEM DE DINHEIRO 19 
MARIA DA PENHA 26 
ESTATUTO DO DESARMAMENTO 31 
ECA 39 
ESTATUTO DO IDOSO 48 
CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA 58 
CRIMES AMBIENTAIS 61 
FISCALIZAÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS DESTINADOS À ELABORAÇÃO DE DROGAS 71 
CRIMES DE PRECONCEITO DE RAÇA E COR 74 
TRÁFICO DE PESSOAS 75 
ESTATUTO DO ESTRANGEIRO 82 
TRANSPORTE DE VALORES 98 
INFRAÇÕES PENAIS DE REPERCUSSÃO INTERESTADUAL OU INTERNACIONAL 102 
APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTOS DE IDENTIFICAÇÃO PESSOAL 102 
CONTRAVENÇÕES PENAIS 102 
INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS 107 
PRISÃO TEMPORÁRIA 108 
JECRIM 109 
JUIZADOS FEDERAIS 112 
REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES FEDERAIS - LEI 8112 115 
PROCESSO ADMINISTRATIVO FEDERAL – LEI 9784 151 
LEI DAS LICITAÇÕES – LEI 8666 157 
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA – LEI 8429 190 
CÓDIGO DE ÉTICA 194 
COMPETÊNCIA DA PRF 197 
ESTATUTO DA PRF 197 
CÓDIGO DE TRÂNSITO 200 
CÓDIGO PENAL – PARTE GERAL 255 
CÓDIGO PENAL – PARTE ESPECIAL 269 
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL 301 
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA 361 
 
 
 
 
1 
DROGAS 
LEI Nº 11.343, DE 23 DE 
AGOSTO DE 2006. 
 
Institui o Sistema 
Nacional de Políticas 
Públicas sobre Drogas 
- Sisnad; prescreve 
medidas para 
prevenção do uso 
indevido, atenção e 
reinserção social de 
usuários e 
dependentes de 
drogas; estabelece 
normas para repressão 
à produção não 
autorizada e ao tráfico 
ilícito de drogas; define 
crimes e dá outras 
providências. 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
 Faço saber que o Congresso Nacional 
decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
TÍTULO I 
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 
Art. 1o Esta Lei institui o Sistema 
Nacional de Políticas Públicas sobre 
Drogas - Sisnad; prescreve medidas para 
prevenção do uso indevido, atenção e 
reinserção social de usuários e 
dependentes de drogas; estabelece 
normas para repressão à produção não 
autorizada e ao tráfico ilícito de drogas e 
define crimes. 
Parágrafo único. Para fins desta 
Lei, consideram-se como drogas as 
substâncias ou os produtos capazes de 
causar dependência, assim especificados 
em lei ou relacionados em listas 
atualizadas periodicamente pelo Poder 
Executivo da União. 
Art. 2o Ficam proibidas, em todo o 
território nacional, as drogas, bem como 
o plantio, a cultura, a colheita e a 
exploração de vegetais e substratos dos 
quais possam ser extraídas ou 
produzidas drogas, ressalvada a hipótese 
de autorização legal ou regulamentar, 
bem como o que estabelece a 
Convenção de Viena, das Nações 
Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, 
de 1971, a respeito de plantas de uso 
estritamente ritualístico-religioso. 
Parágrafo único. Pode a União 
autorizar o plantio, a cultura e a colheita 
dos vegetais referidos no caput deste 
artigo, exclusivamente para fins 
medicinais ou científicos, em local e 
prazo predeterminados, mediante 
fiscalização, respeitadas as ressalvas 
supramencionadas. 
TÍTULO II 
DO SISTEMA NACIONAL DE 
POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE 
DROGAS 
Art. 3o O Sisnad tem a finalidade 
de articular, integrar, organizar e 
coordenar as atividades relacionadas 
com: 
I - a prevenção do uso indevido, a 
atenção e a reinserção social de usuários 
e dependentes de drogas; 
II - a repressão da produção não 
autorizada e do tráfico ilícito de drogas. 
CAPÍTULO I 
DOS PRINCÍPIOS E DOS 
OBJETIVOS DO SISTEMA NACIONAL 
DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE 
DROGAS 
Art. 4o São princípios do Sisnad: 
I - o respeito aos direitos 
fundamentais da pessoa humana, 
especialmente quanto à sua autonomia e 
à sua liberdade; 
II - o respeito à diversidade e às 
especificidades populacionais existentes; 
III - a promoção dos valores 
éticos, culturais e de cidadania do povo 
brasileiro, reconhecendo-os como fatores 
de proteção para o uso indevido de 
drogas e outros comportamentos 
correlacionados; 
IV - a promoção de consensos 
nacionais, de ampla participação social, 
para o estabelecimento dos fundamentos 
e estratégias do Sisnad; 
V - a promoção da 
responsabilidade compartilhada entre 
Estado e Sociedade, reconhecendo a 
importância da participação social nas 
atividades do Sisnad; 
VI - o reconhecimento da 
intersetorialidade dos fatores 
correlacionados com o uso indevido de 
drogas, com a sua produção não 
autorizada e o seu tráfico ilícito; 
VII - a integração das estratégias 
nacionais e internacionais de prevenção 
do uso indevido, atenção e reinserção 
social de usuários e dependentes de 
drogas e de repressão à sua produção 
não autorizada e ao seu tráfico ilícito; 
VIII - a articulação com os órgãos 
do Ministério Público e dos Poderes 
Legislativo e Judiciário visando à 
cooperação mútua nas atividades do 
Sisnad; 
IX - a adoção de abordagem 
multidisciplinar que reconheça a 
interdependência e a natureza 
complementar das atividades de 
prevenção do uso indevido, atenção e 
reinserção social de usuários e 
dependentes de drogas, repressão da 
produção não autorizada e do tráfico 
ilícito de drogas; 
X - a observância do equilíbrio 
entre as atividades de prevenção do uso 
indevido, atenção e reinserção social de 
usuários e dependentes de drogas e de 
repressão à sua produção não autorizada 
e ao seu tráfico ilícito, visando a garantir 
a estabilidade e o bem-estar social; 
XI - a observância às orientações 
e normas emanadas do Conselho 
Nacional Antidrogas - Conad. 
Art. 5o O Sisnad tem os seguintes 
objetivos: 
I - contribuir para a inclusão social 
do cidadão, visando a torná-lo menos 
vulnerável a assumir comportamentos de 
risco para o uso indevido de drogas, seu 
tráfico ilícito e outros comportamentos 
correlacionados; 
II - promover a construção e a 
socialização do conhecimento sobre 
drogas no país; 
 
 
2 
III - promover a integração entre 
as políticas de prevenção do uso 
indevido, atenção e reinserção social de 
usuários e dependentes de drogas e de 
repressão à sua produção não autorizada 
e ao tráfico ilícito e as políticas públicas 
setoriais dos órgãos do Poder Executivo 
da União, Distrito Federal, Estados e 
Municípios; 
IV - assegurar as condiçõespara 
a coordenação, a integração e a 
articulação das atividades de que trata o 
art. 3o desta Lei. 
CAPÍTULO II 
DA COMPOSIÇÃO E DA 
ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA 
NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS 
SOBRE DROGAS 
Art. 6o (VETADO) 
Art. 7o A organização do Sisnad 
assegura a orientação central e a 
execução descentralizada das atividades 
realizadas em seu âmbito, nas esferas 
federal, distrital, estadual e municipal e 
se constitui matéria definida no 
regulamento desta Lei. 
Art. 8o (VETADO) 
CAPÍTULO III 
(VETADO) 
Art. 9o (VETADO) 
Art. 10. (VETADO) 
Art. 11. (VETADO) 
Art. 12. (VETADO) 
Art. 13. (VETADO) 
Art. 14. (VETADO) 
CAPÍTULO IV 
DA COLETA, ANÁLISE E 
DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÕES 
SOBRE DROGAS 
Art. 15. (VETADO) 
Art. 16. As instituições com 
atuação nas áreas da atenção à saúde e 
da assistência social que atendam 
usuários ou dependentes de drogas 
devem comunicar ao órgão competente 
do respectivo sistema municipal de saúde 
os casos atendidos e os óbitos ocorridos, 
preservando a identidade das pessoas, 
conforme orientações emanadas da 
União. 
Art. 17. Os dados estatísticos 
nacionais de repressão ao tráfico ilícito 
de drogas integrarão sistema de 
informações do Poder Executivo. 
TÍTULO III 
DAS ATIVIDADES DE 
PREVENÇÃO DO USO INDEVIDO, 
ATENÇÃO E REINSERÇÃO SOCIAL DE 
USUÁRIOS E DEPENDENTES DE 
DROGAS 
CAPÍTULO I 
DA PREVENÇÃO 
Art. 18. Constituem atividades de 
prevenção do uso indevido de drogas, 
para efeito desta Lei, aquelas 
direcionadas para a redução dos fatores 
de vulnerabilidade e risco e para a 
promoção e o fortalecimento dos fatores 
de proteção. 
Art. 19. As atividades de 
prevenção do uso indevido de drogas 
devem observar os seguintes princípios e 
diretrizes: 
I - o reconhecimento do uso 
indevido de drogas como fator de 
interferência na qualidade de vida do 
indivíduo e na sua relação com a 
comunidade à qual pertence; 
II - a adoção de conceitos 
objetivos e de fundamentação científica 
como forma de orientar as ações dos 
serviços públicos comunitários e privados 
e de evitar preconceitos e estigmatização 
das pessoas e dos serviços que as 
atendam; 
III - o fortalecimento da autonomia 
e da responsabilidade individual em 
relação ao uso indevido de drogas; 
IV - o compartilhamento de 
responsabilidades e a colaboração mútua 
com as instituições do setor privado e 
com os diversos segmentos sociais, 
incluindo usuários e dependentes de 
drogas e respectivos familiares, por meio 
do estabelecimento de parcerias; 
V - a adoção de estratégias 
preventivas diferenciadas e adequadas 
às especificidades socioculturais das 
diversas populações, bem como das 
diferentes drogas utilizadas; 
VI - o reconhecimento do “não-
uso”, do “retardamento do uso” e da 
redução de riscos como resultados 
desejáveis das atividades de natureza 
preventiva, quando da definição dos 
objetivos a serem alcançados; 
VII - o tratamento especial dirigido 
às parcelas mais vulneráveis da 
população, levando em consideração as 
suas necessidades específicas; 
VIII - a articulação entre os 
serviços e organizações que atuam em 
atividades de prevenção do uso indevido 
de drogas e a rede de atenção a usuários 
e dependentes de drogas e respectivos 
familiares; 
IX - o investimento em alternativas 
esportivas, culturais, artísticas, 
profissionais, entre outras, como forma 
de inclusão social e de melhoria da 
qualidade de vida; 
X - o estabelecimento de políticas 
de formação continuada na área da 
prevenção do uso indevido de drogas 
para profissionais de educação nos 3 
(três) níveis de ensino; 
XI - a implantação de projetos 
pedagógicos de prevenção do uso 
indevido de drogas, nas instituições de 
ensino público e privado, alinhados às 
Diretrizes Curriculares Nacionais e aos 
conhecimentos relacionados a drogas; 
XII - a observância das 
orientações e normas emanadas do 
Conad; 
XIII - o alinhamento às diretrizes 
dos órgãos de controle social de políticas 
setoriais específicas. 
Parágrafo único. As atividades de 
prevenção do uso indevido de drogas 
dirigidas à criança e ao adolescente 
deverão estar em consonância com as 
diretrizes emanadas pelo Conselho 
Nacional dos Direitos da Criança e do 
Adolescente - Conanda. 
 
