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FACULDADE DE IPORÁ – FAI CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL Relatório, apresentado a Faculdade de Iporá - FAI, como parte das exigências para a obtenção de nota na disciplina de tecnologia de materiais para a construção civil. IPORÁ MAIO/2017 2 FACULDADE DE IPORÁ – FAI TECNOLOGIA DE MATERIAIS PARA CONSTRUÇÃO CIVIL CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL Discentes: Ana Paula Cardoso Sousa, Cristiane Lopes Pimenta e Leidiane Costa Carvalho. Docente: Henrique Ferraz. IPORÁ MAIO/2017 3 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................4 2. PROJETOS AUTOSSUSTENTÁVEIS......................................................................6 2.1 CASA FOLHA................................................................................................6 2.2 CASA CONTÊINER......................................................................................6 2.3 IMPLANTAÇÃO DE UMA OBRA SUSTENTÁVEL..................................7 3. TAIPA DE PILÃO......................................................................................................7 4. TIJOLO ECOLOGICO / TIJOLO DE SOLO CIMENTO..........................................8 4.1. TIJOLO DE SOLO CIMENTO RECICLADO..............................................9 5. MADEIRA CERTIFICADA.......................................................................................9 5.1. MADEIRA DE DEMOLIÇÃO....................................................................10 6. BAMBU OU AÇO VERDE......................................................................................10 7. CAPTAÇÃO DA ÁGUA DA CHUVA....................................................................11 7.1.APROVEITAMENTO DE ÁGUA DE APARELHO DE AR- CONDICIONADO........................................................................................15 8. TELHADO VERDE..................................................................................................15 8.1.UM OUTRO TIPO DE TELHADO VERDE, OS COOL ROOLFS............16 8.2.VANTAGENS...............................................................................................16 8.3.DESVANTAGENS.......................................................................................17 8.4.CUSTO..........................................................................................................17 8.5.VARIAÇÕES DE TELHADO VERDE........................................................18 8.6.TELHADOS VERDES SÃO REALMENTE SUSTENTÁVEIS.................19 8.7.GRANDES ECONOMIAS............................................................................20 8.8.POLITICAS E POLITICOS..........................................................................21 9. COLETA E RECICLAGEM DE RESIDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL............21 10. ENERGIA SOLAR....................................................................................................22 10.1. GERAÇÃO DE ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA.......................22 10.2. AQUECIMENTO SOLAR......................................................................23 11. CONCLUSÃO...........................................................................................................24 12. BIBLIOGRAFIA.......................................................................................................25 4 Introdução A primeira definição de desenvolvimento sustentável foi cunhada pelo Brundtland Report, em 1987, afirmando que desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente, sem comprometer o atendimento às necessidades das gerações futuras. No final da década de 1980 e início da década de 1990, as questões de sustentabilidade chegaram à agenda da arquitetura e do urbanismo de forma incisiva, trazendo novos paradigmas. Atualmente na busca de minimizar os impactos ambientais provocados pela construção, surge o paradigma da construção sustentável. No âmbito