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Direito Administrativo para Gerentes no Setor Público ILB senado

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saberes.senado.leg.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direito Administrativo 
para Gerentes no 
Setor Público 
Sumário 
Módulo I - Noções de Direito Administrativo: Contratos ............................................................. 1 
Unidade 1 - Introdução ao Contrato Administrativo ................................................................ 2 
Unidade 2 - Características do Contrato Administrativo .......................................................... 8 
Unidade 3 - Reequilíbrio econômico-financeiro de um contrato ........................................... 14 
Unidade 4 - Cláusulas exorbitantes em favor da Administração ............................................ 19 
Módulo II - Comentários à Lei 8.666/93 ..................................................................................... 24 
Unidade 1 - Disposições Preliminares .................................................................................... 25 
Unidade 2 - Da Formalização dos Contratos e da Alteração dos Contratos ........................... 34 
Unidade 3 - Da Execução dos Contratos ................................................................................. 46 
Unidade 4 - Da Inexecução e da Rescisão dos Contratos ....................................................... 55 
Módulo III - Noções de Administração Orçamentária ................................................................ 63 
Unidade 1 - O que é Orçamento Público? .............................................................................. 64 
Unidade 2 - Dotação Orçamentária X Recursos Financeiros .................................................. 71 
Unidade 3 - Estágios e execução das despesas orçamentárias .............................................. 77 
Unidade 4 - Créditos adicionais, restos a pagar e despesas de exercícios anteriores ............ 85 
Direito Administrativo para Gerentes no Setor Público 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Módulo I - Noções de Direito Administrativo: Contratos 
 
 
o Apresentar os conceitos e as características de 
um contrato administrativo; 
o reconhecer a importância do Contrato 
Administrativo e de sua gestão para a 
Administração Pública; 
o explicar as características de um Contrato 
Administrativo, bem como seus tipos; 
o demonstrar as diferenças entre um Contrato 
Administrativo e um contrato firmado entre 
particulares; 
o avaliar situações que ensejam o reequilíbrio 
econômico-financeiro de um Contrato 
Administrativo e 
o explicar as cláusulas Exorbitantes dos 
Contratos Administrativos. 
Direito Administrativo para Gerentes no Setor Público 
2 
 
 
 
 
 
 
Unidade 1 - Introdução ao Contrato Administrativo 
Não podemos deixar de iniciar nosso estudo sem citar o art. 1º da Lei nº 
8.666, de 21 de junho de 1993, que instituiu normas para Licitações e 
Contratos da Administração Pública: 
 
“Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e 
contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de 
publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.” 
 
 
 
A partir da leitura do dispositivo podemos observar que 
o legislador considera esse tema crucial para a 
Administração pública. Aliás, tão importante quanto a 
celebração de um Contrato Administrativo, é a sua gestão 
e/ou fiscalização. Tanto isso é verdade que o artigo 67 da 
Lei nº 8.666/93 obriga a Administração a designar um 
representante para acompanhar e fiscalizar os contratos 
por ela firmados. Vejamos o que diz o citado artigo: 
 
 
 
“Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e 
fiscalizada por um representante da Administração especialmente 
designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e 
subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição." 
 
§ 1º O representante da Administração anotará em registro próprio 
todas as ocorrências relacionadas com a execução do contrato, 
determinando o que for necessário à regularização das faltas ou 
defeitos observados. 
 
§ 2º As decisões e providências que ultrapassarem a competência 
do representante deverão ser solicitadas a seus superiores em 
tempo hábil para a adoção das medidas convenientes.” 
 
 
 
A obrigatoriedade de designação de um gestor para acompanhar e 
fiscalizar a execução dos Contratos Administrativos também consta, na 
esfera federal, do art. 6.º do Decreto 2.271, de 7 de julho de 1997, que 
“Dispõe sobre a contratação de serviços pela Administração Pública Federal 
direta, autárquica e fundacional e dá outras providências.”: 
 
 
 
 
 
“Art. 6.º A administração indicará um gestor do contrato, que será 
responsável pelo acompanhamento e fiscalização da sua execução, 
procedendo ao registro das ocorrências e adotando as providências 
Direito Administrativo para Gerentes no Setor Público 
3 
 
 
 
 
 
 
 
necessárias ao seu fiel cumprimento, tendo por parâmetro os resultados 
previstos no contrato.” 
 
 
No Senado Federal, por exemplo, o Ato da Comissão Diretora nº 2, de 
13 de fevereiro de 2008, em seu art. 3º, estabelece a obrigatoriedade da 
designação de um gestor e um substituto. Vejamos o que diz a norma: 
 
“Art. 3º - Para todo e qualquer contrato celebrado pelo Senado Federal 
será designado um gestor titular e um gestor substituto, nos termos deste 
Ato.” 
 
 
 
Nunca é demais lembrarmos a responsabilidade 
do gestor ou fiscal de Contrato Administrativo, afinal 
seus atos estarão sujeitos ao crivo dos Tribunais de 
Contas. 
 
No caso da União, temos o art. 1º da Lei nº 
8.443, de 16/07/92 (“Dispõe sobre a Lei Orgânica do Tribunal de Contas da 
União e dá outras providências.”), determinando que: 
 
“Art. 1° Ao Tribunal de Contas da União, órgão de controle externo, 
compete, nos termos da Constituição Federal e na forma estabelecida nesta 
Lei: 
 
I - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por 
dinheiros, bens e valores públicos das unidades dos poderes da União e das 
entidades da administração indireta, incluídas as fundações e sociedades 
instituídas e mantidas pelo poder público federal, e as contas daqueles que 
derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte dano 
ao Erário;” 
 
Indo mais além, a Lei Orgânica do TCU estabelece a responsabilidade 
solidária do fiscal do contrato com a empresa contratada por possíveis 
danos causados pela execução irregular do contrato. Vejamos o que dizem 
os arts. 15 e 16: 
 
 
 
“Art. 15. Ao julgar as contas, o Tribunal decidirá se estas são regulares, 
regulares com ressalva, ou irregulares. 
 
Art. 16. As contas serão julgadas: 
 
I - regulares, quando expressarem, de forma clara e objetiva, a exatidão 
dos demonstrativos contábeis, a legalidade, a legitimidade e a 
economicidade dos atos de gestão do responsável; 
 
II - regulares com ressalva, quando evidenciarem impropriedade ou 
qualquer outra falta de natureza formal de que não resulte dano ao Erário; 
Direito Administrativo para Gerentes no Setor Público 
4 
 
 
 
 
 
 
III - irregulares, quando comprovada qualquer das seguintes 
ocorrências: 
 
a) omissão no dever de prestar contas; 
 
b) prática de ato de gestão ilegal, ilegítimo, antieconômico, ou infração à 
norma legal ou regulamentar de natureza contábil, financeira, orçamentária, 
operacional ou patrimonial; 
 
c) dano ao Erário decorrente de ato de gestão ilegítimo ou 
antieconômico; 
d) desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valores públicos. 
 
§ 1° O Tribunal poderá julgar irregulares as contas no caso de 
reincidênciano descumprimento de determinação de que o responsável 
tenha tido ciência, feita em processo de tomada ou prestação de contas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
§ 2° Nas hipóteses do inciso III, alíneas c e d deste artigo, o Tribunal, 
ao julgar irregulares as contas, fixará a responsabilidade solidária: 
 
a) do agente público que praticou o ato irregular, e 
 
b) do terceiro que, como contratante ou parte interessada na prática do 
mesmo ato, de qualquer modo haja concorrido para o cometimento do dano 
apurado. 
 
§ 3° Verificada a ocorrência prevista no parágrafo anterior deste artigo, 
o Tribunal providenciará a imediata remessa de cópia da documentação 
pertinente ao Ministério Público da União, para ajuizamento das ações civis 
e penais cabíveis.” 
 
É daí que decorrem as inúmeras consequências que serão estudadas 
neste curso. 
 
A missão de seguir à risca as incumbência legais muitas vezes se torna 
difícil para a maioria dos Gestores, surgindo, como resultado, uma demanda 
quase unânime por um Curso de Gestão de Contratos. É aqui em que 
entramos, oferecendo a vocês os instrumentos necessários para uma gestão 
eficiente, eficaz e efetiva. 
 
Contrato Administrativo 
Direito Administrativo para Gerentes no Setor Público 
5 
 
 
 
 
Ao utilizarmos o termo “contrato”, automaticamente vem à nossa 
mente a idéia de ajuste de vontades entre duas partes, de forma escrita, 
registrado em cartório e regido pela legislação civil. Porém, quando nos 
referirmos a Contrato Administrativo esse conceito muda significativamente, 
como veremos a seguir. 
 
