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Resumo de Microbiologia Geral Nutrição

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Microbiologia
-Microrganismos procarióticos: são unidades autônomas, capazes de crescer, se dividir, se diferenciar, interagir com o meio ambiente, através de sinais químicos, e de se multiplicar de forma hereditária. Possuem motilidade. 
-Bactérias e Archaeas são procariotos. Fazem parte das archaeas grupos de procariotos adaptados a vida em condições extremas, como por exemplo, Hipertermófilo (altas temperaturas); Psicrófilo (muito frio); Halófilo (Sal); Acidófilo (ácido, ph 2-3); Alcalófilo (básico ph 11-13). 
-Procariota x Eucariota:
Eucariotas: apresentam seu DNA em um núcleo envolto por uma membrana, porém o DNA não é circular nem covalentemente fechado e são normalmente maiores e mais complexos. Nessas células há a presença de estruturas envoltas por membrana, denominadas organelas (ex: complexo de golgi). O sítio de respiração celular é a mitocôndria. Seu ribossomo é maior que das células procariotas. Sua locomoção é feita por flagelo ondulante, cílios, e movimento ameboide. 
Procariotas: Exibem uma estrutura interna mais simples, desprovida de organelas envoltas por membrana. Material genético não se encontra no interior de um núcleo, solto no citoplasma; Apresentam DNA circular e covalentemente fechado. Utilizam a membrana citoplasmática como sítio de respiração celular e para realizar reações de conservação de energia. 
-Células procarióticas são muito menores quando comparada com as células eucariotas. 
-Morfologia:
-Uma célula que é esférica ou ovalada em sua morfologia é denominada coco (plural, cocos). 
-Uma célula exibindo forma cilíndrica é denominada um bastonete ou um bacilo.
-Alguns bacilos assumem formas espiraladas e são denominados espirilos.
-As células de alguns procariotos permanecem unidas em grupos ou conjuntos após a divisão celular, e os arranjos são frequentemente característicos. Por exemplo, alguns cocos formam longas cadeias, fileira de cocos (p. ex., a bactéria Streptococcus) e outros são encontrados em conjuntos semelhantes a um cacho de uvas (Staphylococcus).
-Alguns grupos de bactérias são imediatamente reconhecíveis em virtude das formas incomuns de suas células individuais. Os exemplos incluem as espiroquetas, bactérias intensamente espiraladas; as bactérias apendiculadas e bactérias com brotamento, as quais apresentam extensões celulares na forma de longos tubos ou pedúnculos que aumentam a superfície de contato; e as bactérias filamentosas, que apresentam longas células ou cadeias celulares delgadas.
-Quanto menor a célula, maior a sua área superficial e mais rápido ela cresce. 
-Para células muito grandes, a captação de nutrientes eventualmente limita o seu metabolismo.
-Células muito grandes são incomuns no mundo procariótico.
-Os procariotos são células muito pequenas quando comparadas aos eucariotos.
-A taxa de crescimento celular depende, entre outras coisas, da taxa de troca de nutrientes. As células menores, por terem uma maior área de superfície, permitem uma troca de nutrientes mais rápida por unidade de volume celular, em comparação com células maiores. Como resultado, as células menores geralmente crescem mais rapidamente que as células maiores, e uma determinada quantidade de recursos (os nutrientes disponíveis para promover o crescimento) sustentará uma população maior de células pequenas que de células grandes.
-Estruturas Celulares:
 Membrana citoplasmática: 
-Estrutura delgada, fina e fluída que envolve a célula; corresponde a uma barreira de permeabilidade altamente seletiva que separa o interior da célula (citoplasma) de seu ambiente. 
-É formada por uma bicamada fosfolipídica. 
-Confere á célula a capacidade de concentrar metabólitos específicos e excretar dejetos. 
-Sua estrutura geral é estabilizada por pontes de hidrogênio, interações hidrofóbicas e eletrostáticas, e ligações iônicas (cálcio e magnésio para com a carga negativa dos fosfolipídios). 
-A membrana acumula várias funções e atividade bioquímicas.
 *Composição das membranas de bactérias:
A composição de ácidos graxos da membrana de microrganismo depende do ambiente em que ele vive.
-> Fosfolipídios: 
Composto por dois ácidos graxos (saturados ou insaturados) que estão ligados a um glicerol- fosfato por uma ligação éster, que por sua vez se liga ao um radical, o qual pode ser uma serina, colina, etanolamina e glicerol. Ex: fosfatidill glicerol.
Os ácidos graxos possuem de 16 a 18 carbonos. Eles podem ser ramificados ou não ramificados e saturados ou insaturados. Os ácidos graxos saturados apresentam membrana mais organizada e mais dura. Preferem lugares quentes. Já os ácidos graxos insaturados possuem membrana menos organizada e mais fluída, frouxa. Preferem o frio. 
->Glicolipídios: 
Em bactérias encontram-se principalmente os glicoglicerolipídeos. E a maiorias dos glicoconjugados são glicolipídeos.
->Agentes de rigidez: 
Hopanoides que são os análogos do esterol (células eucarióticas) presentes em membrana de algumas bactérias . Os hopanoides controlam a fluidez e a permeabilidade da membrana, conferindo resistência e estabilidade. Eles podem se ligar a aminoácidos e carboidratos. 
Bactérias metanotróficas e micoplasma possuem esterol na membrana ao invés de hopanoides.
-> Proteínas: 
-Maior quantidade de proteínas que a membrana eucariótica. Membrana rica em proteínas com funções diferentes. Essas proteínas podem ser integrais (embebidas firmemente na membrana) ou periféricas (exibem uma porção ancorada na membrana e regiões extra membranosas voltadas para o interior ou exterior da célula; não estão embebidas na membrana, mas estão firmemente associadas ás superfícies da membrana). 
-A superfície externa da membrana citoplasmática volta-se para o ambiente e, em determinadas bactérias, interage com uma variedade de proteínas de ligação a substratos ou proteínas que processam grandes moléculas, transportando-as para o interior da célula (proteínas periplasmáticas).
-Possui proteínas envolvidas em etapas de síntese, transporte, respiração celular e no movimento flagelar. Como por exemplo: Transporte de elétrons; Transporte de moléculas através da membrana; Sistemas de secreção; Proteínas relacionadas a síntese de membrana e parede celular; Proteínas envolvidas na sinalização celular; Proteínas do flagelo, etc.
