Buscar

Comportamento à mesa, fome no Brasil e antropologia da comida

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Discente: Gabriela Gomes da Rocha 
Nutrição, 3º Período. 
 
Fichamento 01: “Incivilidade à mesa? Comendo com estranhos.” Daniel Séjour 
Araújo. 
A ideia central da pesquisa de campo dessa dissertação consistiu em observar 
e entrevistar clientes voluntários de 3 restaurantes no centro de Uberlândia afim de 
fazer um levantamento das mudanças contemporâneas nas interações sociais entre 
pessoas que se veem obrigadas a partilhar de uma mesma mesa com pessoas 
desconhecidas durante alguma refeição feita fora de casa. 
As entrevistas contavam com um questionário a respeito do perfil 
socioeconômico e algumas questões relativas às refeições fora de casa: motivos para 
comer fora, escolha do local e de mesas, se há companhias e conversas durante as 
refeições, existência de regras de conduta, entre outras. 
Resultado da Pesquisa: 
“Se comportar adequadamente é “não fazer” as maneiras incivilizadas. ” 
Notou-se claramente o constrangimento das pessoas, em todos os 
estabelecimentos, em ter que dividir uma mesa com desconhecidos tornando evidente 
o receio no contato entre elas. Pessoas evitavam ficar em mesas já ocupadas e 
quando não era possível, optavam por ocupar lados opostos a mesa e não ao lado do 
ocupante, com exceção do Restaurante Camelódromo que os ventiladores e as 
televisões estavam voltados para a mesa central. 
Quando acompanhadas, as pessoas mantinham diálogos somente com suas 
companhias, excluindo outras pessoas que estivessem na mesa e nas entrevistas 
houve um consenso geral de que o que não poderia faltar durante as refeições 
compartilhando a mesma mesa, era o respeito e as boas maneiras ao comer. Não 
falar alto, não palitar o dente, não falar de boa cheia, não derramar comida fora do 
prato, não arrotar, não fazer barulho com o canudinho, foram termos que estiveram 
presentes nos 3 estabelecimentos. Coisas desse tipo “vem de berço”, foi uma ideia 
bem comum entre os participantes, ao alegarem que “bons comportamentos” vem de 
casa/família. Poucos entrevistados se mostraram abertos a interações com estranhos 
e esses concordaram em afirmar que essa seria a solução para a frieza das interações 
modernas; 
A comida feita em casa, mesmo que com menos variações de cardápio, foi 
apontada como sendo muito melhor do que a comida dos restaurantes. O carinho e o 
afeto dão um valor maior ao “feito em casa”, pois conota uma valorização do 
harmonioso, feito com carinho e com sentimento. 
Conclui-se que o fato de sentar em uma mesa com outra pessoa estranha e 
não manter nenhum tipo de contato não é considerado incivil, mas desrespeitar o 
espaço do outro praticando alguma “falta de educação”, como falar de boca cheia, 
sim. A “incivilidade” na prática é extremamente relativa ao que é considerado “civil” 
para cada pessoa e a contenção de comportamentos tem como objetivo afastar ao 
máximo o contato entre as pessoas do que propriamente fazer com elas mantenham 
contato. 
 
 
 
