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Recurso em direito processual penal

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Recurso
Conceito: É um meio processual que a lei faculta à parte ou impõe ao julgador para provocar a reforma, ou confirmação de uma decisão judicial. Citado em Fernando Capez (Câmara Leal)
Natureza jurídica: O recurso é um desdobramento do direito de ação ou de defesa. O recurso é a continuidade da relação jurídica processual que subsiste pelo inconformismo de uma das partes, ou de ambas, pelo provimento jurisdicional obtido em primeiro grau. (Távora) 
Charadinha
Habeas corpus e mandado de segurança podem ser considerados recursos?
Não. Habeas corpus e mandado de segurança são ações autônomas. 
Fundamentos do recurso:
Necessidade psicológica do vencido
Falibilidade humana
Combate ao arbítrio
Princípio do Duplo Grau de Jurisdição
A exigência do duplo grau de jurisdição, enquanto garantia individual, permite ao interessado a revisão do julgado contrário aos seus interesses, implicando o direito à obtenção de uma nova decisão em substituição à primeira. (Eugênio Pacelli)
	Fundamentação:
	Título IV – Da organização dos Poderes, Capítulo III 	– Do Poder Judiciário (arts.92, 93, III, e 125, §3º), e 	quando há atribuições recursais para os Tribunais 	(arts. 102, II e III, 105, II e III, e 108, II)
Charadinha
É possível alguém ser julgado no Brasil sem ter direito a um recurso? Fundamente.
Sim. Apesar de o Brasil ser signatário do Pacto de São José da Costa Rica (Convenção Americana de Direitos Humanos) Decreto nº 678/92, art. 8º, 2-h, a Constituição de 1988 permite o julgamento definitivo por uma única instância, quando houver foro por prerrogativa de função.
Princípio da vedação da reformatio in pejus
É vedada a revisão do julgado da qual resulte alteração prejudicial à situação do recorrente.
Fundamentação: (art. 617, CPP)
Reformatio in pejus direta: Quando só a defesa recorre, o Tribunal não poderá piorar a situação do réu.
Reformatio in pejus indireta: Caso a defesa recorra e o Tribunal anule a sentença, o processo será encaminhado ao Juiz a quo, e este não poderá piorar a situação do réu, ficando limitado a pena da primeira decisão.
Atenção: A jurisprudência entende que no caso de Tribunal do Júri, caso o Tribunal anule a decisão do jurado, o novo júri não pode mais aumentar a pena do Réu, reconhecendo qualificadora não admitida anteriormente. 
O sistema processual admite a reformatio in mellius, ou seja, se apenas o MP recorrer, o Tribunal pode reformar a decisão para beneficiar o Réu?
Sim. Na atual ordem constitucional nada impede a reformatio in mellius. (Eugênio Pacelli)
Ler Súmula 160 do STF
Princípio da voluntariedade 
Os recursos serão voluntários. Mas há situações que em o reexame da matéria é necessário para a validade da decisão, é o denominado recurso de ofício. (Súmula 423 do STF)
Princípio da taxatividade
Para que seja possível o manejo de um recurso, é preciso que o ordenamento jurídico o preveja expressamente: o rol não é exemplificativo, é numerus clausus
Princípio da unirrecorribilidade das decisões
A parte não pode interpor mais de um recurso para cada decisão. 
Princípio da unirrecorribilidade:
Apelação ou 
Recurso Em Sentido Estrito (RESE)?
Quando houver previsão do RESE para determinada decisão, este é o recurso a ser interposto, pois a Apelação é residual. Ou seja, se a decisão estiver prevista no art. 581 do CPP, o RESE será cabível. O recurso específico prevalece sobre o recurso genérico.
Atenção para charadinha
Apelação caberá das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular (art. 593, I, CPP)
RESE caberá nas hipóteses do art. 581 do CPP
Charadinha
No caso de uma sentença condenatória que revoga a suspensão condicional da pena (sursis), qual o recurso cabível?
Devemos considerar que é uma decisão condenatória terminativa de mérito, portanto definitiva.
Devemos considerar que se trata de Suspensão condicional da pena?