da Agenda 21 em Países em Desenvolvimento, a construção sustentável é definida como: "um processo holístico que aspira a restauração e manutenção da harmonia entre os ambientes natural e construído, e a criação de assentamentos que afirmem a dignidade humana e encorajem a equidade econômica". Figura 1: Desafio Sustentabilidade Figura 2: Construções verdes Cenário da Construção Civil e Conceito de Construção Sustentável: As cidades e seu metabolismo são as grandes responsáveis pelo consumo de materiais, água e energia, sendo assim razoável pensar que, em um futuro próximo, continuarão a produzir grande impactos negativos sobre o meio natural. Muitos destes impactos negativos são gerados pelo setor da construção civil, que responde por 40% do consumo mundial de energia e por 16% da água utilizada no mundo. De acordo com dados do Worldwatch Institute, a construção de edifícios consome 40% das pedras e areia utilizados no mundo por ano, além de ser responsável por 25% da extração de madeira anualmente. Certificação e Avaliação Ambiental: A questão ambiental vem sendo debatida em todo o mundo, e tornou-se necessário adequar a arquitetura a esta demanda, alguns países criaram critérios de avaliação para construções sustentáveis. Atualmente, praticamente cada país europeu, além de Estados Unidos, Canadá, Austrália, Japão e Hong Kong, possui um sistema de avaliação de edifícios. No Brasil, o atestado de boa conduta ambiental e social mais difundido é a Certificação LEED do 5 USGreen Building Council (GBC) [Conselho Norte Americano de Prédios Verdes]. A certificação para empreendimentos sustentáveis Alta Qualidade Ambiental (AQUA), que foi adaptada para atender as características ambientais do país. Construção Sustentável: Além dos impactos relacionados ao consumo de matéria e energia, há aqueles associados à geração de resíduos sólidos, líquidos e gasosos. Os desafios para o setor da construção são diversos, porém, em síntese, na edificação, entende-se como essenciais: adequação do projeto ao clima do local, minimizando o consumo de energia e otimizando as condições de ventilação, iluminação e aquecimento naturais; previsão de requisitos de acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida ou, no mínimo, possibilidade de adaptação posterior; atenção para a orientação solar adequada, evitando-se a repetição do mesmo projeto em orientações diferentes; utilização de coberturas verdes; e a suspensão da construção do solo (a depender do clima). Na escolha dos materiais de construção: a utilização de materiais disponíveis no local, pouco processados, não tóxicos, potencialmente recicláveis, culturalmente aceitos, propícios para a autoconstrução e para a construção em regime de mutirões, com conteúdo reciclado. Com relação à energia, recomenda-se o uso do coletor solar térmico para aquecimento de água, de energia eólica para bombeamento de água e de energia solar fotovoltaica, com possibilidade de se injetar o excedente na rede pública. 6 DESENVOLVIMENTO 1. Projetos autossustentáveis. Edificações que não emitem nenhum impacto à natureza já são realidade. No entanto, o sonho da casa autossustentável não é barato, muito menos fácil. Os projetos são construídos especialmente em prol da eficiência energética, adicionados de coletores de água da chuva, aproveitamento do vento e até mesmo hortas domésticas. 1.1. Casa Folha – Angra dos Reis RJ. A primeira casa sustentável estálocalizada em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. O projeto que tem cobertura em forma de folhas, buscou inspiração em arquiteturas brasileiras indígenas, fruto de climas quentes e úmidos. Figura 3: Vista superior – casa flor. Figura 4: Vista da casa flor em Angra dos Reis. 1.2. Casa Contêiner – Cotia – SP. A segunda casa sustentável está em São Paulo. Um projeto diferente e ousado que usa quatro contêineres restaurados de 12,2 metros de comprimento, 2,44 de largura e 2,90 de altura, que receberam isolamento de lã de PET e telhas tipo sanduíche de poliuretano