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Patologia Cl nica Veterin ria I APOSTILA

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1 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 
FACULDADE DE VETERINÁRIA 
DEPARTAMENTO DE PATOLOGIA E CLÍNICA 
 DISCIPLINA DE PATOLOGIA CLÍNICA I 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA DE PATOLOGIA CLÍNICA I 
 
 
 
 
 
 
 
DAPHNNE CHELLES MARINS 
 
 
 
 
 
NITERÓI, 2017 
2 
 
PATOLOGIA CLÍNICA I 
Definições 
Patologia clínica veterinária = Laboratório clínico veterinário 
Importância da medicina veterinária – no mínimo saber interpretar um hemograma e, por exemplo, na 
tecnologia de alimento tem que saber de onde vem a matéria-prima e, além disso, deve-se ter exames 
básicos que garantam a saúde do animal. Não necessariamente na área de alimento. 
Com o hemograma se tem uma ideia geral se o animal está saudável ou não. Ele é um exame geral e não 
específico, ele não diz ao certo o que o animal tem. A correlação entre a análise semiológica que investiga 
sinais e sintomas de doenças que mostram se esse animal tem alguma alteração na sua fisiologia ou não 
mais o resultado desse exame irão confirmar algumas hipóteses ou começar a ter outras hipóteses. 
Principais exames de rotina: 
- Hematológicos: como hemograma, coagulograma; 
- Parasitológicos: extremamente importante na veterinária – hemo, ecto e coproparasitológico. 
- Urinários: não foca apenas o sistema urinário, uma vez que a urina é formada da filtração sanguínea e 
esses produtos vêm do metabolismo geral do corpo. Pode ser um urinário básico ou um urinário complexo, 
como um exame de cultura. 
- Bioquímicos séricos – soro. 
- Imunológicos – pode pesquisar tanto anticorpos quanto antígenos. 
Patologia clínica significa relacionar os exames laboratoriais com a sintomatologia, interpretar sempre com 
os exames clínicos. Para isso é necessário: 
- Amostra biológica; 
- Colheita da amostra; 
- Envio da amostra; 
- Processamento da amostra. 
No caso dos veterinários ele é quem coleta todos os tipos de amostras, do sangue, que é o mais simples, 
até o liquor. 
Problemas mais frequentes: 
Erros pré e pós-analítico: 
A amostra fica inadequada para o exame. A presença de fibrina, de coágulos sequestram hemácias, 
plaquetas e leucócitos, que são os glóbulos sanguíneos que é o que o hemograma vai avaliar. 
- Pré-analíticos: Coletar, acondicionar e enviar corretamente a amostra – é onde ocorre a maior parte dos 
erros. Diferentes tipos de amostras para diferentes tipos de exames; 
- Pós-analíticos: Interpretar corretamente o exame. 
3 
 
Volemia é o volume total de sangue do animal. Não Pode comprometer a volemia do animal. Existem 
animais de vários portes o que faz com que haja uma quantidade mínima relacionada a cada tamanho. 
Quanto menor o animal, maior os problemas. 
Principais exames de patologia clínica: 
 Hematológicos 
Hemograma completo: 
- No caso da veterinária vai ser com plaquetometria; 
- E pesquisa de hemoparasitas (hemocitoparasita – esfregaço para ver o parasito dentro da célula). 
Coagulograma: 
- Inclui a plaquetometria (contagem do número de plaquetas e também análise da morfologia das 
plaquetas que está incluído no mesmo material que se usa no hemograma – que é o esfregaço 
sanguíneo); 
- Tempos globais de coagulação – que é o tempo de protrombina (TP) e o tempo de tromboplastina parcial 
ativada (TTPA). 
Dentro do hemograma completo pode-se fazê-lo por: 
- Métodos manuais. 
- Métodos automatizados – depende de um aparelho que aspira o sangue e faz a análise - Coulter 
aparelho humano adaptado para utilização de animais que tem como função a contagem de partículas. 
Principalmente cães que tem hemácias, plaquetas e leucócitos muito parecidos com as do ser humano no 
que diz respeito a tamanho – cão com hemácia com 70 fentolitros e o ser humano em média 90 fentolitros, 
ou seja, é um pouco menor do que de um humano. No caso do gato, as hemácias são bem menores, 
cerca de 50 fentolitros e as plaquetas naturalmente já têm uma variação de tamanho. O aparelho emite 
erros no caso de sangue de gatos. 
O Poch é um aparelho veterinário e tem programação para cão, gato, bovino e equino. Esse aparelho 
permite que seja inserido novos dados de outras espécies saudáveis e com isso, pode comparar com os 
animais não saudáveis. Todos esses aparelhos dependem de ter reativos para processar a amostra de 
sangue junto. 
Exames que compõem um hemograma: 
- Eritrograma: conjunto de exames que avaliam hemácias; 
- Leucograma: conjunto de exames que avaliam os leucócitos; 
- Plaquetograma: conjunto de exames que avaliam plaquetas. 
Exames complementares ao hemograma: 
Faz-se com a mesma amostra biológica do hemograma. Na rotina de laboratório esses exames não são 
acoplados diretamente ao exame pois é preciso saber primeiro se o clínico precisa desse resultado. É o 
clínico que tem que dizer os exames que devem se feitos. 
- Pesquisa de hemoparasitas; 
4 
 
- Contagem de reticulócitos (tipo de hemácia); 
- Dosagem de proteínas plasmáticas totais; 
- Dosagem de fibrinogênio – no caso de herbívoros e ruminantes essa dosagem costuma fazer parte do 
hemograma, mas já pra cães e gatos não. 
HEMOGRAMA 
- É uma análise quantitativa desses 3 glóbulos (hemácias, leucócitos e plaquetas). Avalia quantidade 
desses 3 glóbulos por volume de sangue ( a quantidade desses glóbulos é expressa por número/µl = m³). 
Mas existem outras análises quantitativas além simplesmente do número, principalmente em relação às 
hemácias. 
* µl = m³ 
- Existe também a análise qualitativa ou morfofuncional – é ela quem vai dar a pista com relação ao 
mecanismo intrínseco do que está acontecendo. Ela não vai dizer exatamente o que está acontecendo e 
tem que saber correlação essas características com as quantitativas e com os sinais clínicos do paciente 
como também histórico e anamnese. Histórico é o que o proprietário fala sobre o estado do animal 
espontaneamente e anamnese são as perguntas feitas pelo veterinário. 
 Leucograma 
É composto essencialmente por 2 exames: 
- Leucometria global (quantitativo) – que é a análise quantitativa geral que dá o número de leucócitos/µl ou 
m³; 
- Leucometria específica (quantitativo e qualitativo) – é específica aos tipos de leucócitos que serão 
especificados no exame (basófilo, eosinófilo, neutrófilo, linfócito e monócito). 
Deveria ser expresso numa fórmula de Schilling ou sequências - basófilo, eosinófilo, neutrófilo, linfócito e 
monócito. (prova apenas os números e deve saber a ordem da sequência) BasENeuLinMo. 
Além de ter a quantidade de cada um, essas quantidades são escritas em porcentagem – a cada 100 
leucócitos quanto de cada um tem? Essa diferenciação vai ser feita em um esfregaço sanguíneo e vai 
poder diferenciar um do outro e vai contando até chegar a 100 e com isso vai ter um valor percentual de 
cada um. 
Além desse valor percentual vai ter também o valor absoluto que vai ser o número de cada um deles por 
volume de sangue. Esse resultado vai ser obtido através da correlação percentual achado com a 
população global. 
Por exemplo, na leucometria global onde se conta todos os leucócitos, que não é no esfregaço, é no 
microscópio onde vai haver a diluição e não é necessário fazer discriminação de quem é quem. Nos 
mamíferos essa contagem é muito fácil porque as hemácias são anucleadas e é só contar o que tem 
núcleo. 
Se ao contar todos na leucometria global achou 10.000 leucócitos e na leucometria específica relativa tiver 
70% de neutrófilo é só fazer 70% de 10.000 = 7.000 é o resultado da leucometria absoluta número/µl. 
 Eritrograma 
O quantitativo é bem separado do qualitativo. 
5 
 
Exames quantitativos: 
- Hematimetria – número/volume µl de sangue que é semelhanteà leucometria global – é especificamente 
quantitativo. 
- Volume globular (VG) ou hematócrito (HT) – mede a porcentagem de hemácias – também é quantitativo. 
- Hemoglobinometria (Hb) (g/dl ou g% - 1dl = 100 mililitros) – mede a quantidade de hemoglobina/volume 
de sangue. 
Todos esses mensuram quantidade de hemácia ou de hemoglobina no sangue por isso são 
essencialmente quantitativos. 
Exames qualitativos: 
- Índices hematimétricos que são representados pelo VGM = VG/H (fl); CHGM = Hb/VG x 100 (%); HGM = 
Hb/H (pg) – esses três índices são calculados com base nas análises quantitativas. 
VGM – volume globular médio – dá a média do volume de cada glóbulo (hemácia). Divide p VG pela 
hematimetria e é expresso em fentolitros. 
CHGM – é o conteúdo de hemoglobina globular média da hemácia, dá uma ideia do conteúdo de 
hemoglobina média em cada glóbulo. É a hemoglobinometria dividido pelo VG e multiplica por 100 para 
dar o valor em porcentagem. 
HGM – hemoglobina globular média e também da ideia de hemoglobina dentro de cada glóbulo, porém ele 
dá esse resultado em massa (picograma). É a hemoglobinometria dividida pela hematimetria. 
- Hematoscopia é outro exame qualitativo e é a visualização microscópica que se faz das hemácias. Vai 
observar em esfregaço sanguíneo e vai observar se o tamanho está de acordo com o calculado, se o 
conteúdo de hemoglobina pela cor que ela apresenta (mais vermelho ou menos vermelho) se está de 
acordo com a porcentagem que foi calculada. E além de tamanho e conteúdo de hemoglobina é possível 
ver outras coisas também. 
O VGM está relacionado ao tamanho, a coloração com o CHGM e com o HGM porque está relacionada a 
quantidade de hemoglobina dentro dela (vermelha como ela é normalmente ou menos vermelha do que 
deveria estar – podem estar mais vermelhas, mas são características fisiopatogênicas específicas). 
Esse conteúdo de hemoglobina não pode ultrapassar uma determinada porcentagem porque é 
geneticamente determinada a síntese de hemoglobina no interior. Essa determinação genética faz com 
que se houver uma ultrapassagem da porcentagem normal (em torno de 35% em qualquer espécie) essa 
hemácia não poderia funcionar normalmente e seria destruída. Por isso, geralmente não se observa a 
hipercromia. 
- Tamanho - O VGM pode estar normal (normocítica), aumentado (macrocítica) ou menor (microcítica). 
- Coloração – CHGM pode estar normocrômica e hipocrômica. A hipercromia que seria a cor acima do 
normal não existe. 
Pode ter uma como formato diferente do normal mais vermelhinha, mas considera apenas o formato 
diferente do normal e por conta desse formato é que se observa ela mais vermelha. É uma hemácia que 
normalmente fica menor e não é chamada de microcítica, mas sim de esferócito, e isso tem um significado. 
Esse esferócito normalmente é mais vermelho do que o normal, mas isso não quer dizer que CHGM esteja 
aumentado. 
6 
 
