Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Universidade Federal de Goiás Escola de Engenharia Civil e Ambiental Graduação em Engenharia Ambiental e Sanitária ANÁLISE DA INFLUÊNICA DOS MICRORGANISMOS NA AGRICULTURA BRENDA VITÓRIA DE SOUSA FONSECA BRUNA ARAÚJO CERQUEIRA GIULLIA FERREIRA DE PAULA PAULO SÉRGIO LOPES GOIÂNIA 2017 2 BRENDA VITÓRIA DE SOUSA FONSECA BRUNA ARAÚJO CERQUEIRA GIULLIA FERREIRA DE PAULA PAULO SÉRGIO LOPES ANÁLISE DA INFLUÊNICA DOS MICRORGANISMOS NA AGRICULTURA Projeto de pesquisa apresentado à Disciplina de Metodologia Científica e Tecnológica do Curso de Graduação em Engenharia Ambiental e Sanitária da Universidade Federal de Goiás, a ser utilizado como diretrizes para a obtenção da nota final da disciplina. Professora Doutora Simone Costa Pfeiffer GOIÂNIA 2017 3 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 4 2.1. Benefícios de microrganismos na agricultura ..................................................................... 5 2.1.1. Decomposição de resíduos orgânicos ........................................................................... 5 2.1.2. Ciclo do nitrogênio ........................................................................................................ 6 2.1.3. Ciclo do fósforo .............................................................................................................. 8 2.1.4. Controle de pragas ........................................................................................................ 9 2.2. Desvantagens de microrganismos na agricultura ............................................................. 11 2.2.1. Ausência do controle de pragas .................................................................................. 11 2.2.2. Fungos .......................................................................................................................... 11 2.2.3. Vírus ............................................................................................................................. 13 2.2.4. Bactérias ....................................................................................................................... 14 2.2.5. Protozoários ................................................................................................................. 15 3. METODOLOGIA ....................................................................................................................... 16 3.1. Materiais ..................................................................................................................... 16 3.2. Procedimento ............................................................................................................. 16 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................... 17 4 1. INTRODUÇÃO Agricultores costumam acreditar que microrganismos são pestes destrutivas para suas culturas agrícolas, quando na realidade muitos deles são benéficos. Alguns são essenciais para decompor matéria orgânica. Certas bactérias e fungos associam-se às raízes de plantas, fornecendo nutrientes importantes como o nitrogênio e o fósforo. Fungos podem colonizar partes superiores dos vegetais e prover tolerância à ausência de água, ao calor, resistência a insetos e a doenças em plantas. Vírus podem alterar o metabolismo mas também podem ser utilizados como controle biológico. As interações entre as diferentes comunidades de microrganismos presentes no solo, como exemplificado acima, contribuem para a manutenção da vida deste, agindo como um suporte físico também para culturas agrícolas. Os microrganismos são representados pela microfauna (protozoários) e pela microflora (fungos, bactérias e vírus). Esses organismos participam ativamente de processos como decomposição de resíduos orgânicos e ciclos do nitrogênio e do fósforo. Assim, no intuito de compreender melhor e desmistificar a nocividade como consequência única da presença de microrganismos na agricultura, esta pesquisa se propõe a desenvolver uma perspectiva benigna acerca de como a atividade microbiana pode servir como uma ferramenta para maximizar a produtividade e mitigar possíveis adversidades dentro da agricultura. As objetivos específicos poderiam ser: i) comprovar que o manejo controlado da atividade microbiana auxilia no rendimento agrícola; ii) evidenciar a importância de bactérias na absorção de nutrientes; iii) apresentar a