O Contrato Administrativo é um ajuste de vontades firmado entre a 
Administração e um particular. Porém, como instituto de direito público, 
com características próprias, o Contrato Administrativo é diferente de um 
contrato regido pelo direito privado. 
 
 
 
 
 
 
 
Ou seja, o Contrato Administrativo tem certas características que seriam 
impensáveis em um contrato privado, principalmente porque há o interesse 
público envolvido, que sempre será mais importante do que o interesse 
privado. 
 
Vamos então conceituar contrato administrativo? 
 
 
O parágrafo único do art. 2º da Lei nº 8.666/93, define contrato da 
seguinte forma: 
 
“Art. 2º As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, 
alienações, concessões, permissões e locações da Administração Pública, 
quando contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de 
licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei. 
 
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e 
qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e 
particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de 
vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a 
denominação utilizada.” 
 
Contrato Administrativo, segundo Hely Lopes Meirelles, “é o ajuste que a 
Administração Pública, agindo nessa qualidade, firma com o particular ou 
outra entidade administrativa para a consecução de objetivos do interesse 
público, nas condições estabelecidas pela própria Administração”. 
 
De início, devemos destacar que nem todo contrato da Administração é 
um Contrato Administrativo, pois existem contratos em que o órgão público 
está em igualdade de condições com o contratado. Nesses casos, o contrato 
é regido pelas leis de direito comum – por exemplo, a simples locação de 
um imóvel pela Administração para ali exercer uma determinada atividade 
Direito Administrativo para Gerentes no Setor Público 
6 
 
 
 
 
 
 
pública.O Contrato Administrativo conduz à idéia de supremacia do 
interesse público sobre o privado, sendo submetido a um conjunto próprio 
de regras, onde prevalecem diversas condições em favor da Administração. 
 
Assim, feita essa distinção, o Contrato Administrativo a ser examinado é 
aquele ajuste em que, por exemplo, a Assembléia Legislativa ou a Câmara 
Municipal figura como parte, investida da qualidade de Administração 
Pública, com a finalidade de atender ao interesse público, vinculada a outra 
pessoa (o contratado) mediante um acordo de vontades, usufruindo de 
privilégios e prerrogativas decorrentes do Direito Público. 
 
Mas ainda falta, para finalizar essa lição, conhecer os tipos de Contratos 
Administrativos: 
 
 
 
Contrato de obra pública – o objeto do contrato é a construção, reforma 
ou ampliação de um imóvel público, estrada, barragem etc.; 
 
 
 
Contrato de prestação de serviço – tem por objeto todo e qualquer 
serviço prestado à Administração, quer para atender as necessidades da 
população, quer para o atendimento das necessidades da própria 
Administração, incluídos nessa categoria os contratos de transporte, 
manutenção, comunicação, reparos, etc.; 
 
 
 
Contratos de fornecimento – voltado à aquisição de bens necessários 
para a Administração; 
 
 
 
Contrato de concessão – é aquele em que a Administração concede a um 
particular a realização de determinada atividade. 
 
 
 
Vimos que a Lei nº. 8.666/93 estabelece normas 
gerais sobre licitações e Contratos Administrativos 
pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, 
compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
 
Contrato Administrativo é o ajuste que a Administração Pública, agindo 
nessa qualidade, firma com o particular ou outra entidade administrativa 
para a consecução de objetivos do interesse público, nas condições 
estabelecidas pela própria Administração. 
 
A execução do Contrato Administrativo deverá ser acompanhada e 
fiscalizada por um representante da Administração especialmente designado 
para tal, conhecido como Gestor ou Fiscal do contrato. O gestor responde 
de maneira solidária com a empresa contratada por possíveis danos 
causados pela execução irregular do contrato. 
Direito Administrativo para Gerentes no Setor Público 
7 
 
 
 
 
 
Os Contratos Administrativos podem ser classificados como: 
 
• Contrato de obra pública; 
• Contrato de prestação de serviço; 
• Contratos de fornecimento; e 
• Contrato de concessão. 
Direito Administrativo para Gerentes no Setor Público 
8 
 
 
 
 
 
 
Unidade 2 - Características do Contrato Administrativo 
 
 
Além da importância do conceito de Contrato Administrativo, devemos 
conhecer as características que o identificam, principalmente os pontos de 
distinção entre um contrato comum e o chamado “Contrato Administrativo”. 
 
De acordo com o prof. Henrique Savonitti Miranda, o Contrato 
Administrativo possui as seguintes características: “bilateralidade, 
estabilidade, onerosidade, comutatividade, celebração intuitu personae e 
formalidade”. Vamos a eles. 
 
Bilateralidade: 
 
A bilateralidade vem da idéia de livre acordo de vontade entre as partes, 
pois ninguém pode ser obrigado a assinar um contrato com a 
Administração. Ou seja, o Contrato Administrativo é a formação voluntária 
de um ajuste entre a Administração Pública e o particular, cada qual movido 
pelos próprios interesses – a Administração quer construir um hospital, por 
exemplo, e a empresa de engenharia quer executar a obra e obter o seu 
lucro devido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Estabilidade: 
Direito Administrativo para Gerentes no Setor Público 
9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção 
 
Uma vez celebrado o contrato, a estabilidade determina 
que seja integralmente cumprido. As partes adquirem 
um direito à execução de seu objeto, sem espaço para 
mudanças ou desistência por simples capricho ou 
vontade infundada.Devido à estabilidade do Contrato Administrativo, a parte que motivar a 
rescisão antes de executado o objeto, mesmo sendo a Administração, 
deverá indenizar a parte que porventura tenha sido prejudicada. 
 
Aqui devemos examinar alguns princípios de direito que reforçam a 
característica da estabilidade. 
 
Nos contratos de direito privado uma das partes só pode exigir o 
cumprimento da obrigação da outra parte se houver cumprido 
integralmente suas próprias obrigações contratuais. 
 
 
 
 
 
Nos Contratos Administrativos, regidos pelo direito público, essa regra 
não vale. A princípio, mesmo que a Administração não cumpra 
integralmente suas obrigações estabelecidas em contrato, o contratado não 
pode interromper as suas obrigações, tudo em decorrência da supremacia 
do interesse público sobre o do particular. 
 
Porém, essa prerrogativa não possibilita o abuso desse direito pela 
Administração, muito menos elimina os direitos e as garantias individuais da 
parte contratada – inclusive indenizações posteriores. 
 
 
 
A própria Lei de licitações estabelece no art. 78, incisos XIII ao XVI, 
casos que constituem motivo para a rescisão, todos provocados pela 
Administração: 
 
“Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato: 
 
... 
Direito Administrativo para Gerentes no Setor Público 
10 
 
 
 
 
 
 
XIII a supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou 
compras, acarretando modificação do valor inicial do contrato além do limite 
permitido no § 1º do art. 65 desta Lei; 
 
XIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da 
Administração, por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso 
de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, ou 
ainda por repetidas suspensões que totalizem o mesmo prazo, 
independentemente do pagamento obrigatório de indenizações pelas 
sucessivas e contratualmente imprevistas desmobilizações e mobilizações e 
outras previstas, assegurado ao contratado, nesses casos, o direito de optar 
pela suspensão do cumprimento das obrigações assumidas até que seja 
normalizada a situação; 
 
XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela 
Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas 
destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública, 
grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o 
direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que 
seja normalizada a situação; 
 
XVI - a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou 
objeto para execução de obra, serviço ou fornecimento, nos prazos 
contratuais, bem como das fontes de materiais naturais especificadas no 
projeto; 
 
... 
 
Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão formalmente 
motivados nos autos do processo, assegurado o contraditório e a ampla 
defesa. 
 
 
Onerosidade: 
 
 
 
 
O Contrato Administrativo é oneroso, pois contém obrigações recíprocas para 
as partes contratantes. O contratado deve executar o objeto do contrato (o 
fornecimento de um bem, a execução de um serviço ou de uma obra) e a 
Administração deve pagá-lo nos termos pactuados. A Administração não tem o 
poder de enriquecer ilicitamente, ou seja, de não pagar a um contratado que 
cumpriu suas obrigações. 
 
 
 
Comutatividade: 
 
 
 
A comutatividade caracteriza o Contrato Administrativo pelo equilíbrio 
das obrigações de ambas as partes, mantendo a equivalência dos deveres 
Direito Administrativo para Gerentes no Setor Público 
11 
 
 
 
 
 
 
contratados. 
 