 
 
 
3 
CAPÍTULO II 
DAS ATIVIDADES DE ATENÇÃO 
E DE REINSERÇÃO SOCIAL DE 
USUÁRIOS OU DEPENDENTES DE 
DROGAS 
Art. 20. Constituem atividades de 
atenção ao usuário e dependente de 
drogas e respectivos familiares, para 
efeito desta Lei, aquelas que visem à 
melhoria da qualidade de vida e à 
redução dos riscos e dos danos 
associados ao uso de drogas. 
Art. 21. Constituem atividades de 
reinserção social do usuário ou do 
dependente de drogas e respectivos 
familiares, para efeito desta Lei, aquelas 
direcionadas para sua integração ou 
reintegração em redes sociais. 
Art. 22. As atividades de atenção 
e as de reinserção social do usuário e do 
dependente de drogas e respectivos 
familiares devem observar os seguintes 
princípios e diretrizes: 
I - respeito ao usuário e ao 
dependente de drogas, 
independentemente de quaisquer 
condições, observados os direitos 
fundamentais da pessoa humana, os 
princípios e diretrizes do Sistema Único 
de Saúde e da Política Nacional de 
Assistência Social; 
II - a adoção de estratégias 
diferenciadas de atenção e reinserção 
social do usuário e do dependente de 
drogas e respectivos familiares que 
considerem as suas peculiaridades 
socioculturais; 
III - definição de projeto 
terapêutico individualizado, orientado 
para a inclusão social e para a redução 
de riscos e de danos sociais e à saúde; 
 
IV - atenção ao usuário ou 
dependente de drogas e aos respectivos 
familiares, sempre que possível, de forma 
multidisciplinar e por equipes 
multiprofissionais; 
V - observância das orientações e 
normas emanadas do Conad; 
VI - o alinhamento às diretrizes 
dos órgãos de controle social de políticas 
setoriais específicas. 
Art. 23. As redes dos serviços de 
saúde da União, dos Estados, do Distrito 
Federal, dos Municípios desenvolverão 
programas de atenção ao usuário e ao 
dependente de drogas, respeitadas as 
diretrizes do Ministério da Saúde e os 
princípios explicitados no art. 22 desta 
Lei, obrigatória a previsão orçamentária 
adequada. 
Art. 24. A União, os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios poderão 
conceder benefícios às instituições 
privadas que desenvolverem programas 
de reinserção no mercado de trabalho, do 
usuário e do dependente de drogas 
encaminhados por órgão oficial. 
Art. 25. As instituições da 
sociedade civil, sem fins lucrativos, com 
atuação nas áreas da atenção à saúde e 
da assistência social, que atendam 
usuários ou dependentes de drogas 
poderão receber recursos do Funad, 
condicionados à sua disponibilidade 
orçamentária e financeira. 
Art. 26. O usuário e o dependente 
de drogas que, em razão da prática de 
infração penal, estiverem cumprindo 
pena privativa de liberdade ou 
submetidos a medida de segurança, têm 
garantidos os serviços de atenção à sua 
saúde, definidos pelo respectivo sistema 
penitenciário. 
CAPÍTULO III 
DOS CRIMES E DAS PENAS 
Art. 27. As penas previstas neste 
Capítulo poderão ser aplicadas isolada 
ou cumulativamente, bem como 
substituídas a qualquer tempo, ouvidos o 
Ministério Público e o defensor. 
Art. 28. Quem adquirir, guardar, 
tiverem depósito, transportar ou trouxer 
consigo, para consumo pessoal, drogas 
sem autorização ou em desacordo com 
determinação legal ou regulamentar será 
submetido às seguintes penas: 
I - advertência sobre os efeitos 
das drogas; 
II - prestação de serviços à 
comunidade; 
III - medida educativa de 
comparecimento a programa ou curso 
educativo. 
§ 1o Às mesmas medidas 
submete-se quem, para seu consumo 
pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas 
destinadas à preparação de pequena 
quantidade de substância ou produto 
capaz de causar dependência física ou 
psíquica. 
§ 2o Para determinar se a droga 
destinava-se a consumo pessoal, o juiz 
atenderá à natureza e à quantidade da 
substância apreendida, ao local e às 
condições em que se desenvolveu a 
ação, às circunstâncias sociais e 
pessoais, bem como à conduta e aos 
antecedentes do agente. 
§ 3o As penas previstas nos 
incisos II e III do caput deste artigo serão 
aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) 
meses. 
§ 4o Em caso de reincidência, as 
penas previstas nos incisos II e III do 
caput deste artigo serão aplicadas pelo 
prazo máximo de 10 (dez) meses. 
§ 5o A prestação de serviços à 
comunidade será cumprida em 
programas comunitários, entidades 
educacionais ou assistenciais, hospitais, 
estabelecimentos congêneres, públicos 
ou privados sem fins lucrativos, que se 
ocupem, preferencialmente, da 
prevenção do consumo ou da 
recuperação de usuários e dependentes 
de drogas. 
§ 6o Para garantia do 
cumprimento das medidas educativas a 
que se refere o caput, nos incisos I, II e 
III, a que injustificadamente se recuse o 
agente, poderá o juiz submetê-lo, 
sucessivamente a: 
I - admoestação verbal; 
II - multa. 
§ 7o O juiz determinará ao Poder 
Público que coloque à disposição do 
infrator, gratuitamente, estabelecimento 
de saúde, preferencialmente 
ambulatorial, para tratamento 
especializado. 
 