capacidade microbiana de reduzir resíduos orgânicos em húmus; iv) apontar a influência do controle biológico microbiano na produção agrícola; v) desmistificar o caráter totalmente deletério dos microrganismos. A agricultura é um dos setores econômicos responsáveis por influenciar o Produto Interno Bruto (PIB), representando quase um terço deste. Assim, o aumento da produtividade agrícola afeta diretamente a estrutura econômica do país, e consequentemente, a vida da população. Há vários fatores que prejudicam o rendimento das atividades agrícolas, incluindo a infertilidade do solo, doenças de plantas e dificuldade na fotossíntese. A mitigação destes problemas pode advir, por parte, através do uso correto dos microrganismos. 5 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1. Benefícios de microrganismos na agricultura Os microrganismos são organismos vistos apenas ao microscópio e incluem bactérias, fungos, protozoários e vírus, por exemplo. O solo é densamente colonizado por uma grande diversidade desses microrganismos, que trazem benefícios para a área da agricultura. Dentro das vantagens proporcionadas por eles, podem ser citados o aumento da produtividade agrícola, que ocorre devido à sua atuação na germinação, florescimento, frutificação e ativação do amadurecimento de plantas. Além disso, eles evitam a proliferação de plantas espontâneas, doenças e pragas, e ajudam na estruturação do solo. Essa estruturação é resultado da atividade dos microrganismos, que deixam os pedaços de terras mais colados, além de poderem atuar associados com adubos verdes na descompactação do solo, aumentando a porosidade e a infiltração de água. Ademais, podem ser misturados a outros adubos orgânicos como biofertilizantes, compostos e húmus e são também utilizados como decompositores de matéria orgânica para acelerar o processo de composto ou biofertilizante. 2.1.1. Decomposição de resíduos orgânicos A decomposição desintegra a matéria orgânica em partículas menores e formas solúveis de nutrientes, que são absorvidos pelas plantas, formando o húmus. Resíduos vegetais sob a superfície do solo ou incorporado a ele, em condições aeróbias, sofrem rápido ataque de fungos e bactérias, que estão em busca de carbono, energia e nutrientes. As bactérias saprófitas, juntamente com certos fungos, atuam na natureza se alimentando de restos de seres vivos, decompondo-os e transformando-os em moléculas inorgânicas simples. As plantas absorvem essas moléculas pelas raízes e as utilizam para sintetizar novamente a matéria viva. É por conta desses microrganismos que há uma disponibilidade contínua de elementos químicos necessários para a construção da matéria viva em todos os seres vivos. Por isso, as bactérias são fundamentais para a manutenção do equilíbrio biológico em todos os ecossistemasda Terra. A maioria dos fatores ambientais que interferem na decomposição de resíduos orgânicos está relacionada à atividade dos microrganismos decompositores. São eles a temperatura, umidade, teor de matéria orgânica do solo, localização e quantidade de material adicionado, pH, concentração de O2 livre no solo e presença de adubos verdes, fertilizantes, arações, gradagens, manejo do solo e uso de herbicidas. 6 O grau de maturação das plantas também regula a permanência dos resíduos no solo, já que aumento na relação Carbono / Nitrogênio dificulta sua decomposição. A presença da “palha” na superfície do solo é de importância fundamental para a manutenção do sistema plantio na agricultura. Isso reforça a preocupação de produzir resíduos vegetais de decomposição mais lenta, para manter o resíduo sobre o solo por maior período de tempo (KLIEMANN; Braz; Silveira, 2006). Assim, deve-se planejar e adotar rotações de culturas cujos resíduos persistam o maior tempo possível no solo. A rotação de culturas é uma prática agrícola de alternância ordenada de diferentes culturas num espaço de tempo, na mesma lavoura. É utilizada quando se quer resolver um problema de doenças ou de uma praga em dada espécie que está influindo no rendimento de grãos. Alguns problemas podem ser: • Doença de um cereal no verão ou inverno; • Praga de uma leguminosa; • Controle de determinada planta daninha; • Adição de nitrogênio ao sistema. A rotação de culturas exerce papel importante na reciclagem de nutrientes, entre eles o nitrogênio, como visto a seguir. 