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CRIAÇÃO DA PRIMEIRA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR NO BRASIL

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HISTÓRIA DA CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DAS PRIMEIRAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR NO BRASIL
Keila Bandeira da Cruz Silva – Keila.bandeira@hotmail.com – Faculdade Estácio de Macapá
RESUMO: O Brasil passou por diversos desafios no processo de criação e implantação de uma instituição de ensino superior. A chegada da família real portuguesa, em 1808, marca o início da constituição do núcleo de ensino superior no Brasil, cujo padrão de desenvolvimento teve, como características principais, beneficiar seus descendentes com objetivo de se manter no poder e no controle do estado. Durante o período, de 1808 a 1889, o sistema de ensino superior começou a se desenvolver lentamente, em acordo com as transformações sociais e econômicas da sociedade brasileira. Durante este período se teve criação do sistema educacional paulista que teve papel fundamental neste processo de transformação educacional. Sistema este cujo desenvolvimento está associado à modernização do Estado de São Paulo. O sistema paulista surge em resposta aos novos arranjos econômicos e sociais, os quais, por sua vez, deram a base para a sua ampliação e diversificação
PALAVRAS-CHAVE: Universidade, Educação, Ensino Superior.
ABSTRACT: Brazil underwent several challenges in the creation and implementation of an institution of higher education. The arrival of the Portuguese royal family in 1808 marks the beginning of the formation of the nucleus of higher education in Brazil, whose development pattern had, as main characteristics, to benefit its descendants in order to maintain power and control of the state. During the period, from 1808 to 1889, the system of higher education began to develop slowly, in accord with the social and economic transformations of Brazilian society. During this period, the educational system of São Paulo was created, which played a fundamental role in this process of educational transformation. This system is associated with the modernization of the State of São Paulo. The São Paulo system arises in response to new economic and social arrangements, which, in turn, have provided the basis for its expansion and diversification
KEYS WORD: University, Education, Higher Education.
INTRODUÇÃO
	A história da criação de universidade no Brasil revela, inicialmente, considerável resistência, seja de Portugal, como reflexo de sua política de colonização, seja da parte de brasileiros, que não viam justificativa para a criação de uma instituição desse gênero na Colônia, considerando mais adequado que as elites da época procurassem a Europa para realizar seus estudos superiores (MOACYR, 1937)
	No decorrer do século XIX nem só os positivistas eram contrários à criação de universidades. Os argumentos foram vários e se dividem em dois blocos: no primeiro, sustentava-se que os cursos especializados, como a engenharia, minas e agronomia, por terem caráter mais pragmático seriam mais apropriados à ex-colônia, onde, segundo este tipo de argumento, faltavam as bases para os cursos mais amplos e desinteressados, conforme convém a uma universidade. No segundo bloco, encontram-se aqueles que tomavam os cursos de caráter mais humanístico como fúteis e ultrapassados, uma vez que apareciam associados ao modelo escolástico da decadente universidade de Coimbra antes de sua reforma (SAMPAIO, 1991)
	Embora alguns dos colégios jesuítas no período colonial mantivessem cursos de filosofia e teologia, o que dá respaldo à tese de que já existia ensino superior nessa época no Brasil, os cursos superiores propriamente ditos começaram a ser instalados no Brasil a partir de 1808 com a chegada de D. João VI. (SAVIANI,2010).
1 A Influência Negativa de Portugal no Processo de Educação
	
	Diante da situação em que se encontrava o Brasil, os portugueses dominaram de forma generalizada o território, todos os planejamentos voltados para o desenvolvimento do País estavam em suas mãos, delimitando a colônia a um crescimento educacional de seus habitantes, diferentemente da Espanha, que instalou universidades em suas colônias americanas já no século XVI, Portugal não só desincentivou como também proibiu que tais instituições fossem criadas no Brasil. No seu lugar, a metrópole concedia bolsas para que um certo número de filhos de colonos fossem estudar em Coimbra, assim como permitia que estabelecimentos escolares jesuítas oferecessem cursos superiores de Filosofia e Teologia.(CUNHA, 2000).
