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04 Apelação Apostila

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Prática de Processo Penal
Bloco IX
Prof. Fidelman Fontes 
1
APELAÇÃO 
1. CONCEITO E CARACTERÍSTICAS
A apelação, na regra geral, é o recurso cabível nos casos em que forem 
proferidas sentenças judiciais que julguem o mérito ou que possuam caráter definitivo. 
Desta forma, NÃO é cabível o recurso de apelação para atacar os despachos de mero 
expediente, inclusive pelo fato de eles serem sempre irrecorríveis, e, via de regra, 
também NÃO é cabível a apelação para atacar decisões interlocutórias. 
Todavia, em algumas situações, pode-se perceber que a apelação acaba 
assumindo uma natureza residual, pois, em alguns casos de decisões interlocutórias 
proferidas pelo juiz singular, em que NÃO seja hipótese de Recurso em Sentido Estrito, 
poderá ser passível de impugnação por meio da apelação. 
Explicando melhor, pode-se afirmar que as decisões interlocutórias são 
classificadas da seguinte forma: 
► Decisões interlocutórias simples – são todas aquelas que se visam decidir questões
incidentais que surjam antes da sentença de mérito e que NÃO acarretam a extinção do 
processo, ou de algum procedimento. Para este tipo de decisão interlocutória será 
cabível apenas o RESE, se houver hipótese específica de cabimento deste recurso. Já se 
NÃO houver hipótese de RESE para atacar este tipo de decisão interlocutória ela será 
simplesmente irrecorrível. Ou seja, para este tipo de decisão interlocutória NUNCA será 
possível a apresentação do recurso de apelação. 
Ex. A decisão que concede a liberdade provisória é uma decisão interlocutória 
simples e para atacar esta decisão é possível a apresentação do RESE com fundamento 
no art. 581, V, do CPP. Entretanto se a decisão do juiz for de negar a liberdade 
provisória NÃO haverá a possibilidade de ingressar com RESE, nem de forma residual 
com a apelação, sendo a decisão irrecorrível. O que a parte poderá fazer é impugnar a 
decisão por meio do Habeas Corpus, que não é um recurso. 
► Decisões interlocutórias mistas – estas se subdividem da seguinte forma:
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• Decisões interlocutórias mistas terminativas – são aquelas decisões interlocutórias que
acarretam a extinção do processo ou de um procedimento. São também chamadas pela
doutrina como decisões definitivas.
Ex. Decisão que não recebe a denúncia ou queixa.
• Decisões interlocutórias mistas não-terminativas – são aquelas que extinguem uma
etapa do procedimento, mas não acarretam a extinção do processo. São também
chamadas pela doutrina como decisões com força de definitiva.
Ex. Decisão que pronúncia o réu no rito do tribunal do júri.
Pois bem, SOMENTE as decisões interlocutórias mistas terminativas ou não-
terminativas é que poderão ser atacadas de forma RESIDUAL pela apelação, nos termos 
do art. 593, II do CPP. Logo, o candidato deve primeiro verificar se existe alguma 
hipótese de RESE para atacar as referidas decisões interlocutórias mistas terminativas 
ou não-terminativas, caso NÃO exista hipótese, será perfeitamente viável a interposição 
da apelação. 
Ex. A decisão que indefere o pedido de restituição de coisa apreendida é uma 
decisão interlocutória mista não terminativa, tendo em vista que extingue o 
procedimento de restituição de coisa apreendida, mas não acarreta a extinção do 
processo. Neste caso, como não existe uma hipótese específica de cabimento de RESE 
no art. 581 é possível a utilização residual da apelação com fundamento no art. 593, II, 
do CPP. 
Vale lembrar, também, que o prazo de apelação é de cinco dias para a 
interposição e de oito dias para as razões ou contrarrazões nos termos dos arts. 593 e 
600 do CPP, respectivamente. 
 OBS.: Deve-se ter cuidado em relação à apelação no rito sumaríssimo, pois nos
Juizados Especiais Criminais a apelação terá o prazo de 10 dias para a apresentação de 
razões e contrarrazões, nos exatos termos do art. 82, § 1º, da Lei nº 9099/95. 
No que se refere à contagem do prazo da apelação é bom ficar atento, pois 
diferentemente do Processo Civil, o prazo de apelação no Processo Penal começa a 
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correr da data da intimação da sentença e não da juntada do mandado aos autos, caso 
esta tenha sido feita por oficial de justiça, nos termos da Súmula 710 do STF. 