2.1.2. Ciclo do nitrogênio O nitrogênio é o nutriente mais importante para o crescimento das plantas, pois participa da composição de moléculas de ácidos nucléicos, proteínas e polissacarídeos. Ele é encontrado em uma forma estável, por isso é necessário que ele seja convertido em outros elementos para poder ser assimilado pelas plantas. Essa conversão do nitrogênio é feita pelos microrganismos. Cerca de 78% da atmosfera é composta por nitrogênio atmosférico (N2), ele atinge o solo e, para entrar no ecossistema, sofre fixação, processo feito por bactérias nitrificantes que retiram o N2 e incorporam em suas moléculas orgânicas. É possível fazer essa fixação a partir de fertilizantes comerciais, esse método vem sendo muito usado na agricultura, caracterizando a fixação industrial. Quando o N2 é fixado ocorre a liberação da amônia (NH3) esse processo é feito pelas bactérias Rhizobium, quando em contato com as moléculas de água presentes no solo o NH3 forma o hidróxido de amônio (NH4), processo chamado de amonificação. O amônio tende a ser absorvido e usado por bactérias associadas as raízes, as bacteriorrizas. Quando o amônio é 7 produzido por bactérias de vida livre eles tendem a ficar disponível no solo para serem usados pelas nitrobactérias. Essas nitrobactérias são seres autotróficos, e usam a energia liberada a partir das reações químicas, por isso são chamadas de quimiossintetizantes. Essa energia é obtida devido a oxidação do amônio, transformando-o em nitrito (NO2 -), a conversão do NH3 em nitrito é chamado de nitrosação, é feito pelas nitrossomonas, posteriormente o nitrito é convertido em nitrato (NO3 -), processo chamado de nitração que é feito pela nitrobacter. O nitrato produzido fica livre no solo e pode percorrer três caminhos diferentes: ser absorvido pelas plantas, ser desnitrificado, conversão do nitrato em nitrogênio atmosférico através das pseudonomas, ou atingir corpos d’água. As leguminosas são as plantas responsáveis pela fixação do nitrogênio, devido as bactérias presentes em suas raízes, micorrizas, que são associações simbióticas entre os fungos e raízes. Essas associações são mutualísticas, os fungos auxiliam as raízes a absorver os nutrientes do solo e da água, em troca as plantas fornecem aos fungos várias substâncias orgânicas essenciais ao crescimento. As rotações dessas culturas favorecem a fixação do nitrogênio, isso porque fornece nutrientes em quantidades adequadas para que sejam fixados pelas plantas. Se esse procedimento fosse feito corretamente ele poderia substituir o uso de fertilizantes, o que seria benéfico para o meio ambiente. Na figura 1 é possível observar o ciclo do nitrogênio. 8 Figura1: Ciclo do nitrogênio. Fonte: Felipe Ribeiro, 2017. 2.1.3. Ciclo do fósforo O fosforo não é encontrado livre na natureza, mas sim em combinações como o fosfato. Na natureza não acontece abundâncias na forma de fósforo combinado que possa ser usado pelas plantas. As jazidas são as maiores reservas de fósforos. O fósforo (P) encontra-se na fase sólida nas formas orgânicas e inorgânicas; na fase líquida em formas inorgânicas na solução do solo, nas formas de H2PO4 e HPO4 2 -. “No solo o P pode ser imobilizado, quando encontra-se na forma orgânica não assimilável pelas plantas; tornando-se disponível para a planta pela mineralização da matéria orgânica; ou adsorvido que é a fração de fósforo presa ao complexo coloidal do solo tornando-se disponível através de trocas com as raízes; e assimilável é a parte que se encontra diluída na solução do solo sendo facilmente absorvido pelas plantas. A forma chamada disponível é o somatório do P adsorvido com o assimilável”. (AGROLINK ADMIN, 2016) A presença do fósforo no solo é indispensável para o crescimento e produção vegetal. Ele interfere na fotossíntese, armazenamento de energia, respiração, crescimento celular e divisão 9 celular. Além disso ocorre interferência também nas raízes, qualidade das frutas e sementes. Por interferir por vários processos vitais das plantas deve haver um suprimento adequado de fósforo desde a germinação. Quando as plantas estão jovens absorvem mais fósforo, o que provoca um crescimento rápido e intenso das raízes, isso acontece em ambientes com níveis adequados de nutrientes. A aplicação de inóculos de microrganismos que auxiliam a planta na absorção do fósforo na agricultura é uma alternativa muito usada na agricultura para aproveitar melhor o fósforo. 