 
4 
Art. 29. Na imposição da medida 
educativa a que se refere o inciso II do § 
6o do art. 28, o juiz, atendendo à 
reprovabilidade da conduta, fixará o 
número de dias-multa, em quantidade 
nunca inferior a 40 (quarenta) nem 
superior a 100 (cem), atribuindo depois a 
cada um, segundo a capacidade 
econômica do agente, o valor de um 
trinta avos até 3 (três) vezes o valor do 
maior salário mínimo. 
Parágrafo único. Os valores 
decorrentes da imposição da multa a que 
se refere o § 6o do art. 28 serão 
creditados à conta do Fundo Nacional 
Antidrogas. 
Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) 
anos a imposição e a execução das 
penas, observado, no tocante à 
interrupção do prazo, o disposto nos arts. 
107 e seguintes do Código Penal. 
TÍTULO IV 
DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO 
NÃO AUTORIZADA E AO TRÁFICO 
ILÍCITO DE DROGAS 
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
Art. 31. É indispensável a licença 
prévia da autoridade competente para 
produzir, extrair, fabricar, transformar, 
preparar, possuir, manter em depósito, 
importar, exportar, reexportar, remeter, 
transportar, expor, oferecer, vender, 
comprar, trocar, ceder ou adquirir, para 
qualquer fim, drogas ou matéria-prima 
destinada à sua preparação, observadas 
as demais exigências legais. 
Art. 32. As plantações ilícitas 
serão imediatamente destruídas pelas 
autoridades de polícia judiciária, que 
recolherão quantidade suficiente para 
exame pericial, de tudo lavrando auto de 
levantamento das condições 
encontradas, com a delimitação do local, 
asseguradas as medidas necessárias 
para a preservação da prova. 
§ 1o A destruição de drogas far-
se-á por incineração, no prazo máximo 
de 30 (trinta) dias, guardando-se as 
amostras necessárias à preservação da 
prova. 
§ 2o A incineração prevista no § 
1o deste artigo será precedida de 
autorização judicial, ouvido o Ministério 
Público, e executada pela autoridade de 
polícia judiciária competente, na 
presença de representante do Ministério 
Público e da autoridade sanitária 
competente, mediante auto 
circunstanciado e após a perícia 
realizada no local da incineração. 
Art. 32. As plantações ilícitas 
serão imediatamente destruídas pelo 
delegado de polícia na forma do art. 50-
A, que recolherá quantidade suficiente 
para exame pericial, de tudo lavrando 
auto de levantamento das condições 
encontradas, com a delimitação do local, 
asseguradas as medidas necessárias 
para a preservação da prova. (Redação 
dada pela Lei nº 12.961, de 2014) 
§ 1o (Revogado). (Redação dada 
pela Lei nº 12.961, de 2014) 
§ 2o (Revogado). (Redação dada 
pela Lei nº 12.961, de 2014) 
§ 3o Em caso de ser utilizada a 
queimada para destruir a plantação, 
observar-se-á, além das cautelas 
necessárias à proteção ao meio 
ambiente, o disposto no Decreto 
no 2.661, de 8 de julho de 1998, no que 
couber, dispensada a autorização prévia 
do órgão próprio do Sistema Nacional do 
Meio Ambiente - Sisnama. 
§ 4o As glebas cultivadas com 
plantações ilícitas serão expropriadas, 
conforme o disposto no art. 243 da 
Constituição Federal, de acordo com a 
legislação em vigor. 
CAPÍTULO II 
DOS CRIMES 
Art. 33. Importar, exportar, 
remeter, preparar, produzir, fabricar, 
adquirir, vender, expor à venda, oferecer, 
ter em depósito, transportar, trazer 
consigo, guardar, prescrever, ministrar, 
entregar a consumo ou fornecer drogas, 
ainda que gratuitamente, sem 
autorização ou em desacordo com 
determinação legal ou regulamentar: 
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 
(quinze) anos e pagamento de 500 
(quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) 
dias-multa. 
§ 1o Nas mesmas penas incorre 
quem: 
I - importa, exporta, remete, 
produz, fabrica, adquire, vende, expõe à 
venda, oferece, fornece, tem em 
depósito, transporta, traz consigo ou 
guarda, ainda que gratuitamente, sem 
autorização ou em desacordo com 
determinação legal ou regulamentar, 
matéria-prima, insumo ou produto 
químico destinado à preparação de 
drogas; 
II - semeia, cultiva ou faz a 
colheita, sem autorização ou em 
desacordo com determinação legal ou 
regulamentar, de plantas que se 
constituam em matéria-prima para a 
preparação de drogas; 
III - utiliza local ou bem de 
qualquer natureza de que tem a 
propriedade, posse, administração, 
guarda ou vigilância, ou consente que 
outrem dele se utilize, ainda que 
gratuitamente, sem autorização ou em 
desacordo com determinação legal ou 
regulamentar, para o tráfico ilícito de 
drogas. 
§ 2o Induzir, instigar ou auxiliar 
alguém ao uso indevido de 
droga: (Vide ADI nº 4.274) 
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 
(três) anos, e multa de 100 (cem) a 300 
(trezentos) dias-multa. 
§ 3o Oferecer droga, 
eventualmente e sem objetivo de lucro, a 
pessoa de seu relacionamento, para 
juntos a consumirem: 
Pena - detenção, de 6 (seis) 
meses a 1 (um) ano, e pagamento de 
700 (setecentos) a 1.500 (mil e 
quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das 
penas previstas no art. 28. 
§ 4o Nos delitos definidos no 
caput e no § 1o deste artigo, as penas 
poderão ser reduzidas de um sexto a 
dois terços, vedada a conversão em 
penas restritivas de direitos, desde que o 
agente seja primário, de bons 
antecedentes, não se dedique às 
atividades criminosas nem integre 
organização criminosa. (Vide 
Resolução nº 5, de 2012) 
Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, 
transportar, oferecer, vender, distribuir, 
entregar a qualquer título, possuir, 
guardar ou fornecer, ainda que 
gratuitamente, maquinário, aparelho,5 
instrumento ou qualquer objeto destinado 
à fabricação, preparação, produção ou 
transformação de drogas, sem 
autorização ou em desacordo com 
determinação legal ou regulamentar: 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 
(dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil e 
duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa. 
Art. 35. Associarem-se duas ou 
mais pessoas para o fim de praticar, 
reiteradamente ou não, qualquer dos 
crimes previstos nos arts. 33, caput e § 
1o, e 34 desta Lei: 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 
(dez) anos, e pagamento de 700 
(setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) 
dias-multa. 
Parágrafo único. Nas mesmas 
penas do caput deste artigo incorre quem 
se associa para a prática reiterada do 
crime definido no art. 36 desta Lei. 
Art. 36. Financiar ou custear a 
prática de qualquer dos crimes previstos 
nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: 
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 
(vinte) anos, e pagamento de 1.500 (mil e 
quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias-
multa. 
Art. 37. Colaborar, como 
informante, com grupo, organização ou 
associação destinados à prática de 
qualquer dos crimes previstos nos arts. 
33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 
(seis) anos, e pagamento de 300 
(trezentos) a 700 (setecentos) dias-multa. 
Art. 38. Prescrever ou ministrar, 
culposamente, drogas, sem que delas 
necessite o paciente, ou fazê-lo em 
doses excessivas ou em desacordo com 
determinação legal ou regulamentar: 
Pena - detenção, de 6 (seis) 
meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 
50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) dias-
multa. 
Parágrafo único. O juiz 
comunicará a condenação ao Conselho 
Federal da categoria profissional a que 
pertença o agente. 
Art. 39. Conduzir embarcação ou 
aeronave após o consumo de drogas, 
expondo a dano potencial a incolumidade 
de outrem: 
Pena - detenção, de 6 (seis) 
meses a 3 (três) anos, além da 
apreensão do veículo, cassação da 
habilitação respectiva ou proibição de 
obtê-la, pelo mesmo prazo da pena 
privativa de liberdade aplicada, e 
pagamento de 200 (duzentos) a 400 
(quatrocentos) dias-multa. 
Parágrafo único. As penas de 
prisão e multa, aplicadas 
cumulativamente com as demais, serão 
de 4 (quatro) a 6 (seis) anos e de 400 
(quatrocentos) a 600 (seiscentos) dias-
multa, se o veículo referido no caput 
deste artigo for de transporte coletivo de 
passageiros. 
Art. 40. As penas previstas nos 
arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas 
de um sexto a dois terços, se: 
I - a natureza, a procedência da 
substância ou do produto apreendido e 
as circunstâncias do fato evidenciarem a 
transnacionalidade do delito; 
II - o agente praticar o crime 
prevalecendo-se de função pública ou no 
desempenho de missão de educação, 
poder familiar, guarda ou vigilância; 
III - a infração tiver sido cometida 
nas dependências ou imediações de 
estabelecimentos prisionais, de ensino ou 
hospitalares, de sedes de entidades 
estudantis, sociais, culturais, recreativas, 
esportivas, ou beneficentes, de locais de 
trabalho coletivo, de recintos onde se 
realizem espetáculos ou diversões de 
qualquer natureza, de serviços de 
tratamento de dependentes de drogas ou 
de reinserção social, de unidades 
militares ou policiais ou em transportes 
públicos; 
IV - o crime tiver sido praticado 
com violência, grave ameaça, emprego 
de arma de fogo, ou qualquer processo 
de intimidação difusa ou coletiva; 
V - caracterizado o tráfico entre 
Estados da Federação ou entre estes e o 
Distrito Federal; 
VI - sua prática envolver ou visar a 
atingir criança ou adolescente ou a quem 
tenha, por qualquer motivo, diminuída ou 
suprimida a capacidade de entendimento 
e determinação; 
VII - o agente financiar ou custear 
a prática do crime. 
Art. 41. O indiciado ou acusado 
que colaborar voluntariamente com a 
investigação policial e o processo 
criminal na identificação dos demais co-
autores ou partícipes do crime e na 
recuperação total ou parcial do produto 
do crime, no caso de condenação, terá 
pena reduzida de um terço a dois terços. 
Art. 42. O juiz, na fixação das 
penas, considerará, com preponderância 
sobre o previsto no art. 59 do Código 
Penal, a natureza e a quantidade da 
substância ou do produto, a 
personalidade e a conduta social do 
agente. 
Art. 43. Na fixação da multa a que 
se referem os arts. 33 a 39 desta Lei, o 
juiz, atendendo ao que dispõe o art. 42 
desta Lei, determinará o número de dias-
multa, atribuindo a cada um, segundo as 
condições econômicas dos acusados, 
valor não inferior a um trinta avos nem 
superior a 5 (cinco) vezes o maior 
salário-mínimo. 
Parágrafo único. As multas, que 
em caso de concurso de crimes serão 
impostas sempre cumulativamente, 
podem ser aumentadas até o décuplo se, 
em virtude da situação econômica do 
acusado, considerá-las o juiz ineficazes, 
ainda que aplicadas no máximo. 
Art. 44. Os crimes previstos nos 
arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei 
são inafiançáveis e insuscetíveis de 
sursis, graça, indulto, anistia e liberdade 
provisória, vedada a conversão de suas 
penas em restritivas de direitos. 
Parágrafo único. Nos crimes 
previstos no caput deste artigo, dar-se-á 
o livramento condicional após o 
cumprimento de dois terços da pena, 
vedada sua concessão ao reincidente 
específico. 
Art. 45. É isento de pena o 
agente que, em razão da dependência, 
ou sob o efeito, proveniente de caso 
 