*Composição da membrana das Archaeas:
-Os lipídios das archaeas apresentam ligações éter entre o glicerol e suas cadeias laterais hidrofóbicas. Eles não possuem ácidos graxos, ao invés disso, eles possuem o fitanol, um polímero de isopreno. A Ligação éter entre o glicerol e o lipídeo aumenta a estabilidade química e resistência a hidrólise, é mais forte que uma ligação éster. 
-Os principais lipídios presentes em Archaeas são glicerol diéteres, que apresentam cadeias laterais de 20 carbonos, denominada fitanil. Já ligações tetraéteres, apresentam cadeias laterais de 40 carbonos e são chamadas de fitanil/fitanol; as cadeias laterais de fitanil de cada molécula de glicerol encontram-se covalentemente ligadas, formando 40c. 
O Fitanol é freqüentemente ramificado com grupamento metil e saturado. 
Classificação: arqueol (glicerol diéter) ou caldarqueol (diglicerol tetra éter)
Diferentes tipos de lipídeos arqueóis e caldarqueóis são encontrados nas archaeas. 
-No interior de uma membrana, o fitanol origina uma membrana lipídica em monocamada lipídica. Essas monocamadas são bastante resistentes á separação. 
-Funções das membranas
-Barreira de permeabilidade, impedindo o extravasamento passivo de substâncias para dentro ou para fora da célula e atuando como uma porta para o transporte de nutrientes para dentro e fora da célula (proteínas transportadoras). Acumula solutos contra seu gradiente de concentração. Moléculas polares e carregadas não são capazes de atravessar a membrana e requerem transportadores específicos.
-Sítio de ancoragem de várias proteínas, dentre elas algumas enzimas, envolvidas no transporte, bioenergética e quimiotaxia. 
-Geração de energia metabólica através do estabelecimento de um gradientede concentração de prótons (força próton motiva). Importante sítio celular de geração e conservação de energia. 
-Transporte de Substâncias: 
-O transporte de nutrientes é um processo vital.
-Os sistemas de transporte são importantes porque: Poucas substâncias difundem-se pela membrana; Se a substância fosse capaz de se difundir pela membrana, sua velocidade de captação e concentração intracelular seria proporcional a sua concentração externa, o que é frequentemente baixa na natureza. A substância não alcançaria a concentração necessária às reações bioquímicas.
-Características dos transportadores:
• Efeito saturação: concentração elevada de substrato, de forma que satura o carreador.
• Alta especificidade: afinidades por um único tipo de molécula ou por uma classe de moléculas. 
• Regulação de sua biossíntese: a biossíntese de proteínas transportadoras é regulada pela célula. 
-Transportes que não requerem energia: osmose, difusão passiva e difusão facilitada
Osmose: movimento da água através da membrana em resposta a concentração de soluto.
Difusão passiva: obedece ao gradiente de concentração. As taxas de difusão dependem do gradiente e da permeabilidade da membrana a substância.
Difusão facilitada: difusão auxiliada por uma proteína transmembrana (proteína facilitadora). Rara em procariotos.
-O evento de transporte envolve uma alteração conformacional da proteína transportadora, após sua ligação ao soluto. Essa alteração conformacional conduz o soluto para o interior da célula. 
-São possíveis três eventos de transporte: uniporte (transporte unidirecional de moléculas), simporte ( transporte de uma molécula em conjunto com outra substância na mesma direção) e antiporte (transporte de uma molécula simultaneamente com uma segunda molécula, mas em direções opostas, uma entra e outra sai). Sendo considerado o simporte e o antiporte como co-transporte. 
-Há pelo menos três sistemas de transporte em procariotos: Transporte simples, translocação de grupo, e o sistema ABC. Todos os sistemas de transporte requerem alguma forma de energia, quer a partir da força próton motiva, ou ATP.
->Transporte Simples: consiste em somente uma proteína transportadora transmembranica, as permeases. As permeases ligam-se durante algum tempo à substância a transportar, alterando a sua forma, e transferem a substância para o interior da célula. É promovido pela força próton motiva. 
->Translocação de grupo: envolve uma série de proteínas no evento de transporte. Há uma modificação química da substância transportada. É promovida/mediada pelo fosfoenolpiruvato (sistema fosfoenolpiruvato-fosfotransferase). Transporte unidirecional de carboidratos, ácidos graxo e nucleotídeos.
A translocação de grupo é uma forma de transporte no qual a substância transportada é quimicamente modificada durante a sua captação através da membrana; esses compostos são modificados por fosforilação (molécula é fosforilada) mediada pelo sistema fosfotransferase. O sistema fosfotransferase consiste em uma família de cinco proteínas: a Enz I, HPr, Enz IIa, Enz IIb e Enz IIc. As proteínas Enz I e HPr são inespecíficas e transportam qualquer açúcar. Já os componentes da Enz II são específicos para cada açúcar em particular. A energia do sistema é oriunda do composto rico em energia, o fosfoenolpiruvato. 
-O fosfato é transferido sequencialmente do fosfoenolpiruvato, através de todas as proteínas, até a Enz IIc, que de fato transporta e fosforila o açúcar, formando uma molécula de glicose-6-fosfato, que entrará na via glicolítica. 
->Sistemana ABC: consiste em três componentes, um proteína de ligação ao substrato (periplasmática), um transportador integrado á membrana (permease) e uma proteína que hidrolisa ATP (ATPase). As proteínas periplasmáticas estão envolvidas e a energia para o transporte é fornecida pelo ATP. Essas proteínas estão associadas a membrana externa, ao periplasma (espaço fluido entre a membrana citoplasmática e a membrana externa de bactérias gram-negativas) e a membrana citoplasmática.
As proteínas periplasmáticas de ligação possuem alta afinidade ao substrato, podendo se ligar ao substrato mesmo quando presente em concentrações baixas. 
Uma vez que o substrato esteja ligado na proteína periplasmática de ligação, ela interage com seu respectivo transportador transmembrânico, carreando o substrato até o transportador, o qual só permite a passagem da molécula se houver quebra de ATP, como fonte de energia. Esse processo é conduzido pela energia da hidrólise de ATP. 
Bactérias Gram-positivas não possuem periplasma como as Gram-negativas, porém possuem proteínas de ligação ao substrato ancoradas á superfície externa da membrana citoplasmática. Entretanto, assim como as bactérias Gram-negativas, uma vez que essa proteínas ligam-se ao substrato, passam a interagir com um transportador de membrana, catalisando a captação do substrato ás custas da hidrólise de ATP. 