 
Está diretamente 
relacionada ao equilíbrio 
econômico-financeiro do 
contrato, ou seja, o 
contratado não é 
obrigado a cumprir 
obrigações com 
acréscimos ou 
supressões 
desproporcionais à sua 
capacidade. 
 
A equação 
econômico-financeira 
constitui-se na relação 
que as partes 
inicialmente estabelecem no contrato, objetivando a justa remuneração do 
contratado. 
 
É importante destacar que a comutatividade garante as condições 
contratadas inicialmente, desde que o cenário se mantenha estável, sem 
alterações bruscas que possam inviabilizar a execução do contrato. Se 
algum fator externo ao contrato onerá-lo de forma a desequilibrar a 
equação econômico-financeira, a própria Administração deve alterá-lo. 
 
Na Lição 3 abordaremos as situações em que a Administração deve agir 
para restabelecer as condições econômicas e financeiras inicialmente 
pactuadas. 
 
 
 
Celebração Intuitu Personae: 
 
 
 
 
 
 
A celebração intuitu personae diz respeito às condições pessoais do 
contratado. Os Contratos Administrativos exigem que as pessoas contratadas 
cumpram direta e pessoalmente as obrigações a que se vincularam, não lhes 
sendo permitido transferir para outros o cumprimento dessas obrigações. 
 
 
 
Vejamos o que diz o art. 78, inciso VI da Lei nº 8.666/93: 
Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato: 
... 
Direito Administrativo para Gerentes no Setor Público 
12 
 
 
 
 
 
 
 
 
VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do 
contratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem 
como a fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no edital e no contrato; 
 
Porém, tal vedação não é absoluta, desde que prevista em edital e no 
contrato. Vejamos o que diz o art. 72 da mesma lei: 
 
Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das 
responsabilidades contratuais e legais, poderá subcontratar partes da obra, 
serviço ou fornecimento, até o limite admitido, em cada caso, pela 
Administração. 
 
 
 
Formalidade: 
 
Os Contratos Administrativos obedecem, necessariamente, a 
formalidade para existirem. Isto quer dizer que, em primeiro lugar, deve o 
Contrato Administrativo seguir a forma determinada em lei. 
 
A própria Lei nº 8.666/93, especialmente em seus arts. 60 a 64, 
estabelece várias normas referentes ao aspecto formal, que serão 
oportunamente estudadas no próximo módulo deste curso. 
 
É importante destacar que o Contrato Administrativo deverá ser 
formalizado sempre de forma escrita, salvo o caso excepcional de que trata 
o parágrafo único do art. 60 da Lei n.º 8.666/93, que permite a forma 
verbal para pequenas compras de pronto pagamento no valor de até R$ 
4.000,00. 
 
 
 
 
 
Ao finalizar a lição vimos que são características 
de um Contrato Administrativo: 
 
Bilateralidade: o Contrato Administrativo é a 
formação voluntária de um ajuste entre a 
Administração Pública e o particular, cada qual 
movido pelos próprios interesses. 
 
Estabilidade: Uma vez celebrado, o contrato deve ser integralmente 
cumprido. As partes adquirem um direito à execução de seu objeto, sem 
espaço para mudanças ou desistência por simples capricho ou vontade 
infundada. 
 
Onerosidade: O Contrato Administrativo é oneroso, pois contém 
obrigações recíprocas para as partes contratantes. 
Direito Administrativo para Gerentes no Setor Público 
13 
 
 
 
 
 
 
Comutatividade: A comutatividade caracteriza o Contrato Administrativo 
pelo equilíbrio das obrigações de ambas as partes, mantendo a equivalência 
dos deveres contratados. Está diretamente relacionada ao equilíbrio 
econômico-financeiro do contrato. 
 
Celebração Intuitu Personae: Os Contratos Administrativos exigem que o 
contratado cumpra direta e pessoalmente as obrigações a que se vinculou, 
não lhe sendo permitido transferir para outros o cumprimento dessas 
obrigações (a não ser que conste expressamente do Edital de Licitação tal 
possibilidade).Formalidade: Os Contratos Administrativos devem, necessariamente, 
seguir a forma determinada em lei. 
Direito Administrativo para Gerentes no Setor Público 
14 
 
 
 
 
 
 
Unidade 3 - Reequilíbrio econômico-financeiro de um contrato 
 
 
Inicialmente vale lembrar que a equação econômico-financeira constitui- 
se na relação que as partes inicialmente estabelecem no contrato, 
objetivando a justa remuneração do contratado. 
Vejamos o que determina o art. 65, inciso II, alínea da Lei nº. 8.666/93: 
“Art. 65. Os contratos regidos por esta lei poderão ser alterados, com as 
devidas justificativas, nos seguintes casos: 
 
... 
 
II - por acordo das partes: 
 
... 
 
d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente 
entre os encargos do contratado e a atribuição da Administração para a 
justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a 
manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na 
hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de 
consequências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do 
ajustado, ou ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do 
príncipe, configurando álea econômica extraordinária e extracontratual.” 
 
 
 
Nesse sentido, podemos concluir que 
existem determinadas situações que 
ensejam o reequilíbrio (restabelecer a 
relação que as partes pactuaram 
inicialmente entre os encargos do 
contratado e sua justa remuneração) dos 
Contratos Administrativos, como aquelas 
decorrentes de fatos previsíveis ou 
imprevisíveis, porém de consequências 
incalculáveis, que retardam ou impedem a 
execução do contrato. 
 
As situações que podem levar ao agravamento dos encargos contratuais 
do particular são as seguintes: 
 
· Fato do Príncipe; 
 
· Fato da Administração; 
 
· Caso Fortuito ou Força Maior; 
 
· Teoria da Imprevisão. 
 
Vamos a elas. 
Direito Administrativo para Gerentes no Setor Público 
15 
 
 
 
 
 
 
Fato do Príncipe: 
 
 
 
 
 
 
 
De acordo com o prof. Diógenes Gasparini (2001:557), o Fato do Príncipe 
é “toda determinação estatal, positiva ou negativa, geral e imprevisível ou 
previsível, mas de consequências incalculáveis, que onera extraordinariamente 
ou que impede a execução do contrato e obriga a Administração Pública a 
compensar integralmente os prejuízos suportados pelo particular.” 
 
 
Essa determinação estatal pode ser entendida como a edição de uma 
nova norma (pode ser uma lei ou um decreto), que venha afetar 
diretamente o contrato, provocando um aumento das obrigações do 
particular contratado. Por vezes esse aumento é tão grande que 
impossibilita a execução do contrato. 
 
Exemplo: um contrato entre a administração e uma empresa privada 
tem como objetivo uma obra. Parte do material necessário para obra seria 
importado. Acontece que o governo, por intermédio de uma norma legal, 
eleva substancialmente a alíquota do imposto de importação desse material. 
Tal fato irá onerar substancialmente os custos do contratado, podendo até 
inviabilizar a obra, sem que o particular detenha qualquer ingerência sobre 
isso. 
 
Nesses casos, é dever da Administração recompor o contrato aos moldes 
da contratação original, buscando o seu reequilíbrio econômico-financeiro. 
Vejamos o que diz o § 5º do art. 65 da Lei nº 8.666/93: 
 
§ 5º Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou 
extintos, bem como a superveniência de disposições legais, quando 
ocorridas após a data da apresentação da proposta, de comprovada 
repercussão nos preços contratados, implicarão a revisão destes para mais 
ou para menos, conforme o caso. 
 
Deve-se destacar que a norma deve ser geral e abstrata, ou seja, se 
dirigir e obrigar indistintamente a toda a sociedade. Caso a ação da 
Administração atinja somente os termos contratados, não se pode falar em 
Fato do Príncipe, mas em Fato da Administração. 
 
Fato da Administração: 
 
Da mesma forma que o Fato do Príncipe, o Fato da Administração 
também afeta o contrato, mas neste caso de forma direta, ou seja, o ato da 
Administração tem incidência exclusiva sobre as condições do Contrato 
Administrativo. 
 
Como exemplo, podemos tomar a não-desapropriação pela 
Administração de terreno necessário para a construção de um prédio 
Direito Administrativo para Gerentes no Setor Público 
16 
 
 
 
 
público, por motivos ambientais. Não há como prosseguir com a obra sem o 
terreno onde se dará a construção. 
 
Caso Fortuito ou Força Maior: 
 
O Caso Fortuito ou Força Maior também representam ônus contratuais 
externos que impedem a execução do contrato. 
 