Fichamento 02: Josué de Castro e os estudos sobre a fome no Brasil. 
Perspectiva e definição de Fome; 
Fome crônica como calamidade, diferente da fome específica que é frequente me 
grupos específicos de alimentos; 
A fome como expressão do fenômeno biológico que envolve questões sociais de 
subdesenvolvimento; 
Doenças causadas pela fome; 
Pelagra, Beribéri, Escorbuto, que são causadas pelo consumo deficiente das 
vitaminas B1, B3 e C, respectivamente; 
Josué dividiu a fome no brasil voltada para 5 regiões socioeconômicas que 
geograficamente já eram separadas; 
Amazônia, Área da Mata do Nordeste, Sertão do Nordeste, Centro-Oeste e Extremo-
Sul e somente as 3 primeiras são consideradas áreas críticas de fome no país; 
A fome ainda está presente por causa dos condicionantes geográficos, econômicos 
históricos e culturais. 
É valido ressaltar que na região nordeste há ainda a questão canavieira como limitador 
de acesso a diversidade alimentar através da monocultura e também há regiões em 
que a seca se faz presente por longos períodos de tempos trazendo com elas 
epidemias de fome. 
Josué de Castro conclui ainda que a fome está presente nos mangues recifenses e e 
um outras regiões parecidas e que a solução para a fome no Brasil é a reforma agrária; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fichamento 03: “Comida e antropologia uma breve revisão. Sidney W. Mintz” 
Há um interesse social por trás do ato de comer; 
Interesse social e econômico voltado para hierarquias e isso pode determinar, por 
exemplo, os ingredientes a serem utilizados no preparo das refeições; 
Esses ingredientes podem ainda determinar as diferenças culturais de cada região; 
O ato de comer também é um ato de definição e caracterização de identidade; 
Alimentar-se é um ato de sobrevivência, porém, repleto de sentidos sociais, culturais, 
afetivos, econômicos determinados pela cultura de cada lugar; 
Jack Goody e Awdrey Richards fizeram estudos sobre o ato de alimentar-se e 
concluíram que a função social e a classe são determinantes importantes no ato de 
comer e que isso está intimamente ligado ao distribuição e comercialização dos 
alimentos. Além disso, concluirão também que com as mudanças globais houve 
mudanças drásticas nas práticas alimentares; 
Com a globalização houve então a facilitação do acesso a alimentos de países 
completamente distantes através das vendas, importações e exportações, como por 
exemplo, os fast foods. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fichamento 04: “Dimensões socioculturais da Alimentação. ” Renata M.; Marcelo 
A.; Janine H. L. 
A definição de alimentar-se é baseada no conceito de que é um conjunto de diversas 
práticas e processos sociais onde seus produtos e consequências que vão desde a 
obtenção do alimento através do plantio ao consumo final são pautados e 
determinados pela busca, preservação, preparo, realização, consumo e descarte de 
tais alimentos; 
A perspectiva que a antropologia tem sobre o ato de alimentar-se vai desde o meio de 
produção à representação do imaginário do porquê comer e o porquê de usar 
determinados ingredientes; 
Awdrey Richards e Margareth pesquisaram a comida como fator biológico não 
vinculada ao social e as necessidades alimentares e cada grupo social. 
Mary Douglas e Marvins Harris denotaram o alimento como código e a perspectiva 
ecológico do ato de alimentar-se. 
Pierre e Goddy procuraram evidenciar as hierarquias alimentares com base no 
contexto histórico da divisão dos sistemas culinários. 
A produção é regida pelo consumo de tal alimento que se torna atrelado a distribuição 
e o preparo. 
As mudanças nos padrões alimentares aconteceram através das transformações que 
a sociedade sofreu ao longo do tempo, como por exemplo, a criação de 
eletrodomésticos e a introdução da mulher no mercado de trabalho. 
Mintz determinou que o sistema alimentar não se limita a fronteiras e Flisher concluiu 
ainda que há uma absorção das características simbólicas dos alimentos, enquanto 
que Josué de Castro elaborou o mapa geográfico da fome e Da Motta definiu as 
identidades alimentares através das escolhas dos alimentos a serem consumidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fichamento 05: “O dinheiro e a comida na metrópole: as escolhas alimentares 
entre beneficiárias do Programa Bolsa Família no Rio de Janeiro.” 
As escolhas alimentares não se resumem à economia; 
Podem ser orientadas a partir de outros valores como saúde, questão socioeconômica 
e gosto individual; 
O Programa Bolsa Família é uma política de transferência condicionada de renda que 
constitui uma das principais estratégias da política brasileira e tem influência direta 
sobre as escolhas alimentares das beneficiarias; 
Em áreas ondeos recursos monetários são limitados há uma transformação das 
condições e do modo de vida da população que tem acesso ao benefício, tornando 
evidente o emponderamento e autonomia dessas mulheres; 
O programa é voltado para pessoas que se encaixam na classe mais pobre com renda 
per capita menor igual até 154,00 reais e para a classe extremamente pobre que 
possui renda menor ou igual até 77,00 por pessoa; 
O programa pode ser visto de diversas maneiras pelas famílias beneficiarias e isso 
vai depender de como o benefício é utilizado, seja ele como renda principal ou como 
complemento de renda; 
Isso significa que os beneficiários não tem rendas iguais, ou seja, não são igualmente 
pobres , o que nos leva a conclusão de que essa diversidade econômica deve ser 
observada e analisada pois com isso com certeza há uma diferença brusca do uso do 
benefício pelas famílias; 
O estudo concluiu que mesmo em situação de vulnerabilidade financeira, as pessoas 
mantinham critérios alimentares que não se restringiam a “comprar algo com baixo 
preço”, restritos a preocupação de economizar; 
O benefício coexiste junto a percepção e manutenção e o cuidado com a saúde, a 
valorização da diversificação alimentar e a criatividade na preparação culinária e que 
sem o benefício as pessoas estariam ainda mais vulneráveis em todos os sentidos, 
incluindo o alimentar. 
 
 
 
 
 
 
 
Fichamento 06: “Imigração e cozinha italiana na cidade de São Paulo: 
concepções de fartura e distinção. ” 
A imigração dos Italianos no Brasil foi dividida entre os Italianos que chegaram e se 
instalaram em São Paulo e os que migraram para o Sul, pois há diferença nos hábitos 
destes; 
Em São Paulo se instalaram os que vieram do Sul do País e estes eram trabalhadores 
braçais e que deixaram a Itália por causa da miséria que lá prevalecia; 
No Sul do país ficaram o Italianos que vieram do norte da Itália e que vieram para cá 
em busca de posses de terras; 
É valido ressaltar, que no início não havia ainda uma identidade definida de “Italiano”, 
pois o que os definia como população italiana era os seus hábitos, forma de 
organização e o reconhecimento de uma experiência de pertencer a uma nação 
diferente, nada associado a cozinha até então; 
A farinha de trigo, muito presente aqui no Brasil, facilitou a reprodução dos elementos 
da terra natal levando consequentemente a produção de um comércio que suprisse 
as necessidades dos imigrantes; 
A comida conota identidade social e isso se tornou evidente e característico de bairro 
como Brás, Bela Vista e Mooca; 
O acesso a comida da terra natal trouxe aspectos e expressões que marcaram suas 
histórias de vida; 
Trazia à tona a comodidade e a harmonia da comida típica do seu país, evidenciando 
a fartura que era algo comum nas famílias Italianas pois no Séc. XX essa fartura era 
tida como um ideal de vida;

Outros materiais