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UNIVERSIDADE PAULISTA DE BRASÍLIA 
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
DANIEL DOS ANJOS BRAGA - EC0S30 
JULINALDO LARANJEIRA ROXO - EC9Q30 
 
 
 
 
 
 
SEGURANÇA NO TRABALHO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES NA 
CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BRASÍLIA 
DF 
DANIEL DOS ANJOS BRAGA - EC0S30 
JULINALDO LARANJEIRA ROXO - EC9Q30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SEGURANÇA NO TRABALHO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES NA 
CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
Trabalho de conclusão de curso apresentado a 
Universidade Paulista, como pré-requisito para 
a obtenção do título em Engenharia Civil, sob a 
orientação do Sr. Vinicius Mendes de Sousa. 
 
 
 
 
 
 
 
BRASÍLIA 
DF 
 
DANIEL DOS ANJOS BRAGA - EC0S30 
JULINALDO LARANJEIRA ROXO - EC9Q30 
 
 
 
 
SEGURANÇA NO TRABALHO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES NA 
CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
 
Trabalho de conclusão de curso para obtenção do título 
de graduação em Engenharia Civil apresentado à 
Universidade Paulista – UNIP. 
 
 
Aprovado em: 
 BANCA EXAMINADORA 
 _________________________________________/___/___ 
Prof. 
Universidade Paulista – UNIP 
 _______________________________________/___/___ 
Prof. 
Universidade Paulista – UNIP 
 _______________________________________/___/___ 
Prof. 
Universidade Paulista - UNIP 
AGRADECIMENTOS 
 
 Primeiramente a Deus, nossa família, nossos amigos e todos que 
contribuíram diretamente e indiretamente para nossa formação. 
 Ao nosso orientador Sr. Vinicius Mendes de Sousa, pelo suporte no pouco 
tempo que coube, pelas suas correções e incentivos. 
 Ao Prof. Edwin Ferreira, pelos ensinamentos de última hora, que nos permitiu 
uma segunda chance de estarmos aqui hoje. 
 A todos vocês, queremos deixar nosso sincero Obrigado! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cada sonho que você deixa para trás 
é um pedaço do seu futuro que deixa 
de existir. 
 Steve Jobs 
RESUMO 
O objetivo deste trabalho é analisar como ocorre a segurança no trabalho e a 
prevenção de acidentes na construção civil, enfatizando canteiros de obras no 
Distrito Federal. Para conseguir cumprir esse objetivo, primeiramente fez-se uma 
pesquisa bibliográfica a fim de identificar alguns conceitos importantes para o 
desenvolvimento da pesquisa de campo. Diante disso, a pesquisa abordou temas 
sobre a segurança no trabalho, acidente de trabalho, comportamento de risco e 
ambiente de risco, ligando-os às causas dos acidentes. Para complementar o 
contexto do trabalho, procurou-se conhecer quais as leis de proteção de acidentes 
em se tratando da área da construção civil, buscando-se o embasamento na 
Constituição Federal do Brasil. A partir desses estudos, foram adquiridos 
conhecimentos de alguns dispositivos de proteção individual e de proteção coletiva 
como medidas para a diminuição dos acidentes de trabalho nos canteiros de 
construção civil. Para finalizar o trabalho, foi realizada uma pesquisa de campo por 
meio de entrevista para engenheiros e técnicos de segurança no trabalho e a 
aplicação de questionário para trabalhadores da construção civil; além disso, foram 
feitas fotografias de alguns canteiros de obras a fim de analisar se os trabalhadores 
estão utilizando os equipamentos de proteção individual, se há equipamentos de 
proteção coletiva e se o ambiente de trabalho pode ser considerado seguro. Após as 
análises concluiu-se que ainda há comportamentos inseguros no desenvolvimento 
das atividades dos trabalhadores da construção civil no Distrito Federal. 
 
Palavras-chave: Segurança no trabalho; Prevenção de acidentes; Construção civil; 
Equipamentos de segurança. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ABSTRACT 
The objective of this work is to analyze how security occurs in work and the 
prevention of accidents in civil construction, emphasizing construction sites in the 
Federal District. In order to achieve this objective, a bibliographical research was first 
carried out in order to identify some important concepts for the development of field 
research. Therefore, the research addressed topics on occupational safety, work 
accident, risk behavior and risk environment, linking them to the causes of accidents. 
In order to complement the context of the work, it was sought to know the accident 
protection laws in the area of civil construction, seeking the basis in the Federal 
Constitution of Brazil. From these studies, some knowledge of some individual 
protection and collective protection devices were acquired as measures for the 
reduction of work accidents at construction sites. To finalize the work, a field survey 
was carried out by means of an interview for engineers and safety technicians at 
work and the application of a questionnaire for construction workers; in addition, 
photographs were taken of some construction sites in order to analyze whether 
workers are using personal protective equipment, whether there is collective 
protective equipment and whether the work environment can be considered safe. 
After the analysis it was concluded that there are still unsafe behaviors in the 
development of the activities of construction workers in the Federal District. 
 
 
Keywords: Safety at work; Accident prevention; Construction; Safety equipment. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Gráfico 01 
Gráfico 02 
Gráfico 03 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 01 – Acidentes de trabalhos registrados entre 2007 e 2011 46 
Tabela 02 – Dados positivos coletados 57 
Tabela 03 – Dados negativos coletados 58 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
 
CIPA Comissão interna de prevenção a acidentes. 
SESMT Serviços especializados em Engenharia de segurança e em medicina 
do trabalho. 
MTE Ministério do trabalho e previdência social. 
PPRA Programa de prevenção de riscos ambientais. 
PCMAT Programa de condições e meio ambiente de trabalho na indústria da 
construção civil. 
CNAE Classificação nacional de atividades econômicas. 
CAT Comunicação de acidente de trabalho. 
TST Tribunal superior do trabalho. 
DDS Dialogo diário de segurança. 
DRT Delegacia regional do trabalho. 
DOS Dialogo diário do trabalho e orientação. 
CLT Consolidação das leis trabalhistas. 
MPS Ministério da previdência social. 
EPI Equipamento de proteção individual. 
EPC Equipamento de proteção coletivo. 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO................................................................................................ 13 
1.1 Considerações iniciais.................................................................................. 13 
1.2 OBJETIVOS.................................................................................................. 14 
1.2.1 Gerais.........................................................................................................14 
1.2.2 Específicos................................................................................................ 14 
1.3 Justificativa................................................................................................... 15 
1.4 ETAPAS DO TRABALHO............................................................................. 16 
2. REFERÊNCIAL TEÓRICO............................................................................. 17 
2.2.1 Segurança no trabalho:definição............................................................... 17 
2.3 Acidente de trabalho..................................................................................... 21 
2.4 Comportamento de risco e ambiente de risco.............................................. 25 
2.5 Causas dos acidentes de trabalho .............................................................. 27 
2.6 Prevenção dos acidentes na construção civil.............................................. 29 
2.7 A Proteção coletiva...................................................................................... 30 
2.8 A Proteção individual................................................................................... 31 
2.9 Medidas para diminuição dos acidentes..................................................... 32 
2.10 Higiene e organização do ambiente de trabalho....................................... 33 
2.11 Leis de proteção aos acidentes de trabalho.............................................. 34 
2.12 As normas reguladoras.............................................................................. 38 
2.13 Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho............................ 40 
2.14 Órgãos auxiliares....................................................................................... 42 
2.15 Acidentes de trabalho em construção civil................................................. 43 
3. METODOLOGIA............................................................................................. 47 
3.1 RESULTADOS............................................................................................. 48 
3.1.2 Analise do questionário aplicado a engenheiros e técnicos de 
segurança.......................................................................................................... 48 
3.2 Análise dos questionários aplicados aos trabalhadores.............................. 53 
3.3 Análise dos dados coletados....................................................................... 57 
3.4 Conclusão.................................................................................................... 60 
3.5 Recomendações para manter a segurança e a prevenção de acidentes 
 nas empresas X¹ e X².................................................................................. 61 
4. Referências.................................................................................................... 62 
4.1 ANEXOS...................................................................................................... 65 
4.1.1 Questionário aplicado a engenheiros e técnicos de segurança............... 65 
4.2 Questionário aplicado aos trabalhadores..................................................... 66 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
1. INTRODUÇÃO 
 1.1 Considerações Iniciais 
 
A segurança no trabalho pode ser entendida como o conjunto de medidas 
que é adotado visando minimizar ou eliminar os fatores de risco e os acidentes de 
trabalho, doenças ocupacionais, bem como reduzir seus efeitos; também visa a 
proteção da integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador, visto que a 
maioria desses acidentes é causada por fatores que são conhecidos, previsíveis e 
controláveis. (SOUSA, 2008 P.03). 
Muitos são os fatores que contribuem para que os acidentes de trabalho 
deixem de acontecer, como por exemplo, a adoção de comportamentos seguros na 
execução do trabalho por meio do uso de equipamentos de proteção coletiva e uso 
correto de equipamentos de proteção individual, treinamento constante dos 
trabalhadores e utilização de mão-de-obra especializada. (SOUSA, 2008 P .04). 
Segundo, OLIVEIRA (2001), em decorrência da construção civil tivemos a 
perda de milhões de vidas, provocadas por acidentes de trabalho e doenças 
ocupacionais, causadas principalmente, pela falta de controle do meio ambiente de 
trabalho, do processo produtivo e orientação dos operários. 
Muitos destes acidentes poderiam ser evitados se as empresas tivessem 
desenvolvidos e implementado programas de segurança e saúde no trabalho, além 
de dar mais atenção à educação e treinamento de seus operários. Estes programas 
visam a antecipação, avaliação e o controle de acidentes de trabalho e riscos 
ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho. 
Para conhecer a realidade na construção civil do Distrito Federal, será 
realizada uma pesquisa bibliográfica sobre a segurança no trabalho na construção 
civil e o uso de equipamentos de segurança coletiva e individual. 
Com a realização deste trabalho espera-se verificar se os trabalhadores 
da construção civil estão seguindo as normas de segurança no trabalho, como 
também se as empresas estão disponibilizando todos os equipamentos de 
segurança coletiva e individual aos seus funcionários. 
 