A visualização das hemácias é feita no esfregaço e esse esfregaço tem que ser feito na hora em que 
coleta o sangue para que as células (hemácias, leucócitos ou plaquetas) fiquem o mais parecido possível 
com o que elas estavam na corrente sanguínea. Se demorar a fazer o esfregaço vai haver modificações na 
morfologia desses glóbulos que podem não estar relacionadas com o que está acontecendo no corpo do 
animal. Existem alterações morfológicas que podem estar sendo induzidas pela presença de substancia 
que tem que adicionar na amostra, que no caso do hemograma é o anticoagulante. 
Essa visualização microscópica do esfregaço depende para ter uma análise adequada é preciso ter uma 
qualidade do material com sangue recente e vai ser observado o tamanho (relacionado ao VGM), a 
coloração (relacionado ao CHGM e a outras características), o formato (se é redondo, elíptico, falsiforme). 
Cervídeos possuem naturalmente suas hemácias com formato falsiforme quando se faz o esfregaço. É 
preciso também observar se tem inclusões porque hemácias de mamíferos não tem inclusão. Se forem 
encontradas é preciso descrever que inclusões são essas. 
O plaquetograma está associado à contagem do número de plaquetas por volume de sangue e também a 
avaliação microscópica dessas plaquetas, onde vai ser observado o tamanho, o formato, se existe inclusão 
nessas plaquetas e isso precisa ser diferenciado, e também dizer se existe presença de agregados de 
plaquetas no esfregaço. 
Na câmara de Neubauer – parte da coluna são as hemácias compactadas e parte é a parte líquida do 
sangue. 
COLETA DE AMOSTRAS 
É uma fase muito importante porque mais de 90% dos erros num resultado de exame laboratorial são os 
erros pré-analíticos, que estão relacionados com a colheita, acondicionamento e envio dessa amostra para 
o laboratório. 
 Amostras sanguíneas 
- Primeiro é preciso selecionar o local que será coletado esse sangue e material necessário; 
Em pequenos animais se considera a braquicefálica nas patas dianteiras é melhor, e a jugular para 
grandes animais, porém essa escolha parte de cada um. Isso depende também do volume de sangue que 
vai ser coletado 
O volume de sangue que vai ser coletado depende de tais variáveis: 
- Peso do animal - (por exemplo, um animal que pesa 100g – tem volemia de 10 ml – 10% do peso), 
precisaria de 20 ml para fazer os exames todos, mas nesse caso deve-se selecionar o que realmente é 
necessário para esse exame e selecionar o menor volume de sangue possível para que se possa fazer 
todos os exames possíveis viáveis para aquela amostra. 
Se esse animal tem 10 ml de sangue pode-se retirar 10% da volemia, que é 1% do peso do animal de 
sangue sem comprometer a volemia dele, ou seja, 1 ml, isso sem comprometer a volemia se esse animal 
estiver saudável. Porém, se esse animal está doente, independente dessa doença, a volemia dele pode 
não estar tão diretamente correlacionada com o peso como é feito com um animal saudável. A volemia 
pode estar menor, porque a maioria das doenças leva a diminuição da volemia, leva a perda de líquido. 
Por isso que em qualquer doença sempre fala para beber bastante líquido. 
Nesse caso tem que dar uma margem de segurança nesse animal. Se 1 ml é tudo que pode ser coletado, 
deve-se coletar menos de 1 ml. O valor exato vai depender da cautela do médico. 
Para a coleta existem os tubos de 2 ml e 5 ml, por exemplo. Nesse caso se fosse coletar menos de 1 ml o 
ideal seria coletar no frasco de 2 ml por causa da quantidade de coagulante que é proporcional. No frasco 
7 
 
de 5 ml a quantidade de coagulante é para até 5 ml e esse coagulante vai ser diluída no próprio sangue, 
na parte líquida do sangue. O anticoagulante usado para hemograma é o EDTA. Poderia até coletar no 
frasco de 5 ml, porém a quantidade de anticoagulante seria muito para menos de 1 ml. 
O anticoagulante é uma substância química, e por ser uma substância química ele vai agir nas células. 
Apesar do anticoagulante ser conservante, ter qualidades para manter o sangue adequado para o exame, 
ele também pode prejudicar principalmente a morfologia das células. 
Dependendo desse volume do frasco, quanto menor a quantidade de sangue que se coloca, essa 
substância química que é para impedir a coagulação vai agredir essas células. Essa substância vai se 
diluir na parte líquida do sangue. Quanto mais o anticoagulante estiver diluído menor efeito ele vai ter nas 
células e quanto menos diluído maior vai ser a presença dela entre as células. 
Em um frasco de 2 ml pode coletar menos de 1 ml. Já em um frasco de 5 ml a quantidade de 
anticoagulante é muita em relação a agressão dessa substância (que é um sal) sobre as células que 
estarão ali. 
Se o anticoagulante for líquido e só tiver o frasco de 5 ml, nada impede de despejar o anticoagulante. 
Aindasim sobrará um resíduo que será suficiente para a coleta de menos de 1 ml de sangue. 
* Soro é o plasma sem fibrinogênio. 
Se o esfregaço não for feito na hora e a amostra tiver mais anticoagulante vai haver uma agressão muito 
grande sobre as células que vão perder sua morfologia. 
 
Na forma de coleta pode-se utilizar: 
- O vácuo, que são tubos que já vem com vácuo dentro dele, vem com pressão negativa dentro que fazem 
com essa pressão aspire o sangue do vaso sanguíneo para dentro do tubo. 
- Ou por seringa. 
Qual tipo de amostra que se quer: 
- Uma amostra com anticoagulante; 
- Só o plasma; 
- Uma amostra sem anticoagulante para obter o soro; 
- Uma amostra de sangue total (subentente-se que já vem com anticoagulante) – sangue com todos os 
seus elementos; 
Para um hemograma vai ser utilizada uma amostra de sangue total porque é necessário todos os 
elementos para poder contar hemácias, plaquetas, leucócitos. 
* Prova: Que material deve-se enviar para o laboratório fazer um hemograma? 
Materiais utilizados para colheita da amostra: 
- Luvas de procedimento; 
- Compressa de gaze; 
- Antisséptico – álcool iodado; 
8 
 
- Algodão; 
- Agulha e seringa; 
- Tubos de tampa vermelha, lilás ou cinza; 
- Agulha verde ou preta (diferença do calibre): 
- Aparelho de colheita a vácuo. 
Primeiro retira a o lacre da agulha. Retira uma das partes da agulha que é coberta por uma borracha. 
Atarraxa a agulha no aparelho de coleta e destampa a parte da agulha com a proteção de borracha. Essa 
agulha que vai puncionar o vaso. Dentro do aparelho de coleta há outra parte da agulha com proteção de 
borracha para essa agulha só ser exposta quando a rolha perfurá-la e empurrar a borracha pra cima. 
Se faz o garrote para a veia se encher de sangue. Posiciona a agulha de maneira fixa no vaso e depois 
pega o tubo e introduz por dentro do aparelho. Acabando a coleta ele retira somente o tubo e deixa a 
agulha no local ainda, por isso essa coleta é chamada de coleta múltipla, já deixa puncionado e somente 
troca os tubos. 
Depois desrosqueia a agulha e descarta em um local apropriado. 
Um animal na fluido não deve coletar o sangue direto no manguito da fluido porque no trajeto todo do 
manguito já vai ocorrendo a coagulação. Não é uma amostra adequada se a amostra é para hemograma, 
principalmente com contagem de plaquetas porque a ativação da coagulação diminui o número de 
plaquetas e vai acabar sendo consumida pela coagulação. 
TIPOS DE ANTICOAGULANTES 
 Inorgânicos – mais utilizados - São sais. 
 EDTA: para o hemograma o EDTA é o mais utilizado. O termo EDTA não é o anticoagulante 
propriamente dito. O anticoagulante propriamente dito é o sal derivado desse ácido. A sigla significa 
Ácido Etileno Diaminotetracético. 
- Esse sal pode ser um sal de sódio ou de potássio. A grande maioria é de potássio, mas isso vem escrito 
no rótulo. 
- Ele é bacteriostático; 
- Ele inibe parcialmente as atividades plaquetária, principalmente a de adesão e agregação. As plaquetas 
de aderem com facilidade a qualquer coisa e agregar é quando elas grudam umas com as outras. Não vai 
coagular porque está com anticoagulante, mas mesmo assim elas podem continuar se aderindo e 
agregando. 
Isso é importante porque facilita, em termos de exames laboratoriais, a contagem de plaquetas. O EDTA é 
uma inibição parcial, com o passar do tempo vai haver adesão e agregação plaquetária e vai comprometer 
a contagem de plaquetas. 
* Definição de coagulação: relacionado a uma transformação bioquímica do fibrinogênio em fibrina. 
Quando diz que não pode ter coagulação é porque bloqueou a transformação do fibrinogênio em fibrina, 
mas a atividade plaquetária que também faz parte da formação do coágulo, que acaba entrando no 
mecanismo de coagulação também, contribui para essa transformação do fibrinogênio em fibrina 
(contribui, não quer dizer que seja definitiva). 
9 
 