	De acordo com SAVIANI (2010) Com a independência política em 1822 não houve mudança no formato do sistema de ensino, nem sua ampliação ou diversificação. A elite detentora do poder não vislumbrava vantagens na criação de universidades. Contam-se 24 projetos propostos para criação de universidades no período 1808-1882, nenhum dos quais aprovado (SAVIANI,2010).
2 A Expansão Do Ensino Superior No Brasil
Em 1808 ocorreu a expansão do ensino superior no Brasil com os cursos criados por D. João VI, portanto, por iniciativa oficial, tiveram continuidade no Império com a criação das faculdades de direito, mudanças aconteceram na Primeira República quando a expansão ocorreu por meio da criação de instituições ditas livres, portanto, não oficiais sendo, via de regra, de iniciativa particular. Uma nova mudança se processou a partir da década de 1930 com a retomada do protagonismo público que se acentuou nas décadas de 1940, 1950 e início dos anos 60 por meio da federalização de instituições estaduais e privadas e com a criação de novas universidades federais, entre elas a Universidade Federal de Goiás instituída em dezembro de 1960. (COLOSSI,2017)
	MARTINS (2002) descreveu uma série de mudanças naquele período enfatizando o maior acesso da população ao ensino, considerando assim uma das principais transformações ocorridas nas instituições de ensino superior no século XX que consistiu no fato de destinarem-se também ao atendimento à massa e não exclusivamente à elite.
	
	Até o final do século XIX existiam apenas 24 estabelecimentos de ensino superior no Brasil com cerca de 10.000 estudantes. A partir daí, a iniciativa privada criou seus próprios estabelecimentos de ensino superior graças à possibilidade legal disciplinada pela Constituição da República (1891). As instituições privadas surgiram da iniciativa das elites locais e confessionais católicas. (MARTINS,2002)
	Por meio de diversas e mudanças ocorridas FRANCO (2008) considera que o ensino superior no Brasil iniciou sua organização mais sistemática a partir de 1934 com a fundação da Universidade de São Paulo. Evento este, que representa uma condição de história recente no cenário educacional. Contudo, não podemos deixar de registrar que o pós-guerra colocou o Brasil numa condição de país que mais expandiu seu sistema de educação, não apenas do nível básico, mas também da educação superior
3 As Primeiras Instituições de Ensino Superior
	Com relação às suas origens e características OLIVEN (2002) concluiu que o processo de desenvolvimento do sistema de educação superior, no Brasil, pode ser considerado um caso atípico no contexto latino-americano, pois os mesmos buscavam implantar suas instituições em diversas colônias.
	Para se graduarem, os estudantes da elite colonial portuguesa, considerados portugueses nascidos no Brasil, tinham de se deslocar até a metrópole. Na Colônia, o ensino formal esteve a cargo da Companhia de Jesus: os jesuítas dedicavam-se desde a cristianização dos indígenas organizados em aldeamentos, até a formação do clero, em seminários teológicos e a educação dos filhos da classe dominante nos colégios reais. Nesses últimos, era oferecida uma educação medieval latina com elementos de grego, a qual preparava seus estudantes, por meio dos estudos menores, afim de poderem frequentar a Universidade de Coimbra, em Portugal. (OLIVEN,2002)
	Somente com a chegada da família real e da corte lisboeta, em 1808, a paisagem cultural do Brasil começaria a mudar. O país passa a viver um ambiente de efusão cultural, em que se destacam a criaçãodo Museu Real, do Jardim Botânico, da Biblioteca Pública e a Imprensa Régia. No setor educacional, surgem os primeiros cursos superiores, embora baseados em aulas avulsas e com um sentido profissional prá- tico. Dentre eles, distinguiam-se a Academia Real da Marinha e a Academia Real Militar (depois transformada em Escola Militar de Aplicação), que formavam engenheiros civis e preparavam a carreira das armas. Já os cursos médico-cirúrgicos do Rio de Janeiro e da Bahia foram o embrião das primeiras Faculdades de Medicina. Assinala-se ainda a presença da Missão Cultural Francesa, que possibilitou a cria- ção da Real Academia de Desenho, Pintura, Escultura e Arquitetura Civil, em 1820 (OLIVEIRA, 2004)