 
14 
 
Pois, para evitar os acidentes de trabalho, há leis que obrigam os 
responsáveis pela edificação e os trabalhadores a utilizarem medidas preventivas. 
Porém, muitas vezes, o que se observa nas obras é o total descumprimento dessas 
leis. 
Por isso, o assunto não deve ser tratado com irrelevante na área de 
engenharia civil, visto serem os engenheiros os responsáveis pela qualidade do 
produto final, assim como pela qualidade geral de todo o processo para chegar a 
esse produto e isso engloba a segurança no trabalho. 
Nesse contexto, o problema que orienta este trabalho é: Como é a 
segurança no trabalho e a prevenção de acidentes na construção civil em canteiros 
de obras no Distrito Federal? Para buscar uma resposta a esse questionamento, 
foram elaborados os seguintes objetivos: 
 
1.2 OBJETIVOS 
1.2.1 Objetivo geral: 
Analisar como ocorre a segurança no trabalho e a prevenção de acidentes na 
construção civil, enfatizando canteiros de obras no Distrito Federal. 
1.2.2 Objetivos específicos: 
 Analisar as leis e normas que regem os acidentes de trabalho na 
construção civil; 
 Identificar as causas desse tipo de acidente; 
 Analisar a importância da utilização dos equipamentos de proteção 
individual e dos equipamentos de proteção coletiva; 
 Analisar fatores de risco para a ocorrência de acidentes de trabalho na 
construção civil do distrito federal. 
 
 
 
 
 
15 
 
1.3 JUSTIFICATIVA 
Segundo OLIVEIRA (2017), atualmente, segurança no trabalho é um tema 
trabalhado e disseminado em todo o mundo, ultrapassando fronteiras, mesmo que 
ainda em estágios diferentes em cada continente. Independentemente do porte da 
organização, este assunto é destaque na rotina de qualquer empresa visto que a 
responsabilidade social e a preocupação com o bem-estar dos funcionários e de 
seus familiares são assuntos muito discutidos atualmente. 
O elevado número de acidentes na construção civil é preocupante, pois a 
maioria acontece devido ao não cumprimento das normas de segurança, por 
comportamento de risco pelo operário ou ambiente de risco por falta de 
responsabilidade dos profissionais responsáveis por gerenciar a construção. 
Dados do Anuário Estatístico da Previdência Social de 2013 disponíveis na 
página do Ministério da Previdência e AssistênciaSocial mostram que, naquele ano, 
ocorreram, no Brasil, 3.557 óbitos por acidente de trabalho (2010 a 2013) uma morte 
para cada 232 acidentes registrados (MPS, 2017). 
Diante dessa situação, torna-se necessário priorizar ações e adotar políticas 
mais contundentes para a prevenção dos fatores de riscos incidentes nos locais de 
trabalho. Nessa lógica, assume elevada importância mencionar que, no presente 
mercado globalizado, as relações comerciais bilaterais estão também levando em 
consideração padrões de exigência quanto às condições do meio ambiente natural e 
do meio ambiente de trabalho onde se produziu o bem ou o serviço. 
Estudos demonstraram que em mais de 96% dos acidentes, o comportamento 
de risco é a causa principal. Para mudar o comportamento de risco deve-se 
identificar as causas e corrigi-las. (VOTORANTIM METAIS, 2005). 
A meta é o desenvolvimento de empregados conscientes e motivados que 
possam trazer melhorias, porém, sozinhos não irão garantir sucesso, um ambiente 
seguro deve existir no local como suporte para as pessoas trabalharem com 
segurança. 
Por isso, a fim de evitar acidentes e doenças ocupacionais é necessário um 
trabalho de conscientização dos operários e um compromisso da empresa em criar 
um ambiente de trabalho seguro dentro das normas vigentes. 
 
16 
 
1.4 ETAPAS DO TRABALHO 
 
I. Revisão bibliográfica sobre a segurança no trabalho e a prevenção de 
acidentes na construção civil; 
II. Pesquisa de campo com levantamento quantitativo descritivo, através de 
questionário avaliativo com perguntas fechadas e abertas; 
III. Analise dos dados levantados e comparação com dados já registrados pelo 
Ministério da previdência social; 
IV. Avaliação dos resultados e proposta de melhorias futuras para complementar 
a segurança do trabalho na construção civil das empresas do Distrito 
Federal; 
 
 
 
 
 
 
 
APLICAÇÃO 
QUESTIÓNARIO 
ENGENHEIROS 
TÉCNICOS DE SEGURANÇA 
 
OPERÁRIOS 
ANÁLISE 
DOS DADOS 
 
 
 RESULTADOS OBTIDOS 
17 
 
 
2. REFERENCIAL TEÓRICO 
2.2.1 Segurança no Trabalho: definição 
 
A segurança no trabalho é, na visão de MENDES (2003), a preocupação 
com a prevenção de acidentes de trabalho. Portanto, ela é o conjunto de medidas 
que devem ser adotadas a fim de reduzir o número de acidentes no trabalho, 
garantindo a integridade e as condições seguras para o trabalhador desenvolver seu 
trabalho. De acordo com PEIXOTO (2011, p. 15-16): 
 
A Segurança do Trabalho pode ser entendida como o conjunto de medidas 
adotadas, visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças 
ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade de trabalho 
das pessoas envolvidas. [...] A Segurança do Trabalho é praticada pela 
conscientização de empregadores e empregados em relação aos seus 
direitos e deveres. 
 
A segurança do trabalho é de fundamental importância para que o 
trabalhador possa desenvolver suas atividades laborais. É nesse sentido que 
ANDRADE et al (2013), explicam que a segurança do trabalho corresponde a um 
conjunto de conceitos técnicos, educacionais, médicos e psicológicos que são 
empregados para evitar acidentes, seja pela eliminação das condições inseguras do 
ambiente de trabalho, como também pela instrução e conscientização das pessoas 
sobre a implantação de métodos de prevenção. 
Segundo concepção de ZOCCHIO (2002, p. 17), pode entender como 
sendo segurança no trabalho: 
 
Segurança do trabalho é um conjunto de medidas técnicas, administrativas, 
educacionais, médicas e psicológicas aplicadas para prevenir acidentes nas 
atividades das empresas. Indispensável à consecução plena de qualquer 
trabalho, as medidas de segurança têm por finalidade evitar a criação de 
condições inseguras e corrigi-las quando existentes nos locais ou meios de 
trabalho, bem como preparar as pessoas para a prática de prevenção de 
acidentes. 
 
 
18 
 
Dessa forma, para manter o ambiente seguro para que os trabalhadores 
possam desempenhar suas atividades, é necessária a preocupação com a 
segurança oferecida a eles. De acordo com ANDRADE et al (2013), a segurança do 
trabalho é uma forma ampla de prevenção de doenças ocupacionais e de acidentes 
de trabalho. Afirma também que, ao buscar a prevenção de acidentes de trabalho, 
deve-se prevenir as doenças ocupacionais. 
Por isso, a segurança do trabalho pode ser definida como um conjunto de 
medidas e ações que são aplicadas para prevenir acidentes e doenças ocupacionais 
em atividades empresariais. Segundo ANDRADE et al (2013, p. 3), “o objetivo 
principal da segurança do trabalho é garantir que as atividades se desenvolvam da 
forma como estavam previstas, sem oferecer riscos, eliminando também fatores que 
possam levar o trabalhador a sofrer acidentes ou incidentes”. 
Segundo ZOCCHIO (2001, p. 55), a Constituição Federal Brasileira trata 
de modo implícito das obrigações das empresas referentes à saúde e segurança do 
trabalho, cabendo à Lei Complementar dispor a respeito das relações entre 
empregador e empregado, e está o faz através da CLT – Consolidação das Leis do 
Trabalho. “A CLT expõe genericamente o que deve ser feito para garantir a 
segurança e a saúde dos trabalhadores”. 
A CLT, no artigo 157 dispõe sobre a segurança e medicina do trabalho. 
Neste particular, traz obrigações das empresas: 
 
Art. 157. Cabe às empresas: 
I – Promover a fiscalização do cumprimento das normas de segurança e 
medicina do trabalho; 
II – Instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às 
precauções a tomar no sentido de evitar acidentes de trabalho ou doenças 
ocupacionais; 
III – adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional 
competente; 
IV – Facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente. 
 