Vale ressaltar, que a petição de interposição é sempre endereçada ao juiz do 
feito, aquele que proferiu a sentença. Já as razões da apelação serão endereçadas para o 
Tribunal competente respectivo. 
Cumpre elucidar, também, que somente se pode apelar sobre o que se pode 
entender, sobre o que é compreensível. No caso de o juiz proferir uma sentença 
condenatória, mas houver ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão em sua 
fundamentação, a primeira providência recursal será apresentar EMBARGOS DE 
DECLARAÇÃO e NÃO a apelação. 
Os embargos de declaração são usados para que o juiz declare a sentença de uma 
forma inteligível, de forma que possa ser compreendida. 
Os embargos de declaração possuem os seguintes prazos: 
• Embargos de Declaração – Rito Sumaríssimo – 5 dias (Juizados Especiais) art. 83,
parágrafo 1º CPP.
• Embargos de Declaração – Rito Comum Ordinário e Sumário – 2 dias, art. 382 para
atacar sentença e art. 619 CPP no caso de acórdão.
2. HIPÓTESES DE CABIMENTO DA APELAÇÃO
O rol de hipóteses de apelação estão constantes no art. 593 do CPP, sendo 
considerado pela doutrina e jurisprudência como meramente exemplificativo. 
Vale lembrar as hipóteses de cabimento da apelação do art. 593: 
A) SENTENÇAS DEFINITIVAS DE CONDENAÇÃO OU ABSOLVIÇÃO
PROFERIDAS POR JUIZ SINGULAR (ART. 593, I, CPP) 
Será cabível o recurso de apelação quando o juiz vir a proferir sentença 
condenando ou absolvendo o réu. Estes dois tipos de sentença são consideradas 
definitivas já que resolvem o mérito da causa. As disposições referentes às sentenças 
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condenatórias e absolutórias estão previstas no art. 386 e 387 do CPP, no caso de rito 
comum ordinário e sumário, bem como no art. 492, I e II, do CPP, no caso de rito do 
Tribunal do Júri. 
 OBS.: A previsão constante do art. 593, § 4º do CPP, no sentido de que quando for
cabível a apelação, não poderá ser usado o recurso em sentido estrito, ainda que 
somente de parte da decisão se recorra, somente vale para a apelação com fundamento 
no art. 593, I, do CPP, tendo em vista que, no caso de existir a hipótese do art. 593, II, 
do CPP, a apelação será considerada residual, como já foi explicado. 
B) DECISÕES DEFINITIVAS, OU COM FORÇA DE DEFINITIVAS,
PROFERIDAS POR JUIZ SINGULAR NOS CASOS NÃO PREVISTOS NO 
CAPÍTULO ANTERIOR (ART. 593, II, CPP) 
Esta hipótese de apelação é chamada de residual, pois ocorre todas as vezes que 
o juiz resolver uma questão definitiva ou com força de definitiva e que não era caso de
Recurso em Sentido Estrito, conforme já foi devidamente explicado. 
C) DECISÕES DO TRIBUNAL DO JÚRI, QUANDO (ART. 593, III, CPP)
I. Ocorrer nulidade posterior à pronúncia (art. 593, III, a, CPP)
Esta hipótese de apelação relaciona-se as nulidades relativas, tendo em vista que 
as nulidades absolutas podem ser alegadas em sede de apelação mesmo que tenham 
ocorrido ANTES da pronúncia. 
Quanto às espécies de nulidade, vale lembrar a seguinte diferenciação: 
► Nulidade Absoluta – pode ser arguida a qualquer tempo, a qualquer instante do
processo, até em sede de segundo grau. Neste caso, poderá ser utilizada a apelação com 
base no art. 593, III, a, do CPP mesmo que a nulidade tenha ocorrido ANTES ou APÓS 
a pronúncia do réu. 
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Ex. Impedimento ou suspeição dojuiz, a qualquer tempo poderá arguir esta 
nulidade. 
Ex. Ausência de resposta à acusação, neste caso há o cerceamento de defesa, 
havendo o rompimento da ampla defesa e do contraditório. 
► Nulidade Relativa – são arguíveis em tempo hábil ou irão gerar preclusão.