Resposta: APELAÇÃO
Embora caiba apelação para a parte que condenou o Réu e RESE para a parte que revogou a suspensão condicional da pena, o princípio da unirrecorrebilidade orienta que deve haver um único recurso. Nesse caso, o recurso da parte principal absorve o da parte secundária.
Mitigações: Interposição simultânea de RESP e RE
Princípio da Convolação
Ocorre quando um recurso interposto corretamente é convolado em outro por ser mais benéfico ao Réu. Exemplo: Uma revisão criminal que é recebida como habeas corpus em razão da celeridade do procedimento.
Princípio da fungibilidade, teoria do recurso indiferente, Teoria do “tanto vale”, princípio da permutabilidade ou conversibilidade dos recursos (art. 579 do CPP). 
Inexistência de má-fé
Interposição no prazo correto
Inexistência de erro grosseiro
Princípio da conversão
Se a parte interpuser recurso para órgão jurisdicional incompetente para conhece-lo, este deverá encaminhar o processo ao que detenha competência recursal. A parte não será prejudicada pelo endereçamento errado do recurso.
Princípio da complementariedade dos recursos: É possível que haja integração do recurso já interposto toda vez que a decisão recorrida for modificada supervenientemente, tanto em razão da correção de erro material, como de provimento de outro recurso, em virtude do exercício de retratação pelo juiz. Por exemplo, caso a defesa tenha interposto apelação e o MP embargos de declaração da sentença, e o juiz modifique a sentença em razão dos embargos de declaração, deve intimar a defesa para que apresente novamente seu recurso de apelação.
Juízo de prelibação/admissibilidade dos recursos
É a verificação dos pressupostos recursais objetivos e subjetivos. Pode ser feito tanto pelo Juízo a quo, como pelo Juízo ad quem.
Juízo a quo é o órgão inferior contra o qual se recorre.
Juízo ad quem é o órgão superior que analisará o mérito do recurso. 
Pressupostos Objetivos:
Cabimento: O recurso deve estar previsto em lei.
Adequação: Para cada decisão, há um recurso previsto em lei. 
Tempestividade: A interposição do recurso deve ser feita no prazo legal.
Em regra, os prazos de interposição no CPP é de 5 dias.
Para verificar a tempestividade recursal
Os prazos são contínuos e peremptórios 
Os prazos só começam a contar a partir do primeiro dia útil após a intimação. (Art. 184, CPC e art. 798, §1º, CPP e Súmula 310 do STF)
O prazo será prorrogado para o primeiro dia útil quando se encerrar sábado, domingo ou feriado. (art. 798, §3º CPP)
Atenção, não confundir com o Processo Civil:
Conta-se o prazo a partir da intimação e não da juntada do mandado aos autos. No caso de carta precatória, o prazo é contado a partir da intimação e não da juntada de carta precatória no juízo deprecante. Súmula 710 do STF. 
Termo a quo é o dia a partir do qual o prazo começa a correr.
Termo ad quem é o dia que termina o prazo legal.
Princípio da pluralidade dos graus de jurisdição: Havendo dúvida quanto à tempestividade do recurso, a dúvida se resolve em favor do Recorrente. (Fernando Capez)
Regularidade: Esse pressuposto recursal orienta que o recurso deve preencher as formalidades legais para ser recebido. A regra geral está inserta no art. 578 do CPP.
O recurso será interposto por petição ou por termo nos autos, assinado pelo recorrente ou por seu representante.
- Motivação. Princípio da dialeticidade. O recurso deve vir acompanhado de suas razões, sem as quais há nulidade na decisão que o julga. No caso do MP, a nulidade ocorre em razão do princípio da indisponibilidade da ação penal pública. 
	No caso da defesa, a falta de razões ou contrarrazões (defesa técnica) prejudica o princípio da ampla defesa. O Art. 601 do CPP é aplicado contra legem. (Fernando Capez)
Segundo o STJ, a nulidade da decisão ocorre quando não há intimação do defensor ou advogado para oferecer razões ou contrarrazões, quando verificada a ausência destas.
Fatos impeditivos: São fatos que surgem antes da interposição do recurso e impedem seu processamento. Por exemplo: a Renúncia do Réu ou do defensor e a falta de recolhimento à prisão. 