 
6 
fortuito ou força maior, de droga, era, ao 
tempo da ação ou da omissão, qualquer 
que tenha sido a infração penal 
praticada, inteiramente incapaz de 
entender o caráter ilícito do fato ou de 
determinar-se de acordo com esse 
entendimento. 
Parágrafo único. Quando 
absolver o agente, reconhecendo, por 
força pericial, que este apresentava, à 
época do fato previsto neste artigo, as 
condições referidas no caput deste artigo, 
poderá determinar o juiz, na sentença, o 
seu encaminhamento para tratamento 
médico adequado. 
Art. 46. As penas podem ser 
reduzidas de um terço a dois terços se, 
por força das circunstâncias previstas no 
art. 45 desta Lei, o agente não possuía, 
ao tempo da ação ou da omissão, a 
plena capacidade de entender o caráter 
ilícito do fato ou de determinar-se de 
acordo com esse entendimento. 
Art. 47. Na sentença 
condenatória, o juiz, com base em 
avaliação que ateste a necessidade de 
encaminhamento do agente para 
tratamento, realizada por profissional de 
saúde com competência específica na 
forma da lei, determinará que a tal se 
proceda, observado o disposto no art. 26 
desta Lei. 
CAPÍTULO III 
DO PROCEDIMENTO PENAL 
Art. 48. O procedimento relativo 
aos processos por crimes definidos neste 
Título rege-se pelo disposto neste 
Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente, 
as disposições do Código de Processo 
Penal e da Lei de Execução Penal. 
§ 1o O agente de qualquer das 
condutas previstas no art. 28 desta Lei, 
salvo se houver concurso com os crimes 
previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, será 
processado e julgado na forma dos arts. 
60 e seguintes da Lei no9.099, de 26 de 
setembro de 1995, que dispõe sobre os 
Juizados Especiais Criminais. 
§ 2o Tratando-se da conduta 
prevista no art. 28 desta Lei, não se 
imporá prisão em flagrante, devendo o 
autor do fato ser imediatamente 
encaminhado ao juízo competente ou, na 
falta deste, assumir o compromisso de a 
ele comparecer, lavrando-se termo 
circunstanciado e providenciando-se as 
requisiçõesdos exames e perícias 
necessários. 
§ 3o Se ausente a autoridade 
judicial, as providências previstas no § 
2o deste artigo serão tomadas de 
imediato pela autoridade policial, no local 
em que se encontrar, vedada a detenção 
do agente. 
§ 4o Concluídos os 
procedimentos de que trata o § 2o deste 
artigo, o agente será submetido a exame 
de corpo de delito, se o requerer ou se a 
autoridade de polícia judiciária entender 
conveniente, e em seguida liberado. 
§ 5o Para os fins do disposto 
no art. 76 da Lei no 9.099, de 1995, que 
dispõe sobre os Juizados Especiais 
Criminais, o Ministério Público poderá 
propor a aplicação imediata de pena 
prevista no art. 28 desta Lei, a ser 
especificada na proposta. 
Art. 49. Tratando-se de condutas 
tipificadas nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 
a 37 desta Lei, o juiz, sempre que as 
circunstâncias o recomendem, 
empregará os instrumentos protetivos de 
colaboradores e testemunhas previstos 
na Lei no 9.807, de 13 de julho de 1999. 
Seção I 
Da Investigação 
Art. 50. Ocorrendo prisão em 
flagrante, a autoridade de polícia 
judiciária fará, imediatamente, 
comunicação ao juiz competente, 
remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do 
qual será dada vista ao órgão do 
Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) 
horas. 
§ 1o Para efeito da lavratura do 
auto de prisão em flagrante e 
estabelecimento da materialidade do 
delito, é suficiente o laudo de 
constatação da natureza e quantidade da 
droga, firmado por perito oficial ou, na 
falta deste, por pessoa idônea. 
§ 2o O perito que subscrever o 
laudo a que se refere o § 1o deste artigo 
não ficará impedido de participar da 
elaboração do laudo definitivo. 
 § 3o Recebida cópia do auto de 
prisão em flagrante, o juiz, no prazo de 
10 (dez) dias, certificará a regularidade 
formal do laudo de constatação e 
determinará a destruição das drogas 
apreendidas, guardando-se amostra 
necessária à realização do laudo 
definitivo. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 
2014) 
 § 4o A destruição das drogas será 
executada pelo delegado de polícia 
competente no prazo de 15 (quinze) dias 
na presença do Ministério Público e da 
autoridade sanitária. (Incluído pela Lei nº 
12.961, de 2014) 
 § 5o O local será vistoriado antes e 
depois de efetivada a destruição das 
drogas referida no § 3o, sendo lavrado 
auto circunstanciado pelo delegado de 
polícia, certificando-se neste a destruição 
total delas. (Incluído pela Lei nº 12.961, 
de 2014) 
 Art. 50-A. A destruição de drogas 
apreendidas sem a ocorrência de prisão 
em flagrante será feita por incineração, 
no prazo máximo de 30 (trinta) dias 
contado da data da apreensão, 
guardando-se amostra necessária à 
realização do laudo definitivo, aplicando-
se, no que couber, o procedimento dos 
§§ 3o a 5o do art. 50. (Incluído pela Lei 
nº 12.961, de 2014) 
Art. 51. O inquérito policial será 
concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se 
o indiciado estiver preso, e de 90 
(noventa) dias, quando solto. 
Parágrafo único. Os prazos a que 
se refere este artigo podem ser 
duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério 
Público, mediante pedido justificado da 
autoridade de polícia judiciária. 
Art. 52. Findos os prazos a que 
se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade 
de polícia judiciária, remetendo os autos 
do inquérito ao juízo: 
I - relatará sumariamente as 
circunstâncias do fato, justificando as 
razões que a levaram à classificação do 
delito, indicando a quantidade e natureza 
da substância ou do produto apreendido, 
o local e as condições em que se 
desenvolveu a ação criminosa, as 
circunstâncias da prisão, a conduta, a 
qualificação e os antecedentes do 
agente; ou 
 
 
7 
II - requererá sua devolução para 
a realização de diligências necessárias. 
Parágrafo único. A remessa dos 
autos far-se-á sem prejuízo de diligências 
complementares: 
I - necessárias ou úteis à plena 
elucidação do fato, cujo resultado deverá 
ser encaminhado ao juízo competente 
até 3 (três) dias antes da audiência de 
instrução e julgamento; 
II - necessárias ou úteis à 
indicação dos bens, direitos e valores de 
que seja titular o agente, ou que figurem 
em seu nome, cujo resultado deverá ser 
encaminhado ao juízo competente até 3 
(três) dias antes da audiência de 
instrução e julgamento. 
Art. 53. Em qualquer fase da 
persecução criminal relativa aos crimes 
previstos nesta Lei, são permitidos, além 
dos previstos em lei, mediante 
autorização judicial e ouvido o Ministério 
Público, os seguintes procedimentos 
investigatórios: 
I - a infiltração por agentes de 
polícia, em tarefas de investigação, 
constituída pelos órgãos especializados 
pertinentes; 
II - a não-atuação policial sobre os 
portadores de drogas, seus precursores 
químicos ou outros produtos utilizados 
em sua produção, que se encontrem no 
território brasileiro, com a finalidade de 
identificar e responsabilizar maior número 
de integrantes de operações de tráfico e 
distribuição, sem prejuízo da ação penal 
cabível. 
Parágrafo único. Na hipótese do 
inciso II deste artigo, a autorização será 
concedida desde que sejam conhecidos 
o itinerário provável e a identificação dos 
agentes do delito ou de colaboradores. 
Seção II 
Da Instrução Criminal 
Art. 54. Recebidos em juízo os 
autos do inquérito policial, de Comissão 
Parlamentar de Inquérito ou peças de 
informação, dar-se-á vista ao Ministério 
Público para, no prazo de 10 (dez) dias, 
adotar uma das seguintes providências: 
I - requerer o arquivamento; 
II - requisitar as diligências que 
entender necessárias; 
III - oferecer denúncia, arrolar até 
5 (cinco) testemunhas e requerer as 
demais provas que entender pertinentes. 
Art. 55. Oferecida a denúncia, o 
juiz ordenará a notificação do acusado 
para oferecer defesa prévia, por escrito, 
no prazo de 10 (dez) dias. 
§ 1o Na resposta, consistente em 
defesa preliminar e exceções, o acusado 
poderá argüir preliminares e invocar 
todas as razões de defesa, oferecer 
documentos e justificações, especificar 
as provas que pretende produzir e, até o 
número de 5 (cinco), arrolar 
testemunhas. 
§ 2o As exceções serão 
processadas em apartado, nos termos 
dos arts. 95 a 113 do Decreto-Lei 
no 3.689, de 3 de outubro de 1941 - 
Código de Processo Penal. 
§ 3o Se a resposta não for 
apresentada no prazo, o juiz nomeará 
defensor para oferecê-la em 10 (dez) 
dias, concedendo-lhe vista dos autos no 
ato de nomeação. 
§ 4o Apresentada a defesa, o juiz 
decidirá em 5 (cinco) dias. 
§ 5o Se entender imprescindível, 
o juiz, no prazo máximo de 10 (dez) dias, 
determinará a apresentação do preso, 
realização de diligências, exames e 
perícias. 
Art. 56. Recebida a denúncia, o 
juiz designará dia e hora para a audiência 
de instrução e julgamento, ordenará a 
citação pessoal do acusado, a intimação 
do Ministério Público, do assistente, se 
for o caso, e requisitará os laudos 
periciais. 
§ 1o Tratando-se de condutas 
tipificadas como infração do disposto nos 
arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, 
o juiz, ao receber a denúncia, poderá 
decretar o afastamento cautelar do 
denunciado de suas atividades, se for 
funcionário público, comunicando ao 
órgão respectivo. 
§ 2o A audiência a que se refere o 
caput deste artigo será realizada dentro 
dos 30 (trinta) dias seguintes ao 
recebimento da denúncia, salvo se 
determinada a realização de avaliaçãopara atestar dependência de drogas, 
quando se realizará em 90 (noventa) 
dias. 
Art. 57. Na audiência de instrução 
e julgamento, após o interrogatório do 
acusado e a inquirição das testemunhas, 
será dada a palavra, sucessivamente, ao 
representante do Ministério Público e ao 
defensor do acusado, para sustentação 
oral, pelo prazo de 20 (vinte) minutos 
para cada um, prorrogável por mais 10 
(dez), a critério do juiz. 
Parágrafo único. Após proceder 
ao interrogatório, o juiz indagará das 
partes se restou algum fato para ser 
esclarecido, formulando as perguntas 
correspondentes se o entender pertinente 
e relevante. 
Art. 58. Encerrados os debates, 
proferirá o juiz sentença de imediato, ou 
o fará em 10 (dez) dias, ordenando que 
os autos para isso lhe sejam conclusos. 
§ 1o Ao proferir sentença, o juiz, 
não tendo havido controvérsia, no curso 
do processo, sobre a natureza ou 
quantidade da substância ou do produto, 
ou sobre a regularidade do respectivo 
laudo, determinará que se proceda na 
forma do art. 32, § 1o, desta Lei, 
preservando-se, para eventual 
contraprova, a fração que 
fixar. (Revogado pela Lei nº 12.961, de 
2014) 
§ 2o Igual procedimento poderá 
adotar o juiz, em decisão motivada e, 
ouvido o Ministério Público, quando a 
quantidade ou valor da substância ou do 
produto o indicar, precedendo a medida a 
elaboração e juntada aos autos do laudo 
toxicológico. (Revogado pela Lei nº 
12.961, de 2014) 
Art. 59. Nos crimes previstos nos 
arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, 
o réu não poderá apelar sem recolher-se 
à prisão, salvo se for primário e de bons 
antecedentes, assim reconhecido na 
sentença condenatória. 
 