Normalmente elas são alegadas na resposta à acusação, pois se não for questionada 
neste momento haverá preclusão. Assim, no caso de existirem nulidades relativas 
ocorridas após a pronúncia, deve a defesa argui-las na primeira oportunidade que tiver 
para falar nos autos, sob pena de preclusão. Caso a parte tenha alegado a nulidade 
relativa ocorrida posteriormente à pronúncia e seja proferida uma sentença, após a 
deliberação dos jurados, que não reconheça a ocorrência da referida nulidade, será 
cabível a apelação com fundamento no art. 593, III, a, do CPP. 
É necessário destacar, ainda, na possibilidade de apelação com base nesse inciso 
se houver qualquer nulidade posterior a pronúncia que não houve arguição na fase do 
art. 422 do Código de Processo Penal, que geraria nulidade absoluta do processo, como 
o caso de suspeição do juiz, já abordada anteriormente.
Apresentada a apelação com base no fundamento da nulidade processual, deverá 
ser pedida a invalidação do ato considerado nulo, ou seja, pede-se a anulação do feito 
em razão da nulidade. 
II. For a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão
dos jurados (art. 593, III, b, CPP) 
No tribunal do júri, o juiz presidente está adstrito à decisão dos jurados em 
matéria de mérito. Em caso de descumprimento, seja da decisão do Conselho de 
Sentença, seja de previsão legal, caberá hipótese de Apelação com base nesta alínea. 
Ex. Os jurados decidiram que houve homicídio simples, mas o juiz sentenciou o 
agente, dosando a pena como homicídio qualificado. Neste caso, deverá ser apresentada 
Apelação. 
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Também será cabível a apelação com base nesta hipótese se a sentença do juiz 
presidente for contrária à lei expressa. 
Na apelação com base neste inciso deve-se pedir a retificação da sentença do 
juiz presidente pelo Tribunal, como bem prevê o § 1º, do art. 593 do CPP, na medida 
em que esta hipótese visa impugnar apenas sentença do juiz presidente do Tribunal do 
Júri, não havendo qualquer afronta ao princípio constitucional de soberania dos 
veredictos. 
III. Houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida
de segurança (art. 593, III, c, CPP) 
Nesta hipótese, o juiz presidente, após a deliberação dos jurados, aplicou a pena 
de forma incorreta. Ou seja, houve um erro na quantum da pena ou na qualidade da pena 
que deveria ter sido imposta ao condenado. 
Ex. Os jurados decidiram que o réu deve ser isento de pena em decorrência de 
erro de proibição e merece tratamento ambulatorial devendo ser aplicada medida de 
segurança, mas o juiz condenou o réu a pena privativa de liberdade. 
Ex. Os jurados condenaram o réu pelo crime de aborto, mas o juiz aplica o 
regime inicial de pena em fechado, mesmo a pena mínima sendo inferior a 4 anos. 
Na apelação com base neste inciso deve-se pedir a retificação da decisão pelo 
Tribunal, modificando-se a pena, como bem prevê o § 2º, do art. 593 do CPP. 
IV. For a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos
(art. 593, III, d, CPP) 
Esta hipótese somente ocorrerá no caso de existir uma contradição gritante entre 
a decisão dos jurados e as provas trazidas aos autos. Ou seja, existe um completo 
descompasso entre a decisão dos jurados e as provas produzidas dentro do processo. 
Esta hipótese tem como razão de existir o fato de que a soberania dos veredictos no júri 
NÃO é tida de forma absoluta. 
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Ex. Resta provado nos autos que o réu agiu em legítima defesa, entretanto, o 
conselho de sentença resolve condená-lo. 
Na apelação com base neste inciso, deve-se pedir a nulidade do feito, devendo 
haver a realização de um novo julgamento e com novos jurados, nos termos da Súmula 
206 do STF e do art. 593, § 3º, do CPP. 
Vale lembrar o teor da súmula, bem como o referido artigo: 
Súmula 206 do STF: É nulo o julgamento ulterior pelo júri com a 
participação de jurado que funcionou em julgamento anterior do 
mesmo processo. 
Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias: 
III – das decisões do Tribunal do Júri, quando: 
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova
dos autos. 