O artigo 157, segundo ZOCCHIO (2001, p. 34), dá às empresas uma 
dupla obrigação: “a de cumprir as obrigações que lhes cabem conforme as normas 
de segurança e medicina do trabalho e a de fazer com que os empregados cumpram 
as normas a eles destinadas, cada um no seu cargo, função, atividade ou tarefa”. As 
empresas têm essa obrigação como pessoas jurídicas, porém cabe às pessoas 
19 
 
físicas, da hierarquia administrativa, os que ocupam função de comando, promover o 
seu cumprimento no dia a dia. 
Empresas de porte médio ou superior, segundo ZOCCHIO (2001), 
possuem SESMT - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em 
Medicina do Trabalho - para dar supervisão ativa e bem preparada a respeito das 
Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego, conhecidas pela 
sigla NR (subtítulo 4.2.3, adiante). O SESMT é o órgão representativo da empresa 
para administrar o cumprimento das normas de segurança e medicina do trabalho. 
A segurança na construção civil é um fator que deve ser priorizado, visto 
que é uma área propensa a acidentes. Por isso a importância de buscar meios para 
evitar esses acidentes cumprindo as normas de segurança propostas. Diante disso 
Ribeiro Filho (1991, p. 375) expõe: 
 
Sabendo-se que as “Metas e Bases para a ação do governo” colocam a 
construção civil em plano prioritário no desenvolvimento nacional, dia a dia 
aumenta a frequência e a gravidade dos acidentes, à medida em que 
aumenta o desenvolvimento desta indústria, nos faz concluir que é preciso 
revisar o problema e examinar as causas que ocasionam tantas perdas 
humanas e econômicas e estabelecer o remédio oportuno. 
 
Assim, diante do alto índice de acidentes de trabalho na construção civil, 
faz-se necessário que haja um estudo mais aprofundado sobre suas causas a fim de 
minimizar esse número e evitar acidentes futuros, principalmente aquelesque são 
fatais. 
A revisão sobre a questão da segurança no trabalho para os empregados 
da construção civil, tornou necessária a elaboração de planos e metas a fim de 
diminuir os acidentes. Diante disso, RIBEIRO FILHO (1991, p. 375) afirma que cabe 
aos engenheiros de segurança: 
 
a. Adoção de medidas preventivas e aquisição de equipamentos de 
proteção adequados; 
b. Instrução aos mestres de obras sobre as medidas de proteção e maneira 
correta de utilizá-las; 
c. Conscientização dos empregados sobre as vantagens e necessidades 
das medidas de proteção. 
 
20 
 
Quando essas medidas são adotadas e rigorosamente seguidas, muitos 
acidentes podem deixar de existir, pelo fato de que os trabalhadores terão a seu 
dispor equipamentos e medidas para que os acidentes diminuam. 
Para tanto, é necessário que haja uma organização no canteiro de obras, 
com o objetivo de estabelecer e manter as condições ideais de trabalho. Por isso, 
RIBEIRO FILHO (1991, p. 375) afirma que antes de começar qualquer obra é 
preciso antes efetuar “um planejamento que assegure o andamento normal dos 
trabalhos (com relação ao organograma da obra) e a concretização das medidas 
preventivas de segurança”. 
Pelo fato de que, na construção civil, há uma grande rotatividade de mão-
de-obra, devido a temporariedade do trabalho, as medidas preventivas tornam-se 
ainda mais necessárias, visto que o ambiente de trabalho está sujeito a constantes 
renovações. 
Além da necessidade de estar sempre treinando esses trabalhadores 
quanto às medidas preventivas de acidentes, é preciso levar em consideração que 
os aspectos ambientais também são causas de acidentes, pois, segundo RIBEIRO 
FILHO (1991, p. 375), “o ambiente de trabalho está sujeito, de modo geral, a um 
fator incontrolável que é o das condições atmosféricas”. 
Portanto, como medidas preventivas de acidentes relativas ao homem, 
pode-se destacar: seleção adequada do pessoal, exames médicos pré-admissionais 
e periódicos, escolha adequada e eficiente dos equipamentos de proteção individual, 
educar os trabalhadores para um trabalho seguro e treinar os trabalhadores em 
prevenção de acidentes. 
Como medidas preventivas, quanto ao meio, cita-se: a manutenção 
periódica dos equipamentos, realização do maior número de tarefas possíveis à 
sombra, métodos úmidos para diminuir a poeira e evitar a exposição a agentes 
químicos. 
Assim, qualquer que seja o trabalho realizado por uma empresa, é 
possível evitar acidentes seguindo as normas preventivas necessárias, 
principalmente por meio do treinamento do pessoal quanto ao trabalho seguro e 
utilização correta dos equipamentos de proteção individual (EPI) e de proteção 
coletiva (EPC). 
21 
 
2.3 Acidente de Trabalho 
 
O acidente de trabalho é conceituado como sendo um evento não 
planejado que pode ter como consequência a morte, problemas de saúde, 
ferimentos, danos ou outros prejuízos humanos, ambientais e/ou materiais. 
De acordo com GOMES (2009), é preciso compreender a diferença entre 
acidente de trabalho e doença do trabalho. Para o autor, o acidente de trabalho é 
aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço do empregador, dentro e fora 
da empresa e que provoque lesão corporal ou perturbação funcional que cause a 
morte, a perda ou a redução, temporária ou permanente, da capacidade para o 
trabalho. Já as doenças do trabalho são compreendidas como aquelas doenças que 
são adquiridas ou desenvolvidas em razão das condições especiais em que o 
trabalho é realizado. 
De acordo com PINTO (2001), os acidentes de trabalho ocorrem por 
vários tipos de falhas, tais como: tecnológica, organizacional e na formação das 
pessoas. Para SHIDOU (2003, p. 23), um acidente de trabalho é “um acontecimento 
fortuito ou imprevisto, independentemente da vontade humana, e que 
ordinariamente causa um dano, pessoal ou patrimonial”, ou seja, é algo que não 
depende da intenção. 
Para GONÇALVES (2011, p. 975), o acidente de trabalho é “a ocorrência 
não programada, inesperada ou não, que interrompe ou interfere no processo 
normal de uma atividade, ocasionando perda de tempo útil e/ou lesões nos 
trabalhadores, e/ou danos materiais”. Essas ocorrências podem ser previsíveis, a 
partir do momento em que, na construção civil, o funcionário esteja praticando atos 
ou comportamentos inseguros. 
Esse tipo de atitude do funcionário leva à previsão de que um acidente 
possa vir a acontecer, ou não. Por isso, BINDER e ALMEIDA (2003, p. 770) 
esclarecem que o acidente de trabalho pode ser previsto, só não se pode prever 
quando ele acontecerá e nem de que maneira atingirá os trabalhadores; por isso os 
autores expõem que os acidentes de trabalho “podem ser prevenidos por meio de 
neutralização ou de eliminação dos fatores capazes de desencadeá-los”. 
22 
 
Dessa maneira, o acidente de trabalho é aquele que ocorre na execução 
das atividades trabalhistas e que decorre de danos à saúde ou integridade do 
trabalhador, impedindo-o de trabalhar ou incapacitando-o a exercer suas funções. 
Para CAIRO JUNIOR (2003, p. 41), o acidente de trabalho é um “evento casual, 
prejudicial para a capacidade laborativa, e relacionado com a prestação subordinada 
do serviço”. 
De acordo com AYRES (2001), segundo as estatísticas, as taxas de 
acidentes são mais elevadas em países em desenvolvimento, devido ao fato de que 
grande parte dos trabalhadores trabalharem em atividades consideradas primárias, 
extrativas e até mesmo secundárias, e ainda porque as medidas preventivas são 
quase desconhecidas. Ao contrário, em países industrializados as taxas de 
mortalidade por acidente encontram-se reduzidas, devido à elaboração e aplicação 
de leis de proteção ao trabalhador. 
Conforme AYRES (2001), o número de acidentes de trabalho por ano no 
mundo alcança a cifra de 250 milhões. Entre as vítimas estão as crianças, que 
somam 12 milhões de acidentados por ano, sendo que 12.000 são acidentes fatais. 
Devido a esse número elevado, os malefícios que são causados pelos 
acidentes do trabalho devem ser combatidos com maior eficácia, por meio do 
conhecimento das causas dos acidentes e dos meios para preveni-los, assim como 
das consequências que traz para a empresa e para o trabalhador. Somente o 
ambiente seguro, o uso de EPIs e de EPCs, como também da conscientização dos 
trabalhadores, será possível eliminar a maioria dos acidentes de trabalho. 
Uma das principais consequências do acidente de trabalho é a lesão 
corporal. Esse tipo de acidente traz consequências humanas e econômicas para a 
empresa, pois além dos direitos trabalhistas do acidentado, custos com internações 
e indenização (quando for o caso), ainda há os custos para a contratação e 
treinamento de outro trabalhador para ocupar o cargo vago. Além disso, traz 
onerações para o Estado, pois este é o responsável em pagar a indenização e o 
pecúnio ao trabalhador enquanto este estiver impossibilitado de voltar às suas 
funções. 
Devido a isso, o Estado viu a necessidade de estabelecer o que é 
acidente de trabalho. De acordo com o artigo 2º da Lei n° 6.367/76: 
23 
 
 
Art. 2º - Acidente do trabalho é aquele que ocorrer pelo exercício do 
trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação 
funcional que cause a morte, ou perda, ou redução, permanente ou 
temporária, da capacidade para o trabalho. 
 
