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* UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO-UEMA CENTRO DE ESTUDO SUPERIOR DE SANTA INES-CESSIN DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM SAÚDE DO ADULTO Anemia Falciforme Jéssica Leal de Lima Karoline Almeida Lima Leydiane Rebonatto Lucas Silva e Silva Thályssa Hérica Sousa de Carvalho * INTRODUÇÃO A doença originou-se na África e foi trazida às Américas pela imigração forçada dos escravos. No Brasil, distribui-se heterogeneamente, sendo mais frequente onde a proporção de antepassados negros da população é maior (nordeste). * DEFINIÇÃO É uma doença genética caracterizada por hemácias anormais (em formato de foice). A doença é causada por uma alteração do cromossomo 11. O gene que determina a característica das nossas hemácias fica em uma parte do cromossomo 11. Para que haja a anemia falciforme é necessário que a mãe e o pai tenham e transmitam o gene defeituoso. Quando se recebe o gene defeituoso só de um dos pais, chamamos essa pessoa de portadora de traço falciforme. * * Mãe Normal e pai com anemia falciforme r = gene alterado, R= gene normal * Pai com doença falciforme e mãe com traço r = gene alterado, R= gene normal * Pai e mãe portadores de traço falciforme r = gene alterado, R= gene normal * FISIOPATOLOGIA Causada por uma mutação no gene da globina β, com modificação do 6º aminoácido, substituindo o ácido glutâmico pela valina. A HbS sofre polimerização reversível quando desoxigenada, formando uma rede gelatinosa de polímeros fibrosos que enrijecem a membrana eritrocitária, aumentando a viscosidade e causam desidratação em virtude do extravasamento de potássio e influxo de cálcio. * MANIFESTAÇÕES CLINICAS Os sintomas da anemia falciforme variam e são somente baseados na quantidade de hemoglobina S. Os sintomas e as complicações resultam de uma hemólise crônica ou trombose. As hemácias falciformes têm uma vida curta. Os pacientes têm sempre anemia com valores de hemoglobina variando de 7 a 10 g/dl. Icterícia; Medula óssea expandida; Anemia crônica Taquicardia, Sopro cardíaco, Cardiomegalia; Arritmia; insuficiência cardíaca. * Praticamente qualquer órgão pode ser afetado pela trombose. Baço; Pulmões; Sistema nervoso central. Todos os tecidos e órgão estão constantemente vulneráveis às interrupções microcirculatórias pelo processo falciforme, e, dessa forma, estão suscetíveis a : Hipóxia; Necrose isquêmica. * Os pacientes com anemia falciforme são inusitadamente suscetíveis a infecções: Pneumonia; Osteomielite. As complicações da anemia falciforme incluem : Infecção; Acidente vascular cerebral; Insuficiência renal; Impotência; Insuficiência cardíaca; Hipertensão pulmonar. * CRISE FALCIFORME Existem três tipos de crise falciforme na população adulta. Crise falciforme muito dolorosa: Hipóxia tecidual Necrose Crise aplásica: Infecção pelo parvovírus humano; Hemoglobina . Crise de sequestro: Órgãos represam as células falciformes.; Baço, mais comum em crianças ≤ 10; Fígado e pulmão nos adultos. * SINDROME TORÁCICA AGUDA Febre; Tosse; Taquicardia; Infiltrados (RX- TÓRAX). Com frequência, esses sinais simulam uma infecção, que frequentemente é a causa. Chlamydia Pneumoniae; Mycoplasma Pneumoniae; Vírus sincicial respiratório (RSV); Parvovirus. Outras causas incluem embolia gordurosa pulmonar, infarto pulmonar e tromboembolia pulmonar. * A mensuração dos níveis da secreção da fosfolipase A2 atualmente tem sido identificada como um preditor da síndrome do tórax agudo iminente. * HIPERTENSÃO PULMONAR É difícil diagnosticar a hipertensão pulmonar, visto que raramente ocorrem sintomas clínicos até que a lesão seja reversível. Oximetria de pulso normal; Sons respiratórios limpos; TC de tórax (presença de oclusão microvascular pulmonar); * O diagnostico de hipertensão pulmonar é indefinível, porém a triagem dos pacientes com a doença falciforme através de ecocardiografia com Doppler é valiosa na identificação daqueles com pressões elevadas da artéria pulmonar. * * DIAGNOSTICO É estabelecido na infância, mas alguns pacientes frequentemente com estado heterozigoto composto, só desenvolvem sintomas após o início da puberdade, durante a gravidez ou início da fase adulta. Suspeita-se das síndromes falciformes com base na anemia hemolítica, na morfologia dos eritrócitos e nos episódios de dor intermitentes. A detecção efetiva das diversas formas de Doenças Falciformes requer diagnóstico preciso, baseado principalmente em: Eletroforese da hemoglobina Hemograma Teste de Falcização Hemoglobina fetal Exato perfil da hemoglobina Teste do pezinho * DIAGNOSTICO DE ENFERMAGEM Com base nos dados do histórico: Dor aguda; Risco de infecção; Risco de impotência; Déficit de conhecimento. * TRATAMENTO * TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO DO SANGUE PERIFERICO O TCTSP pode curar a anemia falciforme. Disponivel apenas para um pequeno subgrupo de pacientes afetados, visto que a falta de doador compatível ou a presença de lesão orgânica grave (p.ex., renal, hepática, pulmonar) no paciente constituem uma contraindicação para o TCTSP. * TERAPIA FARMACOLOGICA Hidroxiureia: Agente quimioterápico Os níveis de HF Formação de células afoiçadas Episódios dolorosos Incidência de síndrome torácica aguda Transfusões Diminui * Efeitos colaterais: Supressão crônica da formação de leucócitos; Teratógenese; Desenvolvimento de neoplasias malignas. Alguns pacientes apresentam toxicidade