§ 3º. Se a apelação se fundar no nº III, d, deste artigo, e o
tribunal ad quem se convencer de que a decisão dos jurados é 
manifestamente contrária à prova dos autos, dar-lhe-á provimento para 
sujeitar o réu a novo julgamento; não se admite, porém, pelo mesmo 
motivo, segunda apelação. 
Quanto a esta hipótese de cabimento, existe, ainda, a previsão do art. 593, § 3º, 
do CPP, no sentido de que NÃO poderá ser usado este fundamento, novamente, em 
outra apelação e no mesmo processo. Ou seja, esta hipótese de apelação somente é 
cabível uma única vez. Caso os jurados venham a decidir novamente de forma 
manifestamente contrária à prova dos autos, deverá ser respeitada a soberania dos 
veredictos e o critério da íntima convicção. 
 OBS.: A maioria da doutrina entende que as hipóteses de apelação do rito do
Tribunal do Júri são de fundamentação vinculada, ou seja, somente será cabível a 
apelação se houver o enquadramento do caso em alguma hipótese prevista no art. 593, 
III, do CPP. Esta conclusão é uma decorrência da Súmula 713 do STF, que determina 
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que “o efeito devolutivo da apelação contra decisões do Júri é adstrito aos fundamentos 
da sua interposição”. 
 OBS.: No caso de serem proferidas sentenças de impronúncia ou absolvição
sumária a fundamentação da apelação será no art. 416 do CPP e NÃO no art. 593, III, 
do CPP, tendo em vista disposição legal expressa neste sentido. 
 DICA – Cuidado que é possível o intento de Apelação, no caso do Rito previsto
na Lei 8.666/93, com prazo de interposição de 05 dias. Nesse sentido: 
Art. 107. Da sentença cabe apelação, interponível no prazo de 5 
(cinco) dias. 
3. ESTRUTURA DA APELAÇÃO
3.1. Petição de Interposição 
Endereçamento: 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA 
CRIMINAL DA COMARCA DE _______________________ (Regra Geral) 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ____ VARA 
CRIMINAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE _______________________ (Crimes da 
Competência da Justiça Federal) 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA DO 
TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE _________________ (Crimes da 
Competência do Tribunal do Júri) 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ____ VARA DO 
TRIBUNAL DO JÚRI DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE ______________ (Crimes da 
Competência da Justiça Federal) 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO 
ESPECIAL DA COMARCA DE ___________________ (Crimes de Competência de 
Juizado Especial Estadual) 
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DO JUIZADO 
ESPECIAL FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE _____________________ 
(Crimes de Competência de Juizado Especial Federal) 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO ___ JUIZADO 
ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA _____________________ (Endereçamento 
do Juizado Especial Criminal) 
Processo número: 
(Nome do Recorrente), já qualificado nos autos do processo que lhe move o Ministério 
Público/Querelante, às fls. ____, por seu advogado formalmente constituído que esta 
subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência,inconformado com a 
respeitável sentença de _________, conforme fls. ____, interpor tempestivamente a 
presente 
APELAÇÃO 
ou 
CONTRARRAZÕES DA APELAÇÃO 
com fundamento no art. 593, (indicar inciso) ______ ou art. 416 (no caso de absolvição 
sumária ou impronúncia), ambos do Código de Processo Penal, art. 82 da Lei 9.099/95 
– Lei dos Juizados Especiais Criminais (no caso de Apelação nos crimes de pequeno
potencial ofensivo), art. 105 da Lei 8.666/93 (no caso de crimes previstos na Lei de
Licitação), art. 600 (no caso de contrarrazões de Apelação), do Código de Processo
Penal ou ainda art. 82, § 2º da Lei 9.099/95 (no caso de Contrarrazões de Apelação no
Juizado Especial Criminal).
Requer que, após o recebimento destas, com as razões inclusas (na prova elas 
serão feitas juntas), ouvida a parte contrária, sejam os autos encaminhados ao Egrégio 
Tribunal (Ou Turma Recursal no caso do Juizado Especial Criminal), onde serão 
processados e provido o presente recurso. 
