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ODONTOGENESE ESMALTE DENTINA POLPA

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ODONTOGÊNESE 
Desenvolvimento e crescimento dos dentes 
A cavidade oral primitiva, ou estódio (estomodeu), é revestida por epitélio estratificado pavimentoso ou ectoderma oral. Em sua porção 
profunda está o endoderma. A união dos dois forma a membrana bucofaríngea. 
Ectoderma +Endoderma = Membrana bucofaríngea. 
Por volta do 27º dia esta membrana se rompe e o estomódio estabelece uma conexão com o intestino anterior. 
A cavidade oral primitiva é revestida pelo ectoderma, que consiste de uma camada basal de células cilíndricas e uma camada superficial de 
células achatadas. Cada dente se desenvolve de um germe dentário. 
- Composição de um germe dentário 
- Órgão do esmalte: É derivado do ectoderma oral e produz o esmalte 
dentário. 
- Papila dentaria: É derivada do mesênquima, produz polpa dentária e 
dentina. 
- Saco dentário: É derivado do mesênquima, produz o cemento e o 
ligamento periodontal. 
Duas semanas ou três semanas após a ruptura da membrana bucofaríngea, 
quando o embrião tem cerca de 6 semanas de idade, é visto o primeiro 
sinal de desenvolvimento do dente. 
Etapas do desenvolvimento dentário 
-Estágio da lâmina dentária e botão: 
O primeiro sinal do desenvolvimento do dente humano é observado durante a 6° semana de vida intra-uterina. Nesta etapa, o epitélio oral 
consiste de uma camada basal de células cilíndricas altas e uma camada superficial de células achatadas. O epitélio esta separado do tecido 
conjuntivo por uma membrana basal. Certas células da camada basal do epitélio oral começam a proliferam em um ritmo mais acelerado 
do que as células adjacentes. Um espessamento epitelial surge na região do futuro arco dentário e se estende ao longo de toda a margem livre 
dos maxilares.(Lâmina dentária) 
Simultaneamente coma diferenciação da lâmina dentária, nasce dela, em cada maxilar, protuberâncias redondas ou ovóides em dez 
diferentes pontos, correspondentes à futura posição dos dentes decíduos; são os primórdios dos órgãos do esmalte, os brotos dentários. 
-Estágio de casquete: 
O crescimento desigual, em diferentes partes do broto, leva a formação da etapa de casquete, e é caracterizado por uma invaginação rasa 
na superfície profunda do broto. 
Epitélio externo: células cubóides. Epitélio interno: células altas. 
Retículo estrelado: Fica entre os epitélios externo e interno. Suas células assumem uma forma reticular ramificada. Os espaços nesta rede 
são preenchidos por um fluido mucóide, rico em albumina, dando ao retículo estrelado uma consistência de almofada, que mais tarde 
suporta e protege as delicadas células formadoras de esmalte. Nódulo do esmalte são células no centro do órgão do esmalte que estão 
densamente arranjadas e desaparecem antes da formação do esmalte. 
Papila dentaria: É o órgão formador da dentina e o primórdio da polpa. A papila mostra um brotamento ativo de capilares e fibras 
mitóticas, e suas células periféricas contíguas ao epitélio interno do esmalte crescem, e mais tarde se diferenciam em odontoblastos. 
Saco Dentário: É uma condensação marginal do mesênquima que envolve a papila. Forma o cemento e o ligamento periodontal. 
 
 
 
 
 
L = Lâmina dentaria 
EE= epitélio externo 
EI= epitélio interno 
1= papila dentaria 
FD= fólico dentário ou saco dentário 
 
 
 
O órgão epitelial do esmalte, a papila e o saco dentário são os tecidos formadores de todo o dente 
e estruturas de suporte. 
-Estágio da Campânula: 
 
 
Epitélio interno do esmalte: consiste numa única camada de células que se diferenciam antes da amelogênese em células cilíndricas altas, os 
ameloblastos. As células do epitélio interno do esmalte exercem uma influência organizadora sobre as células mesenquimais subjacentes, 
que se diferenciam em odontoblastos. 
 
Estrato intermediário: aparece entre o epitélio interno do esmalte e o retículo estrelado. É uma camada essencial para a formação do 
esmalte. Está ausente na porção do germe dentário que contorna a raiz e que não forma o esmalte. 
Retículo Estrelado: estende-se depois do extrato intermediário, caracteriza-se pelo aumento do fluído intercelular. As células são estreladas, 
com longos prolongamentos que se anastomosam com as células adjacentes. Antes de começar a formação do esmalte ele retrai por causa 
da perda de fluído intercelular. 
Epitélio externo do esmalte: células em forma cubóide baixa. No final da etapa de campânula, antes e durante a formação do esmalte, a 
superfície previamente lisa do epitélio externo do esmalte se dispõe em pregas. 
Lâmina dentária: prolifera em sua extremidade profunda para dar origem aos órgãos do esmalte dos dentes permanentes, com exceção dos 
molares permanentes. 
Papila dentaria: Antes que o epitélio interno do esmalte comece a produzir esmalte, as células periféricas da papila dentária mesenquimal se 
diferenciam em odontoblasto, sob influência organizadora do epitélio. 
Saco dentário: com o desenvolvimento da raiz, as fibras do saco dentário se diferenciam em fibras peridontais que ficam incluídas no 
cemento e no osso alvelar. 
 
 
 BROTO DENTÁRIO CASQUETE CAMPANULA 
Epitélio Interno x x x 
Epitélio Externo x x x 
Retículo Estrelado x x 
Papila Dentária x x 
Saco Dentário x x 
Lamina Dentária x x x 
Estrato Intermediário x 
 