Essa lei considera como sendo acidente de trabalho todo acidente que se 
equipara a doença profissional ou do trabalho; o acidente ligado ao trabalho que 
mesmo não tendo sido a causa única, contribuiu diretamente para a morte, a perda 
ou redução da capacidade para o trabalho; o acidente sofrido pelo empregado nolocal e no horário do trabalho; a doença proveniente de contaminação acidental no 
exercício de sua atividade; e, o acidente sofrido pelo empregado, ainda que fora do 
local e horário de trabalho, a serviço da empresa, em viagem a serviço da empresa 
ou no percurso da residência para o trabalho ou deste para aquela. 
Posteriormente, a Lei 8.213/91, atualizou a definição de acidente de 
trabalho: 
 
Art. 19 – Acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a 
serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos 
no inc. VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação 
funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou 
temporária, da capacidade para o trabalho. 
 
Mesmo com essa atualização do que seja considerado um acidente de 
trabalho, ainda persiste a ideia de que é algo incidental, que ocorre no ambiente do 
trabalho. No entanto, conforme ANDRADE et al (2013), os acidentes de trabalho não 
são acontecimentos fortuitos, muitas vezes eles ocorrerem devido a falta de 
comportamentos seguros, de treinamento e do descaso dos trabalhadores e das 
empresas quanto à segurança. 
A fim de evitar esses acontecimentos, é necessário um trabalho de 
conscientização dos trabalhadores e também o compromisso da empresa em criar 
um ambiente de trabalho seguro, afim de evitar ocorrências de acidentes por falta de 
segurança. 
Para CAIRO JUNIOR (2003), o acidente de trabalho é um evento casual, 
prejudicial para a capacidade laborativa, e relacionado com a prestação subordinada 
do serviço. Para o autor, em sua teoria de responsabilidade civil, o acidente do 
24 
 
trabalho constitui-se num fato provocador de dano indenizável. De qualquer maneira, 
como explica ZOCCHIO (2001), os acidentes são ocorrências anormais e 
indesejáveis, ocorridas no exercício do trabalho. 
Segundo o Ministério da Previdência Social (MPAS) um acidente de 
trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, com o 
segurado empregado, trabalhador avulso, médico residente, bem como com o 
segurado especial, no exercício de suas atividades, provocando lesão corporal ou 
perturbação funcional que causa a morte, a perda ou redução temporária ou 
permanente, da capacidade para o trabalho. 
Segundo GONÇALVES (2011, p. 975), do aspecto prevencionista, o 
acidente de trabalho é “a ocorrência não programada, inesperada ou não, que 
interrompe ou interfere no processo normal de uma atividade, ocasionando perda de 
tempo útil e/ou lesões nos trabalhadores, e/ou danos materiais”. O mesmo autor 
continua explicando que “se numa primeira ocorrência o acidente não provocou 
lesões em trabalhadores, ainda assim, deve ser investigado e analisado, de modo a 
evitar que sua repetição efetivamente possa provocar danos à saúde ou à 
integridade física dos empregados”. 
Conforme os esclarecimentos do autor, mesmo que um acidente não 
cause lesões, a empresa deve investigar e analisar as causas do mesmo a fim de 
evitar acidentes futuros da mesma ordem. Isso deve acontecer porque um acidente 
de trabalho, na visão de BINDER e ALMEIDA (2003, p. 770): 
 
(...) trata-se de fenômenos previsíveis, embora não seja possível prever 
exatamente quando ocorrerão e qual ou quais trabalhadores serão 
atingidos. E, sobretudo, podem ser prevenidos por meio de neutralização ou 
de eliminação dos fatores capazes de desencadeá-los. 
 
Observa-se assim, que um acidente de trabalho somente é imprevisível 
quanto quando e com quem ocorrerá, pois os comportamentos inseguros e a falta de 
segurança no local de trabalho são fatores determinantes de que acontecerá, 
futuramente, um acidente se não forem corrigidas as falhas. Segundo MORAES e 
PILATTI (2005, p. 3): 
 
25 
 
Os comportamentos, as atitudes e as reações dos indivíduos em ambientes 
de trabalho não podem ser interpretados de maneira válida e completa sem 
se considerar a situação total a que eles estão expostos. Todas as inter-
relações entre as diferentes variáveis, incluindo o meio, o grupo de trabalho 
e a própria organização. O acidente de trabalho, neste sentido, pode ser 
visto como expressão da qualidade da relação do indivíduo com o meio 
social que o cerca, com os companheiros de trabalho e com a organização. 
 
Dessa maneira, o comportamento no desenvolvimento das atividades do 
trabalhador influencia na ocorrência de acidentes no local de trabalho. Mesmo 
porque, na concepção de MORAES e PILATTI (2005), os acidentes de trabalho são 
resultados de interações inadequadas entre o homem, a tarefa e o seu ambiente. 
Por isso, na atualidade, houve uma ampliação do que é considerado 
como acidente de trabalho, visto que privilegia, não somente os casos de acidentes 
propriamente ditos, como também de doenças ocupacionais geradas pelo trabalho e 
dos acidentes ocorridos no percurso de ida e volta para o local do trabalho. Essa 
ampliação da cobertura aos acidentes de trabalho, deve-se à teoria do risco a que 
os trabalhadores são expostos. 
De acordo com ROEDER (2003), atualmente, constatou-se que os 
acidentes de trabalho não são acontecimentos apenas fortuitos, visto que eles são 
considerados como sendo também consequência de um processo anterior que não 
recebeu a devida atenção. 
 
2.4 Comportamento de risco e ambiente de risco 
O comportamento de risco é uma das maiores causas de acidentes de 
trabalho. Esse tipo de atitude é referente ao fator humano, pois decorre do 
descumprimento das normas de segurança, fazendo com que o trabalhador se 
exponha a perigos desnecessários. Como exemplo, tem-se trabalho em altura sem a 
utilização do Equipamento de Proteção Individual (EPI) adequado e necessário. 
O ambiente de risco é outro fator das causas de acidente de trabalho. A 
condição segura é a condição do ambiente de trabalho que oferece risco ao 
trabalhador. Um exemplo é a não utilização dos Equipamentos de Proteção Coletiva 
(EPC) no canteiro de obras. Geralmente, o ambiente de risco é o resultado imediato 
do comportamento de risco de alguém. Tanto o comportamento de risco quanto as 
condições inseguras podem ser evitados pelos trabalhadores quanto pelas 
26 
 
empresas construtoras; para isso, basta que haja treinamento e conscientização dos 
trabalhadores, a utilização de equipamentos de proteção e a cobrança de 
comportamentos seguros na realização dos trabalhos. 
Assim, ao contrário do que muitas pessoas possam imaginar, o acidente 
de trabalho não é obra do acaso e nem da falta de sorte, mas da ocorrência de atos 
inseguros; a fim de evitá-los, basta os comportamentos seguros que devem ser 
estimulados pelas empresas. Diante disso, denomina-se segurança atos que visem 
eliminar os fatores perigosos que conduzem ao acidente ou reduzir seus efeitos. 
Pois, acredita-se que a maioria desses acidentes são causados por fatores 
conhecidos, previsíveis e controláveis. 
É nesse sentido que BLEY (2004) afirma que o comportamento seguro 
pode ser definido por meio da capacidade de identificar e controlar os riscos da 
atividade no presente a fim de que resulte em redução da possibilidade de 
consequências indesejáveis no futuro. 
Entretanto, segundo GELLER (2001), é praticamente impossível melhorar 
de maneira significativa os indicadores de segurança sem que os trabalhadores 
aumentem a sua percepção do risco e adotem comportamentos seguros. 
Isso decorre do fato de que, de acordo com MOREIRA (2005), o 
comportamento de risco também é decorrente do comportamento passivo do 
trabalhador. Essas pessoas, apesar de conhecerem as formas corretas de atuação 
no desempenho das tarefas, não o fazem ou o fazem somente sob comando direto e 
permanente. 
Sendo assim, a obrigação da empresaé instruir os empregados, por meio 
de treinamentos e ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de 
evitar os acidentes do trabalho ou as doenças ocupacionais. 
Portanto, a fim de diminuir o número de acidentes de trabalho, é 
necessário a contratação de um profissional de segurança, a fim de garantir a 
qualidade, a segurança, a motivação e o ganho de produtividade. Comparando-se 
com os custos com acidentes de trabalho, este é um investimento mínimo. 
 
 
27 
 
2.5 Causas dos acidentes de trabalho 
 
Os comportamentos de risco são, muitas vezes, os causadores dos 
acidentes de trabalho. O conhecimento dessas causas faz com que elas sejam 
diminuídas e novos acidentes prevenidos. Esse tipo de acidente está relacionado ao 
fator humano, quando em decorrência da execução do trabalho, o empregado deixa 
de cumprir as normas de segurança estabelecidas. 
FONSECA (2007, p. 18) assim explica a ocorrência dos acidentes de 
trabalho: 
 
Os acidentes ocorrem não porque os riscos sejam desconhecidos ou os 
trabalhadores não tenham sido devidamente treinados nos novos 
procedimentos. Este é o limite do modelo de formação baseado 
estritamente em normas e procedimentos técnicos transmitidos aos 
trabalhadores via educação formal. No setor da construção civil, ao se 
implantarem novas tecnologias, imagina-se que as competências 
necessárias se limitam à simples aplicação técnica de como fazer uma 
fôrma, enquanto, na realidade, elas se desenvolverão inseridas em um 
contexto de imposições feitas ao trabalhador no desenvolvimento de sua 
tarefa. Na tarefa modificada, as experiências anteriores não mais servirão 
de base para o desenvolvimento de novos saberes nesse novo campo de 
referência. 
 
