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Provisoes atuarial

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ATA DA REUNIÃO DO SUBGRUPO DA COMISSÃO ATUARIAL DA SUSEP (GRUPO DE TRABALHO DE PROVISÕES TÉCNICAS)
24 DE MAIO DE 2012 (INÍCIO – 10:00, TÉRMINO – 13:30)
PARTICIPANTES:
Representantes da Susep:
Anselmo Alves de Sousa
Bruno da Cunha Morais
Carolina de Almeida Pereira
Juliana Sá Freire de Lima
Paloma Habib Pereira Gomes
Roberto Suarez Seabra	
Representantes do Mercado:
Bernardo Castello
Duarte Vieira
Fernanda Chaves Pereira
Geraldo de Mello Jr
Hamilton M. Torres Martins
Luciana Bastos
Russiel Moscon
Renato Masini D’Ávila
ABERTURA
A reunião foi aberta pelo Coordenador da COPRA, que primeiramente esclareceu a intenção da SUSEP de propor alteração do normativo de provisões técnicas, e que, em um primeiro momento, seriam discutidos alguns conceitos e, posteriormente, as reuniões seriam baseadas em uma minuta de norma. Foi esclarecido que os representantes da FENACAP solicitaram não participar das discussões iniciais, dada a particularidade do segmento de capitalização e que poucos representantes do segmento acabam participando de várias comissões. Foi informado que antes de cada reunião será encaminhado a documentação com os entendimentos iniciais acerca dos temas tratados e foi solicitado que os representantes do mercado também encaminhem com antecedência qualquer estudo que possa enriquecer a discussão. 
1. ASSUNTOS DISCUTIDOS
IBNER
Primeiramente, os representantes do mercado comentaram que na documentação encaminhada ao mercado com os tópicos da reunião, a SUSEP colocou que avaliaria a possibilidade do IBNER ser considerado como uma provisão - e, portanto, só assumir valores positivos - ou se seria um ajuste - permitindo valores negativos. Além disso, o documento afirmava que a parcela de IBNER deveria ser um procedimento temporário, já que, à medida que as companhias fossem reavaliando os sinistros, constituiriam um complemento na PSL e poderiam proceder a baixa do IBNER. Foi colocado que, na prática, não é possível proceder dessa maneira, porque grande parte do IBNER corresponde a sinistros judiciais, cujas estimativas consideram a classificação da probabilidade de perda proveniente da área jurídica e que, por isso, não podem ser ajustadas individualmente.
O grupo concordou que poderia tratar-se de ajuste na PSL, podendo assumir valores negativos. Além disso, os representantes do mercado solicitaram que o mesmo procedimento seja considerado para os casos de vida individual e previdência. Foi ressaltada a necessidade sobre a operacionalização das mudanças em relação aos registros contábeis e ao FIP/Susep.
A Susep esclareceu que a idéia é manter apenas o ajuste com o nome de IBNER, acabando com a duplicidade de campos (atualmente também existe campo no FIP para variação de sinistros a liquidar – ajuste NTA), e utilizando a nomenclatura mais utilizada pelo mercado (IBNER).
Ainda foi levantada, pelo mercado, a possibilidade desse ajuste ser registrado no IBNR. No entanto, os representantes da Susep afirmaram que a idéia é ser um ajuste de PSL, uma vez que qualquer ajuste referente ao IBNR pode ser diretamente contabilizado no próprio IBNR, diferentemente da PSL, que possui um controle individualizado dos sinistros e necessita de um campo específico para registrar qualquer ajuste que não seja individualizado.
Salvados e Ressarcidos
O representante da Susep informou que este item já está em discussão no âmbito da comissão contábil e que, a princípio, estas recuperações seriam consideradas retificadoras de provisão. A provisão deve ser calculada bruta de salvados e ressarcidos, e a expectativa de recuperações referentes a salvados devem ser consideradas como um ajuste (redutor) nesta provisão. 
Foi explicado que a diferença da conta de salvados e ressarcidos, tal como existe hoje, é que esta só considera aqueles salvados que já representam um bem tangível para a seguradora (salvado ativado) enquanto esse ajuste proposto se refere à expectativa relativa aos salvados e ressarcidos a recuperar.
Foi registrado que a Susep também já definiu como será o acompanhamento por meio dos quadros estatísticos e que, oportunamente, orientará o mercado como se dará o preenchimento das informações para que se efetue um teste de consistência dos salvados. Também foi pontuada a necessidade de ajustes no plano de contas, registros contábeis e no FIP/Susep para operacionalizar este procedimento.
Provisão Complementar de Prêmios - PCP
Os representantes da Susep afirmaram que a idéia é extinguir a PCP como provisão, mas que ainda permanece a discussão sobre a possibilidade de manter esse valor como capital ou como redutor de PLA, o que ainda estaria na dependência de entendimentos com outras áreas da Susep.
