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27 4. HIDRODINÂMICA 4.1. Vazão: Chama-se vazão ou descarga numa determinada seção, o volume de líquido que atravessa esta seção na unidade de tempo. tempo volume Q Q = vazão Normalmente a vazão é dada em metros cúbicos por segundo (m³/s). No caso de vazões pequenas é comum expressar a vazão em litros por segundo (l/s). Para outras unidades pode-se converter as vazões equivalentes utilizando-se as tabelas 1.5 e 1.6. 4.2. Classificação dos Movimentos Os movimentos dos líquidos estão classificados em: - permanente - variado - uniforme acelerado - não uniforme retardado No movimento permanente as características dos líquidos (força, pressão, velocidade) para cada ponto permanecem constantes e independem do tempo. A vazão é constante. 0 t V 0 t P 0 t onde: V é a velocidade, P é a pressão; é a massa, t é o tempo. No movimento variado as características do líquido variam de instante para cada ponto, isto é, são funções do tempo. 0 t V 0 t P 0 t O movimento é permanente uniforme quando a velocidade média permanece constante ao longo da corrente. 0 L V onde V = velocidade, L = distância O movimento permanente não uniforme os pontos podem ser acelerados ou retardados. 0 L V O movimento de um rio serve de exemplo: 28 a) nos trechos regulares do rio o movimento pode ser considerado permanente uniforme . b) nos trechos em que o rio se estreita ou forma correnteza o movimento se torna permanente acelerado (permanente porque a vazão é constante) c) quando ocorre enchente o movimento é variado porque a vazão varia com o tempo. Outros Exemplos: - A água escoando por um conduto longo, de seção constante e carga constante. Q1 = Q2 V1 = V2 Escoamento permanente Uniforme - água escoando com seção constante de carga decrescente (Regime variado) - Água escoando em conduto com seção crescente e vazão constante Q1 = Q2 S1 < S2 V1 > V2 (Regime permanente não uniforme) 29 4.3. Regime de Escoamento Considerando as trajetórias seguidas pelas partículas do líquido podemos classificar os regimes de escoamento em: a) regime laminar as trajetórias das partículas são bem definidas e não se cruzam b) regime turbulento as partículas se movem desordenadamente. No regime laminar consideram-se as linhas de corrente orientadas segundo a velocidade do líquido e que têm a propriedade de não serem atravessadas pelas outras. Um conjunto constituído de linhas de corrente recebe o nome de Tubo de Corrente. É uma figura imaginária limitada por linhas de corrente. 4.4. Condutos Hidráulicos Condutos Forçados: aqueles em que a pressão interna é diferente da pressão atmosférica. Nesta categoria de condutos as seções transversais são sempre fechadas e o fluído os enche completamente. O movimento pode se efetuar em um ou outro sentido do conduto. Condutos livres. São aqueles em que o líquido circulante apresenta a superfície livre sobre a qual reina a pressão atmosférica. A seção transversal não tem necessariamente o perímetro fechado, quando isso acontece funciona parcialmente cheia. O movimento se faz no sentido decrescente das cotas topográficas. 30 4.5. Equação da Continuidade Admitindo que um líquido seja incompressível e que seu peso especifico seja constante em todos os pontos, a quantidade de líquido que entra na seção 1 do tubo de corrente é igual a que sai na seção 2. A vazão em ambas as seções também são iguais e seu valor é dado por: Q = S1 V1 = S2 V2 ou Q = S V Q = vazão (m 3 / s) V = velocidade média na seção (m/s) S = área da seção de escoamento (m 2 ) Exemplo 4.1. Calcular a vazão de um canal retangular com largura de fundo de 1,5 m com 80 cm de profundidade da água no canal para a velocidade de escoamento da água de 0,75 m/s. Exemplo 4.2. Calcular a velocidade de escoamento da água numa tubulação de 150 mm de diâmetro com vazão de 25 l/s. Exemplo 4.3. Qual o diâmetro de uma tubulação para a vazão de 12 l/s se a velocidade máxima da água no conduto deve ser de 1,5 m/s? 4.6. Teorema de Bernoulli Definição: “Ao longo de qualquer linha de corrente é constante a soma das energias cinética, piezométrica e de posição”. Este teorema é uma extensão do princípio da conservação da energia. 