-Secreção em Procariotos: 
->Transporte por translocases (sistema Sec): Muitas proteínas para atuarem adequadamente devem ser transportadas para fora da membrana citoplasmática ou inseridas na membrana de maneira específica, isso ocorre pela ação de proteínas denominadas translocases, sendo uma das essenciais o sistema SEC).Esse sistema exporta proteínas, bem como insere na membrana proteínas integrais de membrana. 
Em procariotos o transporte de proteínas ocorre diretamente através da membrana citoplasmática. O canal condutor para o transporte é formado por um complexo proteico.
A subunidade TRAM e a YidC estão envolvidas com a inserção de proteínas na membrana celular ou do retículo endoplasmático. 
->Translocação e tradução simultânea: 
1 - Proteína começa a ser sintetizada no citoplasma (ribossomo sintetiza proteína). 
2 - A partícula de reconhecimento de sinal (SPR - signal-recognition-particle) se liga a sequência sinal, a qual é exposta no ribossomo.
3 – O ribossomo é encaminhado para a translocase Sec pela ligação com FtsY.
4 – A proteína se move do ribossomo para o canal.
5 – A ligação com GTP libera a sequência sinal da sua associação com SRP. A hidrólise de GTP dissocia SRP e FtsY, liberando SRP. 
Ou seja, se a proteína que está sendo sintetizada pelo ribossomo for extracelular, há uma molécula a SRP que se liga ao N-terminal da proteína e a carreia até o sistema SEC, o qual ao final da síntese da proteína permite a passagem dela para o meio externo. 
->Transporte pós-traducional: 
É encontrado apenas em bactérias.
1 - SecA se liga ao polipeptídeo, conduzindo-o para a membrana. 
2 - O complexo se liga a SecY e o polipeptídeo se insere como uma alça no canal.
3 - O polipeptídeo ligado ao SecA entra em alça pelo canal.
4 - SecA se fecha.
5 - O polipeptídeo se move pelo canal. As fases 3-5 se repetem até a cadeia ser completamente translocada.
Ou seja, ocorre a pós a transdução da proteína. Se ela for extracelular e estiver no citoplasma o complexo SEC ajuda na expulsão da proteína. 
->Outros tipos de secreção:
-Via das chaperonas: síntese de pilus tipo 1 e P
-Preciptação: montagem de fibras amilóides em Escherichia spp. e Salmomella spp.
-Tipo I: Exportação de hemolisina por em E. coli.
-Tipo II: exportação de toxina colérica em Vibrio cholerae, exotoxina A em P. aeruginosa e pululanase em Klebisella oxytoca.
-Secreção dos tipo III e IV: envolvidos na síntese de flagelo e fímbrias.
-Secreção do tipo V (autotransportadores): envolvidas na secreção de fatores de virulência de Neisseria meningitidis.
-Parede Celular: 
-Presente só em procariotos 
-Envolve a membrana citoplasmática de quase todos procariotos.
-É relativamente permeável e localiza-se externamente á membrana. 
-É uma camada muito mais resistente do que a própria membrana. 
-Confere forma e rigidez estrutural á célula. 
-Protege a célula contra choque/lise osmótica. 
-As paredes celulares de bactérias apresentam uma camada rígida, a principal responsável pela rigidez da estrutura. Essa camada é constituída por peptideoglicano (tambémchamado de mucoproteína e mureína), um polissacarídeo composto por dois derivados de açúcares, o N-acetilglicosamina e o ácido N-acetilmirâmico. 
O esqueleto do peptideoglicano é formado pelo N-acetilglicosamina (NAG) ligado ao ácido N-acetilmurâmico (NAM) alternadamente, através de ligações do tipo ß-1,4. Além disso, ligado ao N-acetilmurâmico há uma cadeia de diferentes peptídeos. Esses peptídeos fazem a ligação direta ou através de pontes peptídicas entre as fitas de NAG- NAM, ou seja, as cadeias longas de peptideoglicanos são interligadas por meio de ligações cruzadas dos aminoácidos. As ligações glicosídicas que unem os açúcares das fitas de glicano são ligações covalentes. 
-As espécies bacterianas podem ser divididas e, dois grupos principais, denominados Gram-positivos e Gram-negativos. 
Gram-positivo: As bactérias gram-positivas não possuem membrana externa. A parede celular é normalmente mais espessa, consistindo cerca de 90% de peptideoglicano; havendo também ácidos como o ácido teicoico e ácido lipoteicoico. 
-Apresenta a lisina como aminoácido em seu peptideoglicano. A conexão entre as cadeias dos tetrapeptídeos de moléculas adjacentes de peptideoglicano pode ocorre através de pontes interpeptídicas. Ex: poliglicina. Conexão direta entre cadeias peptídicas do peptideoglicano de Gram-positivas também ocorrem. 
-Há a presença de substâncias ácidas, denominadas ácidos teicoicos, embebidas em sua parede celular. O ácido teicoico é um polímero aniônico contendo glicerol fosfato ou ribitol fosfato. A diversidade depende do tipo de poliol e carboidrato na cadeia principal, das ramificações e tipo de ligação fosfodiéster. Esses ácidos são ligados covalentemente a resíduos de ácido murâmico no peptideoglicano da parede celular. Por serem carregados negativamente, os ácidos teicoicos conferem carga negativa na superfície celular. 
Função dos ácidos teicóicos: Se liga a prótons mantendo o pH baixo da parede, evitando o ataque de autolisinas; Possível papel regulador na atividade das autolisinas e síntese de parede; Possível ligante de cátions divalentes (Ca+ e Mg+), regulando seu fluxo e formando barreiras que previne a difusão de substâncias; Sítio de ligação para enzimas que clivam a peptídeoglicana; Pode ser usado para tipagem sorológia (Nocadiopsis spp.)
-Ácido teicurônico: Polissacarídeo composto por ácido urônico e N-acetilglicosamina produzido por algumas espécies de Bacillus quando a concentração de fosfato está baixa.
-Ácido lipoteicóico: São ácidos teicoicos ligados covalentemente em um componente lipídico ancorado na membrana (glicolipídeo ou fosfatidil glicolipídeo).Funções do ácido lipoteicóico: Atua na regulação de enzimas autolíticas; Atua como molécula de adesão à célula hospedeira; Induz a produção de íons oxigênio e a secreção de enzimas por lisossomos em fagócitos; Interage com o sistema complemento quando ligado à célula hospedeira.
-O peptideoglicano pode ser destruído por determinados agentes. A lisozima é um proteína que cliva as ligações glicosídicas B-1,4 entre o ácido N-acetilmurâmico e a N-acetilglicosamina, enfraquecendo assim a parede. Ocorre a entrada de água na célula que aumenta de tamanho podendo sofrer uma lise celular. A lisozima atua como uma das principais linhas de defesa contra infecções bacterianas. 