Ele inibe parcialmente, mas qualquer contato da amostra sanguínea com o vidro, com o frasco pode 
interferir na atividade plaquetária. Se essa amostra inclui a contagem de plaquetas, o ideal é que use um 
frasco de plástico porque elas vão ter menor facilidade em aderir ao plástico do que se o frasco for de 
vidro. 
 Fluoreto de sódio – associado com a dosagem de glicose no sangue porque ele inibe parcialmente a 
via enzimática da glicólise. 
- Inibição enzimática da via glicolítica; 
Se a dosagem vai ser feita imediatamente – se for coletar e separar a parte líquida do sangue na 
centrífuga para fazer a dosagem de glicose – não é necessário usar o cloreto, pois vai ser feito a 
separação imediata. O que consome a glicose na amostra são as células. 
- Um grande inconveniente é que ele favorece a hemólise, desestabiliza muito a membrana eritrocitária e 
causa hemólise. 
- Existem procedimentos de dosagens bioquímicas, que são chamadas de bioquímica seca, que existem 
fitas desse aparelho que é o Reflotron que não são adaptadas para usar amostras com fluoreto, só com 
amostras com EDTA, heparina. Hoje em dia já existem fitas reativas que já aceitam o fluoreto. 
 Citrato de sódio – é outro anticoagulante inorgânico, outro sal, que é utilizado principalmente para os 
tempos globais da coagulação. 
- Utilizado principalmente em testes globais de coagulação – TP e TTPA 
- Esse citrato também é utilizado em bolsas de transfusões sanguíneas, mas geralmente com outras 
substâncias para manter a nutrição dessas células para elas não coagularem e também manter viva essas 
células metabolicamente funcionando para quando entrarem num corpo de um receptor elas continuares 
viáveis e funcionando. 
Forma de ação dos anticoagulantes – são quelantes de cálcio, é a base do bloqueio da coagulação de 
todos esses anticoagulantes. Uma amostra sem cálcio não coagula. O cálcio é um cofator enzimático, é o 
fator IV da cascata de coagulação, e ele é imprescindível para que haja a transformação do fibrinogênio 
em fibrina. Esses anticoagulantes (EDTA, fluoreto e citrato) retiram todo o cálcio da amostra. 
Por isso que em um frasco de 2 ml se for colocado 3 ml vai coagular porque não vai ter coagulante 
suficiente para quelar todo o cálcio (Ca +2, livre) da amostra. 
Diferenciação dos anticoagulantes 
A diferenciação desses anticoagulantes é feita pela cor da tampa do tubo e essa cor é universal. 
- A rolha vermelha indica que não tem anticoagulante. 
- A rolha cinza que é com fluoreto. 
- A rolha lilás é que possui EDTA. 
- A rolha azul é o citrato. 
- A rolha verde é a heparina. 
Para um hemograma, o material que seve chegar para fazê-lo é o sangue total e também precisa ter o 
esfregaço. Esse esfregaço também é importante para pesquisa de hemocitoparasita e nessa pesquisa 
pode ser feito esfregaço sem ou com anticoagulante. 
10 
 
A coleta de amostra de somente sangue total sem o esfregaço vai ser feita apenas para pesquisa de 
microfilária, mas é uma condição rara. 
O esfregaço com anticoagulante é perfeito para o hemograma desde que ele seja feito de acordo com as 
orientações. 
O esfregaço de sangue capilar, que popularmente é chamado de esfregaço de ponta de orelha, é feito 
para pesquisa de hemocitoparasita porque ali tem mais chance de achar um glóbulo com o parasita. Isso 
porque os glóbulos com parasita circulam com mais dificuldade no capilar, tanto o leucócito para fazer a 
leucodiapedese, quanto à hemácia para retornar para a circulação. A limpeza da orelha é feita com éter 
porque ele retira bem a gordura e o álcool não retira tanto assim. 
O esfregaço ideal é o esfregaço que ocupa 2/3 da lâmina e quando colocado num fundo branco não fica 
tão vermelho, tende para um vermelho claro. 
A condição de envio do esfregaço éfora de refrigeração se for refrigerado vai haver hemólise desse 
material. O frasco de sangue com EDTA ele é refrigerado e não congelado, 2º – 8°C. 
 
Trabalho: fazer vários esfregaços da hora da coleta, após 6h, após 12h e após 24h. O sangue total deve 
ser mantido em refrigeração (2-8ºC). Esfregaço não deve ser refrigerado. 
Patologia clínica veterinária = Laboratório clínico veterinário. 
É um estudo sobre doenças que se relaciona com os sintomas clínicos e interpretação dos resultados de 
exames laboratoriais de amostras de material biológico para obtenção de um diagnóstico clínico do 
paciente, nem sempre se consegue chegar ao agente etiológico. 
Importância na Medicina Veterinária 
Auxiliar o médico veterinário a chegar ou confirmar um diagnóstico e direcionar o tratamento, visto que o 
paciente (animal) não consegue expressar na mesma linguagem que nós o que está sentindo. Importante 
também para definir a evolução da doença, o prognóstico. 
Principais exames de rotina: hemograma completo, coagulograma, hemoparasitológico, ectoparasitológico, 
bioquímica sérica, exame de urina, exame de fezes (coproparasitológico), EAS (elementos anormais no 
sedimento), cultura e antibiograma – servem para vários tipos de amostras, raspagem, citologia, sorologia. 
Diferença de soro, plasma e sangue: sangue é composto pela parte líquida, células, proteínas, sais; soro é 
apenas a parte líquida e o plasma é o soro sem fibrinogênio. 
Hemograma: análise morfológica e quantificação de células e proteínas plasmáticas totais (não obrigatório, 
mas a maioria dos laboratórios disponibiliza) e pesquisa de hemoparasitas (não obrigatório e precisa ser 
pedido, maioria não disponibiliza sem solicitação). Eritrograma: hemácias. Leucograma: leucócitos. 
Plaquetograma: plaquetas. Análise quantitativa – leucócitos, hemácias e plaquetas. Análise qualitativa ou 
morfofuncional. 
Sangue total = sangue com anticoagulante. 
11 
 
Material que deve chegar ao laboratório: sangue total e esfregaço (podem haver mudanças morfológicas 
no sangue total). 
Leucograma 
1) Leucometria global: número/μL ou número/mm³ 
2) Leucometria específica (quantitativa e qualitativa – observa a morfologia) – liberada em fórmula 
(sequência) de Schilling: basófilos/eosinófilos/neutrófilos (mielócito, metamielócito, bastão, 
segmentado)/linfócitos/monócitos. Pode ser relativa (porcentagem) ou absoluta (número de cada 
tipo leucocitário/μL). 
Eritrograma 
Quantitativo 
1)Volume globular (VG) ou Hematócrito (Ht) – porcentagem de hemácia em relação ao plasma 
2) Hematimetria (H) – número/μL 
3) Hemoglobinometria (Hb) – g/dl ou g% 
Quantidade de: hemácias/hemoglobina no sangue 
Qualitativo 
1) Índices hematimétricos: VGM = VG/H (fl), CHGM (concentração média de hemoglobina dentro da 
hemácia) = Hb/VG x 100 (%), HGM (hemoglobina globular média) = Hb/H (pg) 
2) Hematoscopia: visualização microscópia. Observar tamanho, coloração, formato e inclusões 
(hemácias de mamíferos não possuem inclusões). Qualidade do material (esfregaço com sangue 
recente). Qualidade da coloração. Qualidade do microscópio. 
 
Prática em Laboratório Clínico Veterinário 
Características que mantém a qualidade da amostra: amostra de qualidade é uma amostra que reflete os 
elementos dela mesma como estavam no animal. Fatores que influenciam: antissepsia do local de coleta, 
material de coleta estéril, temperatura (refrigeração para hemograma e temperatura ambiente para 
esfregaço), quantidade de substância anticoagulante, quantidade de amostra adequada (de acordo com o 
tubo, com o tamanho do paciente), local da punção, uso de equipamento de proteção individual (luva), 
técnica de coleta, contenção correta do animal, estresse do animal, tricotomia, tamanho da agulha (para 
ser compatível com o vaso sanguíneo), identificação dos tubos (evitando troca de material), 
homogeneização do tubo (de forma lenta, evitando ruptura das células), listagem dos exames no pedido. 
Como calcular o volume de sangue que pode ser coletado? A porcentagem de sangue que pode ser 
coletada é calculada com base do peso, tamanho do animal, espécie, além do seu estado de saúde 
(hipovolemia, anemia). Em torno de 10% do peso corresponde à volemia. Pode-se retirar até 10% da 
volemia de um animal saudável sem causar danos à homeostase. Margem de segurança abaixo dos 10% 
da volemia. 
Características de acondicionamento de acordo com o volume coletado: quanto menor o frasco, maior o 
cuidado com homogeneização, composição do frasco (material inerte, pouco aderente), proporção entre 
anticoagulante e sangue, tamanho do frasco. 
Uso de scalp influencia na qualidade? Influencia, pois é fino, não possui anticoagulante. 
12 
 
Amostras com coágulo (microcoágulos ou fibrina): ideal é coletar nova amostra, porém se isso não for 
possível, haverá alteração (redução) na contagem de células. 
Coleta com agulha e seringa: retirar a tampa e a agulha e expulsar o conteúdo da seringa no tubo. 
Tipos de Anticoagulante 
- EDTA: ácido etileno diaminotetracético. Sal de Na+ ou de K+, bacteriostático, inibição parcial da atividade 
plaquetária. 
- Fluoreto de sódio... 
Hemograma 
Correção Matemática 
Câmara de Neubauer tem 0,9mm³ 
Leucócitos são contados em 4 quadrados de 0,1mm³ cada. 
O número encontrado deve ser dividido pelo número de quadrados (4) e multiplicar por 10 (transformar a 
altura da câmara de 0,1mm para 1,0mm). Encontra-se o valor de leucócito por mm³ da diluição. Multiplica-
se esse número por 20 (fator de diluição), encontra-se o valor de leucócitos por mm³ de sangue. Pode-se 
fazer direto multiplicando o número contado por 50 (10x20:4). 
Hemácias são contadas em 5 quadrados de 0,004mm³ cada. 
O número encontrado é dividido pelo número de quadrados (5) e multiplicado por 250 (corrigir o volume do 
quadrado de 0,004mm³ para 1mm³). Encontra-se o valor de hemácias por mm³ da diluição. Multiplica-se 
por 200 (fator de diluição) e encontra-se o valor de hemácias por mm³ de sangue. Pode-se fazer direto 
multiplicando o número contado por 10.000. 
Plaquetas são contadas em um quadrado de 0,1mm³. 
O número contado é multiplicado por 10 (corrigir a altura da câmara). Encontra-se ao valor de plaquetas 
por mm³ da diluição. Multiplica-se por 100 (fator de diluição). Encontra-se o valor de plaquetas por mm³ de 
sangue. Pode-se fazer direto multiplicando o número contado por 1.000. 
Por que os diluentes são diferentes? Porque cada diluente permite a visualização de apenas um tipo 
celular, facilitando a contagem. 
 