Dessa forma, o comportamento do trabalhador influencia na ocorrência do 
acidente de trabalho. De acordo com FONSECA e LIMA (2007), o não cumprimento 
das normas de segurança, muitas vezes, não acontece apenas pela negligência do 
trabalhador, ela pode vir também da falta de treinamento, pelo uso de máquinas ou 
equipamentos inapropriados, desconhecimentos dos riscos que sua função oferece 
e, também, pela falta de conscientização do trabalhador sobre o comportamento de 
risco. 
O canteiro de obras, por exemplo, é um ambiente de risco quando não 
oferece a devida segurança ao trabalhador, como a falta de sinalização, desordem e 
falta de higiene, áreas pequenas, pisos fracos, entre outros fatores. As máquinas e 
os equipamentos também fazem parte de um ambiente de risco quando estão em 
localização imprópria, com funcionamento defeituoso e quando falta manutenção. 
Outro ambiente de risco é quando não há, ou quando são insuficientes, os 
28 
 
equipamentos de proteção individual e coletiva. Dentre os ambientes de risco e que 
são causas de acidentes de trabalho, ZOCCHIO (2001, p. 27), relaciona: 
 
 Falta de dispositivos de proteção em máquinas e outros equipamentos; 
 Dispositivos de proteção existentes, mas inadequados ou em más 
condições; 
 Defeitos em máquinas, outros equipamentos, instalações etc.; 
 Defeitos em edifícios – no piso, paredes, telhado etc.; 
 Falhas em processos ou métodos de trabalho; 
 Arrumação ou arranjo físico precário; 
 Epi não fornecido pela empresa ou inadequado ao risco que deveria 
neutralizar; 
 Espaço insuficiente para execução segura do trabalho; 
 Nível de iluminação insuficiente para execução segura do trabalho; 
 Ventilação natural ou artificial inadequada para o local; 
 Produtos perigosos expostos; 
 Poluentes perigosos dispersos no ambiente; 
 Barulho (ruído acima dos limites permissíveis). 
 
Entre os atos considerados inseguros e causadores de acidentes no 
trabalho, ZOCCHIO (2001, p. 27-28) cita os seguintes: 
 
 Operar máquinas ou outros equipamentos sem estar habilitado para o 
trabalho; 
 Adulterar ou usar dispositivos de segurança adulterados; 
 Usar ferramentas impróprias para o trabalho ou em má condição de uso; 
 Manusear volumes, objetos, materiais etc. De maneira incorreta; 
 Manipular produtos químicos de modo incorreto; 
 Colocar o corpo ou parte dele em postura inadequada ou em local 
perigoso; 
 Limpar ou lubrificar máquinas em movimento quando deveriam estar 
paradas para isso; 
 Brincar em serviço; 
 Deixar de usar os EPIs indicados para o trabalho que está sendo 
realizado; 
 Usar roupa inadequada para o trabalho; 
 Usar adornos pessoais como anéis, pulseiras, correntes etc. 
 Improvisar meios de trabalho. 
 
Entre as causas indiretas de acidentes de trabalho, ZOCCHIO (2001, p. 28-
29), faz as seguintes indicações: 
 
 Falhas em projetos que comprometem a segurança do trabalho; 
 Erros ou desvios em instalações de equipamentos que contrariam 
normas de segurança no trabalho; 
 Manutenção precária de máquinas, outros equipamentos, instalações 
etc.; 
 Escassez de recursos para limpeza e arrumação; 
29 
 
 Omissão de normas técnicas; 
 Desconhecimento da legislação de segurança e saúde no trabalho; 
 Desorganização em ambientes de trabalho; 
 Falta ou pendência de verba. 
 
Essas causas indiretas, muitas vezes são consequências de acidentes, 
pois o canteiro de obras não oferece segurança necessária ao trabalhador, que fica 
exposto a acidentes. Além da omissão das normas técnicas, observa-se na figura 
seguinte que o trabalhador parece desconhecer os riscos do trabalho, lhe falta 
atenção ou é descuidado, pois parece não se importar com os riscos que corre. 
ZOCCHIO (2001, p. 29) ainda aponta os fatores individuais que geram 
comportamentos inseguros e que são causadores de acidentes no trabalho: 
 
 Preparo inadequado ou insuficiente para o trabalho; 
 Desconhecimento dos riscos do trabalho; 
 Falta de aptidão para a atividade; 
 Falta de atenção ou descuido; 
 Estado emocional alterado; 
 Condição física insuficiente para o exercício do trabalho; 
 Condição física alterada; 
 Indisciplina. 
 
Diante de tantos fatores que causam acidentes no trabalho, é necessário 
que os responsáveis pela segurança no trabalho identifiquem e corrijam essas 
falhas, a fim de evitar os acidentes, corrigindo as condições inseguras, evitando 
comportamentos de risco e atos inseguros. 
 
2.6 Prevenção dos acidentes na construção civil 
A prevenção de acidentes nos locais de trabalho é uma obrigação tanto do 
trabalhador quanto da empresa. Por isso, deve ser uma meta constante a serem 
atingidas. A empresa pode fazer a prevenção por meio da obrigação da utilização 
correta dos EPIs e dos EPCs; e o trabalhador deve, em contrapartida, assumir 
comportamentos seguros e tornar-se um agente de prevenção de acidentes. 
Portanto, o uso de equipamentos de proteção individual e coletivo é necessário a fim 
de evitar e prevenir a ocorrência de acidentes no trabalho. 
 
30 
 
2.7 A proteção Coletiva 
 
Os Equipamentos de Proteção Coletiva são aqueles que visam proteger 
todos os trabalhadores de acidentes previsíveis. Conforme NR-6, também é de 
obrigação da empresa disponibilizar aos seus colaboradores proteções coletivas, a 
fim de manter a sua integridade física. 
Quanto ao uso de equipamentos de segurança coletiva, a Legislação 
Brasileira, Portaria nº 15, de 18 de agosto de 1972, que aprova normas de 
segurança do trabalho nas atividades da construção civil, coloca a respeito de 
medidas de proteção coletiva: 
 
Capitulo I, Seção A, Art. 3º - Os materiais empregados nas construções 
deverão ser arrumados de modo a não prejudicar o trânsito de pessoas, a 
circulação de material, e a não provocar empuxos e sobrecargas excessivos 
nas paredes e lajes de piso. 
Seção C, Art. 18 – As ferramentas deverão ser apropriadas ao uso a que se 
destinam, proibindo-se o empregodas defeituosas, danificadas ou 
improvisadas. 
Art. 19 – As ferramentas manuais não deverão ser abandonadas sobre 
passagens, escadas, andaimes e outras superfícies de trabalho, devendo 
ser guardadas em locais ou recipientes apropriados. 
Capítulo X, Art. 158 – As áreas de trabalho e vias de circulação deverão ser 
mantidas limpas e desinfetadas. 
Art. 159 – A remoção das fôrmas de estrutura de concreto deverá ser 
executada com precaução, a fim de evitar queda de painéis. 
Art. 160 – É obrigatória a existência de meios de combate a incêndio, nas 
dependências da obra, de acordo com a legislação específica. 
Art. 165 – Deverão ser colocados, em lugar visível, cartazes alusivos à 
prevenção de acidentes do trabalho. 
 
Essa proteção deve estar presente nos locais de trabalho antes mesmo 
dos equipamentos de proteção individual, a fim de suprir alguma anormalidade vista 
no local. Além disso, para os trabalhos em nível, é preciso que haja guarda-corpo de 
poço de elevador, a fim de proteger os trabalhadores quando os mesmos estiverem 
se deslocando de um nível para outro. 
 
 
 
 
31 
 
2.8 A proteção Individual 
A utilização de equipamentos de proteção individual é obrigatória; esses 
equipamentos de proteção individual (EPIs), segundo ZOCCHIO (2001), são usados 
pelos trabalhadores que necessitam complementar a sua proteção contra ferimentos 
no trabalho. Quanto ao uso de equipamentos individuais, RIBEIRO FILHO (1991, p. 
379-378) aponta: 
 
 O uso de capacete é obrigatório; 
 O uso de sapatos de segurança é bastante aconselhado; 
 As luvas protegem as mãos contra rebarbas de qualquer espécie; 
 Se a posição de trabalho é perigosa, utilizar um cinturão de segurança; 
 No caso de trabalho em zona poeirenta, o uso de máscaras se torna 
necessário. 
 
Esses equipamentos de proteção individual destinam-se à proteção da 
saúde e da integridade física do trabalhador. A NR6 (Norma Regulamentadora), 
assim descreve as obrigações do empregado quanto à utilização de EPIs: 
 
6.7 – Obrigações do empregado 
6.7.1 – Obriga-se o empregado quanto ao EPI, a: 
a) Usá-lo apenas para a finalidade a que se destina; 
b) Responsabilizar-se por sua guarda e conservação; 
c) Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para 
o uso. 
 