para garantir o conforto térmico. Telhados verdes foram instalados sobre os contêineres do térreo, mais um recurso para controlar a temperatura da casa. Figura 5: Frente da casa de contêiner Figura 6: Detalhamento da casa. 7 1.3.Implantação de uma obra sustentável Durante a escolha do terreno e da implantação do edifício devem ser observados os aspectos físicos, ambientais, socioeconômicos e culturais do entorno. A permeabilidade do solo é um importante mecanismo de drenagem da água da chuva, que previne alagamentos e inundações, comuns nas grandes cidades em função da alta taxa de ocupação. Respeitar a volumetria do terreno, reduzindo as movimentações de terra, também causa menos danos ao meio ambiente. Figura 7: Projeto de uma Construção Ecológica. Após a definição das necessidades ambientais de cada edificação os espaços começam a tomar forma, locados para reduzir a quantidade de material utilizado, aproveitando a luz e a ventilação natural para criar sistemas passivos de condicionamento térmico e economia de energia. Mecanismos de reaproveitamento de água da chuva ou águas cinzas são avaliados pelos profissionais de arquitetura para reduzir o consumo de água doce tratada. Não existe um projeto padrão de construção sustentável, cada local e cada obra são únicos, devendo ser meticulosamente projetados por profissionais capacitados, respeitando as normas técnicas e legislações impostas a cada região. 2. Taipa de Pilão Até os meados do século XIX as construções em taipa de pilão eram comuns no Brasil. Antes da própria definição de arquitetura sustentável, tratava-se de um sistema que utilizava o barro como principal componente nas estruturas das edificações. 8 Figura 8: O Museu do Ipiranga tem paredes de Taipa de Pilão. Foto: Soldon. 3. Tijolo ecológico / Tijolo de Solo Cimento O tijolo ecológico é também conhecido como tijolo de solo-cimento, pois é feito a partir da mistura de terra, cimento, areia e aditivos, que são prensados em uma máquina específica para essa finalidade. Ele é chamado de ecológico por esse processo de fabricação, que não envolve a queima – e consequente liberação de CO2 – como nos tijolos de cerâmica, e também porque sua utilização dispensa o uso de vigas e pilares, constituindo um sistema autoportante. Isso evita o desperdício de material como as fôrmas de madeira que são usadas para criar os pilares. Outra vantagem é a possibilidade de passar a tubulação de elétrica e hidráulica conforme a parede vai sendo montada, sem quebradeira, o que otimiza o tempo, o custo e novamente o gasto de material. Depois de prontas, as paredes podem receber apenas verniz para proteção, deixando os tijolos aparentes, ou então receber acabamento com massa e qualquer tipo de revestimento, como pintura ou cerâmica. O tijolo pode também receber pintura sem aplicação de massa, deixando a textura aparente. Essa possibilidade de deixar o tijolo aparente reduz os gastos com revestimentos, ajudando a fazer com que este seja um sistema mais econômico. O fato de ser mais barato, neste caso, não significa que o sistema tenha menor qualidade. Na verdade é o contrário, já que o conforto térmico e acústico é melhor do que o dos tijolos comuns, de cerâmica ou de concreto. É importante, no entanto, que a execução seja feita por mão-de-obra especializada, para que as paredes fiquem realmente niveladas e alinhadas. 9 Figura 9: Tijolo solo cimento Figura 10: Construção com tijolo solo cimento 3.1.Tijolo de Solo Cimento Reciclado Essa variação do tijolo de solo cimento foi desenvolvida por pesquisadores da Unesp que reciclaram resíduos de construção e obras demolidas para criar um tijolo de baixo custo, com propriedades semelhantes ao tijolo de solo cimento tradicional. Os resíduos de demolição possuem características granulares que oferecem maior resistência e redução de custo. 