Órgãos Hematopoiéticos 
A fase pré-natal é dividida em fase embrionária e fetal. Na fase embrionária a hematopoiese ocorre no 
saco vitelínico. Na fase fetal, fígado (primeiro órgão), timo, baço e medula óssea. A fase pós natal se 
divide em juvenil e adulto, e a atividade hematopoiética reduz, principalmente em ossos longos, 
permanecendo principalmente nos ossos chatos e curtos. Além disso, é necessário um estímulo para que 
haja hematopoiese. Na fase juvenil, baço, timo, fígado, medula óssea. Na fase adulta, baço, fígado e 
medula óssea. 
Nas ilhotas do saco vitelínico começam a ser produzidos glóbulos vermelhos, para transporte de oxigênio, 
importante para o metabolismo celular (realização de muitas mitoses, precisa de muita energia). 
Órgãos linfóides periféricos: linfonodos, tonsilas, placas de Peyer, baço. 
13 
 
Relação Neutrófilo/Linfócito nas Diferentes Espécies 
Cão e gato: N/L > 1, ou seja, mais neutrófilo que linfócito. No cão, aproximadamente 3,5 e no gato, 2. Na 
resposta inflamatória aguda, começa a liberar as formas imaturas do neutrófilo após se esgotarem os 
segmentados (maduros). 
Equinos: N/L > ou igual a 1, ou seja, aproximadamente o mesmo número de neutrófilos elinfócitos. 
Aproximadamente 1,1. Na resposta inflamatória aguda, começa a liberar as formas imaturas do neutrófilo 
quase imediatamente, pois não tem reserva de segmentados. 
Ruminantes: N/L< 1, ou seja, menos neutrófilos que linfócitos. Aproximadamente 0,7. Na resposta 
inflamatória aguda, começa a ter resposta linfocitária antes de haver liberação de formas imaturas do 
neutrófilo, pois não possui reserva. 
Neutrófilos 
Desvios nucleares de neutrófilos para a esquerda (DNNE). Ou seja, aumento na quantidade das formas 
imaturas dos neutrófilos na circulação. Graus associados aos tipos de imaturos. 
Desvios regenerativos ou degenerativos 
Alterações morfológicas tóxicas (toxinas bacterianas). 
Desvios do Leucograma 
Considerando os neutrófilos o meio da fórmula de Schilling. 
- Para a direita: aumento dos mononucleares (linfócitos e/ou monócitos). 
- Para a esquerda: aumentos dos polimorfonucleares, exceto neutrófilos, ou seja, basófilos e/ou 
eosinófilos. Eosinofilia e/ou basocitofilia. 
Aneosinofilia – ausência de eosinófilos. Usado quando é fisiológico da espécie, ex: equino. 
Eosinopenia – diminuição do valor de eosinófilos. Pode ser zero (ausência), quando isso significa 
diminuição do valor fisiológico da espécie, ex: cão. 
1) LG: 10.000 = 0/1000/0/0/100/7000/1500/400 
Cão: sem alterações leucocitárias. N/L = 4,6 (aumentada) 
Felino: linfopenia relativa, não necessariamente indica doença. N/L = 4,6 (aumentada) 
Equino: linfopenia relativa. N/L = 4,6 (aumentada) 
Ruminante (bovino): neutrofilia e linfopenia. N/L = 4,6 (aumentada) 
Estresse sistêmico apresenta leucocitose, com neutrofilia e linfopenia, devido à liberação de cortisol que 
inibe os receptores, impedindo o neutrófilo de realizar a leucodiapedese. Os neutrófilos que permanecem 
no sangue sofrem hipersegmentação (mais de 5 segmentos de núcleo). No exame isso é interpretado 
como desvio nuclear de neutrófilos à direita. O estresse sistêmico também pode acarretar eosinopenia (em 
cães e gatos) e aneosinofilia (espécies que normalmente apresentam ausência de eosinófilos). Em cães 
pode haver monocitose, pois a mobilização de neutrófilos pode atingir os monócitos, que possuem origem 
na mesma célula tronco da medula óssea, com isso apresentam receptores semelhantes. Em gatos essa 
monocitose é variável, pode ocorrer ou não. A leucocitose pode não ser observada em equinos e 
ruminantes, pois o aumento de neutrófilos e diminuição de linfócitos podem se equilibrar e manter a 
leucometria global normal. 
14 
 
Estresse fisiológico tem como característica a contração esplênica devido à liberação de epinefrina. Nesse 
caso, a leucocitose pode ser observada em todas as espécies, uma vez que aumentará a população de 
neutrófilos e linfócitos devido ao aumento do fluxo sanguíneo que carrega as células que estavam no 
compartimento marginal vascular para o compartimento central do vaso. Ocorre uma redistribuição das 
células devido ao direcionamento dado ao sangue pela adrenalina (músculos e SNC). Nesse tipo de 
estresse não é observado aumento de bastões. Pode haver leucocitose mesmo sem aumento acima do 
valor máximo de normalidade de nenhuma população. 
Essas alterações podem ser patológicas, se houver DNNE, pois indicam mobilização quimiotática e não 
hormonal (como é o caso do estresse fisiológico e sistêmico). Podem ser resultado de inflamações em 
diferentes estágios (agudas, crônicas). Quando há DNNE de formas muito jovens, a ponto de chegar a 
observar pró-mielócitos classifica-se como reação leucemóide (resposta semelhante à leucemia). A fase 
aguda da inflamação tem características semelhantes ao estresse sistêmico. Bovinos podem apresentar 
neutropenia (uma vez que sua população de neutrófilos é menor que a de linfócitos e não apresentam 
grande reserva desse tipo celular), podem ou não apresentar linfopenia (uma vez que sua população de 
linfócitos é maior que a de neutrófilos) e aneosinofilia (fisiológico). Não apresentarão leucocitose, mais 
provável apresentarem leucopenia. Junto à leucopenia ocorre aumento de fibrinogênio (páginas 86,87,88, 
90, 91 e 301 no JAIN). 
Estresse Fisiológico Estresse Sistêmico 
Liberação de adrenalina que atua 
induzindo contração esplênica e no 
endotélio vascular induzindo o aumento 
da liberação de AMPc. Isso faz com que 
os leucócitos que estavam no 
compartimento marginal do vaso migrem 
para o compartimento circulante, que 
pode ser detectado como uma 
leucocitose no hemograma, sem DNNE 
(pois as células não estão sendo 
recrutadas da medula). 
Liberação de cortisol que bloqueia a 
passagem de linfócitos e eosinófilos para 
o sangue, reduzindo essas populações, 
além de seu efeito de linfocitólise. 
Aparecem linfopenia e eosinopenia no 
hemograma. Além disso, mobiliza o 
compartimento de reserva de neutrófilos 
e dificulta a leucodiapedese, ocasionando 
neutrofilia, com possível DNND, pois o 
neutrófilo maduro permanece no sangue 
segmentando o núcleo 
(hipersegmentado). 
 
LG: 20.000 = 0/2000/0/0/200/14000/3000/800 
LG: 35.000 = 0/3500/0/0/350/24500/5250/1400 
LR: 0/10/0/0/1/70/15/4 
2) Baseados nos 3 exemplos abaixo, classifique a DNNE: 
0/9/0/1/1/70/15/4 -> regenerativo moderado 
0/10/0/0/1/70/15/4 -> regenerativo discreto 
0/9/1/1/1/70/15/3 -> regenerativo acentuado 
Regenerativo: leucocitose, somatório das formas imaturas menor que o número de segmentados, 
neutrofilia. 
Degenerativo: somatório das formas imaturas maior que número de segmentados. 
3) Características de um neutrófilo normal (citoplasma, núcleo, etc) e das células em degeneração. 
15 
 
Polimorfonucleados, núcleo segmentado (de 2 a 5); citoplasma finamente granular e diferente entre as 
espécies, possuem dois tipos de grânulos (primários – com enzimas bactericidas e secundários – com 
fosfatase alcalina, colagenase, lactoferrina, elastase e proteína de ligação com B12). Células em 
degeneração apresentam granulações tóxicas (azurófilas e mais grosseiras que as normais) adquiridas 
por estímulos externos, cospúsculo de Dohle (inclusões no citoplasma de cor azul pálido, geralmente na 
periferia do citoplasma), vacúolos (espaços circulares brancos de tamanhos variados), hipersegmentação 
do neutrófilo (muitos segmentos nucleares, pode ser adquirida ou hereditária). 
4) LG: 18.000 
 Leucometria especifica relativa: 
 0/0/0/0/0/91/5/4 
Leucometria específica absoluta: 0/0/0/0/0/16.380/900/720 
A) O que significam esses valores para cada espécie (cão, gato, equino, ruminante)? Qual alteração ou 
doença poderia estar gerando isso? 
Cão – Eosinopenia, neutrofilia, linfocitopenia 
Gato – Eosinopenia, neutrofilia, linfocitopenia 
Equino – neutrofilia, linfocitopenia 
Ruminante – neutrofilia, linfocitopenia 
B) Se além desses valores, houvesse uma DNNE, em cada uma das espécies? O que ia significar? 
Provável infecção bacteriana. 
5) Funções dos macrófagos na inflamação e quais substâncias eles produzem. 
Fagocitose de patógenos e debris necróticos e apresentação de antígenos através da molécula de MHC. 
Produzem interleucinas 1, 6 e 12, TNF-α, TGF-β e fator de agregação plaquetária. 
6) Quais células estão em menores quantidades no sangue? 
Basófilos, eosinófilos, mielócitos, metamielócitos e bastonetes. 
7) Por que os eosinófilos produzem plasminogênio e fator XII? 
Porque participam dos processos de injúria e reconstituição dos tecidos. (?) 
8) Qual o nome do ciclo que os linfócitos fazem quando saem dos linfonodos, vão para o sangue, para os 
tecidos e depois voltam pros linfonodos? 
Homing de linfócitos (?) 
9) Papel de cada leucócito na inflamação. 
Neutrófilos: fagocitose e degranulação (grânulos primários – combate bacteriano, secundários – secreção 
de lactoferrina, terciários – secreção decatepsinas e gelatinases). 
Eosinófilos: degranulação de grânulos (citotoxicidade), fagocitose 
Basófilos: fonte de mediadores inflamatórios 
Monócitos/Macrófagos: fagocitose 
16 
 
Linfócitos: resposta imune adquirida (produção de anticorpos), desenvolvimento de células de memória. 
 