Nos casos anteriores, a fonte do desequilíbrio vinha da Administração, 
ora criando obstáculo por edição de norma geral, dirigida a toda a sociedade 
(mas que onera demasiadamente o contrato), ora por fato que afeta tão 
somente e de forma direta o contrato assinado entre o particular e a 
Administração. 
 
Porém, nas hipóteses que examinaremos a seguir, a fonte motivadora 
que impede a execução do contrato é externa, sem qualquer participação 
das partes envolvidas na relação jurídica, quer seja a Administração, quer o 
particular. 
 
 
 
 
 
Tanto eventos provenientes da natureza (enchentes, furacões, etc.), 
quanto decorrentes de ações humanas (greves, paralisações, ocupações 
ilegais, etc.) são considerados situações que merecem a atuação da 
Administração para não atribuir ao particular encargo excessivo e injusto, 
principalmente porque não foi ele quem deu causa ao fato modificador das 
condições originais da contratação. 
 
Segundo Hely Lopes Meirelles, Caso Fortuito ou Força Maior são 
“eventos que por sua imprevisibilidade e inevitabilidade criam para o 
contratado impossibilidade intransponível de normal execução do contrato”. 
Neste caso, como se verifica uma impossibilidade de execução do contrato, 
Direito Administrativo para Gerentes no Setor Público 
17 
 
 
 
 
 
 
a Administração rescinde o contrato liberando do compromisso o 
fornecedor. 
 
Vejamos o que diz o art. 78, inciso XVII da Lei n.º 8.666/93: 
“Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato: 
... 
 
XVII - a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente 
comprovada, impeditiva da execução do contrato.” 
 
Teoria da Imprevisão: 
 
A Teoria da Imprevisão “é todo acontecimento externo ao contrato, 
estranho à vontade das partes, imprevisível e inevitável, que causa um 
desequilíbrio muito grande, tornando a execução do contrato 
excessivamente onerosa para o contratado.” 
 
Portanto, trata-se de um fato imprevisível quanto à sua ocorrência e 
consequências, que não decorre da ação de nenhuma das partes e causador 
de grande desequilíbrio econômico, que onera exageradamente a obrigação 
do particular, muito além do que inicialmente pactuado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tomemos como exemplo um contrato que prevê a entrega futura (por 
exemplo, seis meses após a licitação) de um determinado bem. Quando da 
entrega do bem, o preço do produto no mercado sofreu grande aumento em 
decorrência da inflação registrada entre a data da licitação e a da entrega, o 
que gerará um significativo prejuízo ao fornecedor. Neste caso, a 
Administração deve proceder a alterações de cláusulas contratuais 
financeiras para permitir a continuidade do contrato. 
 
 
 
Vimos, nesta lição que a equação econômico-financeira 
constitui-se na relação que as partes inicialmente 
estabelecem no contrato, objetivando a justa remuneração 
do contratado. 
 
Existem determinadas situações que ensejam o desequilíbrio da equação 
econômico-financeira original dos Contratos Administrativos,como aquelas 
decorrentes de fatos previsíveis ou imprevisíveis, porém de consequências 
Direito Administrativo para Gerentes no Setor Público 
18 
 
 
 
 
incalculáveis, que retardam ou impedem a execução do contrato. São elas: 
 
Fato do Príncipe: toda determinação estatal, positiva ou negativa, geral 
e imprevisível ou previsível, mas de consequências incalculáveis, que onera 
em demasia ou que impede a execução do contrato e obriga a 
Administração Pública a compensar os prejuízos do particular. 
 
Fato da Administração: ato da Administração que afeta o contrato de 
forma direta, ou seja, tem incidência exclusiva sobre as condições 
pactuadas. 
 
Caso Fortuito ou Força Maior: acontecimento externo ao contrato, que 
não deriva da Administração, estranho à vontade das partes, imprevisível e 
inevitável, que impede a execução da avença. 
 
Teoria da Imprevisão: acontecimento externo ao contrato, estranho à 
vontade das partes, imprevisível e inevitável, que causa um desequilíbrio 
muito grande, tornando a execução do contrato excessivamente onerosa 
para o contratado. 
Direito Administrativo para Gerentes no Setor Público 
19 
 
 
 
 
 
 
Unidade 4 - Cláusulas exorbitantes em favor da Administração 
 
Por fim, para completarmos este estudo inicial dos Contratos 
Administrativos, abordaremos as chamadas “Cláusulas Exorbitantes”, que 
nada mais são do que condições estabelecidas pela Lei nº. 8.666/93 que 
favorecem a Administração frente ao contratado, tendo em vista a 
supremacia do interesse público sobre o particular. 
 
Tais cláusulas, como frisa Hely Lopes Meirelles, excedem o Direito 
Comum, para consignar uma vantagem ou uma restrição à Administração 
ou ao Contratado, sendo absolutamente válidas no Contrato Administrativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção 
 
São consideradas “Cláusulas Exorbitantes”: exigência de garantia, 
alteraçãounilateral, rescisão unilateral, retomada do objeto, 
fiscalização, aplicação de penalidades e manutenção do equilíbrio 
financeiro. 
 
 
 
 
A exigência de prestação de garantia pelo 
contratado visa assegurar a completa execução 
do contrato pelo particular e está prevista no art. 
56, § 1º, da Lei nº 8.666/93. Pode ser em forma 
de caução em dinheiro ou em títulos da dívida 
pública, seguro-garantia e fiança bancária. 
 
 
 
 
Explicando melhor, se o contratado não 
executar suas obrigações nos termos pactuados, 
a Administração ficará com a garantia 
depositada para ressarci-la dos prejuízos 
derivados da não-execução do contrato. 
 
Nos contratos privados a existência de cláusulas de garantia é possível, 
mas as duas partes têm que concordar com isso. Já nos Contratos 
Administrativos tal cláusula é imposta pela Administração e de aceitação 
obrigatória pelo contratado, e sempre estará presente no edital da licitação. 
 
A alteração unilateral do contrato é prerrogativa prevista no art. 58, 
inciso I, da Lei nº 8.666/93, que diz que a Administração pode modificar o 
contrato, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de 
interesse público, respeitados os direitos do contratado. 
 
De acordo com o art. 65 da mesma lei, os contratos poderão se 
alterados unilateralmente pela Administração quando houver modificação do 
projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus 
Direito Administrativo para Gerentes no Setor Público 
20 
 
 
 
 
objetivos; ou quando necessária a modificação do valor contratual em 
decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vale ressaltar que essa prerrogativa da Administração não impede o 
contratado de pleitear o seu direito ao equilíbrio econômico-financeiro do 
contrato, inclusive buscando suporte na Justiça, se entender necessário. 
 
A rescisão unilateral também é prerrogativa da Administração (art. 58, 
inciso II, da Lei nº. 8.666/93) justificada na superioridade do interesse 
público sobre o privado e somente admitida no Contrato Administrativo. 
 
Porém, essa vantagem está restrita às hipóteses do art. 79, inciso I, da 
lei de licitações, que resumidamente permite a rescisão contratual por falha 
do contratado (cumprimento irregular de cláusulas contratuais, 
especificações, projetos e prazos; a lentidão do seu cumprimento, levando a 
Administração a comprovar a impossibilidade da conclusão da obra, do 
serviço ou do fornecimento, nos prazos estipulados; atraso injustificado no 
início da obra, serviço ou fornecimento; a paralisação da obra, do serviço ou 
do fornecimento, sem justa causa e prévia comunicação à Administração, 
etc.) ou pela ocorrência de caso fortuito ou de força maior. 
 
É importante destacar que em qualquer caso de rescisão unilateral, não 
tendo o particular motivado o fato, a Administração tem o dever de 
indenizá-lo pelos custos já incorridos e não ressarcidos. 
 
 
 
A retomada do objeto pode ser definida como o direito da 
Administração, em caso de rescisão unilateral, de assegurar a continuidade 
da execução do contrato por meio da assunção de seu objeto, quando a 
paralisação por parte do contratado representar risco ao interesse público. 
Direito Administrativo para Gerentes no Setor Público 
21 
 
 
 
 
 
 
Caso típico de retomada do objeto, em caso de rescisão unilateral, é o 
contrato de concessão, onde a Administração retoma os serviços prestados 
pelas concessionárias, inclusive revertendo bens para o Poder Público, tudo 
para manter em operação os serviços concedidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
público essencial. 
Imaginem um determinado serviço público, 
por exemplo, o fornecimento de energia 
elétrica, deixar de ser fornecido como 
forma de pressão por aumento da tarifa. 
Neste caso, a Administração retoma a 
concessão, assim como todos os bens 
necessários à execução dos serviços, 
visando garantir a continuidade do 
fornecimento de energia. Tudo isso se 
justifica em função do prejuízo para a 
população pela interrupção desse serviço 
 
Outra prerrogativa da Administração é o seu poder de fiscalização da 
execução do contrato, conforme disposto no art. 58, inciso III, e art. 67 da 
Lei nº. 8.666/93, que será realizado por um representante da 
Administração (gestor ou fiscal do contrato) especialmente designado. 
 