4. Madeira Certificada Nem sempre é fácil determinar a procedência dos materiais utilizados, para isso existem os selos de certificação que garantem que a madeira seja derivada de áreas de manejo florestal e reflorestamento. A madeira é um material nobre e renovável, desde que os recursos sejam extraídos corretamente. A produção madeireira proveniente do manejo florestal contribui para absorver um dos principais gases de efeito estufa, o CO2. É amplamente utilizada nas estruturas, revestimentos de paredes, forros e pisos e na decoração. Figura 11: Madeira de demolição com certificado. 4.1. Madeira de Demolição 10 A madeira reciclada, ou também chamada de madeira de demolição, virou artigo de luxo entre os arquitetos de interiores, presentes nos melhores projetos. Um material que até então era descartado está sendo amplamente utilizado, já que existem diversas empresas especializadas em reaproveitar madeiras de demolição. 5. Bambu ou aço verde Países em desenvolvimento apresentam grandes demandas por concreto armado, mas frequentemente não contam com os meios de produzir todo o aço necessário para suprir essas demandas. O Future Cities Laboratory de Singapura sugere uma alternativa a esse bem manufaturado: o bambu. Abundante, sustentável e extremamente resistente. Nos ensaios de resistência, o bambu se mostra mais adequado que a maior parte dos outros materiais, inclusive o concreto armado. Ele alcança essa resistência devido à sua estrutura tubular oca, um produto da evolução ao longo de milênios para resistir aos esforços do vento em seu habitat natural. O bambu tem o potencial de se tornar futuramente um substituto ideal nos locais onde o aço não pode ser produzido. Na Índia, existem estruturas construídas com quatro pavimentos”, exemplifica Vitor Marçal, apostando que o “aço verde” e a “madeira do futuro” ainda irão revolucionar a construção civil brasileira. Figura 12: Bambu na estrutura de concreto Figura 13: Bambu na estrutura de concreto As universidades que pesquisam o bambu como elemento-estruturante também atuam para que o material possua norma técnica, junto à ABNT, a fim de que possa ser usado na construção civil brasileira. Como material de construção, o bambu precisa 11 estar maduro, ser cortado da forma correta, passar por tratamento adequado, secar de forma progressiva e ser bem armazenado. 6. Captação de água da chuva Projetos e consultoria de aproveitamento de água da chuva reduzindo o uso da água pública em sua casa ou empresa. A coleta de água a partir do telhado para o reservatório tem uso imediato e eficiente, uma maneira sustentável de contribuir com o meio ambiente e fazer o uso racional dos nossos recursos naturais. A captação de água de chuva é uma prática muito difundida, principalmente nos países europeus. Além das vantagens já citadas, existem várias outras, tais como: • A minimização do consumo de água da rede pública; • A mitigação de problemas relacionados à escassez dos recursos hídricos; • O armazenamento da água de chuva em cisternas pode ser visto também como umaforma de contribuir para a redução de enchentes (e/ou estiagens) nos grandes centros urbanos; • A água pluvial pode ser utilizada em diversas aplicações domésticas como na descarga de vaso sanitário, irrigação de jardim, lavagem de pisos, etc., evitando o consumo excessivo e desnecessário de água potável; • É um sistema de baixo investimento com tempo de retorno consideravelmente curto; • Faz alusão ao desenvolvimento sustentável, além de ser um princípio ecologicamente correto; • A água coletada é de boa qualidade, porém, para determinados fins é necessário um tratamento adequado; • É uma maneira de disponibilizar água tratada para regiões mais distantes e carentes. • De tal forma, surge a oportunidade de economizar na conta de água utilizando alguns dispositivos que captam e armazenam a água da chuva. Existem várias técnicas para coletar e armazenar a água da chuva e a aplicação de cada uma delas depende de fatores como custo, objetivo do uso, área disponível, dentre outros. Vamos conhecer algumas dessas técnicas. 