Respostas Leucocitárias Patológicas em Diferentes Espécies 
Distúrbios genéticos (deficiência de adesão leucocitária), neoplasias (leucemia granulocítica, leucemia 
mielocítica e outras), toxemia e toxicose (como botulismo e endotoxemia), envenenamento por químicos 
ou drogas (toxicose por estrogênio em cães e furões), inflamações locais ou generalizadas e infecciosas 
(bactérias, fungos, vírus, parasitas) ou não (queimaduras, infartos, necrose, trombose). 
Em gatos jovens é comum a leucocitose fisiológica. Neutrofilia e linfocitose podem ocorrer no gado, 
também é esperado eosinopenia. Em equinos jovens é comum a leucocitose fisiológica. Leucocitose 
fisiológica, principalmente linfocitose, é comum em porcas e porcos saudáveis após alimentação. 
O uso de corticoides induz neutrofilia, normalmente sem DNNE, linfopenia, eosinopenia em mamíferos e 
monocitose em cães e, ocasionalmente, gatos. 
No caso de inflamações e infecções é observado neutrofilia, normalmente acompanhada de DNNE, 
linfopenia, monocitose e eosinopenia em mamíferos (sendo eosinopenia pouco observada no gado, uma 
vez que é fisiológico da espécie). 
Outros casos de neutrofilia: isquemia e necrose tecidual, doenças imunomediadas com dano celular e/ou 
tecidual, toxemia/toxicose, hemorragia, hemólise e neoplasias. 
Neutropenia: inflamações agudas ou hiperagudas, comum ocorrer DNNE, antes da hiperplasia 
granulopoiética ocorrer na medula óssea. Comum no gado, porém não representa prognóstico tão grave 
quanto em outras espécies. Pode ser ocasionada pela destruição imunomediada dos neutrófilos 
circulantes, mas é raro, assim como em potros recém-nascidos com doenças hemolíticas. Pode ser 
consequência de redução da produção de neutrófilos, que por sua vez pode ser ocasionada por radiação, 
uso de drogas citotóxicas (como as usadas em quimioterapia e terapias de imunossupressão). Ou ainda, 
neoplasias, distúrbios genéticos, agentes infecciosos, doenças que afetem as células tronco 
hematopoiéticas e toxicoses. Pode ser seguida de trombocitopenia e anemia. 
Monocitose: pode acompanhar a neutrofilia (pois ambas as células derivam de uma mesma célula tronco 
hematopoiética), pode ser observada em doenças em estágio agudo e crônico, antecedem a recuperação 
de uma neutropenia, pode ser a alteração mais proeminente do leucograma em casos de endocardites 
bacterianas e bacteremias. Consequência de desordens caracterizadas por supurações, necroses, 
hemólise, hemorragia e doenças piogranulomatosas. 
Eosinofilia: geralmente associada a infecções parasitárias ou hipersensibilidade, neoplasias, reação a 
drogas (tetraciclina e interleucina 2), síndrome hipereosinofílica (gatos e cães da raça Rottweiler), 
hipoadrenocorticismo, hipertireoidismo (gatos). É incomum em aves. 
Eosinopenia: pode ocorrer em resposta ao uso de corticosteroides, liberação de epinefrina. 
Basofilia: resultado de parasitismos (cães e gatos – Dirofilaria immitis), doenças alérgicas (dermatites, 
pneumonites, gastroenterites), reação a drogas, estresse, doenças neoplásicas, geralmente acompanhada 
de eosinofilia. Mais comumente observado em aves. 
Linfocitose: em resposta a estimulação antigênica crônica, hipoadrenocorticismo, comum em leucemia 
linfocítica (associação com linfoma) e neoplasias linfoides. 
17 
 
Linfopenia: em decorrência do uso de corticosteroides, infecção sistêmica aguda, infecções virais induzem 
esse quadro mais comumente que infecções bacterianas, deficiência de linfócito T adquirida, terapia 
imunossupressora e radiação, imunodeficiências hereditárias 
Alterações Qualitativas 
CASOS DE LEUCOPENIA E NEUTROPENIA PARA CARNÍVOROS E EQUINO 
DIERENÇAS DO PERFIL DO LEUCOGRAMA DAS FASES DA INFLAMAÇÃO (AGUDA, INTERMEDIÁRIA 
E CRÔNICA) 
Aguda Intermediária Crônica 
LG aumentada em 
carnívoros, normal em 
equinos e diminuída em 
bovinos 
 
Neutrofilia (neutropenia em 
bovinos) com DNNE 
DNNE Pode haver DNND, 
liberação de cortisol pelo 
estresse sistêmico, 
diminuindo a 
leucodiapedese 
Linfopenia (mobilização 
para o tecido) 
Linfócitos tendendo à 
normalidade 
Linfocitose 
Monocitopenia 
(monocitose em cães, que 
pode ou não ocorrer em 
gatos) 
Monócitos dentro da 
normalidade ou 
monocitose (resposta 
imune celular) 
Monocitose 
Eosinopenia (indo para o 
tecido e bloqueado na 
medula pelo cortisol) 
Eosinófilos tendendo à 
normalidade 
 
Obs: Aumento de 
fibrinogênio em herbívoros 
(pode ocorrer em 
carnívoros, mas não ser 
detectado) 
 
Fase de convalescência: LG normal, linfocitose discreta e neutrófilos dentro da normalidade. 
As proteínas plasmáticas se encontram aumentadas em casos de desidratação, mas também em 
infecções, pois aumentam-se as globulinas, principalmente gamaglobulinas. 
FASE AGUDA 
CAVALO – vai ser visto algo muito parecido com os carnívoros, porque ele vai fazer DNNE, neutrofilia, 
linfopenia, vai haver uma aneosinofilia, mas dificilmente ocorre leucopenia. Só que a neutrofilia dele, não é 
na mesma proporção que a de um carnívoro. Normalmente a LG se encontra dentro da normalidade. 
Dependendo do tipo de processo, ele intensifica, também, a deposição de fibrina, e pode fazer 
hiperfibrinogenemia, mas isso é variável, vai depender da necessidade específica daquele processo 
inflamatório, se vai exigir mais desse mecanismo, ou só o hematológico consegue resolver. 
RUMINATE – Da mesma forma será o início da fase aguda de um ruminante – em que há uma demanda, 
para o tecido, de todos os leucócitos (neutrófilos, linfócitos, eosinófilos, monócitos e mesmo de basófilos). 
No ruminante, sua principal população sofre uma queda, linfopenia, tanto pela demanda para o tecido, 
quanto pela linfocitólise, só isso já demanda uma leucometria global baixa. A partir do momento em que 
todos os leucócitos precisam ir para o tecido, inclusive aqueles que saem da medula e do compartimento 
de reserva, ele vai manter uma neutropenia, por algum tempo, porque a velocidade de demanda é maior 
do que a velocidade de reposição da medula. Os quimiotáticos vão chegar e acelerar a produção de 
18 
 
neutrófilos, é necessário esse estímulo, que vão para o sangue e chegam ao tecido, porque há um 
processo inflamatório nele. O depósito de fibrina, que ocorre em todas as espécies, no bovino vai se 
intensificar. Isso porque o fibrinogênio, ao ser depositado no tecido, se transforma em fibrina, e se torna 
uma estrutura semi-sólida, não sendo mais fluido, como o plasma, essa deposição de fibrina faz uma 
retenção mecânica do antígeno, ficando mais difícil para ele se difundir no tecido, dando tempo para 
equilibrar a velocidade de demanda de neutrófilo da medula para o tecido, permitindo que o neutrófilo 
chegue ao tecido e atue, uma vez que o antígeno está retido. Então, essa maior deposição de fibrina no 
tecido faz com que haja maior liberação de fibrinogênio no fígado, que é de onde ele vem. Assim, no 
sangue, do ruminante, detecta-se um aumento da concentração de fibrinogênio, porque ele está 
aumentado no tecido também, sendo mais rápida a mobilização do fibrinogênio do fígado para o sangue 
do que a mobilização neutrofílica, que vai levar algumas horas para se adaptar a uma velocidade maior e 
chegar a inverter a relação N/L, no processo inflamatório. 
Após algumas horas do processo inflamatório, a medula pode ter recuperado sua atividade, haverá desvio 
para a esquerda e pode haver neutrofilia também. Mesmo quando ocorre neutrofilia pode não haverleucocitose. Isso porque a relação N/L está dentro da normalidade, ainda não há linfócitos aumentados, 
ele pode estar dentro da normalidade, mas no mínimo. Leva algumas horas, para haver a neutrofilia, no 
processo inflamatório. 
CÃO E GATO – DNNE, neutrofilia, leucocitose, quebra da homeostase, ocasionando estresse sistêmico, 
linfopenia e leucopenia. Em cães, é comum ocorrer monocitose, enquanto para gatos isso é variável. 
Depois da fase aguda, espera-se que as populações leucocitárias retornem, aos seus valores de 
normalidade, ou se mantenham aumentadas, dependendo de cada uma. 
O linfócito reconhece o antígeno e sofre uma expansão clonal, já não há mais o efeito de estresse 
sistêmico, a demanda de todos os leucócitos aumenta. Assim, pode haver valores normais ou aumentados 
e passa-se da fase aguda para uma fase intermediária, que ainda não caracteriza a chamada fase de 
convalescência – caminho para a cura. 
FASE INTERMEDIÁRIA 
DNNE em menor grau que na aguda, linfócitos e eosinófilos dentro da normalidade, monocitose (cão e 
gato), monócitos dentro da normalidade (equino e bovino). Maior tendência de aumentar eosinófilos do 
que linfócitos, devido ao seu papel no foco inflamatório (plasminogênio e fator XII) que justificam sua 
presença até a fase crônica. 
FASE DE CONVALESCÊNCIA 
Tendência à linfocitose (aumento de linfócitos, decorrente da expansão clonal, diferenciação e aumento 
das populações diferenciadas e de memória) e volta à normalidade dos neutrófilos. 
FASE CRÔNICA 
Atuação de células especializadas: macrófagos e linfócitos. Ocorre monocitose, em todas as espécies, 
devido ao estímulo contínuo pelo agente agressor, e também porque são mais especializados na ação 
fagocítica. Substâncias da resposta imune celular faz com que haja maior liberação dos monócitos para o 
sangue. Há linfocitose, porque os linfócitos já fizeram a expansão clonal e estão realizando a resposta 
efetora, sendo mais requisitados para esse papel, havendo maior liberação pela medula e aumento de sua 
concentração no sangue. Há estímulo contínuo do agente agressor, havendo aumento do cortisol no 
sangue (devido ao estresse causado pela dor contínua), fazendo com que possa ocorrer um possível 
Desvio Nuclear de Neutrófilos à Direita (DNND). 
19 
 