Função da lâmina dentaria: três fases. 
1ª fase: inicio de toda dentina decídua, ocorre durante o 2º mês de vida intra-uterina. 
2ª fase: trata da iniciação dos sucessores dos dentes decíduos, ocorrem aproximadamente desde o 5° mês de vida intra-uterina para os 
incisivos centrais permanentes, até 10 meses de idade para o 2º pré-molar. 
3ª fase: É precedida pela extensão da lâmina dentária, distal do órgão do esmalte do 2° molar decíduo e formação dos germes dentário 
dos dentes molares permanentes. Os molares permanentes nascem diretamente da extensão distal da lâmina dentária. O momento de sua 
iniciação é por volta do 4° mês de vida fetal para o 1° molar permanente, o 1° ano para o 2° molar permanente, e do 4° ao 5° ano para o 
terceiro molar permanente. 
Destino da lâmina dentária 
Na etapa de campânula, ela começa a se desintegrar pela invasão mesenquimal, que 1° penetra em sua porção central e a divide em lâmina 
lateral e lâmina dentária própria. A lâmina dentária própria prolifera somente em sua margem mais profunda, que se transforma em 
uma extremidade livre situada lingualmente ao órgão ao órgão do esmalte, e forma o primórdio do dente permanente. 
Lâmina Vestibular: é outro espessamento epitelial que se forma em posição labial e bucal, vai formar o vestíbulo oral entre as porções 
alveolar dos maxilares e os lábios e bochechas. 
Bainha radicular epitelial de Hertwig e formação da raiz 
O desenvolvimento das raízes começa depois que a formação do esmalte e dentina atingiu a futura junção cemento-esmalte (JCD). O 
órgão do esmalte forma a bainha radicular epitelial de Hertwing, que molda a forma das raízes e inicia a formação da dentina. 
Bainha de Hertwing: formada pelos epitélios externo e interno do esmalte, sem estrato intermediário e reticulo estrelado. 
Quando o tecido conjuntivo for diferenciado em odontoblastos, a bainha radicular epitelial perde a continuidade e a relação com o dente, 
assim, os resíduos persistentes no ligamento periodontal são conhecidos como restos epiteliais de Malassez. 
Antes do inicio da formação da raiz, a bainha radicular forma o diafragma epitelial. A proliferação de células do diafragma epitelial é 
acompanhada pela proliferação das células do tecido conjuntivo da polpa. A extremidade livre do diafragma não cresce para dentro do 
tecido conjuntivo, e sim o epitélio prolifera coronariamente ao diafragma. A diferenciação dos odontoblastos e a formação de dentina 
acompanham o prolongamento da bainha radicular. As células do tecido conjuntivo entramem contato com a superfície externa da dentina e 
se diferenciam em cementoblastos, os quais depositam uma camada de cemento sobre a superfície da dentina. Nas últimas etapas do 
desenvolvimento da raiz a proliferação do epitélio no diafragma diminui em relação ao tecido conjuntivo pulpar. O crescimento diferencial 
do diafragma epitelial em dentes multirradiculares causa a divisão do tronco radicular em duas ou três raízes. 
 
 Se as células da bainha radicular epitelial permanecem aderidas á superfície da dentina, elas podem se 
diferenciar em ameloblastos plenamente funcionantes e produzir esmalte. Isto explica o desenvolvimento de 
aberturas de canais radiculares acessórios na superfície periodontal da raiz. 
OBS: O esmalte não se forma na ausência de dentina. 
ESMALTE 
O Esmalte é o tecido calcificado mais duro do organismo humano. Forma uma capa protetora sobre a coroa dentária que o torna 
adequado para a mastigação. O esmalte é um tecido permeável. A coroa coberta por esmalte varia de coloração, por causa da diferença de 
translucidez do esmalte, por isso sugere-se que reflete a cor da dentina (que vai de branco amarelado ao branco acinzentado). 
Composição: 96% de matéria inorgânica (é semelhante à apatita) e 4% de substância orgânica e água. A mineralização da matriz do esmalte 
começa imediatamente após ela ser secretada. A natureza dos elementos orgânicos do esmalte não é conhecida completamente. 
Estrutura 
 O esmalte é formado por bastões ou primas, bainha dos prismas e, em alguns locais, uma 
substância interprismática cimentante. 
PRISMA- A partir da junção dentina-esmalte (JAD), os prismas seguem trajeto tortuoso até a superfície 
do dente. Os que estão localizados nas cúspides são mais longos que os que estão localizados nas áreas 
cervicais dos dentes. Os prismas do esmalte têm aspecto cristalino claro e permite que a luz passe 
através deles. Muitas áreas do esmalte parecem conter prismas envolvidos por bainha dos prismas e 
separados por substâncias interprismáticas, onde o modelo mais comum é o prisma em forma de 
buraco de fechadura ou de pá. Estudos indicam que os cristais de apatita estão arranjados 
paralelamente ao longo do eixo dos prismas em seus “corpos” ou “cabeças” e desviam cerca de 65 
graus do eixo e se abrem em leque para dentro das caudas dos prismas. Progressos revelaram que a 
matriz orgânica forma um envelope envolvendo cada cristal de apatita. 
Cada prisma é constituído, para cima, por segmentos separados por linhas escuras que dão uma 
aparência estriada. Essas estrias transversais marcam os segmentos dos prismas. 
Geralmente, os prismas estão orientados em ângulos retos à superfície da dentina. Nas partes cervicais e centrais da coroa de dente 
decíduo, eles são aproximadamente horizontais, perto do bordo incisal ou ponta de cúspides eles mudam a direção para mais oblíqua, até 
ficarem verticais na borda ou ponta das cúspides. Os prismas raramente são retos em toda a sua extensão. Seguem um curso ondulado até a 
dentina, até a superfície do esmalte. 
Se os discos são cortados num plano oblíquo, especialmente perto da dentina na região das cúspides ou bordos incisais, a disposição dos 
prismas parece-se tornar-se mais complicadas, os feixes se entrelaçam, 
então chamamos de esmalte nodoso. 
BANDAS DE HUNTER-SCHREGER- Faixas escuras e claras, alternadas, 
de largura variável, que se originam no limite dentina-esmalte (JAD) e 
seguem para fora. Tem função de minimizar o risco de fratura na 
direção axial sob influência das forças oclusais na mastigação. 
LINHAS INCREMENTAIS DE RETZIUS – Mostram a aposição sucessiva de 
camadas de esmalte durante a formação da coroa. Refletem variações 
na estrutura e mineralização, seja hipomineralizada ou hipermineralizada, 
que ocorrem durante crescimento do esmalte. Não se conhece a natureza 
exata destas alterações do desenvolvimento. 
As periquimácias são sulcos transversais ondulados, considerados como 
manifestações externas das estrias de Retzius. São contínuas ao redor dos 
dentes e geralmente paralelas entre si e à junção cemento-esmalte. 
O esmalte dos dentes decíduos se desenvolve parcialmente antes do nascimento e parcialmente depois. O limite entre as duas partes 
de esmalte é delimitado por uma linha incremental de Retzius mais acentuada, chamada de linha ou anel neo-natal. O esmalte pré-
natal é melhor desenvolvido que o pós-natal. 
CUTÍCULA DO ESMALTE- uma membrana delicada, também chamada de membrana de Nasmyth, que cobre toda a coroa do dente recém 
erupcionado, que logo é removida pela mastigação. É aparentemente secretada pelos ameloblastos quando o esmalte é formado. 
LAMELAS DO ESMALTE- São estruturas como folhas delgadas que se estendem da superfície do esmalte até próximo a junção dentina-
esmalte (JAD). Consiste de material orgânico, com pouco mineral. Podem se desenvolver nos planos de tensão, onde os prismas atravessam tal 
plano, um curto segmento do prisma pode não estar completamente calcificado. As lamelas se diferenciam em 3 tipos: tipo A (compostas por 
segmentos de prismas pobremente calcificados), tipo B (consistindo de céls. degeneradas) e tipo C (aparecendo em dentes erupcionados, onde 
as gretas são preenchidas com matéria orgânica, presumivelmente originada da saliva). As lamelas podem ser um local de fragilidade do 
dente, e pode ser uma porta de entrada para bactérias que iniciam cáries. 
PENACHOS DO ESMALTE- nascem na junção dentina-esmalte (JAD) e penetram no esmalte. Consistem de prismas do esmalte 
hipocalcificados e substância interprismática. 
JUNÇÃO DENTINA-ESMALTE – A superfície da dentina na junção é escavada. Nas depressões rasas da dentina se encaixam em projeções 
arredondadas de esmalte. Assegura uma forte adesão da capa de esmalte sobre a dentina. 
PROLONGAMENTO ODONTOBLÁSTICOS E FUSOS DO ESMALTE – prolongamentos de odontoblastos atravessam a junção dentina-esmalte e 
penetram no esmalte. Muitos apresentam sua extremidade dilatada, e são chamados de fusos do esmalte. A direção dos prolongamentos e 
fusos corresponde à direção original dos ameloblastos. 
Alterações com a Idade 
A alteração mais evidente é o atrito ou desgaste das superfícies oclusais e nos pontos proximais de contato, por causa da mastigação. O 
próprio epitélio externo de esmalte sofre alterações após a erupção na estrutura. 
Os dentes não erupcionados são cobertos por estruturas salientes dos prismas e periquimácias, nos pontos mais altos essas estruturas começam 
a desaparecer, até que desaparecem completamente. 
As alterações com a idade dentro do esmalte têm sido difíceis discernir ao microscópio. Aumentos localizados de certos elementos como 
nitrogênio e flúor estão sendo encontrados nas camadas superficiais do esmalte dos dentes mais velhos, sugerindo que uma captação continua 
possa tornar os dentes mais escuros e aumentar a resistência à cárie. 
Considerações Clínicas 
O trajeto dos prismas é de extrema importância nas preparações de cavidades. É importante não deixar prismas de esmaltes sem suporte nas 
margens da cavidade, porque elas podem se fraturar e produzir uma fenda, onde as bactérias se alojariam, induzindo uma cárie. O esmalte é 
quebradiço e não resiste a forças nas camadas delgadas. 
As fissuras profundas no esmalte predispõem às cáries. Elas penetram no assoalho das fissuras de forma rápida, porque o esmalte é muito 
fino. Como o processo destrutivo alcança a dentina, ele se expande e uma área extensa da dentina fica cariada sem dar sinal ao paciente, 
porque a entrada para a cavidade é minúscula. 
As lamelas dentárias também podem predispor locais para cáries, porque contém muito material orgânico. Solubilidade ácida do esmalte pode 
ser consideravelmente reduzida pelo tratamento com fluoretos. 
O meio mais efetivo para controle em massa de cáries dentárias tem sido o ajuste do nível de fluoreto na água potável em proporção deuma 
parte por milhão. A prevalência de cáries nos indivíduos foi cerca de 65% mais baixa do que nas áreas sem fluoreto. 
Se a superfície do esmalte torna-se descalcificada ou áspera, restos alimentares, placas acumulam-se sobre esta superfície. A gengiva 
sofre alterações inflamatórias (gengivite). 
Uso de compostos de resina – a superfície do esmalte é cauterizada com um ácido, fazendo com que a superfície lisa do esmalte torne-se 
escavada e irregular. Quando um composto de resina é colocado ele pode promover a união mecânica do esmalte. 
ÓRGÃO EPITELIAL DO ESMALTE 
A cavidade oral primitiva consiste de 4 camadas: epitélio externo do esmalte, reticulo estrelado, estrato intermediário e epitélio interno 
do esmalte. O limite entre o epitélio interno do esmalte e o tecido conjuntivo da papila dentaria será a subseqüente junção dentina-esmalte 
(JAD). Assim o seu contorno determina o modelo da porção oclusal ou incisal da coroa. No bordo da ampla abertura basal do órgão do esmalte, 
o epitélio interno do esmalte se reflete sobre o epitélio externo do esmalte. O epitélio interno e externo estão separados por uma massa 
células diferenciadas em 2 distintas camadas. O estrato intermediário, que consiste de 2 ou 3 fileiras de células poliédricas achatadas e o 
retículo estrelado que consiste de uma camada disposta mais frouxamente, constitui o retículo estrelado. 
 