Protoplastos são células que tiveram a parede celular totalmente removida; desprovidas de qualquer material residual da parede celular. Esferoplastos são células em que a parede foi parcialmente destruída; apresentam porções da parede celular associadas á estrutura envolta por membrana. 
Gram-negativo: As bactérias gram-negativas possuem uma fina camada de peptideoglicano, membrana externa e membrana plasmática. Entre as membranas encontra-se o periplasma. Várias enzimas estão localizadas no periplasma, e devem atravessar a membrana citoplasmática, alcançando o periplasma a fim de atuarem.
-A parede celular é uma estrutura em multicamadas e bastante complexa, onde somente 10% da parede celular corresponde ao peptideoglicano, sendo menos espesso, e a maior parte da parede é composta pela membrana externa. Há a presença de camadas adicionais externamente á camada de peptideoglicano. 
-Apresenta o aminoácido DAP em seu peptideoglicano. Tem uma conexão direta entre as cadeias dos tetrapeptídeos de moléculas adjacentes de peptideoglicano. 
-A membrana externa, cuja uma das funções principais é impedir a difusão de proteínas localizadas externamente á membrana citoplasmática, é uma bicamada lipídica composta por fosfolipídios, proteínas, lipoproteínas e lipopolissacarídeos. O lipídeo e o polissacarídeo estão ligados na membrana externa, formando um complexo, e por isso a membrana externa é chamada de camada lipopolissacarídica. Há uma distribuição assimétrica dos lipídeos: Face interna: fosfolipídios e porção lipídicas das lipoproteínas; Fase externa: lipopolissacarídeos (LPS)
A membrana externa aumenta a resistência a lisozima e outras enzimas, a antibióticos e a bile.
-Lipopolissacarídeos (LPS): é o principal glicolipídeo da membrana externa; estrutura básica que compõe a membrana externa. É um polissacarídeo composto pelo lipídeo A, pelo core interno e pelo core externo. 
Está relacionado a pirogenicidade, ativação de citocinas, agregação de plaquetas, atividade de adjuvante e mitogenicidade.
-Lipooligossacarídeo (LO): Análogo do LPS sem o antígeno O. É encontrado em bactérias do trato respiratório e genital. Aumenta a resistência à lise pelo soro humano. Alguns Lipooligossacarídicas tem semelhança com oligossacarídeos de células humanas.
-Proteínas de membrana externa (OMP): Correspondem a 50% da massa da membrana externa. Presença de proteínas integrais e lipoproteínas em β – pregueada. 
-A membrana externa é relativamente permeável a moléculas pequenas, devido a presença de proteínas transmembrânicas denominadas porinas, que estão localizadas na membrana externa e que atuam como canais, permitindo o transporte de nutrientes, entrada e saída de substâncias hidrofílicas de baixa massa molecular. As porinas podem ser específicas para determinado substrato ou para um grupo de moléculas relacionadas. Podem ser Mononéricas ou triméricas.
-Lipoproteínas: função de ligação entre peptideoglicano e membrana externa:
1- A proteína sintetizada no citoplasma é transportada pelo sistema de secreção tipo II
2- A cisteína do peptídeo líder é modificada pela adição do diacilglicerol
3 - O peptídeo líder é removido por uma peptidase
4 - O N-terminal liberado é acilado
5 - A proteína é transcolada para a membrana externa
6 - A lisina do C-terminal da lipoproteína é ligada ao diaminopimélico (DAP).
-Espaço periplasmático: É o espaço entre a membrana citoplasmática e a membrana externa. Os componentes do periplasma tem consistência de gel, devido á alta concentração de proteínas presentes.
Possui uma variedade de moléculas que refletem o metabolismo e o ambiente da bactéria. Contem enzimas hidrolíticas, proteínas que se ligam a substratos, quimiorreceptores, componentes de membrana externa, peptideoglicano e moléculas secretadas.
Funciona como sítio para reações químicas de oxirredução, transporte de solutos e quimiorreceptores, regulação osmótica, secreção de proteínas e atividade hidrolítica.
-Coloração de GRAM:
Após a coloração de Gram as bactérias Gram-positivas coram-se em roxo, enquanto que as bactérias Gram-negativas coram-se em rosa avermelhado. Essa diferença de reação á coloração de Gram deve-se ás diferenças na estrutura da parede celular das células Gram-positivas e Gram-negativas. 
1°passo corar com cristal violeta + Lugol. 2° descorar com álcool. 3° coloração de contraste com safrinha. 
-Vesículas de membrana (MV): 
A membrana externa de Gram-negativas frequentemente libera vesículas durante o crescimento celular. Ao brotar as vesículas carregam componentes da membrana externa e do periplasma como a pró-elastase, Pgase, betalactamases, etc.
Funções das vesículas: Liberação de antimicrobianos;comunicação entre espécies; transferência de resistência a antibiótico; liberação de toxinas; transferência de DNA; comunicação entre reinos. É uma vantagem no meio ambiente pela competição. 
Modelo 1. Vesículas originam-se de regiões da célula sem lipoproteínas associadas à peptideoglicana, sendo mais uma expansão da membrana externa (Excesso de LPS).
Modelo 2. Fragmentos de peptideoglicana não são eficientemente transportados para o citoplasma durante o turnover normal celular, estes levam na formação das vesículas na membrana externa (excesso de peptideoglicano).
Modelo 3. Interações iônicas entre o heptil-3-hidroxi-4-quinolona e o Mg2+ na membrana externa aumentam a repulsão iônica entre os LPS, resultando na formação de vesículas (proteína especifica que segura LPS). 
-Parede de micobactérias: As micobactérias possuem glicosilação a mais que as bactérias. 
Parede celular composta principalmente por: peptideoglicana, arabinogalactana e ácido micólico. Apresenta baixa permeabilidade. 
-Peptideoglicana de micobactérias: Apresenta esqueleto composto por unidades alternadas de N-acetilglicosamina e N-glicolilmurâmico. Serve como suporte para micolil arabinogalactana (mAG). 
As ligação entre as cadeias peptídicas de micobactérias são ligações 3→3, para ligações somente entre micobactérias; e ligações 3→4 para com demais bactérias. 
-Arabinogalactana: é um polissacarídeo. 
D-arabinose e D-galactose na configuração de furanose (polissacarídeo).
Galactana: polímero de galactose ligadas entre si por ligações 1→5 e 1→6 alternadas. Arabinana: polímero de arabinose ligada a galactana.