 
 
 
8 
CAPÍTULO IV 
DA APREENSÃO, 
ARRECADAÇÃO E DESTINAÇÃO DE 
BENS DO ACUSADO 
Art. 60. O juiz, de ofício, a 
requerimento do Ministério Público ou 
mediante representação da autoridade de 
polícia judiciária, ouvido o Ministério 
Público, havendo indícios suficientes, 
poderá decretar, no curso do inquérito ou 
da ação penal, a apreensão e outras 
medidas assecuratórias relacionadas aos 
bens móveis e imóveis ou valores 
consistentes em produtos dos crimes 
previstos nesta Lei, ou que constituam 
proveito auferido com sua prática, 
procedendo-se na forma dos arts. 125 a 
144 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de 
outubro de 1941 - Código de Processo 
Penal. 
§ 1o Decretadas quaisquer das 
medidas previstas neste artigo, o juiz 
facultará ao acusado que, no prazo de 5 
(cinco) dias, apresente ou requeira a 
produção de provas acerca da origem 
lícita do produto, bem ou valor objeto da 
decisão. 
§ 2o Provada a origem lícita do 
produto, bem ou valor, o juiz decidirá pela 
sua liberação. 
§ 3o Nenhum pedido de 
restituição será conhecido sem o 
comparecimento pessoal do acusado, 
podendo o juiz determinar a prática de 
atos necessários à conservação de bens, 
direitos ou valores. 
§ 4o A ordem de apreensão ou 
seqüestro de bens, direitos ou valores 
poderá ser suspensa pelo juiz, ouvido o 
Ministério Público, quando a sua 
execução imediata possa comprometer 
as investigações. 
Art. 61. Não havendo prejuízo 
para a produção da prova dos fatos e 
comprovado o interesse público ou 
social, ressalvado o disposto no art. 62 
desta Lei, mediante autorização do juízo 
competente, ouvido o Ministério Público e 
cientificada a Senad, os bens 
apreendidos poderão ser utilizados pelos 
órgãos ou pelas entidades que atuam na 
prevenção do uso indevido, na atenção e 
reinserção social de usuários e 
dependentes de drogas e na repressão à 
produção não autorizada e ao tráfico 
ilícito de drogas, exclusivamente no 
interesse dessas atividades. 
Parágrafo único. Recaindo a 
autorização sobre veículos, embarcações 
ou aeronaves, o juiz ordenará à 
autoridade de trânsito ou ao equivalente 
órgão de registro e controle a expedição 
de certificado provisório de registro e 
licenciamento, em favor da instituição à 
qual tenha deferido o uso, ficando esta 
livre do pagamento de multas, encargos 
e tributos anteriores, até o trânsito em 
julgado da decisão que decretar o seu 
perdimento em favor da União. 
Art. 62. Os veículos, 
embarcações, aeronaves e quaisquer 
outros meios de transporte, os 
maquinários, utensílios, instrumentos e 
objetos de qualquer natureza, utilizados 
para a prática dos crimes definidos nesta 
Lei, após a sua regular apreensão, 
ficarão sob custódia da autoridade de 
polícia judiciária, excetuadas as armas, 
que serão recolhidas na forma de 
legislação específica. 
§ 1o Comprovado o interesse 
público na utilização de qualquer dos 
bens mencionados neste artigo, a 
autoridade de polícia judiciária poderá 
deles fazer uso, sob sua 
responsabilidade e com o objetivo de sua 
conservação, mediante autorização 
judicial, ouvido o Ministério Público. 
§ 2o Feita a apreensão a que se 
refere o caput deste artigo, e tendo 
recaído sobre dinheiro ou cheques 
emitidos como ordem de pagamento, a 
autoridade de polícia judiciária que 
presidir o inquérito deverá, de imediato, 
requerer ao juízo competente a intimação 
do Ministério Público. 
§ 3o Intimado, o Ministério Público 
deverá requerer ao juízo, em caráter 
cautelar, a conversão do numerário 
apreendido em moeda nacional, se for o 
caso, a compensação dos cheques 
emitidos após a instrução do inquérito, 
com cópias autênticas dos respectivos 
títulos, e o depósito das correspondentes 
quantias em conta judicial, juntando-se 
aos autos o recibo. 
§ 4o Após a instauração da 
competente ação penal, o Ministério 
Público, mediante petição autônoma, 
requererá ao juízo competente que, em 
caráter cautelar, proceda à alienação dos 
bens apreendidos, excetuados aqueles 
que a União, por intermédio da Senad, 
indicar para serem colocados sob uso e 
custódia da autoridade de polícia 
judiciária, de órgãos de inteligência ou 
militares, envolvidos nas ações de 
prevenção ao uso indevido de drogas e 
operações de repressão à produção não 
autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, 
exclusivamente no interesse dessas 
atividades. 
§ 5o Excluídos os bens que se 
houver indicado para os fins previstos no 
§ 4o deste artigo, o requerimento de 
alienação deverá conter a relação de 
todos os demais bens apreendidos, com 
a descrição e a especificação de cada 
um deles, e informações sobre quem os 
tem sob custódia e o local onde se 
encontram. 
§ 6o Requerida a alienação dos 
bens, a respectiva petição será autuada 
em apartado, cujos autos terão 
tramitação autônoma em relação aos da 
ação penal principal. 
§ 7o Autuado o requerimento de 
alienação, os autos serão conclusos ao 
juiz, que, verificada a presença de nexo 
de instrumentalidade entre o delito e os 
objetos utilizados para a sua prática e 
risco de perda de valor econômico pelo 
decurso do tempo, determinará a 
avaliação dos bens relacionados, 
cientificará a Senad e intimará a União, o 
Ministério Público e o interessado, este, 
se for o caso, por edital com prazo de 5 
(cinco) dias. 
§ 8o Feita a avaliação e dirimidas 
eventuais divergências sobre o 
respectivo laudo, o juiz, por sentença, 
homologará o valor atribuído aos bens e 
determinará sejam alienados em leilão. 
§ 9o Realizado o leilão, 
permanecerá depositada em conta 
judicial a quantia apurada, até o final da 
ação penal respectiva, quando será 
transferida ao Funad, juntamente com os 
valores de que trata o § 3o deste artigo. 
§10. Terão apenas efeito 
devolutivo os recursos interpostos contra 
as decisões proferidas no curso do 
procedimento previsto neste artigo. 
 
 
9 
§ 11. Quanto aos bens indicados 
na forma do § 4o deste artigo, recaindo a 
autorização sobre veículos, embarcações 
ou aeronaves, o juiz ordenará à 
autoridade de trânsito ou ao equivalente 
órgão de registro e controle a expedição 
de certificado provisório de registro e 
licenciamento, em favor da autoridade de 
polícia judiciária ou órgão aos quais 
tenha deferido o uso, ficando estes livres 
do pagamento de multas, encargos e 
tributos anteriores, até o trânsito em 
julgado da decisão que decretar o seu 
perdimento em favor da União. 
Art. 63. Ao proferir a sentença de 
mérito, o juiz decidirá sobre o perdimento 
do produto, bem ou valor apreendido, 
seqüestrado ou declarado indisponível. 
§ 1o Os valores apreendidos em 
decorrência dos crimes tipificados nesta 
Lei e que não forem objeto de tutela 
cautelar, após decretado o seu 
perdimento em favor da União, serão 
revertidos diretamente ao Funad. 
§ 2o Compete à Senad a 
alienação dos bens apreendidos e não 
leiloados em caráter cautelar, cujo 
perdimento já tenha sido decretado em 
favor da União. 
§ 3o A Senad poderá firmar 
convênios de cooperação, a fim de dar 
imediato cumprimento ao estabelecido no 
§ 2o deste artigo. 
§ 4o Transitada em julgado a 
sentença condenatória, o juiz do 
processo, de ofício ou a requerimento do 
Ministério Público, remeterá à Senad 
relação dos bens, direitos e valores 
declarados perdidos em favor da União, 
indicando, quanto aos bens, o local em 
que se encontram e a entidade ou o 
órgão em cujo poder estejam, para os 
fins de sua destinação nos termos da 
legislação vigente. 
Art. 64. A União, por intermédio 
da Senad, poderá firmar convênio com os 
Estados, com o Distrito Federal e com 
organismos orientados para a prevenção 
do uso indevido de drogas, a atenção e a 
reinserção social de usuários ou 
dependentes e a atuação na repressão à 
produção não autorizada e ao tráfico 
ilícito de drogas, com vistas na liberação 
de equipamentos e de recursos por ela 
arrecadados, para a implantação e 
execução de programas relacionados à 
questão das drogas. 
TÍTULO V 
DA COOPERAÇÃO 
INTERNACIONAL 
Art. 65. De conformidade com os 
princípios da não-intervenção em 
assuntos internos, da igualdade jurídica e 
do respeito à integridade territorial dos 
Estados e às leis e aos regulamentos 
nacionais em vigor, e observado o 
espírito das Convenções das Nações 
Unidas e outros instrumentos jurídicos 
internacionais relacionados à questão 
das drogas, de que o Brasil é parte, o 
governo brasileiro prestará, quando 
solicitado, cooperação a outros países e 
organismos internacionais e, quando 
necessário, deles solicitará a 
colaboração, nas áreas de: 
I - intercâmbio de informações 
sobre legislações, experiências, projetos 
e programas voltados para atividades de 
prevenção do uso indevido, de atenção e 
de reinserção social de usuários e 
dependentes de drogas; 
 