O entendimento da doutrinaé que prevalece o interesse do réu de não recorrer. Mas o STF e a jurisprudência tem se manifestado que prevalece o interesse do defensor/Advogado sobre o réu, pois o réu não tem conhecimento do que lhe é mais vantajoso. Em suma, vai prevalecer o interesse de quem quer recorrer, considerando o princípio do non reformatio in pejus (Súmula 705 do STF) (Fernando Capez)
O dever de se recolher à prisão era condição para a apelação. A fuga era fato impeditivo de recurso.
Porém, com o advento da Súmula 347 do STJ, o conhecimento de recurso de apelação do réu independe de sua prisão. ( ver Súmula 393 do STF)
Fatos impeditivos: São fatos que surgem antes da interposição do recurso e impedem seu processamento. Por exemplo: a Renúncia do Réu ou do defensor e a falta de recolhimento à prisão. 
O entendimento da doutrina é que prevalece o interesse do réu de não recorrer. Mas o STF e a jurisprudência tem se manifestado que prevalece o interesse do defensor/Advogado sobre o réu, pois o réu não tem conhecimento do que lhe é mais vantajoso. Em suma, vai prevalecer o interesse de quem quer recorrer, considerando o princípio do non reformatio in pejus (Súmula 705 do STF) (Fernando Capez)
O dever de se recolher à prisão era condição para a apelação. A fuga era fato impeditivo de recurso.
Porém, com o advento da Súmula 347 do STJ, o conhecimento de recurso de apelação do réu independe de sua prisão. ( ver Súmula 393 do STF)
Fatos extintivos: São fatos supervenientes à interposição do recurso que impedem seu conhecimento. A desistência e a deserção.
A desistência decorre de expressa manifestação de vontade do recorrente. O MP não pode desistir de seus recursos interpostos. O Defensor só pode mediante poderes especiais. Caso haja conflito de vontades entre defensor e acusado, a defesa técnica prevalece.
A deserção é o ato de abandonar o recurso, é a desistência tácita. Pode decorrer pela falta de preparo (pagamento de custas processuais, art. 806, §2º, CPP).
Pressupostos Subjetivos
Interesse jurídico: Necessidade do recurso para obter uma situação mais vantajosa. (art. 577, parágrafo único, CPP). 
O interesse jurídico deve ser demonstrado quando o Recurso é útil e adequado para alterar a situação jurídica imposta pela sentença judicial.
Charadinha
O Ministério Público pode recorrer de sentença penal condenatória para pedir a absolvição do Réu?
Sim. A jurisprudência entende que o MP pode recorrer de sentença condenatória, porque age como fiscal da lei, desde que tenha pedido a absolvição do Réu em sede de alegações finais (Fernando Capez).
Não pode recorrer se tiver pedido a condenação do Réu em alegações finais. Nesse caso, falta sucumbência do Estado-Administração. O MP como titular da ação penal representa o interesse do Estado-Administração. E o interesse recursal do Estado–Administração é a sucumbência processual.
Charadinha
O Réu pode recorrer quando a sentença for absolutória apenas para modificar as razões de fundamentação de sua absolvição?
Sim. Apesar de haver divergência doutrinária e jurisprudencial, o entendimento majoritário é que a sentença penal absolutória pode ter reflexos na responsabilidade do Réu em processos civis e administrativos (ação de improbidade administrativa e Processo disciplinar).
Legitimidade: Podem recorrer o MP, o Querelante, o Réu ou seu defensor. A defensoria tem legitimidade para recorrer mesmo quando houver réu revel.
Charadinha
O MP pode recorrer de sentença absolutória em ação penal privada?
Não. O MP é parte ilegítima para interpor recurso de sentença absolutória em ação penal privada, pois a vítima/querelante pode dispor da ação perdoando o ofendido ou se conformando com o decreto absolutório (Fernando Capez)
Charadinha
Advogado sem procuração pode interpor recurso em favor do Réu preso, mesmo que sem a anuência do Réu?
Réu leigo pode interpor recurso? 
Sim. A jurisprudência tem admitido mandato verbal de advogado sem procuração e de defensor dativo.
Sim. O Réu tem legitimidade para interpor recurso
Efeitos dos Recursos
Devolutivo: É comum a todos os recursos. Consiste em transferir à instância superior o conhecimento de determinada questão (Capez). Cabe ainda a instância superior avaliar matéria que lhe permite conhecimento de ofício, sem impugnação expressa das partes. Por exemplo: nulidade absoluta quando há prejuízo ao réu (Nucci).