COMO DIFERENCIAR NO CÃO SE A MONOCITOSE É FRUTO DE ESTRESSE, INFLAMAÇÃO AGUDA 
OU INFLAMAÇÃO CRÔNICA? 
Observar os demais leucócitos e leucometria global. Na inflamação aguda haverá leucocitose, neutrofilia 
com DNNE, linfopenia e eosinopenia, já na crônica ocorre LG normal, linfocitose, pode ocorrer DNND 
devido à liberação de cortisol decorrente de estresse sistêmico (pela persistência da inflamação), mas sem 
neutrofilia e no estresse ocorre leucocitose, neutrofilia, linfocitose e não é observado DNNE. 
RELAÇÃO DE COAGULAÇÃO E INFLAMAÇÃO 
Durante a fase aguda o eosinófilo é muito importante para permitir que o neutrófilo chegue e pelo seu 
papel coagulante e fibrinolítico, devido aos grânulos que contém plasminogênio que será ativado, se 
tornando plasmina, e fator XII. 
A coagulação ocorre, principalmente, em função da deposição de fibrina, a fim de conter o agente no 
tecido, evitando sua difusão, até que os leucócitos possam chegar e combatê-lo. 
A concentração de fibrinogênio no sangue pode ou não aumentar em todas as espécies, porque mesmo o 
ruminante, dependendo do processo, pode não aumentar o fibrinogênio, embora seja difícil, pode 
aumentar tão pouco, a ponto de não ser detectado. O normal é observar hiperfibrinogenemia em equinos e 
bovinos e normofibrinogenemia nos carnívoros. 
Método de mensuração do fibrinogênio – prática – a sensibilidade do método de dosagem do fibrinogênio 
é baixa, precisa de 0,2g/dL para ser detectado. 
 
Casos Clínicos 
1)a) 0/0/0/560/2100/9800/1400/140 
1)b) 0/0/0/56/210/980/140/14 
2)a) DNNE moderado regenerativo, neutrofilia absoluta, linfopenia, aneosinofilia 
2)b) Leucopenia, DNNE moderado degenerativo, neutropenia absoluta, linfopenia, aneosinofilia 
3)A 
4) Durante a inflamação aguda, a presença de quimiotáticos mobiliza os neutrófilos, inclusive dos 
compartimentos de reserva e maturação na medula, ocasionando o DNNE observado. Não se observa 
neutrofilia relativa devido ao aparecimento das formas imaturas. A inflamação causa uma quebra na 
homeostase que resulta em estresse sistêmico com liberação de cortisol. O efeito corticosteroide leva à 
linfocitólise, que aparece no exame como a linfopenia. Não se observa alteração na leucometria global, 
pois a relação N/L do equino é próxima a 1, dessa forma, suas populações são aproximadamente iguais e 
durante a inflamação aguda uma irá aumentar e a outra diminuir, ocorrendo um equilíbrio. 
5) Hiperfibrinogenemia. 
5)a) Na tentativa de conter o agente, a fim de ganhar tempo para que os leucócitos cheguem ao foco 
inflamatório, aumenta-se a deposição de fibrina, aumentando a demanda por fibrinogênio proveniente do 
fígado que resulta na hiperfibrinogenemia constatada no exame. 
6) Desfavorável. 
20 
 
6)a) O DNNE passou a ser degenerativo, o que sugere que a medula não está conseguindo repor a 
demanda, a hiperfibrinogenemia indica que o organismo está contendo o agente, impedindo que ele se 
difunda no organismo e possibilitando a chegada dos leucócitos para reversão do quadro, porém houve 
uma drástica redução do número de leucócitos (leucopenia). 
7) Deverá ser enviada amostra de 1,0 a 1,5ml de sangue, em tubo de tampa lilás (anticoagulante derivado 
do EDTA), armazenado sob refrigeração, acompanhado de esfregaço sanguíneo feito no momento da 
coleta e armazenado sem refrigeração. 
8) Porque conhecendo-se o peso é possível calcular sua volemia e, a partir da volemia, determinar qual 
volume pode ser coletado com comprometimento mínimo do paciente. 
9)a) Não. 
9)b) A amostra foi colhida com muita antecedência à realização do exame e apresentará alterações, 
mesmo com uso de anticoagulante, que só a mantém viável por até 24h (no caso de derivado do EDTA). 
9)c) Não. 
9)d) O resultado não será fidedigno ao que se passa com o paciente. 
 
Policitemia e Anemia 
Classificação da Eritrocitose: relativa – não há aumento real das células, mas sim uma diminuição do 
plasma (causando hemoconcentração) ou estresse (liberação de adrenalina, causa esplenocontração – 
também pode ser chamada de policitemia transitória) ou absoluta – há um aumento efetivo da produção de 
hemácias. A absoluta pode ser primária – a medula óssea está produzindo em excesso devido à neoplasia 
(policitemia vera – rara; em humanos também está relacionada a aumento de leucócitos e plaquetas; em 
animais é mais comum ver apenas o aumento das hemácias), nesse caso, a eritropoietina estará normal 
ou diminuída; ou secundária – o aumento da produção se deve a um aumento do estímulo hormonal 
(eritropoietina). Na eritrocitose absoluta secundária o aumento do número de hemácias irá tornar o sangue 
mais viscoso, dificultando sua passagem por todos os vasos. 
A eritrocitose absoluta secundária pode ser fisiológica ou patológica. Em ambos os casos a eritropoietina 
estará aumentada. A fisiológica pode ocorrer no caso de viagem para locais de alta altitude (ar rarefeito – 
acima de 1800m) que causa hipóxia, levando a um aumento da eritropoietina que estimula a produção de 
hemácias. A patológica pode ser causada por neoplasia renal, patologias do trato respiratório (pneumonia, 
pneumonia por aspiração - filhotes) que levem a hipóxia, problemas cardíacos associados a problemas 
respiratórios (tetralogia de Fallot), hiperadrenocorticismo, hiperandrogenismo. 
No caso da policitemia relativa deve-se verificar PPT e leucograma. No caso do estresse por adrenalina, o 
leucograma vai apresentar leucocitose, neutrofilia elinfocitose. O estresse por cortisol não gera esses 
sintomas, pois não há esplenocontração e há linfocitólise. 
Nem todo animal desidratado irá apresentar eritrocitose. Depende do grau de desidratação, da quantidade 
de eritrócitos que o animal já tinha, doença renal (insuficiência renal), hemorragia. O hematócrito pode 
estar normal ou até diminuído. Para fazer o hemograma, o ideal é reidratar o animal e depois coletar a 
amostra. 
Se o animal estiver apresentando uma anemia anterior, não haverá eritrocitose mesmo se uma das causas 
para aumentar o número de eritrócitos estiver presente. 
21 
 
Caso A: canino, 8 anos, macho inteiro, poodle. Há 10 dias iniciou quadro de hiporexia, cansaço e tosse 
intermitente. Ao exame clínico, foram observados: mucosas normais, febre, dificuldade respiratória e 
taquicardia. O hemograma revelou: 
Hematimetria – 8,6 x106/mm³. 
VG – 57% 
VGM – 66,28 fL (usado para classificar anemia) 
Hemoglobinometria – 19,1g/dl 
CHGM – 33,50% (usado para classificar anemia) 
Reticulócitos – 2% 
LG – 33.000/mm³ 
Leucometria específica – 0/2/0/1/4/68/12/13 
Leucometria absoluta – 0/660/0/330/1320/22440/3960/4290 
Proteínas plasmáticas (g/dl) – 7,0 
Fibrinogênio (mg/dl) – 300 
Eritrocitose absoluta secundária patológica, leucocitose, DNNE moderado regenerativo, neutrofilia 
absoluta, monocitose. Normoproteinemia, normofibrinogenemia. Inflamação crônica. Pneumonia, 
patologias cardíacas inflamatórias, patologias respiratórias inflamatórias. Geração de hipóxia, estimulando 
a eritropoietina. 
Caso B (próxima aula) 
Na anemia há baixa performance de todos os tecidos, mucosas pálidas, dermatopatias (pouco oxigênio 
para as células da periferia), hepatopatias (por hipóxia), patologias de pâncreas, rim, fadiga muscular 
(pouca energia). 
Classificação e Fisiopatologia da Anemia 
Morfológica – baseada na forma das hemácias, baseadas no VGM e CHGM. RDW – anisocitose, mede a 
diferença de tamanho das hemácias. VGM aumentado (macrocítica), normal (normocítica) ou diminuído 
(microcítica). CHGM aumentado (não há hipercrômico, significa hemólise – pode ser por erro de coleta, 
transporte da amostra), normal (normocrômico) ou diminuído (hipocrômico). Pode-se ter anemia 
macrocítica normocrômica (deficiência de ácido fólico e vitamina B12 – co-fatores de enzimas da 
replicação do material genético, então a deficiência diminui o número de mitoses, gerando menor 
produção de hemácias que ficam de tamanho maior; no caso de felinos, há um vírus (FeLV) que atua 
inibindo a divisão celular das hemácias), macrocítica hipocrômica (hemólise, hemorragia – liberação de 
reticulócitos, são maiores e possuem menor quantidade de hemoglobina – resposta da medula óssea, 
liberação de hemácias imaturas), normocítica hipocrômica (deficiência de ferro, deficiência de vitamina B6 
– co-fator de enzima, falta de transportador do ferro, intoxicação por chumbo – inibe a ALA sintetase e ALA 
dehidrase), normocítica normocrômica (falta de estímulo para medula óssea produzir hemácias, citocinas 
em processos inflamatórios – inibem a produção; doença renal crônica – diminui a produção de 
eritropoietina), microcítica hipocrômica (consequência da microcítica normocrômica, quando a causa – 
deficiência nutricional – não é corrigida; pode levar à aplasia da medula óssea – parar de produzir), 
microcítica normocrômica (falta de componentes para produzir hemoglobina – estimula mais uma mitose 
22 
 