Ainda de acordo com a NR-6 é obrigação da empresa treinar o empregado 
para o uso correto do EPI. Segundo AYRES (2001), todo empregador tem a 
obrigação legal de proteger a integridade física e a saúde do empregado contra os 
riscos ocupacionais. Diante disso, os equipamentos para a proteção individual 
devem ser fornecidos gratuitamente pelos empregadores. 
A NR-6 também relata sobre a responsabilidade das empresas e dos 
trabalhadores quanto ao uso de EPIs. Quanto à empresa está descrito: 
 
6.2 A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI 
adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e 
funcionamento, nas seguintes circunstâncias: 
a) Sempre que as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente 
inviáveis ou não, oferecerem completa proteção contra os riscos de 
acidentes do trabalho de e/ou doenças profissionais e do trabalho. 
b) Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas. 
c) Para atender as situações de emergência. 
32 
 
Como se pode observar, a utilização dos equipamentos de proteção 
individual é de responsabilidade do empregador e obrigatoriedade de uso do 
funcionário, a fim de manter o canteiro de obras um lugar seguro para o 
desempenho de suas atividades. 
Por isso, segundo AYRES (2001), os EPIs devem ser os adequados ao 
risco da atividade e função a cargo de cada trabalhador. Devem ainda ser do 
tamanho (número) apropriado a cada obreiro, de tal modo que não dificulte a 
execução das tarefas nem venham a tornar-se por si mesmos em risco de acidente. 
Assim, as luvas, as botas, os macacões, o avental, as camisas, as calças, as capas 
de chuva, os capacetes, os cintos de segurança, os óculos, terão seu tamanho e 
medidas apropriados. 
Tais equipamentos devem estar em perfeito estado de conservação e 
funcionamento, devendo ser substituídos durante a execução do trabalho, sempre 
que estiverem danificados e não oferecerem a devida segurança e proteção. 
2.9 Medidas para diminuição de Acidentes 
As medidas para diminuição de acidentes são, basicamente, a utilização 
correta dos EPIs e dos EPCs, a adoção de comportamentos seguros, o treinamento 
constante dos trabalhadores e a criação da consciência de segurança nos 
trabalhadores. Além disso, é necessário adotar um comportamento seguro. 
O comportamento de risco é um fator que depende apenas do ser 
humano, pois decorrem da execução de tarefas executadas, de maneira arbitrária, 
por trabalhadores negligentes que, além de não usarem os equipamentos de 
proteção individual, não respeitam as normas de segurança do trabalho. 
Esse tipo de trabalhador coloca em risco, não apenas sua segurança, mas 
de toda a equipe. Em muitos casos, a culpa não é apenas do trabalhador, mas 
também da empresa que não proporciona treinamento e conscientização da 
importância de seguir as normas de segurança. O treinamento constante, a 
conscientização do trabalhador e a inspeção frequente no local de trabalho, são 
medidas necessárias para a manutenção de um comportamento seguro. 
Muitos trabalhadores, que possuem experiência profissional, são agentes 
e segurança no trabalho, porque, além de já ter incorporado um comportamento 
seguro, cobra o mesmo de seus companheiros. 
33 
 
Diante do fato de que a prevenção de acidentes é um processo que ocorre 
de maneira contínua, a seleção e o treinamento de pessoal proporciona que haja a 
manutenção do comportamento seguro, evitando, assim, que aconteça acidentes no 
local de trabalho. As obrigações dos empregados, a fim de que haja a prevenção de 
acidentes, são assim descritas pelo Artigo 158 da CLT (Consolidação da Leis 
Trabalhistas): 
 
Art. 158. Cabe aos empregados: 
I – Observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as 
instruções de que trata o item II do artigo anterior; 
II – Colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos deste Capítulo; 
Parágrafo único – Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada: 
a) À observância das instruções expedidas pelo empregador na formado 
item II do artigo anterior; 
b) Ao uso dos equipamentos de proteção individual fornecidos pela 
empresa. 
 
Todos os empregados têm obrigações legais que devem conhecer e 
cumprir, afirma ZOCCHIO (2001); para tanto, devem ser informados e instruídos 
sobre essas obrigações e sobre como elas devem ser cumpridas, e bem assim, de 
como podem ser penalizados em caso de desobediência às normas que geram as 
obrigações. 
2.10 Higiene e organização do ambiente de trabalho 
 Manter a ordem e a limpeza no local de trabalho é tarefa de todos, não 
podendo ser bem sucedida sem que cada um, com boa vontade, realize sua parte. 
Segundo MENDES (2003), a manutenção da limpeza e da organização é essencial 
para uma boa pratica de segurança. 
Ordem e limpeza compreendem, segundo OLIVEIRA (2001), não só a 
organização e a manutenção de prédios fábricas, máquinas, mas também a 
conservação de instalações sanitárias e áreas de descanso, pintura, limpeza 
periódica de paredes, forros e luminárias, sem nos esquecermos da limpeza e 
arrumação diária do local de trabalho, que reduzem consideravelmente o trabalho de 
manutenção. O trabalhador deverá manter limpos e organizados todos os setores do 
estabelecimento, sejam eles de uso coletivo ou individual, pois más condições de 
ordem e limpeza levam a acidentes. 
34 
 
Segundo MENDES (2003), as pessoas que trabalhamem um ambiente 
desorganizado sentem uma sensação de mal-estar, que poderá tornar-se um 
agravamento de um estado emocional fragilizado por outros problemas. Esse estado 
psicológico poderá afetar o relacionamento entre os trabalhadores e expô-los aos 
riscos de acidentes, além de prejudicar a produção da empresa. 
2.11 Leis de proteção aos acidentes de trabalho 
SHIDOU (2000) esclarece que a prevenção de acidentes engloba um 
conjunto de medidas destinadas a planejar, orientar, coordenar, controlar e executar 
atividades que, cumpridas, evitam que acidentes aconteçam. Essas medidas são 
necessárias, especialmente, na construção civil. 
As leis de proteção a acidentes no trabalho passaram a existir a fim de 
evitar a ocorrência deste tipo de sinistro nos locais de trabalho. Principalmente, em 
construção civil, que é uma área propensa a acidentes devido aos tipos de serviço 
necessários para a execução de obras. 
No Brasil, a saúde e a proteção do trabalhador mereceram atenção do 
legislador inicialmente nas Constituições de 1946, 1967, 1969, segundo esclarece 
AYRES (2001, p. 20). No ano de 1977 foi editada a Lei 6.514/77, que formula as 
regras gerais sobre segurança e saúde do trabalho e confere ao Ministério do 
Trabalho e Emprego – MTE - a complementação das normas por meio de portarias, 
o que facilita o acompanhamento das mudanças ocorridas. 
A Portaria nº 3.214/78, do MTE, por meio de Normas Regulamentadoras, 
consolida vários dispositivos referentes à segurança e à saúde do trabalhador no 
meio urbano, e a Portaria nº. 3.303/89, posterior à Constituição de 1988, aprovou a 
aplicação das Normas Regulamentadoras Rurais. 
Os direitos sociais dos trabalhadores urbanos e rurais estão contemplados 
na atual Constituição da República Federativa do Brasil, de que são exemplos os 
incisos XXII, XXIII e XXVIII do art. 7º, assim como em outras leis, como se verá mais 
adiante. 
O trabalhador acidentado tem direito a dupla reparação, a da Lei, a cargo 
da Previdência, e aquela a cargo do empregador, com base no direito comum, se 
houve dolo ou culpa por parte deste empregador, caso tenha desrespeitado as 
disposições legais e administrativas que visam à proteção da saúde ocupacional. A 
35 
 
culpa do empregador lhe será imputada se constatada conduta comissiva ou 
omissiva. Assim, enquanto durar a incapacidade laborativa, o acidentado contará, 
ademais da assistência médica e hospitalar. 
Na Lei 8.213/91, há disposição expressa de equiparação a acidente e que 
devem ser de atenção no trabalho: 
 
Art. 21 – Equiparam-se a acidente do trabalho, para os efeitos desta Lei: 
I – acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, 
haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou 
perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija 
atenção médica para a sua recuperação; 
II – o acidente sofrido pelo segurado no local e horário de trabalho, em 
consequência de: 
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou 
companheiro de trabalho; 
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa 
relacionada com o trabalho; 
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de 
companheiro de trabalho; 
d) ato de pessoa privada do uso da razão; 
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou 
decorrentes de força maior; 
III – a doença decorrente de contaminação acidental do empregado no 
exercício de sua atividade; 
IV – o acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horário de 
trabalho: 
a) na execução de ordem ou na realização de serviço à empresa para lhe 
evitar prejuízo ou proporcionar proveito; 
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar 
prejuízo ou proporcionar proveito; 
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando 
financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da 
mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, 
inclusive veículo de propriedade do segurado; 
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, 
qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade 
do segurado. 
§ 1º - Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da 
satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local de trabalho ou 
durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho. 
§ 2º - Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho 
a lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se 
superponha às consequências do anterior. 
 