II - intercâmbio de inteligência 
policial sobre produção e tráfico de 
drogas e delitos conexos, em especial o 
tráfico de armas, a lavagem de dinheiro e 
o desvio de precursores químicos; 
III - intercâmbio de informações 
policiais e judiciais sobre produtores e 
traficantes de drogas e seus precursores 
químicos. 
TÍTULO VI 
DISPOSIÇÕES FINAIS E 
TRANSITÓRIAS 
Art. 66. Para fins do disposto no 
parágrafo único do art. 1o desta Lei, até 
que seja atualizada a terminologia da 
lista mencionada no preceito, 
denominam-se drogas substâncias 
entorpecentes, psicotrópicas, precursoras 
e outras sob controle especial, da 
Portaria SVS/MS no 344, de 12 de maio 
de 1998. 
Art. 67. A liberação dos recursos 
previstos na Lei no 7.560, de 19 de 
dezembro de 1986, em favor de Estados 
e do Distrito Federal, dependerá de sua 
adesão e respeito às diretrizes básicas 
contidas nos convênios firmados e do 
fornecimento de dados necessários à 
atualização do sistema previsto no art. 17 
desta Lei, pelas respectivas polícias 
judiciárias. 
Art. 68. A União, os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios poderão 
criar estímulos fiscais e outros, 
destinados às pessoas físicas e jurídicas 
que colaborem na prevenção do uso 
indevido de drogas, atenção e reinserção 
social de usuários e dependentes e na 
repressão da produção não autorizada e 
do tráfico ilícito de drogas. 
Art. 69. No caso de falência ou 
liquidação extrajudicial de empresas ou 
estabelecimentos hospitalares, de 
pesquisa, de ensino, ou congêneres, 
assim como nos serviços de saúde que 
produzirem, venderem, adquirirem, 
consumirem, prescreverem ou 
fornecerem drogas ou de qualquer outro 
em que existam essas substâncias ou 
produtos, incumbe ao juízo perante o 
qual tramite o feito: 
I - determinar, imediatamente à 
ciência da falência ou liquidação, sejam 
lacradas suas instalações; 
II - ordenar à autoridade sanitária 
competente a urgente adoção das 
medidas necessárias ao recebimento e 
guarda, em depósito, das drogas 
arrecadadas; 
III - dar ciência ao órgão do 
Ministério Público, para acompanhar o 
feito. 
§ 1o Da licitação para alienação 
de substâncias ou produtos não 
proscritos referidos no inciso II do caput 
deste artigo, só podem participar pessoas 
jurídicas regularmente habilitadas na 
área de saúde ou de pesquisa científica 
que comprovem a destinação lícita a ser 
dada ao produto a ser arrematado. 
§ 2o Ressalvada a hipótese de 
que trata o § 3o deste artigo, o produto 
não arrematado será, ato contínuo à 
hasta pública, destruído pela autoridade 
sanitária, na presença dos Conselhos 
Estaduais sobre Drogas e do Ministério 
Público. 
 
 
10 
§ 3o Figurando entre o praceado 
e não arrematadas especialidades 
farmacêuticas em condições de emprego 
terapêutico, ficarão elas depositadas sob 
a guarda do Ministério da Saúde, que as 
destinará à rede pública de saúde. 
Art. 70. O processo e o 
julgamento dos crimes previstos nos arts. 
33 a 37 desta Lei, se caracterizado ilícito 
transnacional, são da competência da 
Justiça Federal. 
Parágrafo único. Os crimes 
praticados nos Municípios que não sejam 
sede de vara federal serão processados 
e julgados na vara federal da 
circunscrição respectiva. 
Art. 71. (VETADO) 
Art. 72. Sempre que conveniente 
ou necessário, o juiz, de ofício, mediante 
representação da autoridade de polícia 
judiciária, ou a requerimento do Ministério 
Público, determinará que se proceda, nos 
limites de sua jurisdição e na forma 
prevista no § 1o do art. 32 desta Lei, à 
destruição de drogas em processos já 
encerrados. 
Art. 72. Encerrado o processo 
penal ou arquivado o inquérito policial, o 
juiz, de ofício, mediante representação do 
delegado de polícia ou a requerimento do 
Ministério Público, determinará a 
destruição das amostras guardadas para 
contraprova, certificando isso nos 
autos. (Redação dada pela Lei nº 
12.961, de 2014) 
Art. 73. A União poderá celebrar 
convênios com os Estados visando à 
prevenção e repressão do tráfico ilícito e 
do uso indevido de drogas. 
Art. 73. A União poderá 
estabelecer convênios com os Estados e 
o com o Distrito Federal, visando à 
prevenção e repressão do tráfico ilícito e 
do uso indevido de drogas, e com os 
Municípios, com o objetivo de prevenir o 
uso indevido delas e de possibilitar a 
atençãoe reinserção social de usuários e 
dependentes de drogas. (Redação dada 
pela Lei nº 12.219, de 2010) 
Art. 74. Esta Lei entra em vigor 
45 (quarenta e cinco) dias após a sua 
publicação. 
Art. 75. Revogam-se a Lei 
no 6.368, de 21 de outubro de 1976, e 
a Lei no 10.409, de 11 de janeiro de 
2002. 
Brasília, 23 de agosto de 2006; 
185o da Independência e 118o da 
República. 
ABUSO DE 
AUTORIDADE 
LEI Nº 4.898, DE 9 DE 
DEZEMBRO DE 1965. 
 
Regula o Direito de 
Representação e o 
processo de 
Responsabilidade 
Administrativa Civil e 
Penal, nos casos de 
abuso de autoridade. 
O PRESIDENTE DA 
REPÚBLICA Faço saber que o 
Congresso Nacional decreta e eu 
sanciono a seguinte Lei: 
Art. 1º O direito de representação 
e o processo de responsabilidade 
administrativa civil e penal, contra as 
autoridades que, no exercício de suas 
funções, cometerem abusos, são 
regulados pela presente lei. 
Art. 2º O direito de representação 
será exercido por meio de petição: 
a) dirigida à autoridade superior 
que tiver competência legal para aplicar, 
à autoridade civil ou militar culpada, a 
respectiva sanção; 
b) dirigida ao órgão do Ministério 
Público que tiver competência para iniciar 
processo-crime contra a autoridade 
culpada. 
Parágrafo único. A representação 
será feita em duas vias e conterá a 
exposição do fato constitutivo do abuso 
de autoridade, com todas as suas 
circunstâncias, a qualificação do acusado 
e o rol de testemunhas, no máximo de 
três, se as houver. 
Art. 3º. Constitui abuso de 
autoridade qualquer atentado: 
a) à liberdade de locomoção; 
b) à inviolabilidade do domicílio; 
c) ao sigilo da correspondência; 
d) à liberdade de consciência e de 
crença; 
e) ao livre exercício do culto 
religioso; 
f) à liberdade de associação; 
g) aos direitos e garantias legais 
assegurados ao exercício do voto; 
h) ao direito de reunião; 
i) à incolumidade física do 
indivíduo; 
j) aos direitos e garantias legais 
assegurados ao exercício 
profissional. (Incluído pela Lei nº 
6.657,de 05/06/79) 
Art. 4º Constitui também abuso de 
autoridade: 
a) ordenar ou executar medida 
privativa da liberdade individual, sem as 
formalidades legais ou com abuso de 
poder; 
b) submeter pessoa sob sua 
guarda ou custódia a vexame ou a 
constrangimento não autorizado em lei; 
c) deixar de comunicar, 
imediatamente, ao juiz competente a 
prisão ou detenção de qualquer pessoa; 
d) deixar o Juiz de ordenar o 
relaxamento de prisão ou detenção ilegal 
que lhe seja comunicada; 
e) levar à prisão e nela deter quem 
quer que se proponha a prestar fiança, 
permitida em lei; 
f) cobrar o carcereiro ou agente de 
autoridade policial carceragem, custas, 
emolumentos ou qualquer outra despesa, 
desde que a cobrança não tenha apoio 
em lei, quer quanto à espécie quer 
quanto ao seu valor; 
g) recusar o carcereiro ou agente 
de autoridade policial recibo de 
importância recebida a título de 
carceragem, custas, emolumentos ou de 
qualquer outra despesa; 
h) o ato lesivo da honra ou do 
patrimônio de pessoa natural ou jurídica, 
 