Lembra a profª. Di Pietro que "A este fiscal caberá anotar em registro 
próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução do contrato, 
determinando o que for necessário à regularização das faltas ou defeitos 
observados ou, se as decisões ultrapassarem sua competência, solicitá-las a 
seus superiores." 
 
E continua: "O não atendimento das determinações da autoridade 
fiscalizadora enseja rescisão unilateral do contrato (art. 78, VII), sem 
prejuízo das sanções cabíveis". 
 
 
 
A aplicação de penalidades contratuais, prerrogativa relacionada com o 
poder fiscalizatório, permite a imposição de pena diretamente pela 
Administração ao contratado, logicamente dentro dos limites legais e 
estabelecidos no pacto. 
 
Dessa forma, as faltas cometidas pela empresa contratada ensejam a 
incidência de uma das punições elencadas nos arts. 86 e 87 da lei de 
licitações, aplicada pela Administração sem necessidade de remessa do caso 
para a apreciação do Poder Judiciário. É natural que o contratado sempre 
poderá procurar o Judiciário para defender-se de qualquer excesso do Poder 
Direito Administrativo para Gerentes no Setor Público 
22 
 
 
 
 
 
 
Público. 
 
É conveniente ressaltar que a Administração deve sempre respeitar os 
princípios do contraditório e da ampla defesa, permitindo que o contratado 
se defenda ou exponha suas razões antes da aplicaçãoda penalidade. 
 
 
 
 
 
 
 
A manutenção do equilíbrio financeiro, apesar de ser considerada uma 
das cláusulas exorbitantes, não é uma prerrogativa da Administração, mas 
um dever a ser cumprido. Ou seja, sempre que a equação obrigações x 
remuneração de um contrato se tornar desbalanceada em desfavor do 
contratado, deve a Administração rever as cláusulas econômicas da avença 
para retornar às condições iniciais pactuadas. Já nos contratos entre 
particulares, tal obrigação inexiste. 
 
Como vimos anteriormente, apesar da possibilidade de alteração 
unilateral do contrato pela Administração, ela não pode alterar as condições 
econômico-financeiras estabelecidas no contrato. Esse é um direito 
inalienável do contratado, que deve sempre ser observado. 
 
 
 
 
Resumindo a lição, vimos que “Cláusulas Exorbitantes” 
são condições estabelecidas pela Lei nº. 8.666/93 que 
favorecem a Administração frente ao contratado, tendo em 
vista a supremacia do interesse público sobre o particular. 
São elas: 
 
Exigência de prestação de garantia: visa assegurar a completa execução 
do contrato pelo particular e está prevista no art. 56, § 1º, da Lei nº. 
8.666/93. Pode ser em forma de caução em dinheiro ou em títulos da dívida 
pública, seguro-garantia e fiança bancária. 
Direito Administrativo para Gerentes no Setor Público 
23 
 
 
 
 
 
 
Alteração unilateral do contrato: prerrogativa da Administração de 
modificar o contrato, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades 
de interesse público, respeitados os direitos do contratado. 
 
Rescisão unilateral: possibilidade da Administração, em determinadas 
circunstâncias, de rescindir unilateralmente um Contrato Administrativo. 
 
Retomada do objeto: direito da Administração, em caso de rescisão 
unilateral, de assegurar a continuidade da execução do contrato por meio 
da assunção de seu objeto, quando a paralisação por parte do contratado 
representar risco ao interesse público. 
 
Aplicação de penalidades: prerrogativa relacionada com o poder 
fiscalizatório, que permite a imposição de pena diretamente pela 
Administração ao contratado, dentro dos limites legais e estabelecidos no 
pacto. 
 
Manutenção do equilíbrio financeiro: poder-dever da Administração de 
manter a equação obrigações x remuneração originalmente pactuada em 
um Contrato Administrativo. 
 
Parabéns! Você chegou ao final do Módulo I de estudo do curso Direito 
Administrativo para Gerentes no Setor Pubico. 
 
Como parte do processo de aprendizagem, sugerimos que você faça 
uma releitura do mesmo e resolva os Exercícios de Fixação. O resultado não 
influenciará na sua nota final, mas servirá como oportunidade de avaliar o 
seu domínio do conteúdo. Lembramos ainda que a plataforma de ensino faz 
a correção imediata das suas respostas! 
 
Para ter acesso aos Exercícios de Fixação, clique aqui. 
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24 
 
 
 
 
 
 
Módulo II - Comentários à Lei 8.666/93 
 
 
o Conhecer os principais dispositivos constantes 
da Lei nº. 8.666/93; 
o reconhecer as principais disposições legais 
relativas à formalização dos contratos; 
 
o avaliar casos e circunstâncias em que se fazem 
necessárias alterações contratuais; 
o listar as regras a serem observadas durante a 
execução dos contratos e 
 
o justificar ocorrências que ensejam rescisão 
contratual e suas consequências. 
Direito Administrativo para Gerentes no Setor Público 
25 
 
 
 
 
Unidade 1 - Disposições Preliminares 
 
 
 
 
“Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-se 
pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito público, aplicando-se-lhes, 
supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições 
de direito privado. 
 
§ 1º Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as 
condições para sua execução, expressas em cláusulas que definam os 
direitos, obrigações e responsabilidades das partes, em conformidade com 
os termos da licitação e da proposta a que se vinculam. 
 
§ 2º Os contratos decorrentes de dispensa ou de inexigibilidade de 
licitação devem atender aos termos do ato que os autorizou e da respectiva 
proposta.” 
 
O caput do art. 54 faz menção aos preceitos de Direito Público – tema já 
abordado no Módulo I. A novidade aqui é que, além das regras já 
estudadas, aplicam-se também aos Contratos Administrativos as regras de 
Direito Privado (Direito Civil ou, em alguns casos, Direito Comercial) – claro, 
desde que não haja conflito com as normas de Direito Público, pois essas 
são prioritárias. 
 
 
 
 
 
 
da contratação. 
Devemos ter em mente que o gestor, sempre que 
possível, deve participar de todas as etapas da 
contratação que ficará sob sua responsabilidade: 
descrição detalhada do objeto, elaboração do Projeto 
Básico ou Termo de Referência (no caso de pregão), 
pesquisa de preço, procedimento licitatório, 
contratação e, finalmente, a gestão propriamente dita 
 
Atuando dessa maneira, o gestor terá a possibilidade de auxiliar na 
instrução da licitação, permitindo o estabelecimento de cláusulas 
contratuais claras e precisas, que definam corretamente os direitos, 
obrigações e responsabilidades do contratado e da Administração, 
facilitando assim a gestão do contrato. 
 
O art. 54 também obriga a Administração a estar sempre vinculada ao 
respectivo processo administrativo que deu origem à contratação, não 
sendo permitida a alteração, no decorrer da execução, das condições que 
ensejaram a contratação. 
 
“Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que 
Direito Administrativo para Gerentes no Setor Público 
26 
 
 
 
 
estabeleçam: 
 
I - o objeto e seus elementos característicos; 
 
II - o regime de execução ou a forma de fornecimento; 
 
III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e 
periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização 
monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo 
pagamento; 
 
IV - os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, 
de observação e de recebimento definitivo, conforme o caso; 
 
V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação 
funcional programática e da categoria econômica; 
 
VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando 
exigidas; 
 
VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e 
os valores das multas; 
 
VIII os casos de rescisão; 
 
IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão 
administrativa prevista no art. 77 desta Lei; 
 
X - as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão, 
quando for o caso; 
 
XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a 
inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor; 
 
XII - a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos 
casos omissos; 
 
XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do 
contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas 
as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação. 
 
§ 1º (Vetado) 
 
§ 2º Nos contratos celebrados pela Administração Pública com pessoas 
físicas ou jurídicas, inclusive aquelas domiciliadas no estrangeiro, deverá 
constar necessariamente cláusula que declare competente o foro da sede da 
Administração para dirimir qualquer questão contratual, salvo o disposto no 
§ 6º do art. 32 desta Lei. 
 