A equiparação do acidente típico às espécies mencionadas foi resultado 
da adoção da teoria do risco profissional, com tendência de evolução para a teoria 
do risco social. 
A Constituição da República Federativa do Brasil é a Lei Maior da Nação 
brasileira. Todas as demais leis devem respeito às suas normas e princípios e não 
36 
 
podem ser-lhe contrárias. Assim, as leis de proteção ao trabalhador e segurança no 
trabalho, também estão asseguradas por ela. A Constituição norteia e determina 
pontos do caminhar, enumerando e explicitando direitos e obrigações que tornam a 
jornada da Nação mais segura, rumo à plenitude do desenvolvimento humano e 
material. 
Se há direito de um, há a obrigação de outro. Como pratos de uma 
balança, só há equilíbrio quando o obrigado a algo atende o direito do outro. 
Portanto, está na Constituição quais são os direitos e as obrigações de todos, se 
pessoa física ou jurídica. 
A cada direito do cidadão corresponde uma obrigação do Estado, através 
de um ou mais de seus longos braços: obrigação de legislar, tanto quanto seja 
necessário, adequadamente e em tempo hábil; obrigação de implementar todas as 
ações necessárias para o bom gerenciamento e cumprimento de suas obrigações; 
obrigação de estar atento, apreciar, julgar e definir claramente o direito e a obrigação 
e, se for o caso, determinar a execução – o cumprimento da lei, nas diversas causas 
conflituosas trazidas à sua apreciação. 
Quanto à prevenção de acidentes, ZOCCHIO (2001, p. 55) afirma que o 
papel da Constituição é mostrar “que a redução dos riscos do trabalho é um dos 
direitos sociais dos trabalhadores e, consequentemente, uma obrigação das 
empresas”. 
Portanto, cada pessoa tem seus direitos individuais assegurados, entre 
estes a segurança, em toda parte em que se encontre, com o mínimo de ameaça, 
com o mínimo de apreensão, com o mínimo de agressão possível. Direito ao bem-
estar que a própria segurança oferece, que o trabalho ajuda a proporcionar, que a 
educação ajuda trazer. Educação em suas múltiplas formas, seja a formal, dada nas 
escolas, seja a informal, que pode ir desde as simples instruções transmitidas pelas 
CIPAs e pelo encarregado da obra de construção civil, até às informações mais 
completas dadas em cursos de prevenção de acidentes, curso de operação de 
máquinas e outros, para tornar as operações em campo de obra mais seguras. 
Sempre que os direitos individuais são cuidados, pelo governo, pela 
sociedade, pelo empresário, pelo agente de chefia em campo, o desenvolvimento, a 
37 
 
igualdade e a justiça se farão para aquele trabalhador concreto que compõe o 
quadro dos trabalhadores em construção civil. 
Se está na Constituição, é um direito, pode ser invocado. O cidadão é a 
pessoa consciente de suas obrigações e também de seus direitos. O trabalhador na 
obra, de botas, capacete, óculos, avental, macacão e luvas, às vezes, sujos de lama 
ou de massa, é um cidadão, pode falar com o encarregado toda vez que julgar 
necessário e exigir tratamento digno, respeitoso e com toda proteção que a Lei e asNormas lhe asseguram. 
Todo cidadão é amparado pelo Estado. A Lei protege o trabalhador contra 
o acidente do trabalho. O artigo 7º da Constituição Federal de 1988, trata 
especificamente sobre os direitos dos trabalhadores: 
 
Art. 7º - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que 
visem à melhoria de sua condição social: 
I – Relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa 
causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização 
compensatória, dentre outros direitos; 
II – Seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; 
... 
XXII – Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de 
saúde, higiene e segurança; 
... 
XXIV – Aposentadoria; 
... 
XXVIII – Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem 
excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou 
culpa, 
... 
XXXIV – Igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício 
permanente e o trabalhador avulso. 
Pode-se entender que, no caso do trabalhador, ele tem o dever de prestar 
seus serviços conforme contratado com a empresa e esta, em contrapartida, tem 
direito a um trabalho de boa qualidade, pelo que lhe pagará o ajustado. Porém, não 
se trata apenas do dinheiro em troca do trabalho, mas da proteção da dignidade da 
pessoa humana, algo bem maior que o salário. 
Ao Estado cabe a criação da Lei e o cuidado com o seu cumprimento; ao 
empresário e, da mesma forma, a cada cidadão, duplo efeito: de um lado a 
obediência no que é devida e, de outro, a proteção nos seus direitos. Direitos e 
obrigações são para todos, a cada um no que lhe compete, eis que o próprio Estado 
é sujeito de direitos e obrigações. 
38 
 
Sentindo-se protegido, o trabalhador estará mais sereno, mais seguro de 
si, mais interessado em agir da melhor maneira possível. Deste modo estará mais 
propenso a prestar atenção às causas de acidentes. Havendo menos despedidas 
arbitrárias, haverá menor rotatividade de mão-de-obra. O trabalhador com mais 
experiência conhece melhor seu trabalho, sabe evitar riscos, e até alerta os recém-
admitidos e menos experientes. 
 
2.12 As Normas Regulamentadoras 
As Normas Regulamentadoras (NRs) existem a fim de disponibilizar os meios 
de proteção aos trabalhadores. Nela estão inscritas tanto as obrigações dos 
trabalhadores, quanto as obrigações das empresas. Estas normas são obrigadas a 
serem seguidas, pois contém disposições legais para a execução de trabalhos 
seguros. 
A NR-1 trata de disposições gerais e, em redação diferenciada, confirma o 
disposto no art. 158 da CLT, trazendo, portanto, obrigações aos empregados, nestes 
termos: 
a) cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e 
medicina do trabalho, inclusive as ordens de serviço expedidas pelo 
empregador: 
b) usar o EPI fornecido pelo empregador; 
c) submeter-se aos exames médicos previstos nas Normas 
Regulamentadoras – NR; 
d) colaborar com a empresa na aplicação das Normas Regulamentadoras – 
NR. 
 
A NR-4 é uma norma que define as atividades consideradas próprias da 
construção civil. Cuida dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e 
em Medicina do Trabalho – SESMT. A Norma indica as empresas que têm obrigação 
de organizar e manter tais serviços e informa, segundo ZOCCHIO (2001, p. 59): 
 
 As empresas são classificadas pelos seus graus de risco, conforme seus 
ramos de atividade catalogados na Classificação Nacional de Atividades 
Econômicas – CNAE; 
 Com base no grau de risco e no número de empregados, a NR-4 
determina o número de profissionais que devem compor o SESMT da 
empresa ou estabelecimento – engenheiro de segurança do trabalho, 
médico do trabalho, técnico em segurança do trabalho, enfermeiro do 
trabalho e auxiliar de enfermagem do trabalho; 
39 
 
 As atividades dos profissionais integrantes do SESMT são 
essencialmente prevencionistas, mas não é proibido o exercício de 
outras, em certos casos de emergência. 
 
A NR-5 trata da organização e funcionamento da Comissão Interna de 
Prevenção de Acidentes – CIPA e também indica obrigações aos empregados, 
obrigações estas que os envolvem com a prevenção de acidentes, com a 
segurança; assim, cabe aos empregados: 
 
a. Participar da eleição de seus representantes; 
b. Colaborar com a gestão da CIPA; 
c. Indicar à CIPA, ao SESMT e ao empregador situações de riscos e 
apresentar sugestões para melhoria das condições de trabalho; 
d. Observar e aplicar no ambiente de trabalho as recomendações 
quanto à prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho. 
 
A NR-7 trata a respeito dos exames médicos. Já a NR-8 trata dos 
requisitos técnicos mínimos a serem observados nas edificações, a fim de garantir 
segurança e conforto aos que nelas trabalham, segundo informa ZOCCHIO (2001). 
A NR-9 dispõe sobre o PPRA. Quanto à NR-11, esclarece ZOCCHIO 
(2001), ela trata, primordialmente, da segurança nas operações com equipamentos 
mecânicos de movimentação de materiais nas empresas, tanto na movimentação 
horizontal como na vertical. 
A NR-18 é norma específica da indústria da construção e trata 
especificamente das condições e meio ambiente de trabalho na construção. A NR 18 
estabeleceu a obrigatoriedade do Programa de Condições e Meio Ambiente de 
Trabalho (PCMAT), objetivando basicamente a implementação de medidas de 
controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no 
meio ambiente de trabalho na indústria da construção. 
A implementação do PCMAT passou a ser obrigatória nos canteiros de obras 
que mantenham 20 (vinte) ou mais trabalhadores em atividades, informa ARAÚJO 
(1998). A implementação do programa é de responsabilidade do empregador ou 
condomínio, devendo ser elaborado e executado por profissional legalmente 
habilitado na área de segurança do trabalho, como por exemplo, Engenheiro de 
Segurança do Trabalhado ou Técnico de Segurança do Trabalho. 
40 
 
Para ZOCCHIO (2001), os que se envolvem em projetos de obras e 
canteiros de obra, sua organização e administração, devem conhecer pelo menos os 
itens que compõem esta NR e saber como aplicá-los, pois, é uma norma bastante 
extensa e que trata, entre outros tópicos, da: 
 
 Comunicação prévia - que deve ser feita à Delegacia Regional do 
Trabalho antes do início das atividades da obra; 
 Medidas de proteção contra quedas de altura – medidas a serem 
empregadas para evitar queda de trabalhadores e de materiais de locais 
elevados; 
 Andaimes – segurança de diversos tipos de andaimes. 
 Serviço em telhados – dispositivos a serem usados para garantir 
movimentação segura dos trabalhadores sobre telhados; 
 Acidente fatal – procedimentos obrigatórios a serem seguidos em caso 
de óbito em acidente do trabalho. 
 