-Ácidos Micólicos: são ácidos graxos de cadeia longa com 70-90 carbonos. 
Podem estar presentes na parede na forma de trealose dimicolato (fator corda, TDM) e trealose monomicolato. Eles se ligam a arabinogalactana. 
-Lipoglicanas: São carboidratos ligados a um lipídeo. Sua função é fazer com que o microrganismo sobreviva a fagocitose. Seu esqueleto é uma molécula de glicerol ligada á dois ácidos graxos. 
Ex: lipoarabinomanana (LAM), fosfatidil-inositol-manoses (PIM) e lipomananas (LM). A LAM tem funções imunomoduladoras e está envolvida na patogenia da tuberculose e hanseníase. 
-Coloração: As micobactérias não se coram pelo Gram, mas se coram através da coloração para Micobactérias de Ziehl-Neelsen e Kinyoun.
-Parede celular de Archaeas:
A parede celular das archaeas não contem peptideoglicano. Elas também normalmente não apresentam membrana externa. Porém, uma variedade de compostos químicos são encontrados nas paredes celulares, como por exemplo, polissacarídeos, proteínas e glicoproteínas. 
A parede celular das archaeas atua impedindo a lise osmótica e conferindo á célula sua morfologia. Por não apresentarem peptideoglicanoe em sua parede celular, as archaeas são resistentes á atividade da lisozima, que destrói o peptideoglicano ou impede sua síntese correta. 
As archaeas possuem diversas paredes celulares. 
-Pseudopeptideoglicano ou pseudomureina: é um polissacarídeo componente da parede celular de archaeas, muito similar ao peptideoglicano. Seu esqueleto é composto por repetições alternadas de N-acetiltalasominurômico e N-acetilglicosamina ligadas através de ligações β(1→3). Diferente do peptideoglicano que apresenta ligações β (1→4).
Os peptídeos são todos com estereoisômeros L-aminoácidos. Ela é encontrada em algumas metanogênicas e halofílicas extremas. 
-Glicoproteínas: A presença de glicoproteínas depende do ambiente em que as archaeas vivem. Ex: Algumas archaeas metanogênicas (produzem metano) e halofílicas (requerem alta concentração de sal) possuem parede celular composta por glicoproteínas.
-Camada S: É uma camada superficial paracristalina, sendo o tipo mais comum de parede celular em archaeas. Composta por proteína ou glicoproteínas dispostas de forma ordenada.
A estrutura paracristalina das camadas S organiza-se em várias simetrias, dependendo no número e da estrutura das subunidades proteicas ou glicoproteínas. A camada S também possui composição química variada de parede celular. 
As camadas S são suficientemente resistentes para evitar a ruptura osmótica. Quando uma camada S está presente junto com outros componentes da parede, a camada S corresponde sempre á camada mais externa. 
Além de atuar como reforço estrutural as camadas S podem atuar como barreira seletiva, permitindo a passagem de substâncias de baixa massa molecular e excluindo moléculas e estruturas grandes; atuar na retenção de proteínas próximo a superfície celular. 
-Outras estruturas de superfície celular: 
 Além das paredes celulares, as células procarióticas podem apresentar outras camadas externas ou estruturas em contato com o ambiente. 
-Camadas da superfície celular:
->Substância polimérica extracelular (SPE): vários organismos procarióticos secretam substâncias limosas ou viscosas em sua superfície celular. Essas substâncias consistem em polissacarídeos, proteínas ou ambos. SPE não é considerada uma parte da parede celular, por não conferir resistência estrutural á célula. Ela não tem função de proteção. É uma camada, cápsula de açúcar adicional em algumas bactérias. 
Exceção: a camada S pode servir de parede celular para algumas archaeas. 
A camada de SPE pode ser denominada cápsula ou camada limosa. As cápsulas e camadas limosas podem ser espessas ou delgadas, rígidas ou flexíveis, dependendo de sua composição química e seu grau de hidratação. 
-Cápsula (Glicocálice): Densa camada de substâncias poliméricas extracelulares (SPE), organizada em uma matriz compacta, que excluí partículas como a tinta nanquim.
Apresenta composição muito variável. Composto por polissacarídeo, proteína ou os dois. 
É uma camada rígida, espessa e mais compacta, que está fortemente ligada á parede celular. A produção desta estrutura é afetada pela capacidade genética e condições ambientais.
- Camada limosa (Glicocálice): Apresenta a mesma composição da cápsula, porém é um composto facilmente deformável. Não excluí as partículas e é de visualização mais difícil. 
É uma camada mais fina e mais frouxa, que liga-se frouxamente á parede celular podendo ser perdida da superfície celular. 
-As bactérias patogênicas capsuladas são normalmente mais difíceis de serem reconhecidas e destruídas pelas células fagocitárias do sistema imune. 
-Funções das Substâncias poliméricas extracelulares:
• Protege contra o ataque de bacteriófagos (comem, matam as bactérias), anticorpos e bacteriocinas (substância produzida por bactérias com função anticorpo). 
• Reserva de carbono e energia
• Adesão a superfícies
• Proteção contra a fagocitose
• Evita a perda de nutrientes e dessecação. 
• Encobre antígenos (ácico teicóico e lipoproteínas)
• Conferem carga negativa
• Potencial para o desenvolvimento de vacinas: Streptococcus pneumoniae, Neisseria meningitidis, Haemophilus influenzae sorogrupo B.
->Camada S: É uma monocamada bidimensional formada por subunidades idênticas de proteínas ou glicoproteínas agrupadas em arranjos simétricos. É encontrada em várias espécies de procariotos: como archaeas, bactérias gram+ e gram-. 
Apresenta diferentes simetrias. As subunidades da camada S estão ligadas por ligações não covalentes.
As proteínas constituintes possuem alto teor de ácido glutâmico e ácido aspártico. Os carboidratos são lineares ou ramificados. 
Alguns microrganismos (Bacillus anthracis) podem sintetizar cápsula e camada S.
Funções da camada S:
• Adesão e reconhecimento celular
• Peneira molecular: poros idênticos de 2-8 nm.
• Sítio para ancoragem de enzimas hidrolíticas extracelulares.
• Virulência
• Proteção contra lise pelo sistema complemento
• Escape do sistema imune. 
• Ligação entre a cápsula e a peptídeo glicana
• Protege do engolfamento por protozoários
• Substâncias alergênicas (cianobactérias)
• Podem ser usadas como membranas de ultracentrifugação e matriz para a imobilização de macromoléculas
->Capa: Encontrada em algumas bactérias Gram-negativas e metanogênicas. Estasbactérias são encontras agrupadas e o grupo coberto por uma capa.