 
11 
quando praticado com abuso ou desvio 
de poder ou sem competência legal; 
i) prolongar a execução de prisão 
temporária, de pena ou de medida de 
segurança, deixando de expedir em 
tempo oportuno ou de cumprir 
imediatamente ordem de 
liberdade. (Incluído pela Medida 
Provisória nº 111, de 1989) 
i) prolongar a execução de prisão 
temporária, de pena ou de medida de 
segurança, deixando de expedir em 
tempo oportuno ou de cumprir 
imediatamente ordem de 
liberdade. (Incluído pela Lei nº 
7.960, de 21/12/89) 
Art. 5º Considera-se autoridade, 
para os efeitos desta lei, quem exerce 
cargo, emprego ou função pública, de 
natureza civil, ou militar, ainda que 
transitoriamente e sem remuneração. 
Art. 6º O abuso de autoridade 
sujeitará o seu autor à sanção 
administrativa civil e penal. 
§ 1º A sanção administrativa será 
aplicada de acordo com a gravidade do 
abuso cometido e consistirá em: 
a) advertência; 
b) repreensão; 
c) suspensão do cargo, função ou 
posto por prazo de cinco a cento e 
oitenta dias, com perda de vencimentos e 
vantagens; 
d) destituição de função; 
e) demissão; 
f) demissão, a bem do serviço 
público. 
§ 2º A sanção civil, caso não seja 
possível fixar o valor do dano, consistirá 
no pagamento de uma indenização de 
quinhentos a dez mil cruzeiros. 
§ 3º A sanção penal será aplicada 
de acordo com as regras dos artigos 42 a 
56 do Código Penal e consistirá em: 
a) multa de cem a cinco mil 
cruzeiros; 
b) detenção por dez dias a seis 
meses; 
c) perda do cargo e a inabilitação 
para o exercício de qualquer outra função 
pública por prazo até três anos. 
§ 4º As penas previstas no 
parágrafo anterior poderão ser aplicadas 
autônoma ou cumulativamente. 
§ 5º Quando o abuso for cometido 
por agente de autoridade policial, civil ou 
militar, de qualquer categoria, poderá ser 
cominada a pena autônoma ou 
acessória, de não poder o acusado 
exercer funções de natureza policial ou 
militar no município da culpa, por prazo 
de um a cinco anos. 
Art. 7º recebida a representação 
em que for solicitada a aplicação de 
sanção administrativa, a autoridade civil 
ou militar competente determinará a 
instauração de inquérito para apurar o 
fato. 
§ 1º O inquérito administrativo 
obedecerá às normas estabelecidas nas 
leis municipais, estaduais ou federais, 
civis ou militares, que estabeleçam o 
respectivo processo. 
§ 2º não existindo no município no 
Estado ou na legislação militar normas 
reguladoras do inquérito administrativo 
serão aplicadas supletivamente, as 
disposições dos arts. 219 a 225 da Lei nº 
1.711, de 28 de outubro de 1952 
(Estatuto dos Funcionários Públicos Civis 
da União). 
§ 3º O processo administrativo não 
poderá ser sobrestado para o fim de 
aguardar a decisão da ação penal ou 
civil. 
Art. 8º A sanção aplicada será 
anotada na ficha funcional da autoridade 
civil ou militar. 
Art. 9º Simultaneamente com a 
representação dirigida à autoridade 
administrativa ou independentemente 
dela, poderá ser promovida pela vítima 
do abuso, a responsabilidade civil ou 
penal ou ambas, da autoridade culpada. 
Art. 10. Vetado 
Art. 11. À ação civil serão 
aplicáveis as normas do Código de 
Processo Civil. 
Art. 12. A ação penal será iniciada, 
independentemente de inquérito policial 
ou justificação por denúncia do Ministério 
Público, instruída com a representação 
da vítima do abuso. 
Art. 13. Apresentada ao Ministério 
Público a representação da vítima, 
aquele, no prazo de quarenta e oito 
horas, denunciará o réu, desde que o fato 
narrado constitua abuso de autoridade, e 
requererá ao Juiz a sua citação, e, bem 
assim, a designação de audiência de 
instrução e julgamento. 
§ 1º A denúncia do Ministério 
Público será apresentada em duas vias. 
Art. 14. Se a ato ou fato 
constitutivo do abuso de autoridade 
houver deixado vestígios o ofendido ou o 
acusado poderá: 
a) promover a comprovação da 
existência de tais vestígios, por meio de 
duas testemunhas qualificadas; 
b) requerer ao Juiz, até setenta e 
duas horas antes da audiência de 
instrução e julgamento, a designação de 
um perito para fazer as verificações 
necessárias. 
§ 1º O perito ou as testemunhas 
farão o seu relatório e prestarão seus 
depoimentos verbalmente, ou o 
apresentarão por escrito, querendo, na 
audiência de instrução e julgamento. 
§ 2º No caso previsto na letra a 
deste artigo a representação poderá 
conter a indicação de mais duas 
testemunhas. 
Art. 15. Se o órgão do Ministério 
Público, ao invés de apresentar a 
denúncia requerer o arquivamentoda 
representação, o Juiz, no caso de 
considerar improcedentes as razões 
invocadas, fará remessa da 
representação ao Procurador-Geral e 
este oferecerá a denúncia, ou designará 
outro órgão do Ministério Público para 
oferecê-la ou insistirá no arquivamento, 
ao qual só então deverá o Juiz atender. 
Art. 16. Se o órgão do Ministério 
Público não oferecer a denúncia no prazo 
fixado nesta lei, será admitida ação 
privada. O órgão do Ministério Público 
poderá, porém, aditar a queixa, repudiá-
la e oferecer denúncia substitutiva e 
intervir em todos os termos do processo, 
interpor recursos e, a todo tempo, no 
caso de negligência do querelante, 
retomar a ação como parte principal. 
Art. 17. Recebidos os autos, o 
Juiz, dentro do prazo de quarenta e oito 
horas, proferirá despacho, recebendo ou 
rejeitando a denúncia. 
§ 1º No despacho em que receber 
a denúncia, o Juiz designará, desde logo, 
 
 
12 
dia e hora para a audiência de instrução 
e julgamento, que deverá ser realizada, 
improrrogavelmente. dentro de cinco 
dias. 
§ 2º A citação do réu para se ver 
processar, até julgamento final e para 
comparecer à audiência de instrução e 
julgamento, será feita por mandado 
sucinto que, será acompanhado da 
segunda via da representação e da 
denúncia. 
Art. 18. As testemunhas de 
acusação e defesa poderão ser 
apresentada em juízo, 
independentemente de intimação. 
Parágrafo único. Não serão 
deferidos pedidos de precatória para a 
audiência ou a intimação de testemunhas 
ou, salvo o caso previsto no artigo 14, 
letra "b", requerimentos para a realização 
de diligências, perícias ou exames, a não 
ser que o Juiz, em despacho motivado, 
considere indispensáveis tais 
providências. 
Art. 19. A hora marcada, o Juiz 
mandará que o porteiro dos auditórios ou 
o oficial de justiça declare aberta a 
audiência, apregoando em seguida o réu, 
as testemunhas, o perito, o representante 
do Ministério Público ou o advogado que 
tenha subscrito a queixa e o advogado ou 
defensor do réu. 
Parágrafo único. A audiência 
somente deixará de realizar-se se 
ausente o Juiz. 
Art. 20. Se até meia hora depois 
da hora marcada o Juiz não houver 
comparecido, os presentes poderão 
retirar-se, devendo o ocorrido constar do 
livro de termos de audiência. 
Art. 21. A audiência de instrução e 
julgamento será pública, se 
contrariamente não dispuser o Juiz, e 
realizar-se-á em dia útil, entre dez (10) e 
dezoito (18) horas, na sede do Juízo ou, 
excepcionalmente, no local que o Juiz 
designar. 
Art. 22. Aberta a audiência o Juiz 
fará a qualificação e o interrogatório do 
réu, se estiver presente. 
Parágrafo único. Não 
comparecendo o réu nem seu advogado, 
o Juiz nomeará imediatamente defensor 
para funcionar na audiência e nos 
ulteriores termos do processo. 
Art. 23. Depois de ouvidas as 
testemunhas e o perito, o Juiz dará a 
palavra sucessivamente, ao Ministério 
Público ou ao advogado que houver 
subscrito a queixa e ao advogado ou 
defensor do réu, pelo prazo de quinze 
minutos para cada um, prorrogável por 
mais dez (10), a critério do Juiz. 
Art. 24. Encerrado o debate, o Juiz 
proferirá imediatamente a sentença. 
Art. 25. Do ocorrido na audiência o 
escrivão lavrará no livro próprio, ditado 
pelo Juiz, termo que conterá, em resumo, 
os depoimentos e as alegações da 
acusação e da defesa, os requerimentos 
e, por extenso, os despachos e a 
sentença. 
Art. 26. Subscreverão o termo o 
Juiz, o representante do Ministério 
Público ou o advogado que houver 
subscrito a queixa, o advogado ou 
defensor do réu e o escrivão. 
Art. 27. Nas comarcas onde os 
meios de transporte forem difíceis e não 
permitirem a observância dos prazos 
fixados nesta lei, o juiz poderá aumentá-
las, sempre motivadamente, até o dobro. 
Art. 28. Nos casos omissos, serão 
aplicáveis as normas do Código de 
Processo Penal, sempre que compatíveis 
com o sistema de instrução e julgamento 
regulado por esta lei. 
Parágrafo único. Das decisões, 
despachos e sentenças, caberão os 
recursos e apelações previstas 
no Código de Processo Penal. 
Art. 29. Revogam-se as 
disposições em contrário. 
Brasília, 9 de dezembro de 1965; 
144º da Independência e 77º da 
República. 
TORTURA 
LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL 
DE 1997. 
 
Define os crimes 
de tortura e dá 
outras 
providências. 
O PRESIDENTE DA 
REPÚBLICA Faço saber que o 
Congresso Nacional decreta e eu 
sanciono a seguinte Lei: 
Art. 1º Constitui crime de tortura: 
I - constranger alguém com 
emprego de violência ou grave ameaça, 
causando-lhe sofrimento físico ou mental: 
a) com o fim de obter informação, 
declaração ou confissão da vítima ou de 
terceira pessoa; 
b) para provocar ação ou omissão 
de natureza criminosa; 
c) em razão de discriminação 
racial ou religiosa; 
II - submeter alguém, sob sua 
guarda, poder ou autoridade, com 
emprego de violência ou grave ameaça, 
a intenso sofrimento físico ou mental, 
como forma de aplicar castigo pessoal ou 
medida de caráter preventivo. 
Pena - reclusão, de dois a oito 
anos. 
§ 1º Na mesma pena incorre quem 
submete pessoa presa ou sujeita a 
medida de segurança a sofrimento físico 
ou mental, por intermédio da prática de 
ato não previsto em lei ou não resultante 
de medida legal. 
§ 2º Aquele que se omite em face 
dessas condutas, quando tinha o dever 
de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena 
de detenção de um a quatro anos. 
§ 3º Se resulta lesão corporal de 
natureza grave ou gravíssima, a pena é 
de reclusão de quatro a dez anos; se 
resulta morte, a reclusão é de oito a 
dezesseis anos. 
§ 4º Aumenta-se a pena de um 
sexto até um terço: 
I - se o crime é cometido por 
agente público; 
II - se o crime é cometido contra 
criança, gestante, deficiente e 
adolescente; 
II – se o crime é cometido contra 
criança, gestante, portador de deficiência, 
adolescente ou maior de 60 (sessenta) 
anos; (Redação dada pela Lei nº 10.741, 
de 2003) 
III - se o crime é cometido 
mediante seqüestro. 
§ 5º A condenação acarretará a 
perda do cargo, função ou emprego 
público e a interdição para seu exercício 
pelo dobro do prazo da pena aplicada. 
 