É obrigação dos responsáveis pelas obras conhecer os itens acima a fim 
de saber qual atitude tomar para evitar que aconteçam acidentes e o que fazer 
quando um acidente acontecer no canteiro de obras. 
 
2.13 Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho 
O PCMAT é a sigla que designa o Programa de Condições e Meio Ambiente 
de Trabalho na Indústria da Construção. É um dos principais avanços do novo texto 
da NR-18, publicada pela Portaria n° 4 de 4/7/95 (in: ANGHER, 2006), que torna 
obrigatório a elaboração do PCMAT pelas empresas de construção civil. 
O PCMAT, segundo análise de ESPINOZA (2002), deve garantir, por 
ações preventivas, a integridade física e a saúde do trabalhador da construção civil, 
funcionários terceirizados, fornecedores, contratantes, visitantes, etc. Enfim, as 
pessoas que atuam direta ou indiretamente na realização de uma obra ou serviço e 
estabelecer um sistema de gestão em Segurançado Trabalho nos serviços 
relacionados à construção, através da definição de atribuições e responsabilidades à 
equipe que irá administrar a obra. 
A implementação do PCMAT, aponta ARAÚJO (1998), permite efetivo 
gerenciamento do ambiente de trabalho, do processo produtivo e de orientação aos 
trabalhadores, reduzindo o acentuado número de acidentes de trabalho e doenças 
ocupacionais. 
41 
 
De um modo geral, informa SALIBA (1998), os programas de segurança 
nesse setor industrial têm como prioridade a prevenção dos acidentes graves e 
fatais relacionados com quedas de altura, soterramento, choque elétrico, máquinas e 
equipamentos sem proteção. É importante considerar também as questões 
ambientais, ergonômicas, educacionais e planos de manutenção preventiva voltados 
para o processo construtivo, bem como os problemas de saúde existentes em 
consequência de deficientes condições de alimentação, habitação e transporte dos 
trabalhadores. 
A variedade de riscos nas várias fases do processo construtivo, esclarece 
ARAÚJO (1998), aliados ao cronograma da obra a ser cumprido, fatores ambientais 
(como: chuvas, frio, umidade, altitude, velocidade dos ventos), entre outros, fazem 
com que a falta de medidas preventivas e de um efetivo gerenciamento do ambiente 
de trabalho seja a causa principal do acentuado número de acidentes de trabalho 
graves e fatais na indústria da construção. 
ARAÚJO (1998), comenta que, na concepção do PCMAT, deve-se levar 
em conta o compromisso da alta direção da empresa com o programa por meio da 
política de segurança e saúde; análise criteriosa de antecipação e reconhecimento 
dos riscos; pesquisa bibliográfica sobre o tema nos aspectos técnicos e legais e o 
perfil da mão-de-obra, abordando questões sobre o nível de conhecimento do 
trabalhador na área de segurança e saúde, hábitos e costumes, escolaridade, entre 
outras. 
O programa vai se desdobrando em vários projetos, como coloca PINTO 
(2001), que devem estar sempre vinculados a uma proposta de ação (melhoria das 
condições de trabalho) com objetivos concretos passíveis de ser medidos 
quantitativa e/ou qualitativamente; ser limitados no tempo (duração da obra) e 
representar sempre expansão, modernização ou aperfeiçoamento da ação desejada. 
Em relação a seu conteúdo programático, esclarece ARAÚJO (1998), 
entre outras informações necessárias, os projetos devem indicar as metas (físicas e 
financeiras), a estratégia de execução e a integração interna e externa. Os riscos de 
acidentes do trabalho devem ser priorizados, principalmente os relacionados com 
elevadores, lesões perfurantes, máquinas e equipamentos sem proteção, quedas de 
altura, soterramento e choque elétrico. As proteções coletivas devem ser bem-
42 
 
dimensionadas e o equipamento de proteção individual especificado em função do 
local de trabalho. 
Além disso, esclarece OLIVEIRA (2003), o treinamento de trabalhadores 
(admissional e periódico) deve ter material instrucional previamente elaborado e ser 
voltado para a sua realidade. Treinamento específico deve ser previsto para 
engenheiro de obra, mestre e encarregados. 
De acordo com o disposto no PCMAT, esclarece ARAÚJO (1998), 
máquinas, equipamentos e ferramentas diversas devem ter programa de 
manutenção preventiva, que preveja inspeção regular dos equipamentos no local por 
pessoal especializado. Essa inspeção deve abranger verificação de sistema elétrico, 
hidráulico, ventilação e proteção contra incêndio. 
Quanto às doenças do trabalho, ARAÚJO (1996) coloca que são aspectos 
importantes da elaboração do PCMAT a interface com o PPRA e com o PCMSO 
definidos pelas NRs 9 e 7 (2000), respectivamente, bem como a análise ergonômica 
dos postos de trabalho, de acordo com a NR-17 (2000): Ergonomia. 
Na etapa de reconhecimento de riscos causadores de doenças 
ocupacionais, além dos agentes físicos, químicos e biológicos, devemos considerar 
as condições de trabalho na obra em função de fatores ambientais como chuva, 
umidade, velocidade dos ventos e altura. 
2.14 Órgãos auxiliares 
 
a) CIPA 
A NR-5 (2000) trata da organização e funcionamento da Comissão Interna 
de Prevenção de Acidentes – CIPA e também indica obrigações aos empregados, 
obrigações estas que os envolvem com a prevenção de acidentes, com a 
segurança; assim, de acordo com essa norma, cabe aos empregados: 
 
a) participar da eleição de seus representantes; 
b) colaborar com a gestão da CIPA; 
c) indicar à CIPA, ao SESMT e ao empregador situações de riscos e 
apresentar sugestões para melhoria das condições de trabalho; 
d) observar e aplicar no ambiente de trabalho as recomendações quanto à 
prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho. 
 
43 
 
Para que a CIPA possa atuar de maneira a construir um ambiente de 
trabalho seguro, os trabalhadores devem participar da eleição de seus 
componentes, auxiliar em sua gestão, propor melhorias e denunciar negligências. 
Em contrapartida, os componentes da CIPA devem fornecer treinamento e 
capacitação para os trabalhadores. 
 
b) SESMT 
Segundo ZOCCHIO (2001), as empresas de médio e grande porte têm a 
obrigação de possuir SESMT - Serviços Especializados em Engenharia de 
Segurança e em Medicina do Trabalho, para dar supervisão ativa e bem preparada a 
respeito das Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego, 
conhecidas pela sigla NR (subtítulo 4.2.3 em diante). O SESMT é o órgão 
representativo da empresa para administrar o cumprimento das normas de 
segurança e medicina do trabalho. 
 
 Com base no grau de risco e no número de empregados, a NR-4 
determina o número de profissionais que devem compor o SESMT da 
empresa ou estabelecimento – engenheiro de segurança do trabalho, 
médico do trabalho, técnico em segurança do trabalho, enfermeiro do 
trabalho e auxiliar de enfermagem do trabalho; 
 As atividades dos profissionais integrantes do SESMT são 
essencialmente prevencionistas, mas não é proibido o exercício de 
outras, em certos casos de emergência (ZOCCHIO, 2001, p. 59). 
 
Portanto, a NR-4 (2000) é uma norma que define as atividades 
consideradas próprias da construção civil e é também quem cuida dos Serviços 
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT. 
Essa Norma indica as empresas que têm obrigação de organizar e manter tais 
serviços. 
 
2.15 Acidentes de trabalho em construção civil 
 
Os dados sobre acidentes de trabalho utilizados no Brasil são 
provenientes do Ministério da Previdência Social e se referem ao conceito definido 
na Lei 8.213/91 e no Decreto 3.048/99 (ANGHER, 2006). 
44 
 
O total dos acidentes de trabalho registrados corresponde ao número de 
acidentes cujos processos foram abertos administrativa e tecnicamente pelo INSS. 
Esses dados são provenientes da CAT, registrados nos vários postos da instituição 
em nível nacional e se classificam em: 
 
 Típicos: aqueles que acontecem no exercício do trabalho ou que decorrem da 
extensão do conceito inserido na Lei 8.213/91; 
 Trajeto: aqueles que acontecem no percurso entre a residência e o trabalho; 
 Doença do trabalho: que incluem também doenças profissionais. 
 
De acordo com ZAUBERAS et al (2013), tem havido um crescimento 
muito grande de acidentes de trabalho na construção civil, tornando essa categoria 
profissional uma das mais afetadas por acidentes ocorridos no local de trabalho. Por 
isso, há a necessidade de tomar medidas para minimizar e, até mesmo, erradicar os 
acidentes no ambiente de trabalho. 
ZAUBERAS et al (2013, p. 5) esclarece que, segundo dados 
disponibilizados pela Previdência Social no ano de 2009, “de todos os acidentes de 
trabalho

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