 
O epitélio externo do esmalte consiste de uma única camada de células 
cubóides, separadas por tecido conjuntivo envolvente do saco dentário por 
uma delicada membrana basal. Durante a formação do epitélio externo do 
esmalte, desenvolvem vilosidades e vesículas citoplasmáticas, e um 
grande número de mitocôndrias, indicando uma especialização de 
transporte ativo de materiais. 
Reticulo estrelado: forma a porção media do órgão do esmalte. As células 
contíguas estão separadas por amplos espaços intercelulares preenchidos 
por uma grande quantidade de substancia intercelular. As células são 
estreladas com longos prolongamentos, orientados em todas as direções a 
partir do corpo central. Elas estão conectadas por desmossomos entre si. 
Elas tornam-se resistentes e elásticas, dessa forma, atuam como 
amortecedores contra forças físicas que poderiam distorcer a 
conformação da junção dentina-esmalte. Permite somente um fluxo limitado de nutrientes provenientes de vasos sanguíneos. 
Estrato intermediário: suas células estão situadas entre o epitélio interno e o reticulo estrelado. Sua forma vai desde achatada até cubóide, 
e estão distribuídas em 3 camadas. Suas células se conectam por desmossomos. Função não conhecida. Acredita-se que ele produza parte do 
próprio esmalte. 
Epitélio interno do esmalte: são derivadas da camada basal do epitélio oral. Assume uma forma cilíndrica antes de da formação do 
esmalte, e depois se diferencia em ameloblastos, que produzem a matriz do esmalte. E induz a diferenciação dos odontoblastos. 
Curva cervical: zona de transição entre epitélios externo e interno do esmalte. As células cubóides aumentam gradualmente em 
comprimento. Quando a coroa está formada, as células desta porção dão origem à bainha radicular de Hertwing. 
Lamina dentaria > órgão do esmalte > bainha de Hertwing > Raiz e esmalte 
Ciclo Vital dos Ameloblastos 
A vida dos ameloblastos pode ser dividida em 6 etapas: Morfogênica, organizadora, formadora, maturação, protetora e desmolítica. 
Etapa morfogênica: antes dos ameloblastos se diferenciar, eles se interagem com as células mesenquimais adjacentes, determinando a forma 
da junção dentina-esmalte (JAD) e da coroa. As suas células são curtas e cilíndricas, com núcleos grandes, ovais, que podem ocupar quase 
todo o corpo celular. 
Etapa organizadora: o epitélio interno do esmalte interage com as células do tecido conjuntivo adjacente, as quais se diferenciam em 
odontoblastos. Esta etapa é caracterizada por uma mudança na aparência das células do epitélio interno do esmalte. Tornam-se maiores, 
ocorre uma inversão da polaridade funcional destas células pela migração dos centríolos e regiões de golgi, a partir das extremidades 
proximais até as distais. Apresentam finos grânulos acidófilos, que são geralmente mitocôndrias. A zona clara e sem células entre o epitélio 
interno e do esmalte e a papila desaparece. Durante sua fase terminal, ocorre a formação de dentina pelos ameloblastos. Quando se forma 
a dentina, ele afasta os ameloblastos de sua fonte original de nutrição e a partir daí são supridos pelos capilares que envolvem e 
ainda penetram no epitélio externo do esmalte. Assim, é encurtada a distancia entre os capilares e o estrato intermediário e a camada 
ameloblastica. 
Etapa formadora: a presença de dentina é necessária para o inicio da formação da matriz do esmalte, exatamente como foi necessário para 
as células epiteliais entrarem em contato com o tecido conjuntivo. Para induzir a diferenciação de odontoblastos e iniciar a formação de 
dentina. Durante a formação da matriz do esmalte, os ameloblastos conservam aproximadamente o mesmo tamanho e disposição. 
Etapa de maturação: a maturação do esmalte ocorre após estar formada a maior parte da espessura da matriz do esmalte nas porções oclusal 
ou incisal. Durante a maturação, os ameloblastos são levemente reduzidos de comprimento e estão intimamente ligados à matriz do esmalte. 
As células do estrato intermediário perdem a sua forma cubóide e disposição regular, adquirindo um aspecto fusiforme. Durante a maturação 
os ameloblastos apresentam microvilosidades em suas extremidades distais e vacúolos citoplasmáticos contendo material semelhante à 
matriz do esmalte, tendo assim, função de absorção. 
Etapa protetora: após a formação e calcificação do esmalte, os ameloblastos se diferenciam formando um tecido epitelial estratificado do 
esmalte, o chamado epitélio reduzido do esmalte. Sua função é proteger o esmalte maduro, separando o esmalte do tecido conjuntivo até o 
dente erupcionar. 
Etapa desmolítica: o epitélio reduzido do esmalte prolifera e parece induzir a atrofia do tecido conjuntivo que o separa do epitélio oral, de 
tal modo que pode ocorrer fusão dos dois epitélios. É provável que as células epiteliais possam produzir enzimas que destruam as fibras do 
tecido conjuntivo, por desmólise. Uma degeneração prematura do epitélio reduzido do esmalte pode evitar a erupção de um dente. 
AMELOGÊNESE 
A iniciação da mineralização não espera o final da formação da matriz orgânica. 
A primeira matriz do esmalte é depositada extracelularmente pelos ameloblastos numa fina camada ao longo da dentina, forma a membrana 
dentino-esmáltica, isso explica o fato de não haver contato direto entre os prismas do esmalte e dentina. 
Formação da matriz do esmalte 
-Desenvolvimento do processo de Tomes 
Há uma interdigitação das células e do prisma do esmalte, pois os longos eixos dos ameloblastos não são paralelos aos longos eixos do prisma. 
As projeções dos ameloblastos para dentro da matriz do esmalte têm sido chamadas de processos de Tomes. O processo de Tomes é 
parcialmente delimitado por septos incompletos, contêm típicos grânulos de secreção de secreção, retículo endoplasmático rugoso e 
mitocôndrias. A maior parte da “cabeça” de cada prisma é formada por um único ameloblasto, enquanto que três outros componentes 
contribuem para a ”cauda” de cada prisma. Logo, cada prisma é formado por quatro ameloblastos, e cada ameloblasto contribui para quatro 
diferentes prismas. 
- Barras terminais distais 
Aparecem nas extremidades distais dos ameloblastos, separando o processo de Tomes da própria célula. São condensações localizadas de 
substância citoplasmática intimamente associada com o espessamento das membranas celulares. Não se conhece sua função exata (TEVE 