§ 3º No ato da liquidação da despesa, os serviços de contabilidade 
comunicarão, aos órgãos incumbidos da arrecadação e fiscalizaçãode 
tributos da União, Estado ou Município, as características e os valores 
Direito Administrativo para Gerentes no Setor Público 
27 
 
 
 
 
pagos, segundo o disposto no art. 63 da Lei nº. 4.320, de 17 de março de 
1964.” 
 
 
Para que uma contratação possa ser realizada com sucesso, deve ser 
instruída pelo órgão técnico competente ou pela unidade solicitante, 
conforme o caso, com a elaboração de Projeto Básico ou Termo de 
Referência, contendo, no que couber, as seguintes informações: 
 
a) objeto perfeitamente descrito, com características e quantidades; 
 
b) justificativa da necessidade da contratação; 
 
c) descrição circunstanciada da situação atual e previsão da situação futura; 
 
d) forma e local de execução dos serviços ou recebimento dos bens; 
 
e) prazo para início dos serviços ou de entrega dos bens; 
 
f) condições de recebimento do serviço ou dos bens; 
 
g) formalização e prazo de vigência do contrato; 
 
h) prazo de garantia; 
 
i) previsão dos materiais, instalações ou equipamentos necessários; 
 
j) indicação de pessoal técnico adequado; 
 
k) capacidade técnica necessária; 
 
l) planilha de composição de custos; 
 
m) vistoria técnica e regras pertinentes; 
 
n) obrigações da contratada e do contratante; 
 
o) condições de pagamento; 
 
p) acompanhamento e fiscalização do contrato; 
 
q) estimativa de custo; 
 
r) previsão orçamentária; 
 
s) possibilidade de subcontratação, se for o caso; 
 
t) possibilidade de participação de consórcio, se for o caso; e 
 
u) marcas e modelos de referência, quando aplicável, visando facilitar a 
pesquisa de preço. 
Direito Administrativo para Gerentes no Setor Público 
28 
 
 
 
 
No caso de Compras a definição das quantidades a serem adquiridas 
deve ser estabelecida em função do consumo e da utilização prováveis, 
estimados em conformidade com técnicas adequadas. 
 
Um Projeto Básico ou Termo de Referência bem feito se revelará de 
grande utilidade na elaboração da minuta de contrato que fará parte do 
edital da licitação. Essa minuta deverá conter, no mínimo, as cláusulas 
estabelecidas pelo art. 55. 
 
Vale ressaltar que é fundamental ao gestor conhecer bem o objeto 
contratado e suas características principais; a forma de execução, condições 
e prazos estabelecidos em contrato; garantias, direitos e responsabilidades 
das partes; etc. Nesse sentido, também recomendamos ao gestor o estudo 
atento do Projeto Básico ou Termo de Referência, caso não tenha 
participado de sua elaboração. 
 
 
 
Especificamente no que se refere aos incisos VII e VIII do art. 55, devemos ter 
em mente que o gestor deve registrar de forma clara e objetiva os fatos que 
possam ensejar a imposição de penalidades ou rescisão do contrato, comunicando- 
os prontamente ao setor responsável pela aplicação das sanções. 
 
 
É importante que todas as possíveis penalidades constem explicitamente 
do contrato firmado com o particular, pois, caso contrário, a Administração 
não poderá aplicar sanções à contratada. Vejamos o que diz o prof. Marçal 
Justen Filho: “a Lei faculta a aplicação de multa ao contratado inadimplente. 
Porém, se o ato convocatório e o contrato forem omissos, a multa será 
inaplicável pela impossibilidade de apuração da quantia da penalidade. Não 
se admite a remessa à discricionariedade da Administração para aplicar 
multa.” 
 
“Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde 
que prevista no instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de 
garantia nas contratações de obras, serviços e compras. 
 
§ 1º Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de 
garantia: 
 
I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo estes ter 
sido emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistema 
centralizado de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do 
Brasil e avaliados pelos seus valores econômicos, conforme definido pelo 
Ministério da Fazenda; 
 
II - seguro-garantia; 
III - fiança bancária. 
§ 2º A garantia a que se refere o caput deste artigo não excederá a cinco 
por cento do valor do contrato e terá seu valor atualizado nas mesmas 
condições daquele, ressalvado o previsto no parágrafo 3º deste artigo. 
Direito Administrativo para Gerentes no Setor Público 
29 
 
 
 
 
 
 
§ 3º Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto envolvendo 
alta complexidade técnica e riscos financeiros consideráveis, demonstrados 
através de parecer tecnicamente aprovado pela autoridade competente, o 
limite de garantia previsto no parágrafo anterior poderá ser elevado para 
até dez por cento do valor do contrato. 
 
§ 4º A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída 
após a execução do contrato e, quando em dinheiro, atualizada 
monetariamente. 
 
§ 5º Nos casos de contratos que importem na entrega de bens pela 
Administração, dos quais o contratado ficará depositário, ao valor da 
garantia deverá ser acrescido o valor desses bens.” 
 
A garantia contratual visa assegurar à Administração o cumprimento da 
obrigação assumida pelo contratado, devendo estar prevista no instrumento 
convocatório. 
 
O próprio art. 55, inciso VI, determina que é cláusula necessária em 
todo contrato a que estabeleça as garantias oferecidas para assegurar sua 
plena execução, quando exigidas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção 
 
Sempre que a Administração entender que não existem riscos que 
justifiquem a exigência de garantia, poderá deixar de exigi-la - as 
contratações de pequeno valor e entrega imediata são exemplos da 
ausência de necessidade de garantia. 
 
 
 
 
A garantia, toda vez que exigida, deverá constar do edital da licitação, 
podendo ser apresentada sob forma de caução, seguro-garantia ou fiança 
bancária – a modalidade a ser fornecida é uma escolha do contratado. 
Como algumas garantias têm prazo de validade fixo, deve o gestor ficar 
atento para, sempre que necessário, solicitar sua renovação. 
 
“Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à 
vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos 
relativos: 
 
I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas 
estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se 
houver interesse da Administração e desde que isso tenha sido previsto no 
Direito Administrativo para Gerentes no Setor Público 
30 
 
 
 
 
ato convocatório; 
 
 
II - à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que 
poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com 
vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a 
administração, limitada a sessenta meses. 
 
III - (Vetado). 
 
 
IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de 
informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 (quarenta 
e oito) meses após o início da vigência do contrato. 
 
§ 1.º Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de 
entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do contrato e 
assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro, desde 
que ocorra algum dos seguintes motivos, devidamente autuados em 
processo: 
 
I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração; 
 
 
II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade 
das partes, que altere fundamentalmente as condições de execução do 
contrato; 
 
III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de 
trabalho por ordem e no interesse da Administração; 
 
IV - aumento das quantidades inicialmenteprevistas no contrato, nos 
limites permitidos por esta Lei; 
 
V - impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro 
reconhecido pela Administração em documento contemporâneo à sua 
ocorrência; 
 
VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, inclusive 
quanto aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente, 
impedimento ou retardamento na execução do contrato, sem prejuízo das 
sanções legais aplicáveis aos responsáveis. 
 
§ 2.º Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e 
previamente autorizada pela autoridade competente para celebrar o 
contrato. 
 
§ 3.º É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado. 
 
 
§ 4.º Em caráter excepcional, devidamente justificado e mediante 
Direito Administrativo para Gerentes no Setor Público 
31 
 
 
 
 
autorização da autoridade superior, o prazo de que trata o inciso II do caput 
deste artigo poderá ser prorrogado por até doze meses.” 
 
 
 
O art. 57 trata dos prazos de duração dos contratos e dispõe sobre a 
possibilidade de prorrogação de sua execução. De início destacamos a 
faculdade da Administração de prorrogar por iguais e sucessivos períodos a 
prestação de serviços a serem executados de forma contínua, até o limite 
de sessenta meses. Ex.: Contratos de limpeza, conservação, cópias 
reprográficas etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção 
 
Em caráter excepcional e devidamente justificado, o prazo de 
sessenta meses poderá ainda ser prorrogado por mais doze meses, 
desde que devidamente autorizado por autoridade superior. Um 
exemplo de caso que justificaria tal prorrogação seria o atraso de 
uma licitação devido à interposição de mandados de segurança por 
parte dos licitantes. 
 
 
As prorrogações contratuais deverão ser sempre realizadas visando à 
obtenção comprovada de preços e condições mais vantajosas para a 
Administração. Lembramos que o gestor deve sempre ficar atento à 
duração do contrato sob sua responsabilidade, e avisar com antecedência à 
Administração o término de sua validade, bem como o interesse ou não em 
sua prorrogação. 
 