O representante do mercado disse entender não ser necessário nenhum tipo de consideração relativa a esse valor, uma vez que, as companhias que emitem apólices com início e vigência dentro do próprio mês não têm que constituir PPNG (ou PRNE), mas em contrapartida, constituem mais PSL e IBNR, uma vez que já decorreu todo o risco.
O assunto ainda ficou pendente de definição.
PPNG-RVNE
Os representantes da Susep afirmaram que a proposta de se utilizar um cálculo exato para constituição da PPNG-RVNE visa facilitar, operacionalmente, as companhias, uma vez que, por se tratar de uma estimativa, as empresas, muitas vezes, apresentam dificuldades em constituir adequadamente essa provisão. Com o cálculo exato, que, basicamente, implicaria em as empresas deslocarem o período de diferimento de acordo com o atraso de emissão (se, por exemplo, a apólice fosse emitida no mês seguinte ao início de vigência, a empresa, ao invés de diferir o prêmio a partir do início de vigência até o fim de vigência, iria diferir o prêmio a partir da emissão da apólice até o fim de vigência adicionado de um mês - esse seria o cálculo da PPNG considerando a estimativa de RVNE), diminuiria-se bastante os problemas inerentes à constituição de uma provisão estimada.
Os representantes do mercado afirmaram que não viam benefício em utilizar esse cálculo, uma vez que essa provisão, de forma geral, é de fácil estimação e não apresenta problemas. Foi levantada a possibilidade de tornar esse procedimento facultativo. No entanto, os representantes da Susep afirmaram que essa possibilidade não atingiria o objetivo inicial de simplificar o cálculo e a contabilidade, gerando, apenas, duplicidade de procedimentos.
Os representantes do mercado sugeriram, então, que esse cálculo exato fosse utilizado para empresas que não possuíssem base de dados suficiente. Os representantes da Susep afirmaram que estão revendo os normativos sobre critérios de constituição de IBNR e PPNG-RVNE para companhias que não possuem base de dados suficiente, e que iriam discutir sobre essa possibilidade quando da elaboração do normativo em questão.
O representante da Susep solicitou ao mercado que verificasse com suas respectivas áreas contábeis se, de fato, não haveria interesse em utilizar apenas o cálculo exato da PPNG-RVNE, pois isto implicaria em acabar com o prêmio estimado de PPNG-RVNE, uma vez que a provisão só seria constituída a partir da emissão, o que, talvez, facilitasse, contabilmente, os procedimentos das empresas.
Provisão Matemática de Benefícios Concedidos (PMBC) e Provisão Matemática de Benefícios a Conceder (PMBAC) – Capítulo 1
Os representantes da Susep propuseram que, caso a norma mantenha a mesma formatação atual, a PMBC e a PMBAC fossem excluídas do capítulo 1, uma vez que a sua utilização é muito rara para produtos relativos a esses seguros, podendo-se, quando necessário, utilizar a conta de Outras Provisões Técnicas - OPT. Os representantes do mercado não apresentaram nenhum tipo de objeção.
Provisão de Oscilação de Riscos - POR e Provisão de Oscilação Financeira - POF
Os representantes da Susep expuseram que a POR e a POF possuem características de capital de risco e não de provisão técnica, e que a intenção da Susep é, ao implementar os capitais de risco, excluir essasprovisões.
O mercado demonstrou a preocupação em que essas ações sejam simultâneas. A Susep afirmou que a idéia é que a exclusão esteja condicionada à implementação dos capitais adicionais.
A representante do mercado levantou ainda a possibilidade de se manter a POR com outro fim. Discutiu-se se seria possível manter essa provisão para cobrir sinistros severos verificados apenas de tempos em tempos. A Susep afirmou que ainda não debateu sobre esse assunto, mas que, em um primeiro momento, entendia que, de forma geral, eventos extremos devem ser suportados pelo capital adicional. 
No entanto, a Autarquia se colocou à disposição para discutir melhor esse assunto em reuniões posteriores e ainda outros casos em que a constituição de uma provisão fosse devida. A Susep colocou que, a princípio, não caberia a criação e/ou manutenção de uma provisão técnica para casos particulares, e ressaltou que, para situações particulares, seria o caso de a companhia enviar, para a Susep, nota técnica para aprovação de OPT. A representante do mercado disse que talvez fosse um assunto de interesse dos resseguradores pela natureza de suas operações, podendo ser discutido na presença dos representantes da Fenaber.
Provisão de Insuficiência de Contribuições - PIC e Provisão de Insuficiência de Prêmios - PIP
Os representantes da Susep colocaram que a ideia, na próxima norma de provisões, é deixar claro que a atualização da PIC/PIP deve ser mensal (isso não implica que a metodologia de cálculo seja refeita mensalmente). Entretanto, foi informado que a revisão conceitual se dará em conjunto com a revisão dos conceitos do Teste de Adequação de Passivos - TAP.
Valor Presente
Os representantes da Susep expuseram a intenção de explicitar na norma que as provisões estejam baseadas no valor presente esperado (atualmente, a norma se refere apenas ao valor esperado), uma vez que este é o conceito correto. Ainda que, para alguns ramos, não haja diferença relevante entre o valor presente esperado e o valor esperado, a Autarquia entende que o normativo deve explicitar o conceito mais adequado.