ALGO Q O PROFESSOR FALO Q NO LIVRO ESTAVA ASSIM , MAS Q JÁ TINHA DESCOBERTO A FUNÇÃO, NÃO SEI SE É ISSO , MAS CONFERE NO 
CADERNO) 
-Ameloblastosrevestindo o esmalte maduro 
Os ameloblastos sobre o esmalte maduro são consideravelmente mais curtos que os ameloblastos sobre o esmalte em formação. Estes 
curtos ameloblastos têm uma superfície vilosa perto do esmalte e as extremidades das células são cobertas de mitocôndrias. Esta morfologia é 
típica de células com função de absorção e tem sido demonstrado que os ameloblastos estão aparentemente transportando componentes 
orgânicos da matriz. A perda dos componentes orgânicos durante a maturação é uma notável diferença entra o esmalte e os outros tecidos 
mineralizados. Várias subetapas podem ser identificas na transição dos ameloblastos a partir da etapa formadora até a etapa de maturação. 
Mineralização e maturação da matriz do esmalte 
A mineralização ocorre em duas etapas. Na primeira etapa ocorre uma minaralização parcial imediata nos segmentos da matriz e na 
substância interprismática, conforme vão sendo depositadas. A segunda etapa ou maturação é caracterizada pela minaralização gradual 
até o fim. O processo de maturação inicia no alto da coroa e progride cervicalmente. Cada prisma amadurece da profundidade para a 
superfície e a seqüência da maturação dos prismas é desde as cúspides ou bordo incisal até a linha cervical. A maturação começa antes da 
matriz ter alcançado a sua espessura completa. Assim a minaralização está ocorrendo na matriz interna formada primeiro, ao mesmo tempo 
em que a mineralização inicial se realiza na matriz externa, formada recentemente. As regiões incisivas e oclusivas alcançam a maturidade 
antes das regiões cervicais. Matriz orgânica torna-se mais delgada e mais espaçada para dar lugar aos cristais em crescimento. 
Considerações Clínicas 
O dentista pode fazer pouca coisa para alterar o curso de eventos na amelogênese, mas pode minimizar alguns fatores dos defeitos na 
estrutura do esmalte. As principais expressões são hipoplasia (manifesta por depressões múltiplas, enrugamento ou ausência total do esmalte) 
e hipocalcificação sob a forma de áreas opacas. As causas podem ser sistêmicas, locais ou genéticas. As influências sistêmicas são comuns 
deficiências nutricionais, endocrinopatias, doenças febris e intoxicação química. Onde a água potável contém mais de 1,5 partes de fluoretos 
por um milhão, pode ocorrer fluorose endêmica crônica como resultado do uso contínuo no período de amelogênese. Nesse caso, é importante 
a substituição urgente da água com níveis de fluoretos muito abaixo do normal (mesmo sendo ótimo para proteção contra cáries). 
A hipoplasia de origem sistêmica apresenta lesão nas áreas dos dentes onde se formou o esmalte durante o distúrbio. 
A hiperplasia do esmalte de origem sistêmica é ativa durante o primeiro ano de vida e afeta incisivos, caninos e primeiros molares. 
Fatores locais afetam dentes isolados. 
O tipo hereditário de hipoplasia do esmalte é provavelmente um distúrbio generalizado dos ameloblastos. A anomalia é transmitida, e o 
esmalte de tais dentes é tão delgado que não se pode observar clinicamente e nem em radiografias. 
O esmalte mosqueado é um exemplo de hipocalcificação sistêmica, e a causa da deficiência da calcificação é um conteúdo alto de fluoreto na 
água. 
As mesmas causas locais que afetam a formação do esmalte podem atrapalhar a maturação. Uma perturbação durante a maturação pode 
causar deficiência na calcificação. 
O tipo hereditário de hipocalcificação é caracterizado pela formação de uma quantidade normal de matriz, que não amadurece 
completamente. Os dentes apresentam uma forma normal, mas o esmalte é opaco. A matriz do esmalte, hipocalcificada e mole, é manchada, 
desgastada ou se desprende em camadas. Quando o esmalte é perdido, os dentes são pequenos e marrons, e a dentina exposta é 
extremamente sensível. 
A descoloração do esmalte por causa de tetraciclinas durante a infância é o problema mais comum. Mas, o uso de alguns materiais 
restaurativos capeadores de superfície podem produzir bons resultados estéticos. 
DENTINA 
A dentina constitui a maior parte do dente. Consiste de células especializadas, os odontoblastos e uma substância intracelular. Os 
odontoblastos estão localizados na superfície pulpar, porém são considerados células próprias da dentina. A principal diferença entre osso e 
dentina é que o osso contém substancia intracelular como os osteócitos, já a dentina contém os prolongamentos citoplasmáticos. Tem cor 
amarelo-claro. A dentina está sujeita a deformações e é altamente elástica. 
Complexo dentina-polpa 
Dentina e polpa formam um complexo em íntima relação topográfica, embriológica e funcional, por isso têm características biológicas comuns: 
a papila dentária. 
Composição química 
A dentina consiste de 30% de matriz orgânica e 70% de inorgânica. Dentre a composição inorgânica, possui cristais inorgânicos (70%), matriz 
orgânica (20%) e água (10%). Já a composição orgânica constitui de fibrilas colágenas tipo I (85%), fibrilas colágenas tipo III e V (5%) e 
substancia amorfa, como proteoglicanas, glicoproteinas, fosfoproteinas, proteínas morfogenéticas dentinárias (10%). 
A descalcificação consiste na remoção da parte inorgânica e conservação dos constituintes orgânicos, sendo que a forma da dentina é 
conservada. Já a incineração remove os constituintes orgânicos, as substancias inorgânicas se retraem, mas mantém a forma do órgão e se 
tornam muito quebradiças e porosas. 
Estrutura 
Os odontoblastos presente na superfície pulpar da dentina emitem seus prolongamentos que ficam embebidos na matriz mineralizada. 
Cada célula da origem a um prolongamento que atravessa a pré-dentina e a dentina calcificada para terminar numa ramificação em rede 
na junção com o esmalte (JAD) ou cemento (JCD). Os túbulos são encontrados em toda a dentina normal, e por isso são característicos dela. 
Trajeto dos túbulos dentinários 
É algo curvo e lembra à forma de S. começando em ângulos retos a partir da superfície pulpar, a primeira convexidade deste trajeto 
duplamente curvo é dirigida para o ápice do dente, na junção com o cemento (JCD) ou com o esmalte (JAD). Os túbulos apresentam um 
trajeto em curva suave, com mais túbulos na coroa. Já na raiz, a curvatura é menos acentuada e apresentam menos túbulos. Esses túbulos 
dentinários têm ramificações laterais por toda a dentina, as quais são chamadas de canalículos. 
 