ou 
Requer que, após o recebimento destas, com as contrarrazões inclusas (na 
prova elas serão feitas juntas), sejam os autos encaminhados ao Egrégio Tribunal (Ou 
Turma Recursal no caso do Juizado Especial Criminal), onde serão processados e não 
provido o presente recurso (Requerimento no caso de contrarrazões). 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Comarca, data 
Advogado, OAB 
3.2. Razões ou Contrarrazões da Apelação 
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Endereçamento: 
RAZÕES (OU CONTRARRAZÕES) DA APELAÇÃO 
RECORRENTE: 
RECORRIDO: 
PROCESSO NÚMERO: 
EGRÉGIO TRIBUNAL (TRIBUNAL DE JUSTIÇA OU TRIBUNAL REGIONAL 
FEDERAL) 
COLENDA CÂMARA 
ÍNCLITOS DESEMBARGADORES 
Endereçamento a Turma Recursal dos Juizados Especiais 
RAZÕES DA APELAÇÃO 
RECORRENTE: 
RECORRIDO: 
PROCESSO NÚMERO: 
EGRÉGIA TURMA RECURSAL 
COLENDA TURMA 
ÍNCLITOS JULGADORES 
1. Dos Fatos
Seja mais sucinto no resumo dos fatos e mais enfático no resumo do processo. 
Cita-se o mínimo necessário para os fatos e o máximo para o processo. Não 
precisa fazer dois pontos distintos, falar quando houve a publicação da sentença 
é fase processual, deve-se expor como se chegou até a sentença. 
No final dos fatos, é para, sem pular linhas, fazer um parágrafo com o seguinte 
teor: 
“A respeitável decisão proferida merece ser reformada pelos motivos de fato e 
direito a seguir aduzidos”. 
2. Das Preliminares
Se for o caso deve-se alegar preliminares. Como já foi explicado existe uma 
sequência a ser seguida. Abra os artigos na seguinte sequência: 
1º) Art. 107 CP – Causas extintivas de punibilidade. 
2º) Art. 109 CP – Prescrição 
3º) Art. 564 CPP – Nulidades 
4º) Art. 23 CP Causas de exclusão de ilicitude. 
5º) Deve-se buscar todo e qualquer outro defeito que levaria a ocorrência 
rejeição liminar da peça acusatória. 
3. Do Mérito
Fale logo do mérito, diga o que você quer. Deve-se dizer logo o porquê de você 
está atacando a sentença. O recurso é uma peça pesada para investir no mérito. 
Após falar do mérito você deve logo em seguida falar do direito, mencionando 
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o direito pertinente ao caso e os artigos correlatos.
4. Do Pedido
Deve-se fazer um pedido principal de provimento do recurso e reforma da 
decisão e demais pedidos subsidiários possíveis. 
Nas contrarrazões deve-se um pedido principal de não provimento do recurso e 
manutenção da decisão. 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Comarca, data 
Advogado, OAB 
 DICAS MUITO IMPORTANTES:
• Caso a apelação tenha sido feita pela parte acusatória a defesa seguirá a mesma linha.
Na petição de interposição o nome será CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO, com
fundamento no art. 600 do Código de Processo Penal.
• Em se tratando de crime do rito do Tribunal do Júri, logo na interposição, o apelante
deve indicar a motivação de seu recurso, em consonância com a súmula 713 do STF.
Ao apresentar suas razões, este estará adstrito à motivação indicada na interposição.
Ou seja, no caso de apelação do Rito do Tribunal do Júri a apelação é de
fundamentação vinculada e cabe nas hipóteses trazidas pelo art. 593, III, do CPP. Nos
termos da Súmula 713 do STF.
Súmula 713 STF – O efeito devolutivo da apelação contra 
decisões do Júri é adstrito aos fundamentos da sua interposição. 
4. CASOS PRÁTICOS
CASO PRÁTICO RESOLVIDO 
Danila foi denunciada pelo representante do Ministério Público pela prática 
de lesão corporal de natureza grave, nos termos do art. 129, §1º, I do Código Penal. 
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A exordial acusatória informa que no dia 22 de junho de 2013 à tarde, Karen, 
vítima dos presentes autos, foi lesionada pela acusada no ambiente de trabalho, 
ficando incapacitada para exercer as atividades laborativas por mais de 30 dias, 
tudo conforme consta no Inquérito Policial realizado pela autoridade competente. 
Em sede policial, a acusada não foi ouvida, pois no dia que foi intimada 
para prestar os esclarecimentos, estava viajando a trabalho. Duas testemunhas 
prestaram seus depoimentos no curso do inquérito, mas nada souberam informar 
da prática delitiva. 