Já o aluguel de equipamentos e a utilização de programas de informática 
têm sua duração máxima – já consideradas todas as prorrogações – 
limitada a 48 (quarenta e oito) meses. 
 
 
“Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por 
esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de: 
 
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de 
interesse público, respeitados os direitos do contratado; 
 
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 
79 desta Lei; 
 
III - fiscalizar-lhes a execução; 
 
 
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste; 
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, 
Direito Administrativo para Gerentes no Setor Público 
32 
 
 
 
 
imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da 
necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo 
contratado, bem como na hipótese de rescisão do Contrato Administrativo. 
 
§ 1.º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos 
administrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do 
contratado. 
 
§ 2.º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico- 
financeiras do contrato deverão ser revistas para que se mantenha o 
equilíbrio contratual.” 
 
Aqui estão dispostas algumas das prerrogativas da Administração que 
conhecemos como “Cláusulas Exorbitantes”, já vistas na Unidade I. 
 
Vale atentar para o disposto no § 2º: sempre que a Administração 
modificar um contrato unilateralmente para melhor adequação às 
finalidades de interesse público, deve verificar se dessa ação derivou algum 
desequilíbrio contratual (imposição de encargos excessivos ao contratado), 
e nessa hipótese, proceder à revisão das cláusulas econômico-financeiras. 
 
 
 
 
 
Advertimos que a faculdade de alteração unilateral de um Contrato 
Administrativo pela Administração refere-se apenas às chamadas “cláusulas de 
serviço” (ou “regulamentares”), que dizem respeito ao objeto e sua execução. Tal 
faculdade não alcança as chamadas “cláusulas econômico-financeiras”, que dizem 
respeito à remuneração do contratado. 
 
 
 
 
Mais uma vez ressaltamos a importância de o gestor registrar todas as 
ocorrências relativas ao contrato, principalmente as que ensejarem 
punições à contratada, pois qualquer imposição de sanção deve sempre ser 
justificada pela Administração. 
 
“Art. 59. A declaração de nulidade do Contrato Administrativo opera 
retroativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, 
deveria produzir, além de desconstituir os já produzidos. 
 
Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de 
indenizar o contratado pelo que este houver executado até a data em que 
ela for declarada e por outros prejuízos regularmente comprovados, 
contanto que não lhe seja imputável, promovendo-se a responsabilidade de 
quem lhe deu causa.” 
 
O art. 59 estabelece que uma vez declarada a nulidade de um Contrato 
Administrativo, é com se ele nunca houvesse existido, desconstituindo todos 
Direito Administrativo para Gerentes no Setor Público 
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os efeitos já produzidos e não permitindo que outros sejam gerados. 
 
 
Porém, mais uma vez, a Lei determina à Administração indenizar o 
particular pelos trabalhos realizados ou bens fornecidos até o momento da 
declaração de nulidade – desde que o contratado não tenha sido o causador 
da declaração de nulidade e tenha agido de boa-fé. 
 
 
 
Finalizando a lição, vimos que se aplicam aos Contratos 
Administrativos as regras de Direito Privado (Direito Civil ou, 
em alguns casos, Direito Comercial) – desde que não haja 
conflito com as normas de Direito Público, pois essas são 
prioritárias. 
 
Sempre que possível, o gestor deve participar de todas as etapas do 
procedimento do qual resultará a contratação. 
 
A Administração deve estar sempre vinculada ao respectivo processo 
administrativo que deu origem à contratação, não sendo permitida a 
alteração das condições que ensejaram a contratação no decorrer de sua 
execução. 
 
Para que uma contratação possa ser realizada com sucesso, deve ser 
instruída pelo órgão técnico competente ou pela unidade solicitante, 
conforme o caso, com a elaboração de Projeto Básico ou Termo de 
Referência contendo o maior número possível de informações que 
descrevam detalhadamente a contratação solicitada. 
 
É importante que todas as possíveis penalidades constem explicitamente 
do contrato firmado com o particular, pois caso contrário a Administração 
não poderá aplicá-las à contratada. 
 
A garantia contratual de que trata o art. 56 da Lei nº. 8.666/93, toda 
vez que exigida, deverá constar do edital da licitação, podendo ser 
apresentada sob forma de caução, seguro-garantia ou fiança bancária – a 
modalidade a ser fornecida é uma escolha do contratado. Como algumas 
garantias têm prazo de validade fixo, deve o gestor ficar atento para, 
sempre que necessário, solicitar sua renovação. 
 
É faculdade da Administração a prorrogação dos contratos de prestação 
de serviços a serem executados de forma contínua, até o limite de sessenta 
meses. Em caráter excepcional e devidamente justificado, esse prazo 
poderá ainda ser prorrogado por mais doze meses, desde que devidamente 
autorizado por autoridade superior. 
 
Os contratos de aluguel de equipamentos e utilização de programas de 
informática têm sua duraçãomáxima – já consideradas todas as 
prorrogações – limitada a quarenta e oito meses. 
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Unidade 2 - Da Formalização dos Contratos e da Alteração dos Contratos 
 
 
 
“Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições 
interessadas, as quais manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e registro 
sistemático do seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis, que se 
formalizam por instrumento lavrado em cartório de notas, de tudo juntando-se cópia 
no processo que lhe deu origem. 
 
Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a 
Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim 
entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite 
estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em regime de 
adiantamento.” 
 
 
 
 
A regra geral para os Contratos Administrativos é a forma escrita, 
devendo os instrumentos contratuais, devidamente assinados, serem 
mantidos nas respectivas repartições públicas, bem como seus posteriores 
aditamentos. Via de regra, essa não é uma atribuição do gestor, que deverá 
manter sob sua guarda apenas cópia do contrato para posteriores 
consultas, mas não o original. 
 
 
 
 
 
 
 
A regra pode ser estendida por analogia a todos os fatos relativos à 
gestão dos Contratos Administrativos. Deve o gestor registrar por escrito 
todas as ocorrências relativas à gestão, inclusive correspondências trocadas 
com o contratante. Deve-se evitar ao máximo comunicações verbais com o 
particular, a regra é TUDO POR ESCRITO. 
Direito Administrativo para Gerentes no Setor Público 
35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção 
 
Quanto à obrigatoriedade de formalização dos contratos, a Lei nº. 
8.666/93 abre exceção apenas para as pequenas compras de pronto 
pagamento, desde que em valor não superior a R$ 4.000,00. Exemplo 
típico dessa situação são os gastos efetuados por suprimento de 
fundos. 
 
 
 
 
“Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de 
seus representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o 
número do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a 
sujeição dos contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais. 
 
Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou 
de seus aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensável para 
sua eficácia, será providenciada pela Administração até o quinto dia útil do 
mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias 
daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, 
ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei.” 
 
 
 
O caput art. 61 trata das informações básicas que 
devem constar de um Contrato Administrativo, enquanto 
o parágrafo único cuida da obrigatoriedade de 
atendimento de um dos princípios basilares da 
Administração Pública: A Publicidade. 
 
 
 
 
 
Nesse diapasão, a lei determina que a Administração deve enviar o 
extrato para a imprensa oficial até o quinto dia do mês seguinte ao da 
assinatura do contrato. A partir daí, a imprensa oficial dispõe de 20 dias 
para publicar o extrato do contrato. 
 
“Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de 
concorrência e de tomada de preços, bem como nas dispensas e 
inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites destas 
duas modalidades de licitação, e facultativo nos demais em que a 
Administração puder substituí-lo por outros instrumentos hábeis, tais como 
carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra ou 
ordem de execução de serviço. 
 
§ 1.º A minuta do futuro contrato integrará sempre o edital ou ato 
convocatório da licitação. 
 
§ 2.º Em "carta contrato", "nota de empenho de despesa", "autorização 
Direito Administrativo para Gerentes no Setor Público 
36 
 
 
 
 
de compra", "ordem de execução de serviço" ou outros instrumentos hábeis 
aplica-se, no que couber, o disposto no art. 55 desta Lei. 
 
§ 3.º Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e demais 
normas gerais, no que couber: 
 
I - aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em que o Poder 
Público seja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido, 
predominantemente, por norma de direito privado; 
 
II - aos contratos em que a Administração for parte como usuária de serviço 
público. 
 
§ 4.º É dispensável o "termo de contrato" e facultada a substituição 
prevista neste artigo, a critério da Administração e independentemente de 
seu valor, nos casos de compra com entrega imediata e integral dos bens 
adquiridos, dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive assistência 
técnica.” 
 