Dentina peritubular ou intratubular 
É a dentina que circunda diretamente os túbulos dentinários. É mais 
mineralizada que a dentina intertubular. Apresenta parede mais espessa na 
superfície externa da dentina. 
Dentina intertubular 
A massa principal da dentina é composta por dentina intertubular. Fica entre 
os túbulos dentinários (entre zonas de dentina peritubular). Embora seja 
altamente mineralizada, mais da metade do seu volume está formado por 
matriz orgânica, que consiste de numerosas fibrilas colágenas envolvidas por 
uma substancia intercelular amorfa. As porções externas da dentina, 
formadas primeiro tanto debaixo do esmalte, como do cemento, contem 
quantidades variáveis de grossos feixes de fibrilas, que estão dispostos em 
ângulos retos à superfície dentinária. Este é o chamado manto da dentina. A 
principal porção formada subseqüentemente é conhecida como dentina 
circumpulpar. 
Pré-dentina: é a primeira a ser formada. A medida que fibras colágenas são mineralizadas, no limite entre pré-dentina e dentina, a pré-
dentina se transforma em dentina e uma nova camada de pré-dentina se forma circumpulparmente. 
Componente mineral: a orientação dos cristalitos da dentina parece seguir as fibras colágenas. A mineralização é resultado da cristalização 
dentro e entre as fibras colágenas. As próprias fibrilas podem mineralizar-se. Dentro e ao redor de fibrilas colágenas isoladas, os cristais 
parecem estar orientados com seus longos eixos paralelos à direção das fibrilas. Uma vez que as fibrilas formam uma rede, a distribuiçãototal 
dos cristais na dentina é muito mais complexa do que no esmalte. 
Processos odontoblásticos 
São extensões citoplasmáticas dos odontoblastos, ocupando um espaço na matriz da dentina, conhecido como túbulos dentinários. Os 
processos são maiores perto da junção com o corpo celular do odontoblasto. Os processos odontoblásticos se dividem próximo as suas 
extremidades, perto da junção dentina-esmalte (JAD), em varias ramificações terminais. Sendo que os túbulos estão mais agrupados junto à 
polpa, e mais separados na superfície. Ao longo do curso, a partir da polpa até a periferia, elas enviam processos secundários delgados 
encerrados em finos túbulos, que parecem se unir com extensões similares laterais dos processos odontoblasticos vizinhos (igual ao dos 
osteócitos). 
Fusos do esmalte- túbulos dentinários que ultrapassam a JAD. 
 Dentina primária: reage a estímulos fisiológicos e patológicos. Compreende toda dentina formada 
antes da formação completa da raiz. Forma a maior parte da dentina. 
A dentina primaria é dividida em: dentina de manto, dentina circumpulpar, dentina peritubular e 
dentina intertubular. 
-dentina de manto é a primeira a ser formada, é mais periférica, sendo que está abaixo da junção 
amelobasto-dentinária. Apresenta fibras colágenas grosseiras, frouxamente arranjadas e 
perpendiculares à JAD. 
-dentina circumpulpar forma o restante da dentina primaria. Apresenta 4% mais mineral e fibras 
colágenas de pequeno diâmetro e compactadas. 
Dentina secundária: também reage a efeitos fisiológicos e patológicos. Sob condições normais, os 
odontoblastos são ativos e a formação de dentina pode continuar por toda vida. A dentina formada 
na vida avançada é separada da dentina formada mais cedo por uma linha de cor escura. A dentina que forma a barreira limitante da linha de 
demarcação chama-se dentina secundaria. Apresenta-se continua com a dentina primaria, mas apresenta irregularidades variáveis. Seus 
túbulos são muitas vezes ondulados e estão em menor quantidade. Apresenta a mesma composição da dentina primaria. 
Linhas incrementais (linhas de Von Ebner): linhas finas que correspondem às linhas de retzius no esmalte. E de modo semelhante refletem 
a variações na estrutura e mineralização durante a formação da dentina. O curso das linhas indica o padrão de crescimento da dentina. 
Ocasionalmente, algumas linhas estão acentuadas devido ao distúrbio no processo de mineralização. Essas linhas são chamadas de Owen 
(apresentam faixas de hipocalcificação). Nos dentes decíduos, e nos primeiros molares permanentes, onde a dentina é formada parcialmente 
antes e parcialmente depois do nascimento, as dentinas pré-natal e pós-natal estão separadas por uma linha de contorno acentuada, chamada 
linha neo-natal, que são resultado de calcificação incompleta, e representa as alterações abruptas no meio ambiente e na nutrição, que 
ocorrem ao nascimento. 
 