Recuso iterativo: são recursos que o reexame da matéria é feito pelo próprio órgão recorrido. Ex: Embargos de declaração.
Recurso Reiterativo: Só devolve a matéria para o órgão ad quem. Ex: Apelação.
Recurso Misto: A matéria é reexaminada tanto pelo órgão recorrido como pelo órgão de instância superior. Ex: Recurso em Sentido Estrito e Agravo em Execução.
Suspensivo: É excepcional, impedindo que a decisão produza efeitos desde logo. No silêncio da lei, o recurso não tem efeito suspensivo. A apelação na sentença absolutória não tem efeito suspensivo. 
No processo penal, a sentença condenatória não tem eficácia imediata, devendo-se 	aguardar seu trânsito em julgado, considerando o princípio da presunção de inocência. Para que o réu seja preso, quando da sentença, é necessária a demonstração dos requisitos da prisão preventiva.
Nesse sentido, a apelação contra sentença condenatória sempre terá efeito suspensivo. (Pacelli)
Extensivo: Está previsto no art. 580, CPP. No caso de concurso de agentes, a decisão do recurso interposto por um dos réus, se fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos demais.
Regressivo, iterativo ou diferido: É o efeito que possibilita o juízo de retratação por parte do órgão recorrido, possibilitando, assim, ao prolator da decisão, a possibilidade de alterá-la ou revogá-la parcial ou inteiramente. (Recurso em sentido estrito)
Translativo: Decorre do efeito devolutivo, mas o efeito translativo devolve toda a matéria não atingida pela preclusão. Aplica-se ao recurso de ofício. Também pode ser verificado quando a acusação recorre sozinha. Nesses casos, o Tribunal poderá reconhecer nulidades ainda que não arguidas pelo MP, pois para ele não vigora o princípio tantum devolutum quantum appellatum. (Súmula 160 do STF)
Dilatório-procedimental: Natural de todos os recursos. Representa o prolongamento da relação processual, pois a interposição do recurso distende o rito, formatando uma nova fase denominada procedimento recursal.
Dos Recursos em Geral
Recurso de ofício (Reexame necessário)
Sentença que conceder habeas corpus (art. 574, I, CPP)
Decisão absolutória e de arquivamento de inquérito (art. 7º, Lei nº 1.521/51)
Decisão que conceder a reabilitação (art. 746, CPP)
Críticas ao recurso de ofício:
Princípio da presunção de inocência
A Lei nº 8.137/90 não trata de reexame necessário
Qual interesse do Tribunal em reexaminar a reabilitação se o próprio MP pode recorrer?
Atenção: Mesmo com forte resistência da doutrina e de alguns tribunais, o entendimento majoritário jurisprudencial é que o recurso de ofício ainda existe e se aplica no atual sistema processual penal.
Recurso Em Sentido Estrito (RESE)
Art. 581.  Caberá recurso, no sentido estrito....:
I - que não receber a denúncia ou a queixa;
Na decisão que rejeita a denúncia, o Réu deve ser intimado para apresentar contrarrazões ao recurso em sentido estrito interposto. (Súmula 707 do STF)
O recebimento da denúncia é irrecorrível, mas o réu pode manejar habeas corpus pra trancar ação penal cujo crime comine pena privativa de liberdade e mandado de segurança quando o crime não prevê prisão, na falta de justa causa.
Nos processos por crime de imprensa (lei nº 5.250/67), cabe RESE no caso de rejeição da denúncia, em virtude da não recepção pela CF/88 (Decisão do STF na ADPF 130 de 6.11.2009) 
Atenção: No caso de infrações penais de competência do Juizado Especial, das decisão que rejeitar a denúncia ou queixa, cabe apelação. (art. 82, Lei nº 9.099/95)
II - que concluir pela incompetência do juízo;
Exemplo: Quando houver a desclassificação do Réu na competência da Vara do Tribunal do Júri.III - que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição;
O dispositivo se refere às exceções de incompetência do juízo, litispendência, ilegitimidade de parte e de coisa julgada. Não se refere à exceção de suspeição. (art. 95. CPP) São irrecorríveis as decisões que rejeitam as exceções.
