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Elementos básicos de comunicação visual

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O ponto
 
Apesar de ser a unidade de comunicação visual mais simples, qualquer ponto exerce sobre nós um enorme poder de atracção, independentemente de ter sido feito pelo homem ou de fazer parte da natureza.
Quanto mais complexo for um projeto visual maior será o número de pontos usados, sendo que quando existem em grande número e justapostos criam a ilusão de tom ou de cor.
A capacidade única que uma série de pontos tem de conduzir o olhar é intensificada pela maior proximidade destes elementos.
 
A linha
 
Quando os pontos estão tão próximos entre si que se torna impossível identificá-los individualmente, aumenta a sensação de direção, e este conjunto de pontos transforma-se noutro elemento de comunicação, a linha.
Nas artes visuais, a linha tem, por sua própria natureza, uma enorme energia. Caracteriza-se por nunca ser estática, mas apesar de possuir liberdade e flexibilidade, tem um propósito e direção (precisa e rigorosa). Reforçando a liberdade de experiência, faz algo de definitivo. “A linha é o meio indispensável para tornar visível o que ainda não pode ser visto, por existir apenas na imaginação”.
À linha é atribuída a capacidade de expressar o que vai na alma. Pode ser imprecisa e indisciplinada, delicada e ondulada, nítida e grosseira, hesitante, indecisa e inquiridora. “Pode ser ainda tão pessoal quanto um manuscrito em forma de rabiscos nervosos, reflexo de uma atividade inconsciente sob a pressão do pensamento, ou um simples passatempo.”
“A linha raramente existe na natureza, mas aparece no meio ambiente: na rachadura de uma calçada, nos fios telefónicos contra o céu, nos ramos secos de uma árvore no inverno, nos cabos de uma ponte.”
 
A forma
 
A linha descreve uma forma, sendo que existem três formas básicas: o quadrado, o círculo e o triângulo equilátero. Cada uma das formas básicas possui características específicas, e a cada uma se atribui significados, alguns por associação, outros por vinculação arbitrária, e outros devido a percepções psicológicas e fisiológicas.
Assim, o quadrado está associado ao enfado, honestidade, integridade e perfeição; o triângulo liga-se a ação, conflito, tensão; o círculo representa infinitude, proteção.
Estas formas básicas são figuras planas e simples que podem ser descritas e construídas não só a nível visual, mas também linguístico. “O quadrado é uma figura de quatro lados, com ângulos retos rigorosamente iguais nos cantos e lados que têm exatamente o mesmo comprimento
O círculo é uma figura continuamente curva, cujo contorno é, em todos os pontos, equidistante de seu ponto central. O triângulo equilátero é uma figura de três lados cujos ângulos e lados são todos iguais.”
Através destas três formas básicas se forma tudo o que nos rodeia, não só ao nível da natureza mas também dentro do universo imaginativo do homem.
 
A direção
 
As formas básicas expressam três direções visuais elementares: o quadrado, a horizontal e a vertical; o triângulo, a diagonal; o círculo, a curva.
Cada uma das direções visuais tem um forte significado associativo e é utilizado como uma importante ferramenta para a criação de mensagens visuais. A referência horizontal - vertical encaminha-nos a um sentido de estabilidade, equilíbrio. A diagonal possui uma força direcional mais instável. As forças direcionais curvas têm significados associados é abrangência e à repetição.
 
O tom
 
Graças às variações de luz ou de tom é possível distinguir a complexidade da informação visual que nos é transmitida todos os dias. Assim, só nos é possível ver o que é escuro porque está próximo ao que é claro, da mesma forma que só vemos algo que é claro quando existe perto de algo que é escuro.
Só existe verdadeira luz quando observamos a natureza, pois nas artes gráficas, na pintura, na fotografia e no cinema o que existe é uma simulação do tom natural. Entre a luz e a escuridão na natureza existem centenas de gradações tonais específicas, mas essas gradações são muito mais limitadas nas artes gráficas e na fotografia.
O tom é uma das melhores ferramentas que permitem representar o mundo como algo dimensional pois, apesar da ajuda da perspectiva, a linha não é capaz de criar sozinha uma ilusão de realidade. Para tal necessita de tom que vem reforçar “a aparência de realidade através da sensação de luz refletida e sombras projetadas. Esse efeito é ainda mais extraordinário nas formas simples e básicas como o círculo, que, sem informação tonal, não pareceria ter dimensão”.
 