	Com a vinda de D. João VI, portanto, nascia o ensino superior brasileiro e o processo de autonomia política que iria culminar na Independência do país décadas depois. A educação do período colonial, conclui XAVIER (1980), ficou reduzida a algumas poucas escolas e aulas régi as. “E o Brasil, saindo da fase joanina com algumas instituições de educação elitária chegou à Independência destituído de qualquer forma organizada de educação escolar”. A partir do governo de D. Pedro I, inicia-se um processo de transferência de poder para um mesmo grupo de beneficiários, com acréscimo dos “letrados” aos cargos administrativos e políticos para o preenchimento do quadro funcional do Estado. As Faculdades de Direito, de São Paulo e Recife, criadas em 1827, passam a formar os futuros funcionários do governo
4 Universidade de São Paulo (USP)
	A universidade de São Paulo é a principal universidade de pesquisa e ensino de pós-graduação no Brasil, analise feita SCHWARTZMAN (2006) e sua produção acadêmica é comparável à de várias das universidades consideradas de classe internacional por analistas internacionais diz ainda que, a universidade de São Paulo foi uma instituição voltada para o mundo, com um corpo docente formado de professores da Europa, frequentada em grande parte por filhos dos imigrantes europeus que constituíam uma parcela considerável da população do estado. Naqueles anos, a ambição da nova universidade foi não apenas desenvolver competência profissional e conhecimento aplicado para fazer crescer a economia, o que de fato ocorreu, mas também trazer civilização ao Brasil por meio da “ciência pura” e do “pensamento puro”
	A universidade de São Paulo (USP), foi a principal instituição acadêmica brasileira em relação à pesquisa e programas de pós-graduação. Foi também a primeira universidade do país, criada na década de 1930 – cerca de cem anos após suas instituições-irmãs em outros países da região. Representou um divisor de águas na história do sistema brasileiro de educação superior. Para concretizar esse plano político, foram reunidas faculdades tradicionais e independentes, dando origem à nova Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, que contou com professores pesquisadores estrangeiros, principalmente da Europa. A USP tornou-se o maior centro de pesquisa do Brasil, concretizando o ideal de seus fundadores (SCHWARTZMAN,2006)
	
5 Universidade do Rio de Janeiro (URJ)
A Universidade do Rio de Janeiro foi constituída pela reunião da Faculdade de Medicina originária da Academia de Medicina e Cirurgia fundada por D. João VI em 1808, da Escola Politécnica, cuja origem remonta a 1792 com a fundação da Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho, e da Faculdade Nacional de Direito, criada em 1882 e restabelecida em 1891 às quais foram acrescidas posteriormente a Faculdade Nacional de Belas Artes e a Faculdade Nacional de Filosofia. Em 1937 ela passou a se chamar Universidade do Brasil e em 1965 recebeu o nome atual de Universidade Federal do Rio de Janeiro. (MENDONÇA, 2006)
	Foi a primeira universidade brasileira criada em 1920, data próxima das comemorações do Centenário da Independência (1922). Resultado do Decreto n° 14.343, a Universidade do Rio de Janeiro reunia, administrativamente, Faculdades profissionais pré-existentes sem, contudo, oferecer uma alternativa diversa do sistema: ela era mais voltada ao ensino do que à pesquisa, elitista, conservando a orientação profissional dos seus cursos e a autonomia das faculdades. Comentava-se, à época, que uma das razões da criação dessa Universidade, localizada na capital do país, devia-se à visita que o Rei da Bélgica empreenderia ao país, por ocasião dos festejos do Centenário da Independência, havendo interesse político em outorgar-lhe o título de Doutor honoris Causa. O Brasil, no entanto, carecia de uma instituição apropriada, ou seja, uma universidade. (OLIVEN,2002)
6 Universidade da Bahia
	A Universidade da Bahia foi constituída em 1946 incorporando a Escola de Cirurgia, criada em 1808, Farmácia (1832), Odontologia (1864), Academia de Belas Artes (1877), Direito (1891) e Politécnica (1896), acrescidas da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras criada em 1941. Em 1950 ela foi federalizada transformando-se na atual Universidade Federal da Bahia (SAVIANI,2010).