IV – que pronunciar o réu;
A decisão de pronúncia é uma decisão interlocutória mista não terminativa, pois encerra a primeira fase do rito do júri e dá início a uma nova etapa.
V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante;
Fiança julgada inidônea é aquela que foi prestada, por engano, em quantia insuficiente, ou cujo valor se depreciou com o tempo, havendo necessidade de ser reforçada, sob pena de ficar sem efeito. (Capez) (art. 340, CPP)
Quando a pena abstrata máxima não for superior a 4 anos , a concessão da fiança fica a cargo do Delegado (art. 322, CPP), nos demais cargos fica a cargo do juiz. 
Nos crimes que a pena não excede a 2 anos, bem como nas contravenções, não se exige fiança, desde que assumido o compromisso de comparecer à sede do juizado. 
Cabe RESE da decisão que confirma o arbitramento da fiança pelo delegado.
Atenção: Se o Juiz impor medida cautelar diversa da prisão (art. 319, CPP) com fiança, a doutrina entende que é cabível RESE, visto que o Juiz estará concedendo liberdade provisória. (Távora)
A hipótese do Decreto-lei nº 201/67, art. 2º, I, não tem eficácia, pois o Prefeito tem foro por prerrogativa de função. Então, não é cabível RESE da decisão que concede ou denegue prisão preventiva ou afastamento do prefeito por crime de responsabilidade.
Charadinha
Se o Réu tiver seu pedido de liberdade provisória negado, qual a medida jurídica cabível?
Se o Réu tiver seu pedido de relaxamento de prisão negado, qual a medida jurídica cabível?
Em ambos os casos, a defesa deverá impetrar habeas corpus, pois não cabe RESE para o indeferimento de pedido de liberdade provisória, nem para o indeferimento de pedido de relaxamento de prisão.
Lembrar que o RESE é uma medida utilizada frequentemente pelo MP, pois para a defesa seu trâmite não é célere.
Charadinha
O Assistente de acusação é parte legítima para interpor RESE contra decisão que concede liberdade provisória ao acusado?
A jurisprudência majoritária considera que o assistente de acusação não é parte legítima para interpor RESE, pois o interesse de punir é da sociedade e não da vítima. 
A questão não é pacificada na doutrina. Nucci entende que o assistente de acusação deveria ter legitimidade para o RESE.
VII - que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor;
Ler o art. 341, 343 e 344 do CPP.
Nos crimes afiançáveis, uma vez arbitrada a fiança para o fim de concessão de liberdade provisória vinculada, o acusado que desatende qualquer das condições impostas para que a fiança seja concedida, terá a mesma por quebrada, desafiando recurso em sentido estrito. (Távora)
VIII - que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade;
Necessário destacar que as decisões que decretem a prescrição da pretensão executória ou a extinção da punibilidade no processo de execução são impugnadas mediante agravo em execução. A execução penal só comporta o recurso de agravo (lei nº 7.210/84). (Távora)
IX - que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva da punibilidade;
Mesma observação. Aa execução penal só comporta o recurso de agravo (lei nº 7.210/84). (Távora)
X - que conceder ou negar a ordem de habeas corpus;
É o caso de impetração que se dirige contra a Autoridade Policial. Na situação, o Juiz de 1º Grau nega ou concede a ordem contra a prisão policial. Nessa situação, a defesa pode utilizar-se de outro habeas corpus para o Tribunal por ser mais célere do que o RESE.
Outras hipóteses de cabimento do RESE:
XIII - que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte;
XV - que denegar a apelação ou a julgar deserta;
XVI - que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial;
Questão prejudicial devolutiva é aquela que deve ser resolvida em processo alheio ao da Justiça Penal (Por exemplo: No crime de bigamia, o réu tenta anular seu casamento na esfera cível. O processo penal deve ficar suspenso aguardando a decisão civil).
Questão prejudicial não devolutiva é aquela causa que pode ser resolvida pelo próprio Juiz Penal. (Por exemplo: No crime de receptação, o Juiz Penal pode verifica a ilicitude do bem)
XVIII - que decidir o incidente de falsidade;
Havendo dúvida acerca da falsidade de documento carreado aos autos, instaura-se o respectivo incidente. Da decisão exarada, declarando ou não a falsidade, caberá RESE.