31 a) energia de velocidade ou cinética g V 2 2 ; V = velocidade de escoamento do líquido (m/s); g = aceleração da gravidade(m/s²) b) energia de pressão ou Piezométrica p ; p = pressão do líquido(kg/m²) e = peso específico do líquido(Kg/m³). c) energia de posição ou potencial z ; z = altura em relação a um plano de referência (m). Essas grandezas lineares são denominadas de carga, e sua soma chama-se carga total (H) z + p/ + v2/2g = H Consideremos o seguinte tubo de corrente: tetanconsz p g2 V z p g2 V 2 2 2 2 1 1 2 1 Desse teorema conclui-se: Aumentando a energia cinética (pela diminuição de seção) a energia de pressão diminui (e vice-versa). Diminuindo a altura (energia potencial z) aumenta a energia de pressão (e vice-versa). Como a água não é um liquido perfeito ocorrem perdas de energia (perdas de carga) ao longo do tubo em conseqüência das forças de atritos e da sua viscosidade. Na equação de Bernoulli é introduzido um termo corretivo hf denominado, perda de carga. 32 hfz p g V z p g V 2 2 2 2 1 1 2 1 22 Exemplo4.4.Considere uma tubulação de 150 mm de diâmetro escoando livremente a vazão de 16 l/s conforme a figura abaixo. Calcule as energias cinéticas , piezométricas, potencial e total nos pontos A, B, C e D. s/m905,0 S Q V m042,0 g2 V 2 hf = 145,0 –136,2-0,042 = 8,758 m. m/m00625,0 1400 758,8 L hf J Ponto Z (m) P/ (m) V 2 /(2g) (m) hf (m) H (m) A 145,0 145,000 B 130,5 144,062 C 84,0 139,370 D 136,2 136,200 33 Exercício. 1) (Trindade Neves, 1989. pg.432) Um conduto é constituído por 2 trechos com diâmetro de 0,25 e 0,20 m. Calcule a pressão no ponto B do segundo trecho, sabendo que no ponto A do primeiro trecho 10 m acima a pressão é de 1,5 Kg/cm 2 e a velocidade de água no primeiro conduto é de 0,6 m/s. 2) (Azevedo Netto, 1998, pg56) A água escoa pelo tubo indicado na figura abaixo cuja seção varia do ponto 1 para o ponto 2, de 100 cm 2 para 50 cm 2 . Em 1 a pressão é de 0,5 kg/cm 2 e a elevação 100 m, ao passo que, no ponto 2, a pressão é de 3,38 kg/cm 2 na elevação 70 m. Calcular a vazão em litros por segundo admitindo serem desprezíveis as perdas de carga). 3) (Azevedo Netto, 1998, pg57) De uma pequena barragem, parte uma canalização de 250 mm de diâmetro, com poucos metros de extensão, havendo depois uma redução para 125 mm. Do tubo de 125 mm a água passa para atmosfera sob a forma de jato. A vazão foi medida, encontrando-se 105 l/s. Calcular a pressão na seção inicial da tubulação de 250 mm a a altura da água H na barragem.4) (Azevedo Netto, 1998, pg58) Uma tubulação vertical de 150 mm de diâmetro apresenta em um pequeno trecho, uma seção contraída de 75 mm, onde a pressão é de 1 atm. A três metros acima desse ponto, a pressão eleva-se para 14,7 m. c.a. Calcular a velocidade e a vazão. 5) (Azevedo Netto, 1998, pg59) Em um canal de concreto, a profundidade é de 1,20 m e as água escoam com uma velocidade média de 2,40 m/s, até um certo ponto, onde, devido a uma queda, a velocidade se eleva a 12 m/s, reduzindo-se a profundidade de 0,60 m. Desprezando as possíveis perdas por atrito, determinar a diferença de nível entre as duas partes do canal.
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