12 Figura 14: Sistema de captação de água. Antes de passar para as técnicas, vamos entender um pouco mais sobre a água da chuva (água pluvial). Primeiro, você deve eliminar da mente a ideia de que a água pluvial é potável por ter passado por um processo de evaporação. Quando as gotas de chuva descem, elas passam pelos poluentes presentes na atmosfera e chegam ao solo com o pH alterado e a presença de várias substâncias que encontra pelo caminho. A chuva ácida é um exemplo disso. Se a água passa por telhados ou calhas, a qualidade pode ser pior ainda. Esses locais tendem a acumular sujeira (folhas, gravetos, fezes de animais e até os próprios animais mortos), tornando a água totalmente imprópria para o consumo humano. As cisternas utilizadas para armazenar água pluvial ganharam destaque nos últimos anos por meio do movimento denominado “Cisternas Já”, o qual objetiva capacitar a população sobre a captação e armazenamento dessa água. Consistem em dispositivos que permitem coletar e armazenar a água de chuva sem muita complicação. 13 Figura 15: Funcionamento de uma minicisterna. Imagem: imguol.com Pela imagem acima é possível perceber que uma mini cisterna, por exemplo, possui uma estrutura simples, a qual pode variar de acordo com as necessidades do projeto. É possível optar por construir a própria cisterna ou comprar a estrutura pronta. O custo de construir uma mini cisterna varia entre R$150,00 e R$300,00. É importante manter a cisterna sempre limpa, por mais que a água não seja usada para usos potáveis. O recomendado é utilizar 10mL de água sanitária para cada 100L de água, a cada 2 dias. Ainda, é preciso ficar atento ao filtro, verificando se ele está funcionando adequadamente. Em alguns projetos é possível instalar um sistema de bombeamento que leva a água do reservatório para uma caixa de água (separada da caixa de água potável!), a qual é interligada a tubulações como o vaso sanitário e a máquina de lavar roupa. Há, ainda, a opção de captar a água por meio de um telhado verde, do qual é encaminhada para o reservatório. 14 Figura 16: Projeto de reservatório de água pluvial com bombeamento para uma caixa de água. Alguns autores usam o termo cisterna para denominar apenas o local de armazenamento da água e tratam o projeto no todo como o dimensionamento do reservatório, outros autores projetam uma cisterna antes do reservatório e há os que tratam apenas como reservatório. Não há um consenso sobre os termos ou sobre o melhor projeto, o ideal é verificar algumas referências e escolher as que melhor atendem às necessidades do caso. Como todo projeto, é preciso verificar a viabilidade antes de construir. Figura 17: Projeto de reservatório de água pluvial para um prédio. Há uma infinidade de materiais de consulta disponíveis na internet que ensinam a fazer desde o cálculo da precipitação média na área do projeto até a instalação completa. Os benefícios você vai sentir ao longo do tempo, como a redução no valor da conta de água e tranquilidade caso ocorra uma situação que exija redução do consumo, em casos de seca ou problemas no abastecimento de água, por exemplo. 15 6.1. Aproveitamento de água dos aparelhos de ar-condicionado. Nos condicionadores de ar, o dreno é a parte responsável por remover a água produzida pelo aparelho. Quando em operação, o equipamento retira a umidade do ambiente em que está instalado, realizando o processo de condensação, que é quando a água passa do vapor para o líquido. Todo ar condicionado tem um sistema de drenagem, independentemente do tipo. Nesse projeto a água que é descartada dos aparelhos de ar-condicionado também será aproveitada, sendo armazenada juntamente com a água da chuva e terão a mesma finalidade. Figura 18: Ar condicionado. 7. Telhado verde O telhado verde é uma técnica de arquitetura que consiste na aplicação e uso de solo e vegetação sobre uma camada impermeável, geralmente instalada na cobertura de residências, fábricas, escritórios e outras edificações. Suas principais vantagens são facilitar a drenagem, fornece isolamento acústico e térmico, produzir um diferencial estético e ambiental na edificação, e compensar parcialmente a área impermeável que foi ocupada no térreo da edificação. Outra vantagem bastante interessante é que o telhado verde pode reduzir a temperatura interna da casa em até 5°C, dependendo da região onde se localiza. 