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* Bens Públicos Profª. Ms. Márcia Cavalcante ESCOLA SUPERIOR DE NEGÓCIOS * CONCEITO - São todos os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público (União, Estado e Municípios), Administração Indireta, bem como os pertencentes às pessoas jurídicas de direito privado (empresas públicas) quando afetados (destinados) à prestação de serviços públicos. (divergência doutrinária) - art. 98 CC: “São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem”. Teoria Exclusivista / Teoria Inclusivista / Teoria Mista * CLASSIFICAÇÃO 3.1 QUANTO À DESTINAÇÃO a) Bens de Uso Comum: -são bens destinados a uso público, podendo ser utilizados indiscriminadamente por qualquer um do povo. - Exemplos: ruas, mares, praças, rios, calçadas. - Como regra geral, a utilização desses bens tem caráter gratuito, mas existem aqueles que podem ser objeto de cobrança. Exemplos: zona azul, pedágio cobrado nas estradas. - utilização universal; - enquanto possuírem esta qualificação não podem ser ALIENADOS – art. 100 CC; - Patrimônio Público Indisponível * CLASSIFICAÇÃO b) Bens de Uso Especial: - são todos aqueles utilizados pela Administração Pública para a realização de suas atividades e consecução de seus fins, ou seja conseguir atingir seus fins. - Bens afetados a uma destinação específica - Exemplos: repartições públicas, teatros, universidades, museus, escolas públicas, cemitérios, aeroportos; - enquanto possuírem esta qualificação não podem ser ALIENADOS – art. 100 CC; - Patrimônio Público Indisponível * CLASSIFICAÇÃO C) BENS DOMINICAIS: - são aqueles que representam o patrimônio da Administração Pública que está disponível por estarem destituídos de qualquer destinação pública (para todos); - Bens sem utilidade específica; - Administração pode exercer direitos de proprietário – usar, gozar e dispor – art. 99, III, CC; - Exemplos: imóveis desafetados (transformação de um bem público de uso comum ou de uso especial em bem dominical); terras devolutas (terras vazias que não são utilizadas pela Administração Pública) e viaturas sucateadas; OBS.: consideram-se DOMINICAIS os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado – art. 99, parágrafo único do CC; * 3.2 QUANTO À TITULARIDADE - FEDERAIS, ESTADUAIS, DISTRITAIS E MUNICIPAIS; * 3.3 QUANTO À DISPONIBILIDADE Bens indisponíveis por natureza: condição não patrimonial – bens de uso comum do povo; Bens patrimoniais indisponíveis: dotados de natureza patrimonial – desafetação de bens de uso especial e bens de uso comum do povo; Bens patrimoniais disponíveis: passiveis de alienação – bens dominicais; * REGIME JURÍDICO a) INALIENABILIDADE (art. 100 CC): como regra, os bens públicos não podem ser vendidos, permutados (trocados) ou doados, tendo em vista os interesses da coletividade. - Contudo, a alienação é possível desde que preenchidos os seguintes REQUISITOS – Alienação Condicionada: * Alienação Condicionada: I) Bens imóveis: administração Direta, autarquias e fundações: Interesse público; Avaliação prévia de preços; Licitação (concorrência); Autorização legislativa (bens imóveis). II – Bens Imóveis: empresa pública, sociedade de economia mista e paraestatais: Interesse público justificado; Avaliação prévia; Licitação na modalidade concorrência; III – Bens Móveis: independente a quem pertença interesse público devidamente justificado; -avaliação prévia; licitação em qualquer modalidade; * REGIME JURÍDICO b) IMPENHORABILIDADE: os bens públicos, em regra, não podem ser objeto de penhora. - não são objeto de constrição judicial; - A possibilidade de penhora implicaria em desrespeito à ordem cronológica de liquidação de precatórios, além da perspectiva de interrupção da prestação de serviços públicos. c) IMPRESCRITIBILIDADE: não é possível a aquisição de um bem público por usucapião (quando uma pessoa física