 
13 
§ 6º O crime de tortura é 
inafiançável e insuscetível de graça ou 
anistia. 
§ 7º O condenado por crime 
previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 
2º, iniciará o cumprimento da pena em 
regime fechado. 
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-
se ainda quando o crime não tenha sido 
cometido em território nacional, sendo a 
vítima brasileira ou encontrando-se o 
agente em local sob jurisdição brasileira. 
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na 
data de sua publicação. 
Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei 
nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - 
Estatuto da Criança e do Adolescente. 
Brasília, 7 de abril de 1997; 176º 
da Independência e 109º da República. 
HEDIONDOS 
LEI Nº 8.072, DE 25 DE 
JULHO DE 1990. 
 
Dispõe sobre os 
crimes hediondos, 
nos termos do art. 
5º, inciso XLIII, da 
Constituição 
Federal, e 
determina outras 
providências. 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, 
faço saber que o Congresso Nacional 
decreta e eu sanciono a seguinte lei: 
Art. 1º São considerados 
hediondos os crimes de latrocínio (art. 
157, § 3º, in fine), extorsão qualificada 
pela morte, (art. 158, § 2º), extorsão 
mediante seqüestro e na forma 
qualificada (art. 159, caput e seus §§ 1º, 
2º e 3º), estupro (art. 213, caput e sua 
combinação com o art. 223, caput e 
parágrafo único), atentado violento ao 
pudor (art. 214 e sua combinação com o 
art. 223, caput e parágrafo único), 
epidemia com resultado morte (art. 267, § 
1º), envenenamento de água potável ou 
de substância alimentícia ou medicinal, 
qualificado pela morte (art. 270, 
combinado com o art.285), todos do 
Código Penal (Decreto-Lei nº 2.848, de 7 
de dezembro de 1940), e de genocídio 
(arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de 
outubro de 1956), tentados ou 
consumados. 
Art. 1o São considerados 
hediondos os seguintes crimes, todos 
tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 
de dezembro de 1940 - Código Penal, 
consumados ou tentados: (Redação dada 
pela Lei nº 8.930, de 1994) (Vide Lei nº 
7.210, de 1984) 
I - homicídio (art. 121), quando 
praticado em atividade típica de grupo de 
extermínio, ainda que cometido por um 
só agente, e homicídio qualificado (art. 
121, § 2o, I, II, III, IV e V); (Inciso incluído 
pela Lei nº 8.930, de 1994) 
I - homicídio (art. 121), quando 
praticado em atividade típica de grupo de 
extermínio, ainda que cometido por um 
só agente, e homicídio qualificado (art. 
121, § 2o, I, II, III, IV, V e 
VI); (Redação dada pela Lei nº 
13.104, de 2015) 
I – homicídio (art. 121), quando 
praticado em atividade típica de grupo de 
extermínio, ainda que cometido por um 
só agente, e homicídio qualificado (art. 
121, § 2o, incisos I, II, III, IV, V, VI e 
VII); (Redação dada pela Lei nº 13.142, 
de 2015) 
I-A – lesão corporal dolosa de 
natureza gravíssima (art. 129, § 2o) e 
lesão corporal seguida de morte (art. 129, 
§ 3o), quando praticadas contra 
autoridade ou agente descrito nos arts. 
142 e 144 da Constituição Federal, 
integrantes do sistema prisional e da 
Força Nacional de Segurança Pública, no 
exercício da função ou em decorrência 
dela, ou contra seu cônjuge, 
companheiro ou parente consanguíneo 
até terceiro grau, em razão dessa 
condição; (Incluído pela Lei nº 13.142, 
de 2015) 
II - latrocínio (art. 157, § 3o, in 
fine); (Inciso incluído pela Lei nº 
8.930, de 1994) 
III - extorsão qualificada pela morte 
(art. 158, § 2o); (Inciso incluído pela 
Lei nº 8.930, de 1994) 
IV - extorsão mediante seqüestro e 
na forma qualificada (art. 159, caput, e 
§§ lo, 2o e 3o); (Inciso incluído pela Lei 
nº 8.930, de 1994) 
V - estupro (art. 213 e sua 
combinação com o art. 223, caput e 
parágrafo único); (Inciso incluído pela 
Lei nº 8.930, de 1994) 
V - estupro (art. 213, caput e §§ 
1o e 2o); (Redação dada pela Lei nº 
12.015, de 2009) 
VI - atentado violento ao pudor 
(art. 214 e sua combinação com o art. 
223, caput e parágrafo único); (Inciso 
incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) 
VI - estupro de vulnerável (art. 
217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 
4o); (Redação dada pela Lei nº 
12.015, de 2009) 
VII - epidemia com resultado morte 
(art. 267, § 1o). (Inciso incluído pela Lei 
nº 8.930, de 1994) 
VII-A – (VETADO) (Inciso 
incluído pela Lei nº 9.695, de 1998) 
VII-B - falsificação, corrupção, 
adulteração ou alteração de produto 
destinado a fins terapêuticos ou 
medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A 
e § 1o-B, com a redação dada pela Lei 
no 9.677, de 2 de julho de 
1998). (Inciso incluído pela Lei nº 
9.695, de 1998) 
VIII - favorecimento da prostituição 
ou de outra forma de exploração sexual 
de criança ou adolescente ou de 
vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 
2º). (Incluído pela Lei nº 12.978, de 
2014) 
Parágrafo único. Considera-se 
também hediondo o crime de genocídio 
previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei 
no 2.889, de 1o de outubro de 1956, 
tentado ou consumado. (Parágrafo 
incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) 
Art. 2º Os crimes hediondos, a 
prática da tortura, o tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins e o 
terrorismo são insuscetíveis de: (Vide 
Súmula Vinculante) 
I - anistia, graça e indulto; 
II - fiança e liberdade provisória. 
§ 1º A pena por crime previsto 
neste artigo será cumprida integralmente 
em regime fechado. 
§ 2º Em caso de sentença 
condenatória, o juiz decidirá 
fundamentadamente se o réu poderá 
apelar em liberdade. 
§ 3º A prisão temporária, sobre a 
qual dispõe a Lei nº 7.960, de 21 de 
dezembro de 1989, nos crimes previstos 
neste artigo, terá o prazo de trinta dias, 
prorrogável por igual período em caso de 
extrema e comprovada necessidade. 
II - fiança. (Redação dada pela 
Lei nº 11.464, de 2007) 
§ 1o A pena por crime previsto 
neste artigo será cumprida inicialmente 
 
 
14 
em regime fechado. (Redação dada 
pela Lei nº 11.464, de 2007) 
§ 2o A progressão de regime, no 
caso dos condenados aos crimes 
previstos neste artigo, dar-se-á após o 
cumprimento de 2/5 (dois quintos) da 
pena, se o apenado for primário, e de 3/5 
(três quintos), se reincidente. (Redação 
dada pela Lei nº 11.464, de 2007) 
§ 3o Em caso de sentença 
condenatória, o juiz decidirá 
fundamentadamente se o réu poderá 
apelar em liberdade. (Redação dada 
pela Lei nº 11.464, de 2007) 
§ 4o A prisão temporária, sobre a 
qual dispõe a Lei no 7.960, de 21 de 
dezembro de 1989, nos crimes previstos 
neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) 
dias, prorrogável por igual período em 
caso de extrema e comprovada 
necessidade. (Incluído pela Lei nº 
11.464, de 2007) 
Art. 3º A União manterá 
estabelecimentos penais, de segurança 
máxima, destinados ao cumprimento de 
penas impostas a condenados de alta 
periculosidade, cuja permanência em 
presídios estaduais ponha em risco a 
ordem ou incolumidade pública. 
Art. 4º (Vetado). 
Art. 5º Ao art. 83 do Código Penal 
é acrescido o seguinte inciso: 
"Art. 83. 
.............................................................. 
..................................................................
...... 
V - cumprido mais de dois terços da 
pena, nos casos de condenação por 
crime hediondo, prática da tortura, tráfico 
ilícito de entorpecentes e drogas afins, e 
terrorismo, se o apenado não for 
reincidente específico em crimes dessa 
natureza." 
Art. 6º Os arts. 157, § 3º; 159, 
caput e seus §§ 1º, 2º e 3º; 213; 214; 
223, caput e seu parágrafo único; 267, 
caput e 270; caput, todos do Código 
Penal, passam a vigorar com a seguinte 
redação: 
"Art. 157. 
............................................................. 
§ 3º Se da violência resulta lesão 
corporal grave, a pena é de reclusão, de 
cinco a quinze anos, além da multa; se 
resulta morte, a reclusão é de vinte a 
trinta anos, sem prejuízo da multa. 
..................................................................
...... 
Art.159. .....................................................
.......... 
Pena - reclusão, de oito a quinze anos. 
§ 1º 
................................................................. 
Pena - reclusão, de doze a vinte anos. 
§ 2º 
................................................................. 
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e 
quatro anos. 
§ 3º 
................................................................. 
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta 
anos. 
..................................................................
...... 
Art. 213. 
............................................................... 
Pena - reclusão, de seis a dez anos. 
Art. 214. 
............................................................... 
Pena - reclusão, de seis a dez anos. 
..................................................................
...... 
Art. 223. 
............................................................... 
Pena - reclusão, de oito a doze anos. 
Parágrafo único. 
........................................................ 
Pena - reclusão, de doze a vinte e cinco 
anos. 
..................................................................
...... 
Art. 267. 
...............................................................

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