16 Figura 19: Casa com telhado verde. 7 . 1 . U m o ut r o t i po d e te lh ado v e rd e , o s ‘ c o o l ro of s ’ O telhado verde é, talvez apenas abaixo das placas fotovoltaicas, o detalhe construtivo mais comentado no mundo da sustentabilidade. Suas vantagens são amplamente discutidas, como ajudar a evitar as ilhas de calor, as emissões de gases do efeito estufa e conter alagamentos. O termo ‘Telhado Verde’ é comumente utilizado para descrever telhados cobertos com vegetação. No entanto o sistema é muito mais amplo: coberturas com painéis solares, brancas com alta emissividade e refletividade ou até mesmo telhados com telhas shingle de grande duração podem ser considerados telhados verdes. Figura 20: Telhado cool roofs. 7.2.Vantagens • Diminui a ilha de calor; • Regula a drenagem de águas pluviais, mais do que diversos outros sistemas de captação; • Sequestra o gás carbônico e produz oxigênio; • Cria e preserva habitats; 17 • Isolamento térmico e resfriamento por evaporação; • Atrativos e na moda (mas não são feitos para pisar!). 7.3.Desvantagens • Maior custo; • Mais energia empregada na fabricação; • Sujeita a vazamentos caso mal instalada; • Falta de expertise na área; • Cuidados necessários com o vento e fogo. 7.4.Custo O telhado verde possui uma variação de preço entre R$100,00 a 150,00/m2 dependendo do tipo e região, e é certamente um custo de implantação inicial maior (geralmente o dobro) do que telhados convencionais ou lajes impermeabilizadas. Dificilmente uma solução comum irá durar mais de 20 anos sem manutenção, já o telhado verde, apesar de exigir cuidados específicos e periódicos, pode durar o dobro, além de proteger a laje concentrando e suportando as diferenças de temperatura e insolação. Figura 21: t e l h a d o v e r d e d o r o c k f e l l e r c e n t e r ’ s r o o f t o p g e r d e n s . 7.5.Variações de Telhado Verde Existem 2 tipos principais: 18 • Intensivo (ou semi): mais espesso e suporta uma maior variedade de plantas. No entanto é mais pesada e exige maior manutenção. A espessura mínima de instalação é de 20cm. Deve-se existir um cuidado especial na consideração dos cálculosestruturais, que considera nos edifícios em concreto armado no Brasil uma carga média de 300kg/m². F i g u r a 2 2 : F o n t e : g r e e n r o o f g u i d e . c o . u k • Extensivo: mais fino e leve, com no máximo 8cm de espessura e coberta tipicamente com forração. É mais viável financeiramente, no entanto não suporta tanta carga de águas pluviais. F i g u r a 2 3 : F o n t e : g r e e n r o o f g u i d e . c o . u k 7.6.Telhados verdes são realmente sustentáveis? A resposta é simples: SIM e NÃO. Depende do ponto de vista! 19 • SIM, porque possuímos as diversas vantagens já citadas acima. • NÃO, porque a energia empregada e as emissões para a fabricação do telhado verde só será revertida a longuíssimo prazo. O ciclo de vida precisa ser grande para compensar todo o esforço, que dificilmente acontecerá. Mas um estudo recente realizado em Chicago demonstrou um gasto de 40.000 BTUs para a fabricação e instalação das camadas plásticas impermeabilização e de proteção contra raízes de um telhado verde. Esse custo ambiental será revertido só após 40 anos, Figura 24: Componentes do telhado verde Dessa forma, após avaliação estrutural, o telhado poderá ser extensivos, intensivos ou semi - intensivos. Para a IGRA, International Green Roof Association, (2011), os critérios descritos natabela 1, podem ser utilizados para caracterizar três formas diferentes de Telhados Verdes: 20 Figura 25: Tabela 1 – Características dos tipos de telhado verde. 