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Organização da ADM Pública

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DIREITO ADMINISTRATIVO I
Profª Andréa Depintor
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ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO
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Administração Direta: conjunto de órgãos que integram as pessoas políticas do Estado (União, estados, Distrito Federal e municípios).
Administração Indireta: conjunto de pessoas jurídicas - entes administrativos (autarquias, empresas públicas, sociedades de economia e mista e fundações).
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Entidades da Administração Indireta
Art. 37, XIX, CF
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Autarquias
Definição: pessoa jurídica de direito público prestadora de serviço público.
Criação: lei específica – art. 37, XIX, CF.
Autonomia: administrativa e financeira.
Controle: finalístico ou de legalidade pela Administração Direta (supervisão ministerial ou tutela).
Imunidade tributária.
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CF/88. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
§ 2º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias (...), no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
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Exemplos: 
INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária);
INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial);
INSS (Instituto Nacional do Seguro Social);
CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica);
BACEN (Banco Central)
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Agências reguladoras - são autarquias que possuem como objetivo a regulamentação, o controle e a fiscalização da execução dos serviços públicos transferidos ao setor privado.
Exemplos:
Agência Nacional de Energia Elétrica – Aneel – Lei 9.427/96
Agência Nacional de Telecomunicações – Anatel – Lei 9.472/97
Agência Nacional do Petróleo – ANP – Lei 9.478/97
Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS – Lei 9.961/2000
Agência Nacional de Águas – ANA – Lei 9.984/2000
Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa – Lei 9.782/99
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Art. 241 da CF. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos (...), autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos. 
Lei 11.107/2005. Art. 6o O consórcio público adquirirá personalidade jurídica:
 I – de direito público, no caso de constituir associação pública, mediante a vigência das leis de ratificação do protocolo de intenções;
Art. 41 do CC. São pessoas jurídicas de direito público interno:
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; 
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Exemplo:
APO (Autoridade Pública Olímpica): consórcio público inter-federativo formado pelo governo federal, Estado e  Prefeitura do Rio de Janeiro. Criada pela Lei Federal nº 12.396, de 21 de março de 2011.  
O objetivo da instituição é coordenar as ações governamentais para o planejamento e a entrega das obras e dos serviços necessários à realização dos Jogos.
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Empresas públicas 
Pessoa jurídica de direito privado.
Criação autorizada por lei específica. Seu nascimento depende do registro dos atos constitutivos.
Todo capital é público.
Atuações: exercer atividades econômicas ou prestar serviços públicos.
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Art. 150 da CF.
§ 3º As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, (...).
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Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.
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CF/88. Art. 21. Compete à União:
X - manter o serviço postal (...);
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RE 601392 / PR - PARANÁ  RECURSO EXTRAORDINÁRIO Relator(a):  Min. JOAQUIM BARBOSA Relator(a) p/ Acórdão:  Min. GILMAR MENDES Julgamento:  28/02/2013           Órgão Julgador:  Tribunal Pleno
Recurso extraordinário com repercussão geral. 2. Imunidade recíproca. Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. 3. Distinção, para fins de tratamento normativo, entre empresas públicas prestadoras de serviço público e empresas públicas exploradoras de atividade. Precedentes. 4. Exercício simultâneo de atividades em regime de exclusividade e em concorrência com a iniciativa privada. Irrelevância. Existência de peculiaridades no serviço postal. Incidência da imunidade prevista no art. 150, VI, “a”, da Constituição Federal. 5. Recurso extraordinário conhecido e provido.
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ACO 879 / PB - PARAÍBA  AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA Relator(a):  Min. MARCO AURÉLIO Relator(a) p/ Acórdão:  Min. ROBERTO BARROSO Julgamento:  26/11/2014           Órgão Julgador:  Tribunal Pleno
EMENTA: TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE RECÍPROCA DA EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS. IPVA. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal orienta-se no sentido de que a imunidade recíproca deve ser reconhecida em favor da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, ainda que o patrimônio, renda ou serviço desempenhado pela Entidade não esteja necessariamente relacionado ao privilégio postal. 2. Especificamente com relação ao IPVA, cumpre reafirmar o quanto assentado na ACO nº 789/PI, Redator para o acórdão o Ministro Dias Toffoli, ocasião na qual foi confirmada a outorga da imunidade recíproca para o fim de afastar a incidência sobre os veículos de propriedade da requerente. 3. Ação Cível Originária julgada procedente.