com uma dose muito pequena, enquanto outros exibem pouca toxicidade com uma dose muito mais alta. * Arginina: Propriedade antiafoiçamento; Aumento da disponibilidade de Oxido Nítrico; Vasodilatador; Diminui a pressão na A. pulmonar. * TERAPIA TRANSFUSIONAL Efetiva para: Exacerbação aguda da anemia; Prevenção de complicações graves da cirurgia; Melhora da resposta a infecção; Síndrome torácica aguda; Diminuir episódios de crises falciformes em mulheres gravidas; Prevenção/tratamento das complicações da doença falciforme. * Riscos: Sobrecarga de ferro; Acesso venoso precário; Infecções (Hepatite, HIV); Aloimunização ( uma resposta imune ao antígenos das células do doador); Aumento da viscosidade do sangue sem redução na concentração da HbS. * Os pacientes com anemia falciforme necessitam de reposição diária de acido fólico. As infecções devem ser tratadas imediatamente com antibióticos apropriados . Devem receber vacinas pneumocócicas e vacina anual contra a gripe. Tratamento da síndrome torácica aguda: Antibioticoterapia; Espirometria; Broncoscopia; Hidratação; OBS: monitorar regularmente a função pulmonar para detecção precoce de hipertensão pulmonar. * TERAPIA DE SUPORTE O cuidado de suporte é importante. O tratamento da dor constitui uma questão significativa. Quando o paciente não consegue controlar a dor em casa, a intervenção é frequentemente procurada em uma instituição de cuidado de urgência ou no serviço de emergência. A hidratação adequada é importante durante um episodio de afoiçamento doloroso. A hidratação oral é aceitável quando o paciente pode manter uma ingestão adequada de liquido. * Medicamentos para alivio da dor: Acido acetilsalicílico, para diminuir a dor leve a moderada e diminuindo também a inflamação e a trombose potencial; AINE + Analgésicos Opioides, são uteis para a dor moderada; Morfina é o medicamento de escolha para a dor aguda; A analgesia controlada pelo paciente (ACP) é utilizada com frequência. Outros tipos de terapia: Física e ocupacional; Fisioterapia; Intervenção cognitiva e comportamental; Grupos de apoio. * INTERVENÇÃO DE ENFERMAGEM As principais metas para o paciente consistem em alívio da dor, incidência diminuída de crises, sensação aumentada de autoestima e ausência de complicações. O paciente com síndrome falciforme necessita de assistência contínua. Na identificação precoce de possíveis alterações, a assistência deve incluir a coleta de informações da família sobre: Padrão alimentar Hidratação Surgimento de episódios hemolíticos Crises Dolorosas Edema das mãos e dos pés distensão e dor abdominais sinais de hipóxia, infecção, uso indevido de analgésicos. * PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM Controle da dor: A descrição subjetiva e a classificação da dor em uma escala de dor possibilitam a orientação quanto ao uso de agentes analgésico. Prevenindo e controlando a infecção: Os antibióticos prescritos devem ser iniciados imediatos, e o paciente deve ser avaliado à procura de sinais de desidratação. * Promoção das habilidades de Enfrentamento: O cuidado de enfermagem que focaliza as forças do paciente, e nas suas deficiência, pode potencializar as habilidades efetivas de enfrentamento. Redução do déficit de conhecimento; * MONITORAMENTO E TRATAMENTO DAS COMPLICAÇÕES POTENCIAIS Dor: Em caso de crise intensa a dor é o sintoma mais comum; hidratação endovenosa torna-se necessária buscando ampliar o volume de líquido de entrada e corrigir alterações eletrolíticas. Uso de medicamento: Informar ao paciente sobre os riscos de uso de medicações sem prescrição médica. Infecção: Recomenda-se o emprego de medidas profiláticas como: evitar contatos com portadores de infecções; uso de medicamentos profiláticos se prescrito; estimular exercícios de expansão torácica; estimular dieta rica em proteínas e vitaminas; higiene corporal diária, higiene do ambiente e alimentos. * Alterações renais: São comuns em adultos. Nos casos de hematúria, a ingestão de líquidos deve permitir fluxo urinário superior a 2 a 3 ml/kg/hora, reduzindo riscos de formação de coágulos. Episódios de primarismo: O tratamento busca o esvaziamento do corpo cavernoso, alívio da dor e evitar impotência. Ulceras de perna: Iniciam-se com poucas alterações locais, passando a escurecimento da pele, necrose e infecção. * RESULTADOS ESPERADOS DO PACIENTE Controle da dor: Utiliza analgésico para controlar a dor aguda. Utiliza técnicas de relaxamento, exercício de respiração e distração para ajudar e avaliar a dor. Está sem infecção: Apresenta temperatura normal; A contagem de leucócitos está dentro da faixa normal (4.500 a 11.000/mm³). Identifica a importância de continuar os antibióticos em casa. Expressa uma melhor sensação de controle: Participa no estabelecimento de metas e no planejamento de implementação das atividades diárias. Participa nas decisões sobre o cuidado. Aumenta o conhecimento sobre o processo patológico: Aumenta o conhecimento sobre o processo patológico: Descreve as mudanças necessárias no estilo de vida para evitar as crises. Descreve a importância do calor, da hidratação adequada 5. Ausência de complicações. * REFERENCIAS Brunner e Suddarth, Tratado de Enfermagem médico-cirúrgica/ 12ª edição. Editora: Guanabara Koogan. Rio de janeiro, 2012. Manual de Diagnóstico e Tratamento de Doença Falciformes. - Brasília: ANVISA, 2001. * Obrigada(o) pela atenção!
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