7.7. Grandes economias (financeiras e humanas): A cidade de Chicago possui hoje a maior área de telhados verdes dos EUA. É uma lição que foi aprendida à duras penas, mais precisamente após a onda de calor de 1995 que chegou a 52 graus e vitimou 750 pessoas em um período de apenas 5 dias. O custo de um telhado verde hoje caiu de US$75,00/m² para US$45,00/m², e existe uma facilidade grande na manutenção já que o material é bem difundido. F i g u r a 2 6 : F o t o d a c o b e r t u r a d o F i g u r a 2 7 : E u m v i s ã o i n f r a v e r m e l h a C h i c a g o C i t y h a l l … d e m o n s t r a n d o a d i m i n u i ç ã o d e t e m p e r a t u r a n a s á r e a s d e t e l h a d o v e r d e . 21 7.8.Políticas & políticos: Existem diversas leis e decretos sendo aprovadas na câmaras sugerindo a obrigatoriedade dos telhados verdes com vegetação. Além disso o inventivos criados geralmente são pouco vantajosos, geralmente relacionados a um abatimento leve no IPTU, bem diferente dos EUA e outras cidades do mundo onde encontramos incentivos reais de até 50% do valor da instalação. Exemplo: Figura 28: Empresa Cola-Cola No ano passado a empresa multinacional Coca-Cola, que comprou a marca Matte Leão, inaugurou a sua nova fábrica de chás, no município de Fazenda Rio Grande, no Paraná, construída dentro dos padrões LEED, certificada pela Green Building Council. o diretor geral do grupo SABB – Sistema de Alimentos e Bebidas do Brasil –, Axel de Meeûs, afirmou que a economia proporcionada pelo telhado verde, captação de água da chuva, painéis solares e triagem de resíduos, deve compensar os custos construtivos em apenas cinco anos, além de impactar menos o meio ambiente e proporcionar melhor conforto térmico para os funcionários que ali trabalham. 8. Coleta e reciclagem de resíduos da construção civil. Nos últimos anos, a conscientização sobre a importância da gestão de resíduos da construção civil tem crescido e as soluções começam a surgir na forma de empreendimentos de reciclagem, que reaproveitam tais materiais, reintroduzindo-os em 22 novos ciclos produtivos para fabricar novos produtos. A cartilha dá dicas para quem quer investir em um empreendimento nesse setor. Figura 29: Estação Resgate Em São Paulo, o empresário Gilberto Meirelles fez dos entulhos gerados pela construção civil uma empresa lucrativa. A Estação Resgate recicla os dejetos retornando os materiais descartados ao mercado construtivo. 9. Energia Solar. A energia solar está além dos painéis dos telhados. Estes, é claro, tem um papel importante na captação de radiação solar e usam o calor para esquentar água e produzir energia, mas o Sol pode ser aproveitado de forma mais simples no seu projeto – basta posicionar as janelas de forma estratégica e aproveitar melhor a luminosidade ao longo do dia. 9.1. Geração de energia solar fotovoltaica A energia fotovoltaica é a energia elétrica produzida a partir de luz solar, e pode ser produzida mesmo em dias nublados ou chuvosos. Quanto maior for a radiação solar maior será a quantidade de eletricidade produzida. O conjunto de placas fotovoltaicas no telhado para a captação da luz solar e consequentemente a geração de energia. Essa energia alimenta toda a casa e o que sobra passa pelo relógio de entrada e vai para a rede da concessionária local gerando créditos que serão consumidos durante a noite (período em que não é gerado energia). Com isso pretende-se reduzir a quase zero o consumo de energia fornecido pela concessionária, contribuindo com o meio ambiente e gerando também uma economia financeira significativa. 23 Figura 30: Placas fotovoltaicas. 9.2.Aquecimento solar. O aquecimento solar é o uso de energia solar para o aquecimento de água para banho, piscina e processos industriais, interessante por ser uma fonte energética abundante e gratuita. O projeto busca aproveitar ao máximo as fontes de energia limpa, como por exemplo, o sol. Além das placas fotovoltaicas serão instaladas placas de aquecimento de água para alimentar toda a tubulação de água quente da casa (inclusive o spa), o que ocasionará em uma grande economia de energia, tendo visto que o consumo dos chuveiros elétrico é responsável por grande parte do consumo geral de uma residência. Figura 31: Aquecedor solar de água para o banho. 