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Exemplos:
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES;
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT;
Caixa Econômica Federal – CEF;
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Emprapa;
Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária – Infraero.
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Sociedades de economia mista 
Pessoa jurídica de direito privado.
Criação autorizada por lei. Seu nascimento depende do registro dos atos constitutivos.
A maioria do capital é público.
Atuações: exercer atividades econômicas ou prestar serviços públicos.
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Exemplos:
Petrobras;
Banco do Brasil;
Telebrás;
Eletrobrás;
Furnas.
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Fundações governamentais de direito privado
Art. 37 da CF.
XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;
Exemplo: Fundação Padre Anchieta, fundação governamental do Estado de SP mantenedora da Rádio e TV Cultura.
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(OAB FGV) O Estado XYZ pretende criar uma nova universidade estadual sob a forma de fundação pública. Considerando que é intenção do Estado atribuir personalidade jurídica de direito público a tal fundação, assinale a afirmativa correta. 
A) Tal fundação há de ser criada com o registro de seus atos constitutivos, após a edição de lei ordinária autorizando sua instituição. 
B) Tal fundação há de ser criada por lei ordinária específica. C) Não é possível a criação de uma fundação pública com personalidade jurídica de direito público. 
D) Tal fundação há de ser criada por lei complementar específica. 
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Assinale a opção que contenha a pessoa jurídica de direito público que pode se apresentar nas forma ordinária, de regime especial e fundacional. 
a)	Empresa pública.
b)	Fundação pública.
c)	Autarquia.
d)	Sociedade de economia mista.
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Suponha que o Ministério do Turismo esteja planejando o estabelecimento de uma sociedade de economia mista, com a finalidade de administrar hotéis
ao redor do Brasil. Discussões internas no âmbito ministerial foram travadas, com a finalidade de avaliar questões específicas daquele tipo de entidade da Administração Indireta. Logo abaixo, são trazidas algumas das conclusões derivadas desses debates, de sorte que deve ser assinalada a opção correta, no tocante às características da sociedade de economia mista. 
a)	A sua criação é efeito direto da lei, tornando-se desnecessário ato posterior.
b)	A sociedade de economia mista, por ser entidade federal, possuiria personalidade jurídica de direito público.
c)	A sociedade de economia mista não poderia ser sociedade anônima.
d)	A sociedade de economia mista estaria sujeita à fiscalização (supervisão) por parte do ente político que autorizou, por meio de lei, sua criação.
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(OAB FGV XIV) Os municípios “X”, “Y” e “Z”, necessitando estabelecer uma efetiva fiscalização sanitária das atividades desenvolvidas por particulares em uma feira de produtos agrícolas realizada na interseção territorial dos referidos entes, resolvem celebrar um consórcio público, com a criação de uma associação pública. A referida associação, de modo a atuar com eficiência no seu mister, resolve delegar à Empresa ABCD a instalação e operação de sistema de câmeras e monitoramento da entrada e saída dos produtos. 
Diante da situação acima apresentada, responda aos itens a seguir. 
A) Pode a associação pública aplicar multas e demais sanções pelo descumprimento das normas sanitárias estabelecidas pelo referidos entes “X”, “Y” e “Z”? (Valor: 0,60) 
B) É possível que a referida associação pública realize a delegação prevista para a empresa ABCD? (Valor: 0,65) 
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GABARITO COMENTADO 
A) A resposta ao item A é afirmativa, pois a associação pública criada por meio de consórcio público, conforme Art. 1º, § 1º, da Lei n. 11.107/2005 c/c Art. 41 do Código Civil, possui personalidade jurídica de direito público e, portanto, admite que lhe seja outorgado o Poder de Polícia. 
B) A resposta ao item B também é afirmativa, vez que estariam sendo delegados apenas os atos materiais do poder de polícia, sendo certo ainda que o Art. 4º, XI, c, da Lei n. 11.107/2005, admite a autorização da delegação dos serviços do consórcio.

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