2.1.4. Controle de pragas O controle biológico é um processo pelo qual as populações existentes nos ecossistemas são reguladas (mantidas dentro de limites máximos e mínimos) devido à ação de seus inimigos naturais. Os processos de manipulação desses inimigos naturais pelo homem permite a utilização para o controle de pragas em agrossistemas. Os microrganismos mais utilizados como bioinseticidas são bactérias, fungos e vírus. Esse manejo de controle biológico impacta diretamente na qualidade da produção agrícola, além da redução da poluição ambiental e consequentemente contribui para a preservação dos recursos naturais. O sistema de controle é feito através das interações dos microrganismos, sendo elas endofíticas e entomopatogênicas. Os microrganismos endofíticos são bactérias e fungos que vivem no interior das plantas, habitando caules e folhas e se diferenciam dos fitopatogênicos, pois não causam danos ao hospedeiro e dos epifíticos que se encontram na superfície dos tecidos e orgãos vegetais. As bactérias endofíticas estão presentes em todas as espécies vegetais, podendo ser encontradas em estado de latência ou colonizando ativamente de forma local ou sistêmica, o controle pode acontecer por competição por espaço e nutrientes, ocupando os ninchos dos patógenos, produção de compostos antimicrobianos, produção de toxinas e compostos secundários que protegem a planta hospedeira do ataque de fungos e bactérias fitopatogênicas, insetos e até mesmo de outros animais herbívoros, indução de resistência sistêmica, colonizando o córtex da raiz, estimulando os mecanismosgerais de defesa e resistência da planta. Dentre os gêneros mais utilizados estão os Pseudomonas, Burkholderia, Azospirillum e Bacillus, endofíticas facultativas e encontradas na rizosfera. No controle biológico com microrganismos entomopatogênicos são usados fungos, bactérias, protozoários e vírus. As principais vantagens desses agentes são a especificidade e a seletividade, a facilidade de multiplicação e produção em meios artificiais e ausência de 10 toxicidade a organismos que não são alvos e ao homem, além de não contribuirem com a poluição ambiental. Os fungos são parasíticos, pequenos organismos filamentosos, eucariotos e heterotróficos, possuem grande variabilidade genética e ameaça em hospedeiros. Penetram nos insetos via tegumento, após a colonização do hospedeiro surgem estruturas conhecidas como esporos, originados de reprodução sexuada ou assexuada, responsáveis pela disseminação do patógeno. Os principais grupos são Beauveria bassiana (Figura 1), Metarhizium anisopliae, M. flavoviride, Nomuraea rileyi, Verticillium lecanii, Hirsutella thompsonii, Aschersonia 25 aleyrodis, Paecilomyces spp., Cordyceps spp. Atuam em moscas brancas, cigarrinhas, ácaros, entre outros. As bactérias são unicelulares e procariontes. Na maioria das vezes a reprodução bacteriana ocorre devido a fissão binária. As que infectam os insetos podem ser esporulantes ou não- esporulantes, as primeiras possuem esporos de resistência e cristal proteico composto por proteínas tóxicas tendo efeito no inseto-alvo. Os principais grupos são: Bacillus thuringiensis (diversas variedades), como var. kurstaki, que ataca lagartas (Lepidoptera), var. israelensis, infectando larvas de Diptera (pernilongos e borrachudos) e var. tenebrionis, infectando Coleoptera; Bacillus sphaericus, também em larvas de Diptera, e Bacillus larvae e B. alvei, que causam doenças em abelhas; pode-se citar também Serratia marcescens e S. entomophila, que causam septicemias em diversos insetos, pertencentes ao grupo das bactérias não-esporulantes. Os vírus são microscópicos, constituídos por ácidos nucleicos e envoltos por uma capa de proteína. Eles não possuem metabolismo independente e só se reproduzem quando estão dentro de uma célula viva. Os vírus são parasitas celulares obrigatórios que invadem o organismo dos insetos por via oral. Entre os grupos dos entomopatógenos, são os mais seguros ao se tratar dos efeitos sobre o homem e organismos que não são alvos. No controle sobre a lagarta-da-soja, por exemplo, as partículas do Baculovírus, apresentam a forma de bastonete e são denominados vírions, estes são incrustrados em uma matriz proteica de formato poliédrico, a qual confere certa proteção às partículas do vírus, contra a desativação por fatores ambientais como temperatura e radiação solar. Os poliedros localizados nas folhas da soja são ingeridos pelas lagartas fazendo com que elas parem de se alimentar entre 4 a 7 dias e morram entre 7 a 10 dias. Essa forma de controle é comercializado pela Embrapa ao custo de R$ 2,00 a dose de 20 g para aplicação em 1 ha. 11 Figura 2: Relações fungo-hospedeiro Fonte: Alves, 1998 2.2. Desvantagens de microrganismos na agricultura Por outro lado, microrganismos também podem ser prejudiciais para atividades agrícolas, podendo promover uma série de doenças em plantas. 