A vítima prestou esclarecimentos na polícia, não sendo realizada a perícia 
traumatológica no Instituto de Medicina Legal e informou não ter visualizado o 
momento do empurrão, mas acreditava que este tinha sido proferido por Danila, 
em virtude dos diversos problemas existentes entre acusada e vítima ao longo da 
fatídica semana que ocorreu o crime. 
Com base nas informações colhidas na fase inquisitorial, o representante do 
Ministério Público ofereceu denúncia, a qual foi recebida pelo Juiz da 1ª Vara 
Criminal da Comarca de Porto Alegre, capital do Estado do Rio Grande do Sul, 
vez que, no entendimento do magistrado, a inicial cumpriu todos os requisitos 
previstos no artigo 41 do Código de Processo Penal. 
Citada para oferecer resposta à acusação, não constituiu advogado, razão 
pela qual foi nomeado o defensor público da vara para realizar a referida resposta. 
Na fase instrutória, a vítima foi ouvida, ratificando em todos os seus termos 
os esclarecimentos prestados na fase de inquérito. Todavia, ao ser questionada 
sobre os problemas ocorridos na semana do crime, não quis se manifestar. 
Sindy e Bruna, funcionárias do mesmo escritório que Danila e Karen, em 
seus depoimentos, não informaram nada de relevante para a elucidação do fato, 
não sabendo sobre a possível adversidade existente entre acusada e vítima. 
Danila, em seu interrogatório, informou não serem verdadeiras as 
imputações realizadas, além de esclarecer não possuir nenhum tipo de rixa com 
Karen. Ao final da instrução probatória, a acusada requereu a constituição de 
advogado para patrocinar a sua defesa nos demais atos do processo. 
Diante da complexidade do caso, o juiz permitiu a manifestação das partes 
por escrito. A acusação sustentou a comprovação do delito, em virtude do 
depoimento prestado pela vítima. A defesa, por sua vez, em sede de memoriais, 
requereu a absolvição da acusada. Ressalte-se que, até a data da intimação da 
defesa, não foi acostada aos autos a perícia complementar que deveria ter sido 
realizada na vítima para comprovação da lesão sofrida. Em sentença, o juiz 
condenou Danila a uma pena de 03 anos, uma vez que, ao analisar o art. 59 do 
Código Penal, verificou que a acusada não possuía bons antecedentes e era 
reincidente, conforme pode verificar na folha de antecedentes criminais acostada 
aos autos, aumentando assim o patamar inicial da pena base e agravando a pena 
em virtude do constante no art. 61, I do Código Penal, não existindo, todavia, 
causas deaumento ou diminuição da pena, tornando assim a pena de reclusão de 
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03 anos em definitiva em regime inicial semiaberto, sem possibilidade de 
substituição da privativa de liberdade pela restritiva de direitos. 
Em face da situação hipotética, na condição de advogado constituído por 
Danila, redija a peça processual adequada à defesa de sua cliente, alegando AS 
TESES DEFENSIVAS pertinentes. Date o documento no último dia cabível para a 
interposição, sabendo que a intimação foi realizada no dia 12 de agosto de 2014, 
(terça-feira). 
PADRÃO DE RESPOSTA 
Endereçamento correto (Valor: 0,25) 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA 
CRIMINAL DA COMARCA DE PORTO ALEGRE CAPITAL DO ESTADO DO 
RIO GRANDE DO SUL 
Processo número: 
- Endereçamento correto da peça de interposição e indicação do artigo 593, I do
Código de Processo Penal. (Valor 0,25)
- Estrutura correta (divisão das partes, indicação de local, data, assinatura)
(Valor: 0,25)
Danila, já qualificada nos autos do processo que lhe move o Ministério 
Público, às fls.__, por seu advogado formalmente constituído que esta subscreve, vem, 
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, inconformada com a respeitável 
sentença condenatória, conforme fls.__, interpor tempestivamente a presente 
APELAÇÃO 
com fundamento no artigo 593, I do Código de Processo Penal. 
Requer que, após o recebimento desta, com as razões inclusas, ouvida a 
parte contrária, sejam os autos encaminhados ao Egrégio Tribunal, onde serão 
processados e provido o presente recurso. 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Porto Alegre, capital do Estado do Rio Grande do Sul, 18 de agosto de 2014. 