Dentina interglobular 
A mineralização da dentina começa algumas vezes em pequenas áreas 
globulares, que normalmente se unem para formar uma camada de dentina 
uniformemente calcificada. Se a fusão não ocorrer, permanecem regiões não 
mineralizadas ou hipomineralizadas entre os glóbulos. Estas são chamadas de 
dentina interglobular. Os túbulos dentinários passam sem interrupção pelas 
áreas não-calcificadas. É encontrada principalmente na coroa, perto da junção 
dentina-esmalte, e ela segue o padrão incremental do dente. Não há dentina peritubular. A arquitetura e o trajeto dos túbulos é normal. 
Camada granular de tomes: em corte por desgaste, uma delgada camada de dentina, adjacente ao cemento, parece granular. Esta é a 
camada granular de tomes. A configuração é encontrada somente na raiz e não acompanha o padrão incremental. Essa camada pode se 
originar de um encurvamento das projeções terminais dos túbulos dentinários. Isso seria o resultado de uma orientação ligeiramente diferente 
dos processos odontoblásticos nas etapas iniciais da formação da dentina radicular, se comparada com a adjacente ao esmalte. 
 
Ciclo vital dos odontoblastos: os odontoblastos são células do tecido 
conjuntivo altamente especializadas, que se diferenciam a partir da 
camada celular periférica da papila dentaria. Antes da diferenciação, 
o epitélio interno do esmalte é separado da papila dentaria por uma 
membrana basal continua, muito delgada. No inicio da diferenciação, 
as células periféricas da papila dentaria assumem uma forma colunar 
curta, e tornam-se alinhadas numa única camada ao longo da 
membrana basal. Os núcleos estão situados basalmente. As 
extremidades distais são vilosas e varias projeções de cada célula se 
estendem até a membrana basal. Como a diferenciação progride, as 
células crescem até varias vezes o seu comprimento original, 
aparecendo de forma colunar. Ocorre um aumento de organóides para aumentar a atividade celular, formando a matriz dentinária. 
Os odontoblastos começam a se separar da membrana basal com a formação da primeira camada de dentina, e suas extremidades 
distais tornam-se afuniladas. Como mais dentina é depositada, as células continuam retirando-se de modo que elas estão sempre localizadas 
numa camada ao longo da superfície pulpar da pré-dentina formada recentemente. À medida que a célula recua, vai deixando atrás uma 
extensão isolada, o processo odontoblástico se alonga, de acordo com o túbulo dentinário. 
Os odontoblastos diferenciados diminuem ligeiramente de tamanho, mas retém suas características estruturais por toda a vida. O 
processo celular continua a se alongar à medida que a matriz da dentina vai sendo formada. Nesse ponto os odontoblastos entram em estado 
de repouso. A menos que sejam estimulados por influencia externas para produzir dentina reparadora, sua atividade é restrita a uma formação 
de dentina secundaria ordinariamente muito lenta. 
Fase dos odontoblastos: 
 -Fase secretora: organelas proeminentes: REG, Golgi, mitocôndrias. Células estreitrada, citoplasma basófilo, núcleo basal, bem evidente, 
cromatina descondensada, nucléolos. 
-Fase transicional: célula estreitada, organelas reduzidas, núcleo deslocado da extremidade basal, cromatina condensada, vacúolos 
autofágicos (reorganização do citoplasma). 
Dentinogenese: ocorre numa seqüência de 2 fases. A 1° é a elaborada de uma matriz orgânica não-calcificada chamada pré-dentina. A 
segunda fase, mineralização não começa ate que seja depositada uma faixa de pré-dentina larga. A mineralização se faz em um ritmo que 
imita a grosso modo a formação da matriz. Assim, até que a matriz esteja completa, a largura da pré-dentina permanece constante. 
A formação e calcificação da dentina começa na ponta das cúspides ou bordos incisais, e avança para dentro por uma aposição rítmica de 
camadas cônicas uma dentro da outra. Quando a dentina da coroa está sendo depositada, as camadas apicais assumem a forma de cones 
truncados e alongados. Com a conclusão da dentina radicular, a formação da dentina primaria chega ao seu final. 
Formação da pré-dentina: o primeiro sinal do desenvolvimento da pré-dentina é o desenvolvimento de feixe de fibrilas entre os 
odontoblastos, que são conhecidos como fibras de Korff (apresentam coloração por prata – agirófilas). As fibras de Korff são os constituintes 
mais importantes da matriz formada inicialmente, devido à disposição de leque das fibrilas perto da membrana basal. Esta camada 
relativamente estreita compreende o manto da pré-dentina. 
Mineralização: depois que vários micra de pré-dentina foram depositados, começa a mineralização das camadas mais próximas à junção 
dentina-esmalte (JAD), em pequenas ilhotas que subseqüentemente se fundem e formam uma camada calcificada contínua. O começo e o 
avanço da mineralização são acompanhados por numerosas alterações na substancia de fundo da matriz orgânica. A primeira deposição de 
cristais é sob a forma de finas placas de hidroxiapatitasobre superfícies das fibrilas colágenas e na substancia fundamental. 
Subseqüentemente os cristais parecem ser depositados dentro das próprias fibrilas. O processo de calcificação é gradual, mas a região 
peritubular torna-se altamente mineralizada numa etapa muito precoce. 
Vitalidade da dentina 
Dentina terciária ou reparativa: se os processos odontoblasticos são expostos ou cortados 
por um desgaste extenso, erosão, caries ou procedimentos operatórios, os odontoblastos 
lesionados podem continuar formando uma substancia dura, ou podem degenerar e serem 
substituídos pela migração de células indiferenciadas das camadas mais profundas da polpa 
para a superfície dentinaria. Essa resposta é produzida apenas pelas células afetadas. O 
curso dos túbulos é freqüentemente torcido e seu numero é muito reduzido, mas podem 
apresentar-se regulares ou estarem ausentes. Freqüentemente está separada pela dentina 
por uma linha bem marcada. Apresentam inclusão de odontoblastos que é a osteodentina. 
Alterações na dentina 
Dentina esclerótica (transparente): são formadas por estímulos, que levaram a alteração 
da própria dentina. Tem aspecto cristalino e translucido. São observadas nos dentes de 
pessoas idosas, especialmente na raiz. São comuns sob caries de penetração lenta. 
 