CONSIDERÇÕES FINAIS
	A afirmação da inexistência da universidade no Brasil, durante o período colonial, usando-se frequentemente a comparação com a situação diferenciada da América espanhola, tem sido recorrente entre os diferentes autores que em distintas épocas e contextos vêm se debruçando sobre a história do ensino superior entre nós. O significado dessa inexistência, suas implicações e suas causas têm sido, entretanto, objeto de interpretações divergentes. 
Muito já se falou nesses últimos anos sobre a universidade no país. Diferentes interpretações foram apresentadas sobre a história dessa instituição e seus impasses, mas o desafio maior é transformá-la. Para tanto, faz-se necessário ter conhecimento de sua realidade, criação e organização, como funciona e se desenvolve, quais as forças que podem ser mobilizadas a fim de empreender as mudanças almejadas. Todavia, tal empreendimento não se faz sem relacionar essa instituição com o conjunto da sociedade, na ótica de sua dimensão política
	Contudo se pode ter uma visão clara das dificuldades enfrentadas pelo Brasil no processo de implantação e estabilidade na educação superior, os interesses da família real e interesses particulares do governo e da elite, tornaram este processo lento e precário, no qual reflete nos dias atuais, podendo ser comparado estatisticamente com outros países o número de graduados entre os habitantes.
	De sobre maneira o Brasil tem vivido um momento de grandes mudanças e adaptações, hoje se pode observar o crescimento considerável no número de ingressantes nas Instituições de ensino superior, bem como a implantação de novas instituições de ensino, e até mesmo novos meios de interação entre o aluno e a instituição.
Isso se deve a alguns fatores que tem contribuído para tal crescimento, um deles é o incentivo do governo por meio de programas criados com intuito de facilitar o processo de inclusão nas instituições de ensino superior, bem como as próprias instituições tem criado estratégias para obter um número maior de acadêmicos.
REFERENCIAS
MOACYR, Primitivo. A instrução eo imperio: subsidios para a historia da educação no Brasil. 1823-1853. Companhia editora nacional, 1936.
SAMPAIO, Helena. Evolução do ensino superior brasileiro. São Paulo, NUPES, Documento de 
Trabalho, v. 8, p. 91, 1991.
SAVIANI, Dermeval. A expansão do ensino superior no Brasil: mudanças e continuidades. Poíesis Pedagógica, v. 8, n. 2, p. 4-17, 2010.
CUNHA, Luiz Antônio. Ensino superior e universidade no Brasil. Lopes, EMT et al, v. 500, p. 151-204, 2000.
COLOSSI, Nelson; CONSENTINO, Aldo; DE QUEIROZ, Etty Guerra. Mudanças no contexto do ensino superior no Brasil: uma tendência ao ensino colaborativo. Revista da FAE, v. 4, n. 1, 2017.
MARTINS, Antonio Carlos Pereira. Ensino superior no Brasil: da descoberta aos dias atuais. Acta Cirúrgica Brasileira, v. 17, p. 04-06, 2002.
DE PAULA FRANCO, Alexandre. Ensino Superior no Brasil: cenário, avanços e contradições. Jornal de políticas educacionais,v. 2, n. 4, 2008.
SCHWARTZMAN, Simon. A universidade primeira do Brasil: entre intelligentsia, padrão internacional e inclusão social. Estudos Avançados, v. 20, n. 56, p. 161-189, 2006.
MENDONÇA, Ana Waleska PC et al. Pragmatismo e desenvolvimentismo no pensamento educacional brasileiro dos anos de 1950/1960. Revista Brasileira de Educação, v. 11, n. 31, 2006.
OLIVEN, Arabela Campos. Histórico da educação superior no Brasil. A educação superior no Brasil, p. 31-42, 2002.
OLIVEIRA, Marcos Marques de. As origens da educação no Brasil: da hegemonia católica às primeiras tentativas de organização do ensino. Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v. 12, n. 45, p. 945-958, 2004.

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