para que a hemácia fique menor e a quantidade de hemoglobina fique adequada ao tamanho, é uma 
consequência da normocítica hipocrômica). 
Baseada na resposta da medula óssea – acelerar ou não a eritropoiese, dependendo da causa da anemia. 
Quando a resposta é acelerada saem reticulócitos. Contagem de reticulócitos, em coloração de azul de 
cresil brilhante – gera uma porcentagem que é multiplicada pela hematimetria para chegar ao valor 
absoluto de reticulócitos/μL. Anemia regenerativa quando o valor absoluto de reticulócitos é maior que 
80.000/ μL ou o PRC (percentual de reticulócitos corrigido) for maior que 1. Anemia arregenerativa quando 
o valor absoluto de reticulócitos for menor que 80.000/ μL ou o PRC for menor que 1. Interpretação do 
número de reticulócitos depende do período de realização do exame (pré-regenerativa) e da diferença 
entre as espécies (ruminante é mais discreto, para avaliar se é regenerativa ou arregenerativa observa-se 
se há ponteados basófilos (sinal de aceleração eritropoietica – regenerativa, em cães e gatos pode ser 
sinal de intoxicação por chumbo – arregenerativa); equino raramente libera reticulócito – acelera a 
transformação do metarrubrícito para hemácia; cão e gato tem maior capacidade). 
Fisiopatológica – baseada na causa da anemia. Pode ser por hemólise (destruição das hemácias na 
circulação), perda de hemácia (hemorragia) ou falha na síntese das hemácias (patologias que determinem 
depressão da medula óssea). 
Hemorrágica: causada por hemorragia interna ou externa, sendo que a externa pode ser aguda ou crônica. 
Na externa há perda de constituintes para o meio externo, enquanto que na interna esses constituintes são 
aproveitados. Nesses casos a anemia, geralmente, é regenerativa, pois não há problema na medula, 
houve perda de sangue, mas haverá resposta da medula. A anemia externa aguda gera perda de grande 
volume de sangue em pouco espaço de tempo – acidente, tiro, atropelamento, deve ser feito algo para 
estancar o sangramento. O volume vai ser equilibrado porque assim como há a perda de hemácia, há a 
perda de plasma e isso é mais importante, porque pode levar ao choque hipovolêmico, então o organismo 
irá retirar líquido dos tecidos e colocar no meio intravascular, nesse momento é percebida a anemia, pois 
altera a proporção de plasma e hemácia. A adrenalina liberada pelo estresse, resultante da hemorragia, 
induz a esplenocontração, fazendo com que hemácias velhas que estavam no baço voltem à circulação. A 
hemorragia externa aguda pode ser causada por endoparasitos, vírus (ex: parvovirose), úlceras, produtos 
químicos, neoplasias. A anemia externa crônica geralmente apresenta perda de pequenas quantidades de 
sangue em longo espaço de tempo, pode passar despercebido. Pode ser causada por endoparasitos, 
vírus (ex: parvovirose), úlceras, produtos químicos, neoplasias. Depende da gravidade e do período de 
tempo. Inicialmente a anemia será normocítica normocrômica (nas primeiras 12h), após 4 a 5 dias deve-se 
observar anemia macrocítica hipocrômica. No caso de hemorragia externa, principalmente na crônica, há 
tendência de desenvolver anemia carencial, pois os constituintes perdidos, como o ferro, não são 
recuperados ou são repostos em quantidade insuficiente. 
Hemolítica: pode ser intravascular ou extravascular. Na intravascular, a lise das hemácias ocorre dentro 
dos vasos, causando hemoglobinemia (hemoglobina livre na circulação). Essa hemoglobina livre no 
sangue será carreada pela haptoglobina (produzida no fígado) para o baço, para que haja aproveitamento 
dos constituintes da hemoglobina, se houver pouca haptoglobina ocorre hemoglobinúria (sangue filtrado 
no rim – hemoglobina na urina). A hemoglobina pode causar lesão renal e levar à doença renal aguda. Na 
extravascular a hemólise ocorre dentro de células fagocíticas, podem ser causadas por parasitos (Babesia 
sp, Anaplasma sp), bactérias (ex: Mycoplasma sp) produtos químicos, intoxicações, medicamentos (ex: 
penicilina). O problema não é na medula, então haverá aceleração da eritropoiese (aumento de 
reticulócitos). Anemia hemolítica oxidativa interfere na via das pentoses que fornece energia para o 
sistema glutation (transforma H2O2 em H2O). Quando há oxidação da hemoglobina há formação de 
Corpúsculo de Heinz, se há oxidação da membranada hemácia, formam-se excentrócitos. A 
metahemoglobina não consegue carrear de forma eficaz o oxigênio, pois o ferro está no estado férrico 
(Fe+3) invés de ferroso (Fe+2), pode ser por deficiência da enzima redutase férrica. A anemia hemolítica 
oxidativa é causada por ingestão de substâncias oxidantes, como medicamentos (ex: paracetamol, 
23 
 
benzocaína), alho, cebola, azul de metileno, naftalina. Anemia hemolítica imunomediada tem várias 
possíveis causas, não se sabe ao certo, não se consegue descartar todas as possibilidades. A 
fisiopatogenia está relacionada a anticorpos que irão se ligar à hemácia e causar hemólise. Pode ser 
induzida por vários medicamentos (cefalosporinas, sulfa + trimetoprim, penicilina, metimazol, levamisol, 
pirimicarb, propiltiouracil), agentes infecciosos, transfusão sanguínea incompatível, neoplasias. Uma das 
formas de observar a ocorrência desse tipo de anemia no esfregaço é a presença de esferócito (hemácia 
redonda bem menor que as demais). Independente do caso a anemia será regenerativa, pois o problema 
não é na medula, ela responde normalmente. Na hemólise intravascular é provável ter hemoglobinemia 
(pode ir pro rim e causar lesão renal), na extravascular isso é raro. Pode haver icterícia, pois há aumento 
da demanda para degradação da hemoglobina em bilirrubina, porém há um atraso nesse processamento e 
a bilirrubina indireta (formada primeiro e lipossolúvel) volta para o sangue e fica acumulada nos tecidos 
onde há gordura (subcutâneo). Ocorre sobrecarga hepática e hipóxia, gerando dificuldade na conjugação 
da bilirrubina indireta em direta, levando à icterícia hepática. Acontece também dificuldade de eliminar a 
bilirrubina direta, pois há processo inflamatório no fígado que leva a edema, dificultando a passagem da 
bilirrubina direta para a vesícula biliar, dificultando sua eliminação na urina e fezes. 
OBS: hemoglobina é degradada em heme e globina, globina é reciclada. Heme é degradado em ferro 
(reciclado) e porfirina. A porfirina é transformada em biliverdina que é transformada em bilirrubina indireta 
(lipossolúvel) que no fígado é transformada em bilirrubina direta (hidrossolúvel). 
Depressão da medula óssea: pode ser causada por doença inflamatória, doença renal, hipoplasia ou 
aplasia medular, hipoplasia eritroide – produção insuficiente. As citocinas inflamatórias inibem a 
eritropoiese, diminuem a vida útil da hemácia, produzem muitos reativos do oxigênio que pode levar à 
hemólise, além de retenção de ferro pelas células inflamatórias (macrófagos – principal; e neutrófilos). Nas 
doenças renais pode haver deficiência de produção de eritropoietina, ocorrendo falha na depuração que 
pode acarretar hemólise. Hipoplasia ou aplasia medular pode ser causada por doenças infecciosas, 
medicamentos (ex: quimioterapia), exposição excessiva à radiação (ex: radioterapia), vírus (ex: FeLV), 
intoxicações. A hipoplasia eritroide e produção insuficiente possuem relação com deficiência de 
substâncias necessárias à produção de eritrócitos, ex: deficiência de ferro, vitamina B6, vitamina B12, 
ácido fólico, cobre, distúrbios endócrinos. Pode haver destruição imunomediada dos precursores do 
eritrócito na medula óssea. Para diagnóstico desse caso deve-se fazer punção da medula óssea. Nesses 
casos a anemia é arregenerativa – problema na resposta da medula. 
Tempo de vida de eritrócitos: cão – 100 dias, gato – 70 dias, equinos e ruminantes – 150 dias, humanos – 
120 dias. Existem indícios de que ovinos tenham populações de hemácias de vida longa (150 dias) e de 
vida curta (70 dias). 
 
Anemias Arregenerativas 
É o pior tipo de anemia, podendo levar o animal ao óbito. Dois fatores causam este tipo de anemia, a 
medula hipoproliferativa e medula hiperproliferativa. 
Medula Hipoproliferativa 
Na anemia por medula hipoproliferativa ocorre a redução da hematopoiese ou eritropoiese (hipoplasia) e 
consequente diminuição da produção de células. Pode ocorrer também a ausência de produção de células 
(aplasia). Esse tipo de anemia ocorre pela depressão seletiva ou total da eritropoiese. 
Depressão Seletiva da Eritropoiese – Anemia Hipoplásica 
Os precursores estão diminuídos. 
24 
 
Ocorre devido a: 
- Ausência ou diminuição da eritropoietina: ocorre nos casos de hepatopatias e insuficiência renal crônica. 
- Endocrinopatias: nos casos de hipoandrogenismo, hipoadrenocorticismo e hipotireoidismo, 
hiperestrogenismo (estradiol em cadelas – bicitopenia) – diminuição da eritropoiese. 
- Doenças inflamatórias crônicas ou imunológicas: citocinas – inibição da eritropoiese 
- Hepatopatia grave: processo inflamatório e falha no metabolismo do ferro (falha na produção de 
transferrina) 
- Neoplasia 
Depressão Total da Hematopoiese 
Apresenta pior prognóstico. Há a depressão de eritrócitos, leucócitos e trombócitos. 
Ocorre devido a: 
- Tóxicos: Raio x, radiações ionizantes, medicamentos (analgésicos, antibióticos, antialérgicos, estrogênio 
e antirreumáticos), produtos químicos (derivados de benzeno, mercúrio). 
- Infecções: panleucopenia felina, erliquiose, tricostrongiloidose, FIV e FeLV. 
- Neoplasias hematopoiéticas mieloproliferativas. 
 