 A capa é composta por proteínas, polissacarídeos e lipídeos.
-Algumas bactérias são fotossintéticas.
- Membranas internas em procariotos:
Em alguns procariotos ocorre a formação de camadas internas na célula. Estas camadas não constituem organelas, pois as membranas permanecem ligadas à membrana citoplasmática.
Podem ser formadas por invaginações da membrana plasmática ou contínuas com as membranas e de mesma composição.
Há um aumento da área de membrana da célula, aumentando a concentração de proteínas e enzimas localizadas na membrana.
 Atuam em funções específicas, como em bactérias nitrificantes e fotossintetizantes.
-Bactérias nitrificantes:
Apresenta membranas internas formadas por invaginações, cuja composição é semelhante a da membrana citoplasmática. Há a presença de amônia monooxigenase (enzima que participa da oxidação de N inorgânico).
- Bactérias fotossintéticas:
As membranas internas são sítios para a fotossíntese. Nessas membranas encontram-se as bacterioclorofilas, outros pigmentos e proteínas envolvidas na conversão de energia luminosa em energia química.
Apresenta uma diversidade estrutural. 
- Componentes citoplasmáticos:
-> Citoplasma: É a porção fluida da célula, limitada pela membrana citoplasmática, onde ocorre as reações da bactéria. No citoplasma estão presentes os ribossomos, ácidos nucleicos, corpos de inclusão, material de reserva, etc. 70% do citoplasma é água.
-> Ribossomos: 70S (diferente dos eucariotos que tem ribossomo 80S), formadas por duas subunidades: 30S e 50S. É composto por proteínas e RNA. 
Responsáveis pela síntese de proteínas (tradução). As duas subunidades precisam estar juntas para que a tradução ocorra.
-> Clorossomos: São estruturas que captam luz. Contém bacterioclorofila e carotenoides. Encontrados nas bactérias fotossintéticas verdes, nas bactérias verdes sulforosas e não-sulforosas. Estão localizados logo abaixo da membrana. O tamanho depende da espécie.
-> Anamoxossomos: Estão presentes em bactérias da ordem Planctomyces (marinhas). É o local onde ocorre a conversão anaeróbia de amônia e nitrito a N2 -> o composto intermediário da via hidrazina (que é tóxico) é mantido isolado da célula.
A membrana dos anamoxossomos possui lipídeos éter ligados (como nas membranas das archaeas), que confere mais resistência e proteção contra a hidrazina. 
-> Carboxissomos: Estruturas poliédricas que contém a enzima ribulose-bisfosfato carboxilase (RuBisCO). É o local onde ocorre a fixação de carbono. Transforma C5 em glicose C6.
-> Nucleóide: Cromossomo da célula procariótica.
-Material de reserva e inclusões celulares:
-As inclusões atuam no armazenamento de energia ou como reservatório de constituintes estruturais básicos, como o carbono. Elas são geralmente envoltas por uma membrana atípica que as isolam no interior da célula. 
O armazenamento de carbono e de outras moléculas é na forma insolúvel, sendo vantajoso para a célula, pois leva á redução do estresse osmótico que existiria se a substância fosse armazenada na forma solúvel.
-Material de reserva: Polissacarídeos; Lipídeos; Polifosfato; Enxofre.
->Glicogênio: É um polímero de glicose ligado por ligações α(1->4) e α(1->6). Funciona como um reservatório de carbono e energia tanto em procariotos quanto em eucariotos.
O glicogênio é produzido quando há excesso de carbono no ambiente e acúmulo de glicose em situação de carência de nutrientes (ex.: nitrogênio, fósforo).
->Polihidroxialcanoato (PHA): Classe de polímeros de armazenamento de carbono e energia. Os PHAs são sintetizados quando há um excesso de carbono e são clivados para uso como esqueletos de carbono para a biossíntese ou produção de ATP. Ocorre o acúmulo de PHA em situação de carência de nutrientes (ex.: nitrogênio, fósforo).
Apresentam uma estrutura envolta por uma monocamada lipídica. Atuam como reserva tanto de bactérias quanto de archaeas. Muitos procariotos, como bactérias e archaeas produzem PHAs. 
Representam até 80% da massa seca da célula.
-> Triacilglicerol: São inclusões insolúveis envoltas por membrana. Encontrado como material de reserva em poucos gêneros de bactérias como Mycobacterium, Streptomyces e Rhodococcus.
-> Polifosfato: É um polímero linear de fosfato. Muitos microrganismos acumulam fosfato inorgânico na forma de grânulos de polifosfato. 
Os grânulos podem ser de volutina ou metacromato. Esses grânulos podem ser degradados e utilizados como fonte de fosfato na biossíntese de ácidos nucleicos e fosfolipídios e também na produção de ATP.
-> Poliaminas: É uma reserva de nitrogênio de polipeptídios sintetizados por via não ribossomal. Encontradas em inclusões insolúveis.
-> Enxofre: Atua como uma reserva de enxofre para o metabolismo energético.
As reações do metabolismo energético e de fixação fototrófica de CO2, podem levar ao acúmulo de enxofre em grânulos grandes e visíveis no interior da célula. 
Bactérias sulforosas fotossintéticas apresentam glóbulos de enxofre formados no periplasma celular não no citoplasma. 
-> Nitrato: Acúmulo de nitrato utilizado como aceptor final de elétrons.
-> Ferro: As bactérias magnetotáticas são capazes de se orientar em um campo magnético pelo fato de conterem magnetossomo. 
Magnetossomos são partículas intracelulares compostas pelo minério de ferro magnetita Fe3O4 (magnetita) ou Fe3S4 (greigita). São envoltos por uma membrana contendo fosfolipídios, proteínas e glicoproteínas. 
-> Vesícula de gás: Conferem á alguns procariotos a capacidade de flutuar, permitindo que os microrganismos se posicionem em uma coluna de água de acordo com a disponibilidade de nutrientes, oxigênio, luz. Elas reduzem a densidade da célula, aumentando sua flutuabilidade. 
São estruturas fusiformes preenchidas por gás e constituídas de proteínas. São ocas, porém rígidas. Possui membrana composta por proteínas, sendo impermeável á água e solutos, mas permeável aos gases. Podem ser longa e delgada ou curta e larga.
Ex: cianobactérias, algumas archaeas, etc. Eucariotos não possuem vesículas de gás. 