24 CONCLUSÃO Estamos vivendo em um mundo onde devemos pensar no futuro das crianças, mas porque isso? Simplesmente pelo fato de que estamos deixando o meio ambiente de lado, e isso está levando a graves consequências, onde a cada dia se desmata mais, acaba com rios, visando isso a Construção Civil, resolveu tomar iniciativa e ser mais sustentável. Como responsável por parte dos problemas ambientais, a construção civil está buscando soluções para minimizar efeitos danosos ao meio ambiente. A construção civil é a atividade humana que mais impacta o meio ambiente, consumindo cerca de 75% dos insumos do planeta e mais de 30% dos gases do efeito estufa são resultado dessa atividade. Pensando em trabalhar juntamente gestão ambiental e as novas construções, alguns projetos estão buscando atender requisitos do selo LEED, servindo como exemplo de construção ecologicamente correta, como o Colégio Estadual Erich Walter, no Rio de Janeiro que é a primeira escola a conseguir certificação LEED School, própria para escolas com projeto sustentável. Observando criteriosamente todos os pontos destacados neste estudo, o telhado verde como sistema construtivo é uma opção eficaz para o problema ambiental mundial. Buscar soluções para ajudar na recuperação do meio ambiente não está somente nas mãos das grandes construtoras e incorporadoras. Todos podem fazer algo para contribuir com essa melhora. O emprego de tintas hidrossolúveis que não agridem o ambiente ou coberturas brancas que promovem conforto interno nas edificações reduzindo o consumo de ar condicionado e a instalação de telhados verdes ao invés de telhados tradicionais são soluções práticas quepodem ser adotadas. Outro aspecto importante é que com a instalação de telhados verde, as cidades se tornam ambientes habitáveis, recuperando espaços e trazendo o benefício da convivência de espécies não comumente vistas nas grandes cidades como formigas, aranhas, besouros, maçaricos, entre outros, além de espécies de plantas como as orquídeas que, em Zurique na Suíça, numa cobertura verde de 95 anos, é um refúgio para novas espécies. 55 Nesse sentido, os profissionais da construção civil passam a ter um compromisso com o meio ambiente, indicando e aplicando em seus projetos ações que potencializem a recuperação e equilíbrio do meio nos grandes centros urbanos. Embora a solução eficaz apresentada neste estudo, a aplicação de telhados verdes como forma de minimizar os impactos ambientais, de início seja um acréscimo no custo da obra, a economia de energia gerada pós construção, a retenção e o aproveitamento das águas de chuva prevenindo enchentes, os benefícios psicológicos e sociais entre outros, justificam o investimento inicial. 25 12.Bibliografia CIDADES SUSTENTÁVEIS.Disponivel em:http:mma.gov.br.Acessado em 01 de maio de 2017 PENAMENTO VERDE. Disponível em:http:pensamentoverde.com.br. Acessado em 01 de maio de 2017 CIMENTO ITAMBE BAMBU NA ENGENHARIA. Disponível em: http:cimentoitambe.com.br. Aceso o em 01 de maio de 2017 ARMAZENAMENTO DE ÁGUA DA CHUVA. Disponível em: http:blogdaengenharia.com. Acessado em 01 de maio de 2017 TELHADO VERDE. Disponível em: http:pos.demc.ufmg.br. Acessado em 01 de maio de 2017 TELADO VERDE COMO ALTERNATIVA SUSTENTÁVEL. Disponível em: http:confea.org.br. Acessado em 01 de maio de 2017 TEHADO VERDE OPÇÃO SUSTENTAVEL. Disponível em: http:2030studio.com.Acessado em 01 de maio de 2017 CASAS BRASILEIRAS SUSTENTAVEIS. Disponível em: http:sustentaeaqui.com.br. Acessado em 01 de maio de 2017 SEBRAE DICAS DE CONSTRUÇÃO SUSTENTAVEL. Disponível em: http:sustentarqui.com.br.Acessado em 01 de maio de2017 PROJETO CASA SUSTENTAVEL: Disponível em: http:ideiasdeprojetos.com. Acessado em 01 de maio de 2017 COBERTURA DE TELHADO VERDE: Disponível em: http:infraestruturaurbana.pini.com.br. Acessado em 01 de maio de 2017
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