Trechos inertes (tratos mortos): em cortes de dentina seca, os processos odontoblásticos podem se desintegrar, e os túbulos vazios são 
preenchidos com ar. Eles aparecem negros na luz transmitida. Nos dentes com poupa viva, a degeneração dos prolongamentos ocorre 
devido à agressões (injurias, caries, atrito, abrasão, preparação de cavidades ou erosão). Em todos esses casos, os túbulos dentinários são 
preenchidos por substâncias gasosas. As áreas dos cordões mortos possuem sensibilidade diminuída. 
Teoria da sensibilidade dentinária 
A sensibilidade da dentina tem sido explicada pela hipótese de que qualquer 
injuria ou alteração do odontoblasto conduz a mudanças nas cargas 
superficiais do corpo celular, estimando as terminações nervosas sobre 
essas células. Se essa hipótese for correta, então, a maior sensibilidade da 
dentina perto da junção dentina-esmalte (JAD) poderia relacionar-se com a 
ramificação dos processos odontoblásticos nesta zona, e por esta razão, a 
uma maior área de superfície de citoplasma exposto de cada célula. Assim, 
dentes com lesões cariosas profundas são tratados somente por remoção 
parcial da dentina cariada e inserção de curativos contendo hidróxido de 
cálcio e hidróxido de zinco, para formar uma nova dentina ao lado da pulpar 
da lesão cariosa e o dentista pode agora reabrir a cavidade e remover os 
restos de carie sem comprometimento da polpa. 
Carie de dentina 
A penetração e expansão rápidas de carie na dentina resultam do alto 
conteúdo de substancias orgânicas na matriz da dentina. Forma um cone 
com base para a JAD. A lesão se espalha ao longo da JAD. Apresenta uma menor mineralização que o esmalte. É celular e tubular, permitindo 
o rápido deslocamento 
POLPA 
Normalmente todas as pessoas tem 52 orgaos dentários, 32 nos dentes permanentes e 20 nos primários. As polpas dos molares são 3 ou 4 vezes 
maiores que as dos incisivos. 
Funções da polpa 
Indutiva: a polpa induz a diferenciação do epitélio oral a formar a lamina dentaria e a formação do órgão do esmalte, e também determinar 
a identidade do dente formado. 
A polpa induz a lamina dentaria a formar o órgão do esmalte, que por sua vez forma a camada de Hertwig, e este promove o desenvolvimento 
do esmalte. 
Nutritiva: ela nutre a dentina através dos odontoblastos e seus prolongamentos. Os elementos nutricionais estão contidos no fluido tissular. 
Suporte sanguíneo. 
Sensorial: É responsável pela sensibilidade dentinária, pois apresenta nervos sensitivos. 
Formadora: os odontoblastos polpares desenvolvem a matriz orgânica, e funcionam na sua calcificação. Através do desenvolvimento dos 
processos odontoblásticos a dentina é formada. 
Defesa ou reparadora: respondem a irritação mecânica, térmica ou bacteriana pela produção de dentina reparadora, e mineralizando todos 
os túbulos dentinários produzidos. Tanto a dentina reparadora formada na polpa ou a calcificação dos túbulos (esclerose) são tentativas para 
proteger a polpa da fonte de irritação. A polpa desencadeia resposta inflamatória e responde a estímulos produzindo dentina reparadora, 
protegendo o órgão pulpar. 
Anatomia da polpa 
A polpa é dividida em polpa coronária, canal radicular, forame apical e canais acessórios. 
Polpa coronária: está localizada centralmente nas coroas dos dentes. Devido á continua deposição de dentina, a polpa torna-se menor com a 
idade. Isto não é uniforme por toda a polpa coronária, mas progride constantemente no assoalho do que no teto ou paredes laterais. 
Polpa radicular: se estende da região cervical da coroa até o ápice da raiz. Nos dentes anteriores as polpas radiculares são únicas, nos dentes 
posteriores, elas são múltiplas. Não são sempre retas e variam também em forma e 
tamanho. As porções radiculares dos órgãos pulpares são continuas com os tecidos 
conjuntivos periapicais, através do forame apical. Enquanto o crescimento progride, 
mais dentina é formada, de tal modo que quando a raiz do dente está madura, a 
polpa radicular está mais estreita. O canal polpar apical é também diminuído também 
devido à deposição de cemento apical. 
Forame apical: sua localização e forma podem sofrer mudanças como um resultado 
de influencias funcionais sobre os dentes. Freqüentemente há dois ou mais forames 
separados por uma porção de dentina e cemento ou somente cemento. 
Canais acessórios: dirigem-se lateralmente desde a polpa radicular, através da 
dentina radicular até ao tecido periodontal, podem ser vistos em qualquer local, ao 
longo da raiz, mas são particularmente numerosos no terço apical da raiz. É provável 
que eles ocorram em áreas onde o desenvolvimento da raiz encontra um vaso 
sanguíneo. Se o vaso esta localizado na área onde a dentina está se formando, é 
possível que o tecido duro se formará ao redor dele, aparecendo um canal lateral ou canais, a partir da polpa radicular. 
Composição 
A polpa é composta por 75% de água e 25% de material orgânico, sendo esse de tecido conjuntivo frouxo. A matriz orgânica apresenta fibras 
colágenas tipo I e III e fibras reticulares (Von Korff). A substancia fundamental é composta por proteoglicanas e fibronectina. 
Camadas da polpa 
Zona central, que contem muitos troncos nervosos e vasos sanguíneos. Perifericamente a polpa é circunscrita pela camada de odontoblastos, 
a zona pobre em células (camada acelular de weill – área de mobilização e substituição de odontoblastos), a zona rica em células (composta 
por fibroblastos e células mesenquimais indiferenciadas e camada parietal de nervos (complexo de Raskow). 
Tipos Celulares 
Fibroblastos: polpa é constituída de tecido conjuntivo especializado, devido 
a ausencia de fibras elásticas. Os fibroblastos são células que predominam na 
polpa. Eles produzem as fibras colágenas. Possuem a forma estrelada, e 
longos prolongamentos que se tocam e se unem por junções intercelulares 
com os prolongamentos de outros fibroblastos. Na polpa jovem, as células se 
dividem e são ativas na síntese de proteínas, mas a polpa mais velha elas são 
arredondadas, ou com prolongamentos e parecem menos ativas com poucas 
organelas intracelulares, são então, os fibrócitos. 
Odontoblastos: é o segundo tipo de célula mais proeminente. Está localizado 
adjacente à pré-dentina, com corpos celulares na polpa e os prolongamentos 
celulares nos túbulos dentinarios. Os corpos celulares dos odontoblastos são 
colunares na aparência com núcleos grandes e ovais que preenchem a porção 
basal da célula. As celulas apresentam-se em uma fileira muito juntas. O 
prolongamento da célula não contem reticulo endoplasmático, masdurante 
o período inicial da dentinogenese ativa ele contem mitocôndrias ocasionais e vesículas. Há diferença do citoplasma do corpo celular jovem 
ativo na dentinogenese e as celulas mais velhas. A fase inicial, o aparelho de golgi é mais proeminente, o RER é mais abundante, e numerosas 
mitocôndrias aparecem por todo o odontoblasto e seus prolongamentos. 
Celulas de defesa: macrófagos, pequenos linfócitos, eosinófilos, mastócitos e plasmócitos. 
- Macrófagos: apresenta o citoplasma cheio de grânulos. Tem a função de fagocitar corpos estranhos. 
- Linfócitos e eosinófilos: encontrados na polpa normal, mas durante a inflamação eles aumentam notavelmente. 
- Plasmócitos: aparecem durante a inflamação da polpa. São produtores de anticorpos. 
Elementos sanguíneos: neutrófilos, eosinófilos, linfócitos T, monócitos, basófilos. 
Células dendríticas: a maioria dos nervos da polpa são mielínicos. São estes os mediadores da sensação de dor causada pelos estímulos 
externos. Os nervos amielínicos são encontrados em íntima associação com os vasos sanguíneos da polpa, e são de natureza simpática. 
Apresentam terminais sobre as células musculares dos vasos maiores e funcionam como vasocontritores. Os axônios periféricos formam uma 
rede de nervos localizados adjacente à zona rica em células. Está é a camada parietal de nervos, também conhecida de plexo de Raschkow. 
Irrigação 
A dentina é muito vascularizada, com vasos provenientes das artérias e veias alveolares superiores e inferiores que penetram pelo forame 
apical e forames acessórios. 
Drenagem linfática 
Pequenos vasos de fundo cego na região coronária terminam em vasos de maior diâmetro que abandonam a polpa. Os dentes anteriores são 
drenados pelos linfonodos submentonianos e os dentes posteriores são drenados para os linfonodos submandibulares e cervicais profundo (Está 
diferente do que o Rogério falou, mas está no Slide de Karla). 
Rogério: dentes superiores são drenados pelo submandibular (tanto os anteriores quanto os posteriores) e os dentes inferiores são divididos em 
porções - posteriores são drenados para os submandibulares e os anteriores para os linfonodos submentonianos. 
 