No entanto, os representantes do mercado expuseram a preocupação de se criar uma obrigação de utilizar o valor presente esperado em todos os casos, mesmo quando esse procedimento se mostrar desnecessário devido ao curto prazo das obrigações. Os representantes da Susep afirmaram que a ideia não é obrigar esse tipo de cálculo nessas situações, mas apenas deixar a norma mais adequada aos conceitos vigentes, exigindo o cálculo a valor presente somente quando for relevante.
Os representantes do mercado expuseram a preferência por não fazer menção explícita ao valor presente, a fim de não gerar dúvidas quanto à exigibilidade desse cálculo, quando da avaliação, por parte de auditores, das provisões técnicas relativas a obrigações de curto prazo.
Formatação da Norma
Os representantes da Susep manifestaram a intenção de alterar a formatação da norma, a fim de simplificá-la. A proposta inicial seria segregar as provisões por tipo de regime financeiro, ao invés de áreas/ramos de atuação. O mercado ficou de trazer sugestões sobre esse tópico.
As provisões referentes às sociedades de capitalização devem continuar segregadas em um capítulo à parte, enquanto as provisões dos resseguradores locais (especificamente se devem ser segregadas ou tratadas conjuntamente com as provisões dos demais supervisionados) ficaram de ser discutidas na próxima reunião, com a presença dos representantes da Fenaber.
Margem de Risco
A Susep e o mercado ficaram de avaliar a aplicabilidade desse conceito. Atualmente, a Autarquia entende que a margem de risco se baseia em parâmetros subjetivos, o que, na prática, dificulta a utilização de um valor que esteja consistente com os conceitos de provisão técnica, e que não se confunda com o conceito de capital de risco.
PPNG diferenciada para alguns ramos (Garantia, Agrícola, Transportes).
A Susep salientou que entende que, para alguns ramos, a PPNG, a fim de se adequar às peculiaridades da operação, poderia ser calculada de forma alternativa. No entanto, para fins de simplificação, adota-se o diferimento linear do prêmio (que, na maioria dos casos, se mostra um cálculo adequado).
Haja vista que a norma já prevê a constituição de Outras provisões Técnicas - OPT (que pode ser utilizada para compensar uma eventual distorção na PPNG) e que, especificamente com relação ao ramo de transportes, a dificuldade está relacionada ao preenchimento dos quadros estatísticos, os participantes da reunião entenderam que a discussão não deveria ter reflexos na norma propriamente dita.
Unificação dos conceitos de PPNG e PRNE; e PSL e PBAR.
Os representantes do mercado expuseram que a proposta constante da pauta da reunião não especificava qual seria o conceito base a ser seguido.
Os representantes da Susep esclareceram que a intenção da Autarquia é unificar os conceitos de Provisão de Prêmios Não Ganhos - PPNG e Provisão de Sinistros a Liquidar - PSL com os de Provisão de Riscos Não Expirados - PRNE e Provisão de Benefícios a Regularizar - PBAR, tomando como base os conceitos da PPNG e da PSL. A Susep manifestou que conceitualmente não deveria haver diferença entre essas provisões e que entende que o conceito da PPNG e da PSL, exceção feita à parcela das despesas de comercialização constante na PPNG, são tecnicamente mais adequados.
De qualquer forma, os representantes da Susep expuseram que estão cientes que essa alteração provoca aumento no valor das provisões de previdência, dotais e vida individual, e solicitou que o mercado analisasse a proposta e retornasse com sugestões e/ ou prazos para viabilização dessa unificação.
Ativos de Resseguro
Os representantes do mercado perguntaram se o grupo debateria sobre ativos de resseguro e os representantes da Susep afirmaram que já existe um grupo específico para tratar assuntos relacionados a resseguro e que, a fim de evitar o acúmulo de discussões dentro de um mesmo grupo (o que poderia acabar atrasando a definição desse trabalho), as questões sobre ativos de resseguro deveriam ser tratadas na própria Comissão Atuarial e no grupo específico de resseguro.
Variação Cambial /Atualização na PPNG
O representante do mercado sugeriu que fosse discutida a possibilidade de se considerar variação cambial e/ou atualização monetária na PPNG. O assunto ficou de ser discutido na próxima reunião.
Provisões das Sociedades de Capitalização
Ficou definido que as provisões das sociedades de capitalização seriam discutidas em reuniões posteriores, com a presença dos representantes da Fenacap.
2. ENCERRAMENTO
O representante da Susep finalizou a reunião pedindo que os representantes do mercado enviassem à Susep, até o dia 15 de junho, um retorno sobre o que foi solicitado na reunião, além de possíveis sugestões/propostas a serem debatidas na próxima reunião. A Susep ficou de marcar a segunda reunião do grupo após o recebimento desse material.
Próxima Reunião: a ser definida.

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