2.2.1. Ausência do controle de pragas Alguns problemas relacionados à comercialização de produtos microbianos, que impedem atualmente um maior desenvolvimento dessa linha de trabalho, são a concorrência com produtos químicos, a falta de assistência técnica durante a comercialização e após a aplicação do produtos, a existência de formulações inadequadas e produtos de baixa qualidade no mercado, a exigência de condições específicas de armazenamento desses produtos, entre outros. 2.2.2. Fungos Os fungos são causadores de aproximadamente 70% das doenças que interferem nos processos biológicos vitais das plantas e possuem sistemas enzimáticos bastante eficazes que degradam diversos componentes das células das plantas, além disso eles produzem toxinas que acumulam nos órgãos das plantas, na figura 3 é possível observar uma macieira infectada por fungos. Fungos podem colonizar partes superiores das plantas e prover tolerância à ausência de água, ao calor, resistência a insetos e a doenças em plantas. A planta doente apresenta manchas nos caules e nas folhas. 12 Figura 3: Doença chamada "Podridão castanha da maçã." Fonte: Soares Chaves, 1992 As doenças fúngicas causadas podem ser: • Soja: Míldio (Peronospora manshurica); Oídio (Microsphaera diffusa); Antracnose (Colletotrichum truncatum); Podridão Vermelha da Raiz (Fusarium solani f. sp. glycines); Mela ou Requeima da Soja(Rhizoctonia solani); Ferrugem da Soja( Phakopsora pachyrhizi); Mancha Parda ou Septoriose (Septoria glyeines); Mancha- Púrpura (Cercospora Kikuchii). • Café: Ferrugem do Café (Hemileia vastatrix); • Banana: 13 Sigatoka Negra (Mycosphaerella fijiensis); Mal-do-Panamá (Fusarium oxysporum f. sp. cubense). • Algodão Ramulose (Colletotrichum gossypii var. cephalosporioides); Mancha-de-ramulária (Ramularia areola). • Citro Pinta-Preta ou Mancha Preta dos Citros (Guignardia citricarpa). • Mangueira Antracnose (Colletotrichum gloeosporioides). A disseminação dos fungos acontece por fatores ambientais como a umidade, radiação solar, vento e temperatura. O vento e a umidade são os principais responsáveis pela liberação dos esporos, que são formados quando as condições ambientais não estão favoráveis, germinando quando essas condições melhoram, e dissipação de doenças. A contaminação é propiciada por insetos sugadores que perfuram a planta em busca da seiva deixando a ferida exposta. Essas doenças reduzem a capacidade de realizar a fotossíntese e, como consequência, diminui a capacidade produtiva das plantas afetadas. 2.2.3. Vírus A ação dos vírus nas plantas varia muito de acordo com a combinação vírus, planta e ambiente. Em sua replicação, duplicação da molécula de DNA, o vírus usa componentes que estão nas células, dessa maneira o metabolismo celular é comprometido, e consequentemente o organismo também será comprometido. Nas células vegetais os vírus podem interferir na fotossíntese, respiração, fluxo da seiva e desbalanço hormonal. Raramente as viroses causam a morte imediata das plantas, eles produzem infecções crônicas que as enfraquece, reduzindo a produção de flores, frutos, folhas e tubérculos. Grande parte dos sintomas são característicos e isso permite sua identificação a olho nu. Os mais evidentes são os foliares como o mosaico, observado na figura 4, necrose sistêmica e 14 amarelecimento. Nos frutos podem surgir manchas, anéis, redução do tamanho e queda. Na planta como um todo pode ocorrer nanismo, declínio e até a morte. Figura 4: Mosaico nas folhas. Fonte: Lá guia, 2000. Em casos extremos em que a planta não consiga mais se recuperar, aconselha-se sua erradicação para que não se torne hospedeira maléfica. Normalmente esses males surgem em plantações desnutridas. 