A tabela abaixo apresenta os limites definidores da modalidade de 
licitação a ser praticada pela Administração, nos termos do art. 23 da Lei 
nº. 8.666/93: 
 
 
 
 
Modalidade 
 
Obras e Serviços de 
Eng.ª 
 
Compras e Serviços 
 
Convite 
 
Até R$ 150.000,00 
 
Até R$ 80.000,00 
 
Tomada de Preços 
 
Até R$ 1.500.000,00 
 
Até R$ 650.000,00 
 
Concorrência 
 
Acima de R$ 
1.500.000,00 
 
Acima de R$ 
650.000,00 
 
Buscando o informalismo e a agilidade, o legislador facultou à 
Administração substituir em alguns casos o contrato por outros 
instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de 
despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço. 
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Todas essas modalidades substitutas, no entanto, devem, no que 
couber, possuir cláusulas ou itens que indiquem as obrigações e os direitos 
das partes. 
 
 
 
 
A possibilidade de substituição do instrumento contratual fica restrita às 
contratações realizadas por meio de Convite, ou ainda de Dispensas e 
Inexigibilidades até os valores de R$ 150 mil para Obras e Serviços de 
Engenharia, e R$ 80 mil para Compras e Demais Serviços. 
 
 
 
Devemos nos lembrar, entretanto, da obrigatoriedade de publicação em 
extrato desses documentos substitutivos no Diário Oficial, nos termos do 
art. 61 da Lei nº. 8.666/93. 
 
 
 
Para o gestor, que infelizmente na maior parte das vezes recebe a 
contratação já concluída, vale o dispositivo para alertá-lo sobre possíveis 
equívocos que possam ter ocorrido na fase pré-contratual, e que, uma vez 
conhecidos, deverão ser informados à Administração. 
 
 
 
 
“Art. 63. É permitido a qualquer licitante o conhecimento dos termos do 
contrato e do respectivo processo licitatório e, a qualquer interessado, a obtenção 
de cópia autenticada, mediante o pagamento dos emolumentos devidos.” 
 
 
 
Mais uma vez aqui vemos a preocupação do legislador com a Publicidade 
dos atos e fatos públicos. Porém, deve o gestor tomar algumas precauções 
com relação ao fornecimento indiscriminado de cópias dos autos. Vejamos o 
caso do Senado, cuja questão é regulamentada pelo Ato da Comissão 
Diretora nº. 16/2005. 
 
Nos termos desse normativo, para o atendimento do disposto no art. 63, 
deve o interessado formalizar requerimento acompanhado de cópia 
autenticada da carteira de identidade, comprovante de residência, 
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38 
 
 
 
 
 
 
motivação detalhada do pedido, termo de responsabilidade devidamente 
assinado e autenticado, além de, sendo o interessado pessoa jurídica, 
procuração se o requerente atuar como representante legal, e cópia do 
contrato social da empresa, ambos obrigatoriamente reconhecidosem 
cartório. 
 
 
Assim, deve o gestor se inteirar das normas de seu 
órgão que regulamentem o fornecimento de cópias de 
autos a particulares. Caso tais normas não existam, é de 
bom tom colher autorização de seu superior hierárquico 
para o atendimento do pleito. 
 
 
 
Por fim, “pagamento dos emolumentos devidos“ 
refere-se aos custos de reprografia das cópias. 
 
“Art. 64. A Administração convocará regularmente o interessado para 
assinar o termo de contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, 
dentro do prazo e condições estabelecidos, sob pena de decair o direito à 
contratação, sem prejuízo das sanções previstas no art. 81 desta Lei. 
 
§ 1º O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez, por igual 
período, quando solicitado pela parte durante o seu transcurso e desde que 
ocorra motivo justificado aceito pela Administração. 
 
§ 2º É facultado à Administração, quando o convocado não assinar o 
termo de contrato ou não aceitar ou retirar o instrumento equivalente no 
prazo e condições estabelecidos, convocar os licitantes remanescentes, na 
ordem de classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas 
condições propostas pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços 
atualizados de conformidade com o ato convocatório, ou revogar a licitação 
independentemente da cominação prevista no art. 81 desta Lei. 
 
§ 3º Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das propostas, 
sem convocação para a contratação, ficam os licitantes liberados dos 
compromissos assumidos.” 
 
O artigo 64 descreve a etapa final do procedimento licitatório, qual seja, 
convocar o licitante vencedor para a assinatura do contrato, nos prazos 
estabelecidos. 
 
 
 
Caso o licitante vencedor assine a avença, inicia-se a etapa da gestão e 
fiscalização do contrato. Somos nós, gestores, assumindo as rédeas do 
processo com zelo e profissionalismo. 
 
Se o contrato não for assinado, poderá a Administração convocar os 
licitantes remanescentes para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas 
condições propostas pelo primeiro classificado. Os convocados poderão 
aceitar ou rejeitar a contratação. 
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A seguir transcrevemos o art. 81 da Lei nº. 8.666/93, que trata de 
eventuais sanções pela recusa do licitante vencedor em assinar o contrato: 
 
“Art. 81. A recusa injustificada do adjudicatário em assinar o contrato, 
aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo estabelecido 
pela Administração, caracteriza o descumprimento total da obrigação 
assumida, sujeitando-o às penalidades legalmente estabelecidas. 
 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos licitantes 
convocados nos termos do art. 64, § 2o desta Lei, que não aceitarem a 
contratação, nas mesmas condições propostas pelo primeiro adjudicatário, 
inclusive quanto ao prazo e preço.“ 
 
 
 
“Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com 
as devidas justificativas, nos seguintes casos: 
 
I - unilateralmente pela Administração: 
 
a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para 
melhor adequação técnica aos seus objetivos; 
 
b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de 
acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos 
por esta Lei; 
 
II - por acordo das partes: 
 
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução; 
 
b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou 
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serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de verificação 
técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais originários; 
 
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição 
de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado, vedada 
a antecipação do pagamento, com relação ao cronograma financeiro fixado, 
sem a correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou 
execução de obra ou serviço; 
 
d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre 
os encargos do contratado e a retribuição da administração para a justa 
remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção 
do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de 
sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências 
incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, 
ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, 
configurando álea econômica extraordinária e extracontratual. 
 
§ 1º O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições 
contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços 
ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do 
contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, 
até o limite de 50% (cinquenta por cento) para os seus acréscimos. 
 
§ 2º Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites 
estabelecidos no parágrafo anterior, salvo: 
 
I - (VETADO) 
 
II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes. 
 
§ 3º Se no contrato não houverem sido contemplados preços unitários 
para obras ou serviços, esses serão fixados mediante acordo entre as 
partes, respeitados os limites estabelecidos no § 1º deste artigo. 
 
§ 4º No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o contratado 
já houver adquirido os materiais e posto no local dos trabalhos, estes 
deverão ser pagos pela Administração pelos custos de aquisição 
regularmente comprovados e monetariamente corrigidos, podendo caber 
indenização por outros danos eventualmente decorrentes da supressão, 
desde que regularmente comprovados. 
 
§ 5º Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou 
extintos, bem como a superveniência de disposições legais, quando 
ocorridas após a data da apresentação da proposta, de comprovada 
repercussão nos preços contratados, implicarão a revisão destes para mais 
ou para menos, conforme o caso. 
 
§ 6º Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os 
encargos do contratado, a Administração deverá restabelecer, por 
aditamento, o equilíbrio econômico-financeiro inicial. 
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§ 7º (VETADO) 
 
§ 8º A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços 
previsto no próprio contrato, as atualizações, compensações ou 
penalizações financeiras decorrentes das condições de pagamento nele 
previstas, bem como o empenho de dotações orçamentárias suplementares 
até o limite do seu valor corrigido, não caracterizam alteração do mesmo, 
podendo ser registrados por simples apostila, dispensando a celebração de 
aditamento.” 
 
O presente artigo traz uma das “Cláusulas Exorbitantes” que estudamos 
na Unidade I de nosso curso: a Alteração Unilateral do Contrato. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lembremos: 
 
A alteração unilateral do contrato é prerrogativa prevista no art. 58, inciso I, 
da Lei nº. 8.666/93, que permite à Administração modificar o contrato, 
unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público, 
respeitados os direitos do contratado. 
 
 
 
 
 
 
Além da prerrogativa de alterações unilaterais, o artigo também 
apresenta possibilidades de alterações por acordo entre as partes. 
Lembremos que qualquer alteração, seja unilateral ou acordada, deve 
sempre estar justificada nos autos. Vamos a elas: 
 
Unilateralmente: 
 
 
· quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor 
adequação

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