Advogado, OAB 
Endereçamento correto das Razões do Recurso (Valor 0,25) 
RAZÕES DA APELAÇÃO 
RECORRENTE: 
RECORRIDO: 
Prática de Processo Penal
Bloco IX
Prof. Fidelman Fontes 
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PROCESSO NÚMERO: 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 
COLENDA CÂMARA 
ÍNCLITOS DESEMBARGADORES 
Exposição dos Fatos (Valor: 0,25) 
1. Dos Fatos
Danila está sendo acusada de ter supostamente cometido o crime 
previsto no artigo 129, §1º, I do Código Penal, no dia constante na exordial acusatória. 
Segundo a apuração dos fatos, a acusada teria lesionado a vítima no escritório onde 
elas trabalhavam. 
O juiz da 1ª Vara Criminal da Comarca de Porto Alegre, Rio Grande do 
Sul, recebeu a denúncia e mandou citar a ré para responder por escrito as acusações, as 
quais foram realizadas por defensor público atuante na vara. 
Durante a fase instrutória, foram ouvidas Sindy e Bruna que nada 
informaram acerca da prática delitiva, bem como não souberam atribuir a autoria do 
delito. Tanto vítima quanto acusada prestaram esclarecimentos, mas nada de relevante 
foi apurado no intuito de comprovar a existência do crime e de indícios de autoria. 
Ressalte-se que não foi realizado o exame complementar em Karen, no 
intuito de caracterizar que a lesão sofrida a deixou incapacitada para as atividades 
habituais por mais de 30 dias. 
Por fim, diante da complexidade dos fatos, o juiz determinou as 
alegações finais por escrito, ocasião em que a acusação requereu a condenação e a 
defesa a absolvição, tendo o juiz condenado a uma pena de 03 anos de reclusão em 
regime inicial no semiaberto. 
Preliminares (Valor: 1,4) 
- Indicação da preliminar de ausência do exame de corpo de delito e do exame
complementar para a configuração do crime de lesão corporal de natureza grave
(Valor: 0,5). Fundamento no artigo 564, III, “b” em combinação com os artigos
158 e 168, §2º, ambos do Código de Processo Penal. (Valor: 0,5)
- Indicação da preliminar de ausência de justa causa para o exercício da ação
penal. (Valor: 0,3) Fundamento no artigo 395, III do Código de Processo Penal.
(Valor: 0,1)
2. Das Preliminares
Preliminarmente, cumpre destacar a ocorrência manifesta de nulidade 
em virtude da ausência do exame de corpo de delito e do exame complementar, nos 
termos do art. 564, III, “b” em combinação com os artigos 158 e 168, §2º, ambos do 
Código de Processo Penal. 
Ainda em sede de preliminar, é imperioso elucidar que não há justa 
causa para o exercício da ação penal, razão pela qual a denúncia sequer deveria ter sido 
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recebida, nos termos do artigo 395, III do Código de Processo Penal. 
Mérito (Valor: 1,25) 
- Desenvolvimento fundamentado da inexistência de justa causa para o exercício
da ação, pois não existe prova da materialidade do crime nem indícios suficientes
de autoria. (Valor: 0,9)
- Desenvolvimento jurídico acerca das nulidades pela falta do exame de corpo de
delito e pela ausência de exame complementar. (Valor: 0,2)
- Desenvolvimento acerca da possibilidade de desclassificação do delito, remessa
ao juízo competente, bem como benefícios constantes na Lei 9.099/95. (Valor:
0,15)
3. Do Mérito
Cumpre esclarecer ao douto julgador a ausência manifesta de justa causa 
para o exercício da ação penal. Conforme ensinamento pela melhor doutrina, para a 
configuração da justa causa são necessários dois requisitos: prova da materialidade do 
fato e indícios suficientes de autoria. 
Prova é a certeza inequívoca da ocorrência do fato. Já os indícios se 
configuram como indicativos de que o acusado tenha efetivamente participado da 
empreitada criminosa, seja como autor ou partícipe. 
No caso concreto, restou claro não haver prova da materialidade do 
crime nem indícios suficientes de autoria. Conforme noticiam os autos, não há qualquer 
depoimento testemunhal ou outro tipo de prova que leve a demonstrar ter a acusada 
praticado a conduta. A própria vítima afirma não saber quem cometeu o ilícito, apenas 
achando ter sido Danila em virtude de uma possível rixa, não comprovada durante a 
instrução criminal. 