Inervação 
São bem inervados. Os nervos seguem os trajetos dos vasos. Apresentam maior quantidade de fibras mielínicas, porem possuem fibras 
amielinicas. Ambas as fibras são somáticas: Dor (Trigêmio). 
As fibras amielinicas: SNA simpático (gânglio cervical superior) para os vãos, vasoconstritor. 
As fibras penetram no forame apical e formam o plexo nervoso parietal. Elas atravessam as zonas ricas e pobres em células, para ter junto aos 
odontoblastos e prolongamentos. 
Alterações regressivas 
Além da presença de menos células e fibras na polpa envelhecida, elas estão caracterizadas por uma diminuição do tamanho e numero 
de varias organelas citoplasmáticas. Ocorre uma diminuição do tamanho da câmara pulpar, devido à síntese de dentina e uma diminuição 
de fibras nervosas e de neurotransmissores. Ocorre também, um aumento do numero de calcificações isoladas. 
As calcificações pulpares são massas calcificadas nodulares que surgem na polpa coronária ou radicular. Conforme a estrutura são 
classificados em: 
- Dentículos Verdadeiros: tem estrutura semelhante à dentina, porque mostram túbulos dentinários contendo os processos odontológicos que 
os formam, e que existem em suas superfícies. Os dentículos verdadeiros são comparativamente raros. 
- Dentículos Falsos: não exibem túbulos dentinários, mas ao invés disso, aparecem como camadas concêntricas de tecido calcificado. Em 
alguns casos estes locais de calcificação aparecem dentro de feixes de fibras colágenas. No interior dessas camadas concêntricas podem haver 
restos de células necrosadas e calcificadas. 
- Calcificações difusas: aparecem como depósitos irregulares de cálcio no tecido pulpar, geralmente seguindo os feixes de fibras 
colágenas ou vasos sanguíneos. As calcificações difusas são geralmente encontradas no canal radicular, muitas vezes menos na área 
coronária, enquanto que os dentículos são vistos mais freqüentemente na polpa coronária. 
Conforme a localização, as calcificações podem ser classificadas em: 
- Livres: são inteiramente envolvidos por tecido pulpar; 
- Aderidos: estão parcialmente fusionados com a dentina; 
- Inclusos: estão inteiramente envolvidos por dentina.

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