-Prosteca ou pedúnculo: São projeções cilíndricas encontradas na superfície celular de alguns grupos de bactérias Gram-negativas. Extensões verdadeiras da célula.
Tem como função facilitar a aquisição de nutrientes a partir do meio ambiente. O pedúnculo aumenta seu tamanho em condições de depleção de fosfato, o que demonstra sua importância na captação de nutrientes.
-Cânula (Cannulae): Consiste em uma rede de túbulos aparentemente ocos que interligam as archaeas. Promove a conexão intercelular dos espaços periplasmáticos.
Estrutura observada apenas em membros do gênero Pyrodictium, archaea isolada de fontes hidrotermais. 
-Hami: É composto principalmente por uma proteína. Estrutura se encontra em uma archaea (células SM1) encontrada em ambientes de baixa temperatura e ricos em enxofre.
Apresenta 3 espículas regulares como a um arame farpado. Na porção distal há a formação de três ganchos.
Pode mediar forte adesão a superfícies de diferentes composições químicas. Provavelmente envolvido na formação de biofilmes.
-Flagelos: É uma estrutura proteica estável não-flexível, semi-rígida, helicoidal, ancorada na superfície celular. Filamento fino e longo que atua por rotação, empurrando ou puxando a célula através de um meio líquido. 
Função: principal estrutura associada a movimentação. Conferir movimento/motilidade á célula, para buscar alimento ou fugir prejuízos. 
Os flagelos são ligados á célula por uma extremidade, apresentando outra extremidade livre. 
Os flagelos são tão delgados que para observação em microscopia ótica é necessário utilizar o método de coloração de Leifson para flagelos.
Localização: 
Monotríquio: um flagelo localizado em apenas uma extremidade. 
Lofotríquio: conjunto de flagelos encontrado apenas em uma extremidade celular. 
Anfitríquia: conjunto de flagelos emerge a partir de ambas as extremidades.
Peritríquio: flagelos encontram-se inseridos em vários pontos ao redor da superfíciecelular. 
Estrutura flagelar: 
-Morfologia helicoidal. 
-Apresenta 3 componentes principais, o corpo basal, gancho e filamento. 
-O filamento dos flagelos bacterianos é composto por várias cópias de uma proteína denominada flagelina. O gancho é composto por um único tipo de proteína e conecta o filamento ao corpo basal. O motor consiste em um bastão central que atravessa uma série de anéis, ele se ancora na membrana citoplasmática e na parede celular. 
- Flagelo de bactérias Gram-negativas: 
Corpo basal (motor do flagelo): É um cilindro central.
Anel L (LPS): anel externo/na membrana externa que se ancora á camada lipopolissacarídica. 
Anel P (Peptídeoglicana): anel na parede celular que ancora-se á camada de peptideoglicano da parede celular.
Anel MS (Membrana-Supramembrana): na membrana celular, está localizado no interior da membrana citoplasmática. 
Anel C: está localizado no citoplasma, é o motor do flagelo.
- Flagelo de bactérias Gram-positivas:
Difere-se do flagelo das bactérias Gram-negativas pelo fato de não possui o anel L, devido a falta de membrana externa. 
-Proteínas MOT (MotA e MotB):
É um conjunto de proteínas encontrado ao redor do anel interno e ancorado á membrana citoplasmática.
Elas formam um canal por ondem os prótons passam fornecendo energia para a rotação do flagelo (gera energia).
- Proteína do anel Citoplasmático (FliG, FliM e FliN):
É um conjunto de proteínas que atuam como alternador do motor, revertendo a direção da rotação dos flagelos em reposta a sinais intracelulares. 
Essas proteínas interagem com proteínas de sinalização celular, orientando a rotação do flagelo de acordo com a presença de substâncias atraentes ou repelentes. 
-Gancho: 
É a coneção entre o corpo basal e o filamento. Formado por FlgE (proteína). As proteínas FlgK e FlgL formão a junção entre o gancho e o filamento.
- Filamento: é uma estrutura rígida, longa e helicoidal. Capaz de se regenerar quando quebrado. Formado por milhares de flagelinas (FliC) de um único tipo.
- Flagelos de espiroqueta: 
Flagelo periplasmático ou filamento axial que está localizado no espaço periplasmático, encontra-se preso entre as membranas. Esse flagelo possui mobilidade em meio de alta viscosidade.
Ex: Treponema pallidum (sífilis), Borrelia burgdoferi (mal de Lime).
- Flagelos de arqueas:
A motilidade flagelar é amplamente disseminada em Archaeas. 
Função: atua como fonte de energia semelhante.
Apresenta estrutura diferente do flagelo de bactérias (pilus tipo IV)
O flagelo de archaea não apresenta canal central essencial na formação de flagelo bacteriano. As subunidades são adicionadas na base do flagelo. São mais delgados que os flagelos bacterianos. 
Possui gancho e filamento. O filamento contém mais de um tipo de flagelina glicosilada.
-Síntese Flagelar:
Um filamento flagelar não cresce a partir de sua base, mas sim a partir de sua ponta. 
O anel MS é o primeiro componente a ser sintetizado, sendo inserido na membrana citoplasmática. Em seguida, outras proteínas de ancoragem são sintetizadas, juntamente com o gancho, antes da formação do filamento. As moléculas de flagelina sintetizadas no citoplasma passam através de um canal e são adicionadas á extremidade, formando o flagelo maduro. 
A extremidade do flagelo em crescimento possui uma proteína “cap”, que auxilia as moléculas de flagelina a organizarem-se na extremidade do flagelo. 
- Movimento do flagelo:
O flagelo é um pequeno motor rotatório. Os motores rotatórios contêm dois componentes principais: o rotor e o estator. No motor flagelar, o rotor corresponde ao bastão central e aos anéis L, P, C e MS; essas estruturas constituem o corpo basal. Já o estator consiste nas proteínas Mot, que circundam o corpo basal e atuam gerando o movimento. Motor: corpo basal. 
O movimento de rotação do flagelo é conferido pelo corpo basal. A energia necessária á rotação do flagelo é oriunda da força próton motiva. 
Apresenta movimento rotatório. Cada rotação requer a passagem de 1000 prótons pelas proteínas MOT. O movimento de prótons através da membrana citoplasmática ao longo do complexo Mot promove a rotação do flagelo. 
Flagelação peritríquia Flagelação polar
Quando as substâncias são atraentes o flagelo se movimento mais. Já quando as substâncias são repelentes o flagelo sofre oscilação. 
A flagelação peritríquia desloca-se em linha reta, de forma lenta e intencional. A flagelação polar move-se mais rapidamente. 