As testemunhas prestaram depoimentos perante a autoridade policial e 
ao juízo competente, nada sabendo informar acerca do crime questionado, tão pouco 
sobre a possível adversidade existente entre acusada e vítima. 
Além disso, não foi realizada perícia traumatológica na vítima para 
comprovação da lesão, tão pouco sendo acostado aos autos exame complementar, no 
intuito de comprovar a incapacidade das ocupações habituais por mais de 30 dias, 
elementar para a caracterização do crime de lesão corporal de natureza grave constante 
no artigo 129, §1º, I do Código Penal. 
Nesse caso, não há que se falar em justa causa para o exercício da ação 
penal porque, para a sua configuração, é necessário e imprescindível o binômio prova 
da materialidade do fato mais indícios suficientes de autoria. A ausência de qualquer 
um deles descaracteriza a justa causa, o que já deveria ter causado a rejeição da inicial 
acusatória. 
É mister destacar ainda, Excelência, de nulidade em virtude da falta de 
exame complementar, imprescindível para a caracterização da qualificadora da lesão 
corporal. Estabelece o artigo 168, §2º do Código de Processo Penal que, existindo a 
qualificadora do parágrafo 1º, I do artigo 129 do Código Penal, é necessária a feitura da 
perícia complementar logo após decorridos 30 dias, contados da data do crime para a 
ocorrência da qualificadora, inexistindo esse exame nos autos, razão pelo qual não há 
que se falar em lesão corporal de natureza grave pela incapacidade das ocupações 
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habituais, devendo ocorrer a desclassificação para a lesão leve e, com misso, a 
consequente remessa aos juízo competente. 
Cumpre esclarecer ainda, por gosto à lide e amor ao debate, que em 
sendo a conduta da agente desclassificadapara a lesão corporal prevista no caput do 
art. 129 do Código Penal, tem a agente os benefícios do Juizado Especial Criminal, já 
que o crime seria de pequeno potencial ofensivo, sendo cabível, inclusive, suspensão 
condicional do processo, nos exatos moldes do art. 89 da Lei 9.099/95. 
Pedidos (Valor: 1,0) 
- Pedido de absolvição, com indicação do artigo 386, incisos II e V, do Código de
Processo Penal, em virtude da inexistência prova da materialidade do fato e de
indícios suficientes de autoria. (Valor: 0,4).
- Pedido de anulação da instrução probatória em virtude da nulidade de ausência
de exame complementar, nos termos do artigo 564, III, “b” em combinação com
os artigos 158 e 168, §2º, todos do Código de Processo Penal (Valor: 0,2)
- Pedido de desclassificação para o crime de lesão corporal leve, artigo 129, caput,
do Código Penal e remessa dos autos ao juízo competente, em virtude do crime ser
de pequeno potencial ofensivo. (Valor: 0,2)
- Pedido de aplicação da pena mínima prevista abstratamente ao crime. (Valor:
0,1)
- Pedido de aplicação dos benefícios constantes na lei 9.099/95. (Valor: 0,1)
4. Dos Pedidos
Diante de todo exposto, requer-se a Vossa Excelência a absolvição da ré, 
com fundamento no artigo 386, incisos II e V, do Código de Processo Penal, visto a 
inexistência de prova da materialidade do crime e indícios suficientes de autoria, 
ausente, nesse caso, a justa causa para o exercício da ação penal. 
Apenas por cautela, não sendo acolhido o pedido de absolvição, o que 
não se espera, requer-se ao douto julgador seja decretada a anulação da instrução 
probatória em virtude da nulidade de ausência de exame complementar, nos termos do 
artigo 564, III, “b” combinado com os artigos 158 e 168, §2º, todos do Código de 
Processo Penal 
Acolhendo-se a nulidade da ausência de exame complementar, requer-se 
a desclassificação para o crime de lesão corporal leve, nos termos do artigo 129, caput 
do Código Penal e a consequente remessa dos autos ao juízo competente, vez que o 
crime é de pequeno potencial ofensivo. 
Requer-se ainda, a título de pedidos residuais, a aplicação da pena 
mínima abstratamente prevista ao crime, bem como os benefícios constantes na lei 
9.099/95. 
Indicação correta da Comarca, Estado, Data (Valor: 0,1). 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Porto Alegre, capital do Estado do Rio Grande do Sul, 18 de Agosto de 2014. 
Advogado, OAB

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