Atenção!!
Com o advento da Lei nº 11.689/2008, não cabe mais RESE para decisão:
XIV - que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir;
A lei nº 11.689/2008 revogou tacitamente o inciso XIV do art. 561, CPP. Agora contra a lista geral dos jurados, caberá reclamação por qualquer do povo dirigida ao juiz presidente do Tribunal do Júri. (art. 426, §1º, CPP)
Com o advento da Lei nº 7.210/84, não cabe mais RESE nas causas decididas na execução penal, mas sim agravo em execução:
XI - que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena;
XII - que conceder, negar ou revogar livramento condicional;
XVII - que decidir sobre a unificação de penas;
XIX - que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em julgado;
XX - que impuser medida de segurança por transgressão de outra;
XXI - que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos casos do art. 774; Sem aplicação 
XXII - que revogar a medida de segurança;
XXIII - que deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a lei admita a revogação;
XXIV - que converter a multa em detenção ou em prisão simples. Sem aplicação
Charadinha
Por que não é mais possível a conversão da pena de multa em detenção ou prisão simples, quando o condenado deixar de pagá-la?
Art. 51 - Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada dívida de valor, aplicando-se-lhes as normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição.
Apelação
Tem um caráter subsidiário. Diante de uma sentença, o intérprete deve avaliar se é hipótese de RESE, caso não seja, o recurso cabível será Apelação. 
A Apelação pode assumir duas funções:
	1 Função rescisória: apelação manejada contra sentença do presidente do Tribunal do Júri, visando a redução da pena. O Tribunal reformará a decisão e manterá o que foi decidido pelo júri.
	2 Função rescindente: quando o Tribunal cassa a decisão do júri por ter sido proferida de forma contrária a prova dos autos, e manda o réu a um novo julgamento do júri, respeitando assim a soberania dos veredictos.
Em regra, a Apelação se dirige para:
	Sentenças (decisões que julgam o mérito 	da pretensão punitiva)
	Decisões com força de definitivas (decisões que julgam questões ou processos incidentes)
Hipóteses de cabimento da Apelação
Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias: 
I - das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular;
	Cabe apelação contra todas as sentenças absolutórias e condenatórias. Inclusive as sentenças que absolvem sumariamente. 
Atenção: A sentença de impronúncia e de absolvição sumária é impugnada por Apelação. (art. 416, CPP)
Já a sentença de pronúncia é impugnada por RESE.
 
II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular nos casos não previstos no Capítulo anterior; 
Como exemplo: Sentença que resolve incidente de restituição de coisa apreendida, decisão que homologa laudo pericial de pedido de busca e apreensão em crimes contra a propriedade imaterial, que indefere pedido de justificação, que concede reabilitação. Atenção: decisão que declara extinta a punibilidade édesafiada por RESE.
III - das decisões do Tribunal do Júri, quando:
Importante deixar claro que pela soberania dos veredictos, a apelação das decisões do júri tem caráter restrito, não devolvendo a matéria de forma plena (Súmula 713, STF)
 
ocorrer nulidade posterior à pronúncia; 
Quando a nulidade for relativa, deve ser arguida logo o início do julgamento, em seguida ao pregão das partes, sob pena de considera-se sanada (art. 571, V, CPP). Se a nulidade relativa tiver ocorrido durante o julgamento, o protesto deve ser feito logo após a sua ocorrência, sob pena de ser convalidada (art. 571, VIII, CPP). A falta de protesto impede o Apelante de levantar a nulidade relativa como preliminar do recurso. O Apelante deve também comprovar o prejuízo. No caso de nulidade absoluta, não é necessário protesto, pois é insanável.
for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados;
O Júri decide sobre os fatos e o juiz aplica a pena. c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança;
	Compreende as seguintes hipóteses: Aplicação da pena privativa de liberdade com violação ao critério trifásico da para sua fixação (art. 68, CP) e aplicação da pena acima ou abaixo do considerado justo. Parte da jurisprudência tem admitido o manejo de Apelação para excluir qualificadoras. Ainda é uma questão controvertida.
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos.
Carta Testemunhável

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