utiliza o bem de propriedade de outra pessoa por um determinado tempo, sem que a sua posse seja reclamada pelo proprietário), independentemente da natureza deles. -Não se submetem à Prescrição aquisitiva; - Exceção: incide sobre Terras Devolutas (Lei n. 6.969/81) – usucapião especial sobre terras devolutas; d) NÃO ONERABILIDADE: inexistência de ônus real sobre bens públicos. * Uso dos Bens Públicos por particular AUTORIZAÇÃO DE USO: é o ato administrativo pelo qual o Poder Público consente que determinado indivíduo utilize bem público de modo privativo, atendendo primordialmente a seu próprio interesse. É unilateral, discricionário e precário. PERMISSÃO DE USO: é o ato administrativo pelo qual a Administração consente que certa pessoa utilize privativamente bem público, atendendo ao mesmo tempo aos interesses público e privado. É unilateral, discricionário e precário. * Uso dos Bens Públicos por particular CONCESSÃO DE USO: é o contrato administrativo pelo qual o Poder Público confere a pessoa determinada o uso privativo de bem público, independentemente do maior ou menor interesse público da pessoa concedente. Pode ser remunerada ou gratuita. É bilateral e vinculado aos termos contratuais. * Uso dos Bens Públicos por particular Diferenças: Concessão: É Contrato Administrativo. É Bilateral. Permissão e Autorização: São atos administrativos. São Unilaterais. * OUTRAS DIFERENÇAS ENTRE OS INSTITUTOS Autorização: - Ato Unilateral, Discricionário e Precário; - Dispensa Lei e Licitação (regra); - Sem prazo de duração (regra); - Uso Facultativo. Permissão: - Ato Unilateral, Discricionário e Precário; - Licitação Prévia; - Sem prazo de duração (regra); - Utilização Obrigatória. Concessão: - Contrato Administrativo; - Licitação Prévia; - Utilização Obrigatória; - Não há Precariedade; - Rescisão. * AUTORIZAÇÃO DE USO Ex.: feira de artesanato Ex.: manifestação pública * PERMISSÃO DE USO Barracas de Feira Livre * CONCESSÃO DE USO Exploração de Jazida Mineral * - AUTORIZAÇÃO DE USO - Jurisprudência “A autorização de uso de imóvel municipal por particular é ato unilateral da Administração Pública, de natureza discricionária, precária, através do qual esta consente na prática de determinada atividade individual incidente sobre um bem público. Trata-se, portanto, de ato revogável, sumariamente, a qualquer tempo, e sem ônus para o Poder Público” (RMS 16.280, 1ª T., rel. Min. José Delgado, j. em 19-02-2004, DJ de 19-04-2004, p. 154). * = PERMISSÃO DE USO = - Modo Privativo ou exacerbado - Ex.:barracas de feiras livres Ex.: bancas de jornal e revista * = PERMISSÃO DE USO = - Modo Privativo ou Exacerbado - Obs.: período maior que o previsto para a autorização. Ex.: colocação de mesas e cadeiras em calçadas. * - PERMISSÃO DE USO - Jurisprudência “Permissão é ato administrativo discricionário e precário pelo qual a Administração consente que o particular execute serviço de utilidade pública ou utilize bem público de forma exclusiva” (RMS 22.677, 2ª T., rel. Min. Humberto Martins, j. em 06-03-2007, DJ de 20-03-2007, p. 257). “A permissão de uso é instituto de caráter precário que pode ser revogado a qualquer tempo pela Administração Pública, desde que não se demonstre conveniente e oportuna. Aplicação da Súmula 473 do STF” (RMS 17.644, 1ª T., rel. Min. Teori Albino Zavaski, j. em 20-03-2007, DJ de 12-04-2007, p. 210). * = CONCESSÃO COMUM DE USO = - Contrato - Ex.área para parque de diversão. Ex.:exploração de jazida mineral. Obs.: por ser direito pessoal, não pode ser transferida, “inter vivos” ou causa mortis”, para terceiros. * Quadro Sinótico das diferenças: * Bibliografia FILHO, Marçal Justen. Curso de Direito Administrativo. 4.ed. São Paulo: Saraiva, 2009. CARVALHO FILHO, José dos Santos. Curso de Direito Administrativo. 20.ed. Lumen Juris, 2008.
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