A cor
 
A cor é de enorme relevância para a comunicação visual pois está recheada de informação, o que permite uma impressionante experiência visual. “No meio ambiente compartilhamos os significados associativos da cor das árvores, da relva, do céu, da terra e de um número infinito de coisas nas quais vemos as cores como estímulos comuns a todos.”
Cada uma das cores possui significados associativos e simbólicos, permitindo a existência de um vasto leque de significados para o “alfabetismo visual”.
A cor tem três dimensões que podem ser definidas e medidas. Matiz ou croma, é a cor em si, e existe em número superior a cem. Existem três matizes primários ou elementares: amarelo, vermelho e azul. Cada um representa qualidades fundamentais. O amarelo é a cor que se considera mais próxima da luz e do calor; o vermelho é a mais ativa e emocional; o azul é passivo e suave. O amarelo e o vermelho tendem a expandir-se; o azul, a contrair-se. Quando estas cores são associadas através de misturas é possível a obtenção de novos significados. O vermelho, um matiz provocador, é abrandado ao misturar-se com o azul, e intensificado ao misturar-se com o amarelo. As mesmas mudanças de efeito são obtidas com o amarelo, que se suaviza ao se misturar com o azul.
A segunda dimensão da cor é a saturação, que é a pureza relativa de uma cor. A cor saturada é simples, quase uma característica primitiva e compõe-se dos matizes primários e secundários. As cores menos saturadas levam a uma neutralidade cromática, e até mesmo à ausência de cor, sendo subtis e repousantes. Quanto mais intensa ou saturada for a coloração de um objeto ou acontecimento visual, mais carregado estará de expressão e emoção.
A terceira dimensão da cor é a cromática. É o brilho relativo, do claro ao escuro, das gradações tonais ou de valor.
A compreensão da cor é o mais emocional dos elementos específicos do processo visual, pois possui grande força e pode ser usada para expressar e intensificar a informação visual. Além do significado cromático facilmente modificável da cor, cada um de nós tem suas preferências pessoais por cores específicas. Escolhemos uma cor porque possui um determinado significado e não outro. Assim, a interpretação da cor de um objeto visual vai-nos ser dada não só pelo contexto em que está inserido, mas também pela significação que determinada coloração possui para nós.
 
A textura
 
A textura é o elemento visual que com freqüência serve de substituto para as qualidades de outro sentido, o tato. Na verdade, porém, podemos apreciar e reconhecer a textura tanto através do tato quanto da visão, ou ainda mediante uma combinação de ambos. É possível que uma textura não apresente qualidades táteis, mas apenas óticas, como no caso das linhas de uma página impressa, dos padrões de um determinado tecido ou dos traços superpostos de um esboço. Onde há uma textura real, as qualidades táteis e óticas coexistem, não como tom e cor, que são unificados em um valor comparável e uniforme, mas de uma forma única e específica, que permite à mão e ao olho uma sensação individual, ainda que projetemos sobre ambos um forte signicado associativo. O aspecto da lixa e a sensação por ela provocada têm o mesmo significado intelectual, mas não o mesmo valor. São experiências singulares, que podem ou não sugerir-se mutuamente em determinadas circunstâncias. O julgamento do olho costuma ser confirmado pela mão através da objetividade do tato. É realmente suave ou apenas parece ser? Será um entalhe ou uma imagem em realce? Não é de admirarque sejam tantos os letreiros onde se lê "Favor não tocar"! A textura se relaciona com a composição de uma substância através de variações mínimas na superfície do material. A textura deveria funcionar como uma experiência sensível e enriquecedora. Infelizmente, nas lojas caras, os avisos "Não tocar" coincidem, em parte, com o comportamento social, e somos fortemente condicionados a não tocar as coisas ou pessoas de nenhuma forma que se aproxime de um envolvimento sensual. O resultado é uma experiência tátil mínima, e mesmo o temor do contato tátil; o sentido do tato cego é cuidadosa- mente reprimido naqueles que vêem. Agimos com excessiva cautela quando estamos de olhos vendados ou no escuro, avançando às apalpadelas, e, devido à limitação de nossa experiência tátil, com freqüência somos incapazes de reconhecer uma textura. Na Expo Montreal de 1967, o 5+ Corningo Pavilion foi projetado para que os visitantes explorassem a qualidade de seus cinco sentidos. Era uma experiência agradável e de grande apelo popular. As pessoas cheiravam uma série de tubos, que ofereciam uma grande variedade de odores, embora suspeitassem, com razão, que alguns não seriam agradáveis. Ouviam, olhavam, degustavam, mas ficavam inibidas e inseguras diante dos buracos escancarados nos quais deviam penetrar às cegas. O que temiam? Parece que a abordagem investigadora, natural, livre e "manual" do bebê e da criança foi eliminada no adulto pela -quem saberá ao certo? - ética anglo-saxã, pela repressão puritana e pelos tabus instintivos. Seja qual for o motivo, o resultado nos priva de um de nossos mais ricos sentidos. Mas o problema não é infreqüente neste mundo cada vez mais plástico e voltado para as aparências. A maior parte de nossa experiência com a textura é ótica, não tátil. A textura não só é falseada de modo bastante convincente nos plásticos, nos materiais impressos e nas peles falsas, mas, também, grande parte das coisas pintadas, fotografadas ou filmadas que vemos nos apresentam a aparência convincente de uma textura que ali não se encontra. Quando tocamos a foto de um veludo sedoso não temos a experiência tátil convincente que nos prometem as pistas visuais. O significado se baseia naquilo que vemos. Essa falsificação é um importante fator para a sobrevivência na natureza; animais, pássaros, répteis, insetos e peixes assumem a coloração e a textura de seu meio ambiente como proteção contra os predadores. Na guerra, o homem copia esse método de camuflagem, numa resposta às mesmas necessidades de sobrevivência que o inspiram na natureza.
 