2.2.4. Bactérias As bactérias patogênicas têm forma de bastonetes, geralmente são aeróbicas ou anaeróbias facultativas. Elas podem ser Gram positivas ou negativas, porém grande parte das bactérias que provocam as doenças são negativas, e é possível fazer essa identificação a partir da coloração de Gram. O vento, insetos e a água ajudam a disseminar as bactérias de uma planta para outra. Elas podem viver na superfície dasplantas ou em seu interior. As doenças provocadas por bactérias são menos numerosas do que as causadas por fungos e vírus, porém elas causam mais prejuízos econômicos para a agricultura. Elas são bastantes comuns em locais com clima úmido e quente. As doenças ocorrem devido a produção de enzimas ou de toxinas que interferem no metabolismo, provocando a murchidão e até mesmo a morte. 15 2.2.5. Protozoários São seres unicelulares, eucarióticos e sem parede celular rígida. Eles podem se reproduzir por divisão binária e também por conjugação. São parasitas obrigatórios e é muito difícil isolá-los e cultivá-los em laboratório, por isso são pouco estudados. Eles atacam uma gama mais restrita de plantas. Grande parte dos protozoários parasitas são flagelados e vivem no floema, que é um tecido vascular vegetal que transporta água e sais minerais, bloqueando o transporte da seiva. 16 3. METODOLOGIA Para realizar a pesquisa apresentada é necessário fazer a inoculação de bactérias em um meio de cultura sólido. Essa inoculação pode ser feita com base nos procedimentos que apresentados a seguir. 3.1. Materiais • Ágar nutritivo; • Alça de platina; • Bico de Bunsen; • Estufa; • Cultura bacteriana. 3.2. Procedimento Á técnica de esgotamento em placa consiste em depositar sobre um ponto da superfície do meio uma parte do material e, depois, espalhá-la de maneira a obter quantidades progressivamente menores do material. Tem – se que obter rarefação suficiente do material para que se formem colônias perfeitamente isoladas. Posteriormente essa placa onde o material foi depositado será levada para a estufa, onde ficará por 24 horas, e depois é analisada as colônias formadas para concluir qual tipo de microrganismo está nela. 17 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ROOSSINCK, M. Beneficial Microbes for Agriculture. Noble Research Institute, 2008. Disponível em <https://www.noble.org/news/publications/ag-news-and-views/2008/october/beneficial-microbes- for-agriculture/.> Acesso em 9 nov. 2017. LINO, T. Vantagens e desvantagens da relação entre plantas e fungos. Repositorium, 2011. Disponível em: <https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/15805/2/Jornadas%20micológicas%28apresenta ção%29.pdf>. Acesso em: 9 nov. 2017. SIGNOR, D.; DIONISIO, J. A. Decomposição de resíduos orgânicos. In: DIONISIO, J. A.; PIMENTEL, I. C.; SIGNOR, D.; PAULA, A. M. de; MACEDA, A.; MATANNA, A. L. Guia prático de biologia do solo. Curitiba: SBCS: NEPAR, 2016. cap. 14, p. 84-88. KLIEMANN, H.J.; BRAZ, A.J.P.B.; SILVEIRA, P.M. Taxas de decomposição de resíduos de espécies de cobertura em latossolo vermelho distroférrico. Goiânia, GO: abr. 2006. ARAUJO, R. S.; HUNGRIA, M. (Ed.). Microrganismos de importância agrícola. Brasília, DF: EMBRAPA-SPI; Goiânia: EMBRAPA-CNPAF; Londrina: EMBRAPA-CNPSO, 1994. 236 p. il. (EMBRAPA-CNPAF. Documentos, 44). POLI, A. et al. Aspectos da interação dos microrganismos edofíticos com plantas hospedeiras e sua aplicação no controle biológico de pragas na agricultura. SaBios: Rev. Saúde e Biol., v.7, n.2, p.82-89, mai/ago, 2012. SUJII, R. E. et al. Controle biológico de insetos-praga na soja orgânica do Distrito Federal. Cadernos de Ciência & Tecnologia, Brasília, v.19, n.2, p.299-312, maio/ago. 2002. KITAJIMA, E.W; REZENDE, J.A.M. Os vírus, esses terríveis inimigos. Grupo cultivar, 2004. Disponível em: <htt://www.grupocultivar.com.br/artigos/os-virus-esses-terriveis-inimigos>. Acesso em: 9 nov. 2017. HENRIQUES, J. As plantas também adoecem. Naturlink, 2009. Disponível em: <http://naturlink.pt/article.aspx?menuid=3&cid=48761&bl=1&viewall=true>. Acesso em: 9 nov.2017. Ciclo do nitrogênio: entenda etapas, organismos participantes e importância. Ecycle, 2013. Disponível em:< https://www.ecycle.com.br/component/content/article/63/3056-ciclo-nitrogenio- etapas-organismos-importancia-biogeoquimico-azoto-moleculas-organicas-aminoacidos-proteinas- rna-dna-elemento-quimico-enxofre-transformacoes-resumo-eutrofizacao-desnitrificacao- amonificacao-ferro-fixacao-devolucao-metabolismo-nitrogenado.html>. Acesso em: 9 nov. 2017. 18 AGROLINK, A. Fósforo. Agro Link, 2016. Disponível em: <https://www.agrolink.com.br/fertilizantes/fosforo_361445.html>. Acesso em: 9 nov. 2017.
Compartilhar