Características Hematológicas 
Anemia: VG, Hb e H estão diminuídos e VGM e CHGM normais, anemia normocítica normocrômica. 
Leucopenia: agranulocitose, baixa de neutrófilos leva a bacteremia. 
Trombocitopenia: menos de 100.000 plaquetas. 
Ausência de reticulócitos 
Índice ictérico nulo 
Aplasia: pancitopenia grave, diminuição de todas as células do sangue. Fatal. 
Exames Complementares para Diagnóstico 
Exames seriados para avaliação final 
Aspirar medula-óssea 
Recomenda-se, nestes casos, transfusões sanguíneas. 
Medula Hiperproliferativa 
Na anemia por medula hiperproliferativa ocorre a eritropoiese ineficaz. Esse tipo de anemia é causada por 
carências, distúrbios da síntese do ácido nucléico e distúrbios da síntese do heme. Mas a formação dos 
precursores continua. A deficiência pode ser causada por diminuição da ingestão, diminuição da absorção 
ou perda crônica (hemorragia externa crônica). 
Distúrbios da Síntese de Ácidos nucléicos 
25 
 
Apresenta anemia macrocítica normocrômica. 
Causas: 
- Deficiência de cobalto: cobaltoprivas, vitamina B12. Não se deve dar este componente para os bovinos 
para combater a anemia, pois esses sintetizam este composto. 
- Deficiência de fosfato 
Características Hematológicas 
Diminuição do VG, Hb e H. 
VGM elevado 
CHGM normal 
Precursores eritroides megaloblastóides 
Baixo número de reticulócitos periféricos 
Distúrbios da Síntese da Hemoglobina 
É caracterizada por uma anemia hipocrômica, podendo ser normocítica ou microcítica. 
Causas: 
- Deficiência de ferro: ferroprivas. Anemias dos leitões, má absorção, hemorragia crônica, gravidez. Na 
anemia ferropriva a célula começa a se dividir para não deixar enrugar a membrana, levando à anemia 
microcítica hipocrômica, que é a fase final desse tipo de anemia. 
- Deficiência de cobre: cuproprivas. Raro. 
- Tóxicas: saturnismo. Raro. 
Características Hematológicas 
Medula hiperproliferativa eritróide: baixa relação M:E 
Evolução assincrônica: deficiente hemoglobinização do eritroblasto. 
VGM: normal ou baixo (< 30%). 
CHGM baixo, pode ser observado (mas é difícil) no valor normal na transição de normocítica hipocrômica 
para microcítica normocrômica. 
Ferro sérico baixo. 
Transferrina (CFF): alta, devido à baixa concentração de ferro. CFF = capacidade latente de fixação de 
ferro. 
Casos Clínicos 
Caso B: LG específica absoluta 0/0/0/0/0/13200/1350/1450. VGM = 41,5fL e CHGM = 36,1%. Eritrocitose, 
hiperproteinemia, leucocitose, aneosinofilia, linfopenia, neutrofilia. Poderia ser por desidratação(eritrocitose relativa), pode estar associada à esplenocontração anterior pela liberação de adrenalina 
durante o exercício. Pode ser estresse sistêmico (cortisol – linfocitólise e diminui leucodiapedese). 
26 
 
Caso C: Você, médico veterinário, e chamado para atender Angus, um Nelore de alto valor zootécnico, 2 
anos. Capataz notou intensa prostração no animal. Ao exame clínico foram observadas mucosas ictéricas. 
Capataz relatou que o animal pastou em um terreno sem preparo dois dias antes do quadro. Você coleta 
material para hemograma, que revela: 
Hematimetria: 1,6 x 106/μL 
VG: 10% 
Hemoglobinometria: 3,9g/dl 
LG: 3900/μL 
LG relativa: 0/0/0/20/27/40/10/3 
LG absoluta: 0/0/0/780/1053/1560/390/117 
Microscopia: corpúsculos de Heinz em número acentuado, corpúsculos de Howell Jolly em número 
moderado, anisocitose ++ 
Fibrinogênio (mg/dl): 800 
VGM = 62,5fL e CHGM 39%. Leucopenia, DNNE moderado degenerativo, linfopenia. Hiperfibrinogenemia. 
Pode ser inflamação aguda (linfócito no tecido para reconhecer o antígeno, aumento do fibrinogênio para 
isolar o agente, DNNE – demanda aumentada, recrutamento do compartimento de maturação, relação N/L 
do ruminante = 0,7). Anemia macrocítica hemolítica (falha do desvio das pentoses – sistema glutation), 
pode ser por planta tóxica presente no pasto sem preparo. 
 
 
 
Discussão de Casos Clínicos 
Caso D: Você, médico veterinário, atende Pegasus, um equino, macho, Mangalarga, 10 anos. 
Apresentando prostração, emagrecimento e poliúria. Ao exame físico, foram observadas mucosas 
hipocoradas e hálito urêmico. Você coleta material para hemograma, que revela: 
Hematimetria: 4,7 x 106/ μl 
Volume Globular: 25% 
Hemoglobinometria: 8,0 g/dl 
Leucometria global: 16000/ μl 
Leucometria específica: 0/3/0/0/4/60/25/8 
Proteínas plasmáticas (g/dL): 5,0 (6,0 – 8,0) 
Fibrinogênio (mg/dL): 300 
Leucometria absoluta: 0/480/0/0/640/9600/4000/1280 
VGM = 53,19fL CHGM = 32% 
27 
 
Leucocitose, aneosinofilia, DNNE discreto regenerativo, neutrofilia absoluta, monocitose, hipoproteinemia, 
normofibrinogenemia. Anemia normocítica normocrômica. Anemia arregenerativa. Anemia por depressão 
seletiva e/ou anemia da inflamação (citocinas, macrófagos sequestrando ferro), medula hipoproliferativa. 
Provável insuficiência renal crônica. Lesão renal pode gerar proteinúria. 
Caso E: Você, médico veterinário, atende Babi, felino, fêmea, 8 anos, SRD. Apresentando inapetência, 
êmese e prostração há vários dias. Seu exame físico revelou mucosas ictéricas e ascite. Você coleta 
material para hemograma, que revela : 
Hematimetria: 2,6 x 106/ μl 
Volume globular: 10% 
Hemoglobinometria: 2,9g/dl 
Reticulócitos: 2% 
Leucometria global: 20000/ μl 
Leucometria específica: 0/2/0/0/3/64/24/7 
Proteínas plasmáticas (g/dl): 4,0 (5,4 – 7,1) 
Fibrinogênio (mg/dl): 200 (200 – 400) 
Leucometria absoluta: 0/400/0/0/600/12800/4800/1400 
VGM = 38,46fL CHGM = 29% PRC = 0,54 R = 52000/μl 
Leucocitose, DNNE discreto regenerativo, neutrofilia absoluta, monocitose, hipoproteinemia, 
normofibrinogenemia. Anemia microcítica hipocrômica, arregenerativa. Anemia por depressão seletiva, 
medula hipoproliferativa (inflamação – citocinas, macrófago sequestrando ferro). Provável hepatopatia 
crônica, deficiência do metabolismo do ferro (deficiência de transferrina), pode também ter deficiência do 
ferro pela inapetência e êmese. Há insuficiência hepática associada. 
Hemostasia 
Avaliação da Plaquetometria e Provas de Coagulação 
A hemostasia mantém o fluxo livre do sangue e permite a formação de tampões localizados em casos de 
vasos lesados. Visa manter o sangue dentro dos vasos e na forma fluida. 
A plaquetometria é importante na avaliação da hemostasia, pois as plaquetas estão envolvidas no 
processo de formação do tampão (coágulo). 
As provas de coagulação avaliam o tempo de formação de tampão hemostático secundário pela 
transformação de fibrinogênio solúvel em fibrina insolúvel. 
O coagulograma avalia a capacidade do organismo de formar coágulo. 
O tampão associa a fase plaquetária (agregação de plaquetas) e a fase plasmática (transformação do 
fibrinogênio). 
Hemostasia é avaliada em 4 fases: de tromborresistência, fase plaquetária ou primária, fase plasmática ou 
secundária e fibrinólise. 
O coágulo é destruído quando há reparo da lesão vascular. 
28 
 
A fase plasmática é conhecida como cascata de coagulação, pois são reações em cadeia. 
O coagulograma é solicitado quando o paciente apresenta hemorragia espontânea e em caso de pré-
operatório. Deve-se avaliar se a intervenção cirúrgica é de emergência (pode não haver tempo de avaliar, 
pois o animal não sobreviveria sem a cirurgia) ou eletiva (não justifica a não realização dessa avaliação). 
As hemorragias espontâneas são causadas pelo próprio organismo, gerando pequenas rupturas em nível 
capilar, sem aparecimento de sangramento, pois o organismo tem capacidade de formar os tampões. 
Sinais Clínicos 
Sangramento prolongado – coagulação primária (plaquetária) 
Sangramento recorrente – coagulação secundária (plasmática) 
Atenção durante a coleta do sangue – observar se a hemostasia mecânica é suficiente para cessar o 
sangramento causado pela perfuração do vaso. 
Plaquetas secretam ADP para ativar outras plaquetas para agregar e aderir. 
Tempo de Sangramento 
- Incisão (corte): verificar por quanto tempo sai sangue da lesão. Deve-se ter uma metodologia rigorosa, 
pois esse tempo dependerá do tamanho do furo, profundidade do furo, local do furo. Detalhes 
Metodológicos: 
1. Assim que realizar o corte acionar o cronômetro. 
2. Após o corte adsorver no local um papel absorvente a cada 30 segundos. Verificar se molha. 
3. Travar o cronômetro assim que verificar que após o toque não molhou. 
Interpretação 
Valores de normalidade 
Pode-se usar os da literatura? Não. Deve-se considerar aumentado quando superar em 25 a 30% da sua 
média normal. Ex: média = 10min, aumentado a partir de 13min. 
O aumento no tempo de sangramento significa que a interação das plaquetas com o endotélio rompido 
não é adequada. Pode ser quantitativo ou qualitativo. O mais comum é pela diminuição das plaquetas. 
Tempo de retração do coágulo – muito pouco utilizado. 
Testes laboratoriais da avaliação da coagulação primária – plaquetometria. Exame mais importante no 
coagulograma. Para que seja fidedigna ao paciente a coleta, acondicionamento, conservação, transporte e 
processamento da amostra devem ser feitos adequadamente. 
Causas de Plaquetopenia 
Plaquetopenia iatrogênica: por erro de manipulação, formação de agregados plaquetários que podem ser 
observados no esfregaço. 
Sinais Clínicos de Trombocitopenia com Plaquetometria Normal (acima de 100.000) 
Sangramento prolongado. Pseudo hemofilia = Doença de von Willebrand, ausência de síntese do fator de 
von Willebrand, glicoproteína importante para a adesão das plaquetas à parede do vaso. Esse fator 
29 
 
funciona como proteína transportadora do fator VIII de coagulação, sem esse transportador esse fator é 
catabolizado no plasma. 
Deficiência funcional – uso de ácido acetil salicílico. 
Trombocitose (acima de 1.000.000/μL) 
Riscos clínicos: formação de trombos. 
Causas: esplenocontração, corticosteroides, drogas .... 
Diferenciar de trombocitemia 
Doenças Plaquetárias Hereditárias são mais raras 
 
Avaliação Laboratorial de Medula Óssea e Diagnóstico de Leucemias 
Mielograma 
Exame que faz a avaliação citológica de aspirado de medula óssea. 
Indicações: “penias” persistentes, “citoses” persistentes, anemias persistentes. Alterações que não são 
explicadas apenas pelo histórico e exames laboratoriais mais comuns. Avaliação dos estoques

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