A escala
 
Todos os elementos visuais são capazes de se modificar e se definir uns aos outros através de um processo de escala. “O grande não pode existir sem o pequeno”. Em termos de escala, os resultados visuais são relativos, pois estão sujeitos a várias modificações. O que antes era pequeno pode passar a ser grande se existe uma modificação visual no ambiente que o condiciona a tal.
A escala é muito usada nos projetos e mapas para representar uma medida proporcional real. A medida apesar de ser parte integrante da escala não é um elemento fundamental. O mais importante nesta situação é o cenário que existe por detrás do objeto visual e os restantes objetos que o rodeiam.
O homem é a peça fundamental para o estabelecimento de uma escala. “Nas questões de design que envolvem conforto e adequação, tudo o que se fabrica está associado ao tamanho médio das proporções humanas”. Assim, compreender a importância de relacionar o tamanho com a finalidade e o significado é essencial na construção da mensagem visual.
 
A dimensão
 
Apesar de a dimensão existir no mundo real, em representações bidimensionais como o desenho, o cinema, a pintura e a fotografia não existe essa dimensão real, sendo esta apenas implícita. A ilusão de dimensão pode ser conseguida através da técnica de perspectiva, em que os seus efeitos podem ser reforçados através da utilização do tom e da infatização da luz e da sombra.
“A dimensão real é o elemento dominante no desenho industrial, no artesanato, na escultura e na arquitetura, e em qualquer material visual em que se lida com o volume total e real. Esse é um problema de enorme complexidade, e requer capacidade de pre-visualizar e planear em tamanho natural. É essa enorme complexidade de visualização dimensional que exige do criador uma imensa capacidade de apreensão do conjunto. Para a boa compreensão de um problema, a concepção e o planeamento de um material visual tridimensional exige sucessivas etapas, ao longo das quais se possa refletir e encontrar as soluções possíveis.”
 
O movimento
 
O elemento visual do movimento encontra-se mais frequentemente implícito do que explícito no modo visual. Enquanto a ilusão de textura parece real devido ao uso de uma intensa ostentação de detalhes, a ilusão de movimento acontece graças ao uso da perspectiva e luz/sombra intensificadas. “A sugestão de movimento nas manifestações visuais estáticas é mais difícil de conseguir sem que ao mesmo tempo se distorça a realidade, mas está implícita em tudo o que vemos, e deriva de nossa experiência completa de movimento na vida. “
O movimento como componente visual é dinâmico, sendo que o objetivo principal da criação de imagens e formas é a materialização do homem.
 
Todos os elementos básicos de comunicação, o ponto, a linha, a forma, a direção, o tom, a cor, a textura, a escala, a dimensão e o movimento são os componentes essenciais dos meios visuais. Através deles procuramos desenvolver o pensamento e a comunicação visual pois permitem, de uma forma direta e simples, transmitir mensagens que podem ser consumidas por qualquer pessoa que tenha a capacidade de ver.

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