-Quimiotaxia: é uma resposta a agentes químicos. 
É uma movimentação orientada por compostos químicos repelentes ou atrativos. O movimento alterna corrida e oscilação, quando frente a um gradiente químico as corridas ficam mais longas e oscilações menos frequentes.
Os agente atrativos e repelentes são percebidos por uma série de proteínas de membrana, denominadas quimiorreceptores. Essas proteínas ligam-se aos compostos químicos, iniciando o processo de transdução sensorial ao flagelo, onde passam um sinal químico para dentro da célula, a qual irá processar a informação e resultar na movimentação rápida do flagelo ou na sua oscilação, dependendo da substância química. Quimiorreceptores: proteínas transmembrana que detectam a presença da substância atraente diretamente ao através de proteínas carreadoras.
Gradiente temporal: compara o gradiente enquanto se move. A célula enquanto se movimenta monitora seu ambiente, comparando seu estado químico ou físico àquele percebido antes. 
Ausência de gradiente: as células movem-se de maneira aleatória, incluindo corridas onde a célula nada para frente, e oscilações em que a célula para e permanece bamba. Após uma oscilação, a direção da próxima corrida é aleatória. Assim por intermédio de corridas e oscilações, a célula move-se aleatoriamente por todo ambiente. É um movimento randômico/aleatório. 
Na presença de um gradiente químico de um agente atrativo, esses movimentos aleatórios passam a ser influenciados, de forma que as corridas tornam-se mais longas e as oscilações menos frequente. Como resultado o organismo desloca-se em direção ao gradiente de concentração do agente atrativo. 
Por meio da reorientação aleatória, a célula eventualmente encontra uma via de concentração crescente do atrativo, mantendo uma corrida até que seus quimiorreceptores encontrem-se saturados ou que perceba uma diminuição na concentração do agente atrativo. 
(a) A inserção do capilar em uma suspensão bacteriana. Quando o capilar é inserido, um gradiente químico começa a formar.
(b) Controle: o capilar contém uma solução de um sal que não é nem um atrativo nem um repelente. A concentração celular no interior do capilar torna-se a mesma que a do lado de fora.
(c) acumulação de bactérias num capilar contendo uma substância atrativa.
(d) Repulsão de bactérias por uma substância repelente.
- Outros tipos de taxia:
Fototaxia: resposta a diferenças na intensidade de luz (bactérias fotossintéticas). Mover-se em direção á luz. 
Aerotaxia: resposta a diferentes concentrações de O2.
Magnetotaxia: orientação do movimento através de campo magnético (vesículas eletrodensas). 
Os procariotos móveis não se deslocam simplesmente de forma aleatória, eles estão em sintonia como estado químico e físico de seu hábitat. 
-Outros tipos de movimentos: 
->Deslizamento: Alguns procariotos são móveis, porém não apresentam flagelos; essas bactérias não natatórias são capazes de deslocar-se sobre superfícies sólidas, por meio de um processo denominado deslizamento. 
A motilidade deslizante corresponde a um tipo de movimento mais lento e suave. Requer o contato das células com uma superfície sólida. 
Essas bactérias realizam o deslizamento secretando um polissacarídeo limoso na superfície externa da célula. O polissacarídeo faz contato entre a superfície sólida e a superfície celular empulsionando-a. Á medida que o composto limoso excretado adere á superfície, a célula é gradativamente puxada(ex.: Myxococcus xanthus). Alguns microrganismos podem se mover por deslizamento utilizando polissacarídeos e pili tipo IV. 
->Movimentação utilizando pili do tipo IV (twitching): Movimento através da retração e extensão do pilus. Movimento intermitente e aos solavancos (ex.: Pseudomonas aerugunosa);
Tipo de motilidade por deslizamento empregando um mecanismo pelo qual a extensão e retração repetidas dos pili tipo IV impulsionam a célula ao longo de uma superfície. 
-> Movimentação utilizando proteínas de superfície: A interação entre proteínas de membrana leva ao movimento de cremalheira (ex.: Cytophafa-Flavobacterium).
As proteínas de motilidade específicas, ancoradas nas membranas citoplasmática e externa, realizem a propulsão das células para frente. O movimento das proteínas específicas de deslizamento presentes na membrana citoplasmática é promovido pela liberação de energia oriunda da força próton motiva. O movimento dessas proteínas contra uma superfície sólida empurra a célula para frente. 
- Pili, fímbrias e seringas moleculares:
As fímbrias e os pili são estruturas filamentosas compostas por proteínas que se projetam a partir da superfície de uma célula. Apêndices proteicos não flagelares. 
Fímbria e pilus correspondem a mesma estrutura. São mais finos que os flagelos, e encontram-se na superfície de procariotos. Compridos, finos e numerosos.
Estruturas relacionadas a adesão, possuem proteína na ponta para adesão celular; envolvidas na conjugação e na injeção de substância em células hospedeiras. 
As fímbrias conferem aos organismos a capacidade de adesão a superfícies, ou de formação de películas ou biofilmes (espessa camada de células). O pili assemelha-se ás fímbrias, porém são estruturas mais longas. O pili além de ligar-se a superfícies, ele facilita a troca genética entre células procarióticas durante o processo de conjugação. 
Tipos de Pili:
->Pili P e tipo 1: Tem função de adesão; Propriedade adesiva na extremidade do pilus; E. coli (uropatogênica).
->Pili K88 e K99: Tem função adesiva; Estrutura semelhante aos dos pili P e tipo 1; A propriedade adesiva está ao longo do filamento; E.coli (enterotoxigênicas). 
-> Pilus do tipo IV: Tem função de adesão; Apresenta movimentação sobre superfícies semi- sólidas; Participam da formação de biofilme; Auto agregação de células; Vibrio cholerae. 
-> Pili F: Longo, tubular e flexível; Presente apenas em células que possuem o plasmídeo F; Participa do processo de conjugação; Atua como receptor de bacteriófago; Função: canal para a translocação de DNA; adesão. 
-> Pili T: Longo, espesso e semi-rígido; Codificado pelo plasmídeo Ti; Função: canal para a translocação de DNA; adesão; Agrobacterium tumefaciens (patógeno de plantas); Se liga á células vegetais e muda seu DNA. 
-> Seringas Moleculares, Injetossomos ou Tanslocons e Pilus Hrp: Apresenta função de injetar toxinas ou fatores de virulência na célula hospedeira; Pilus espesso e semi-rígido; A formação do pilus utiliza a mesma via de secreção do flagelo; Salmonella typhimurium (toxina); Yersinia spp. (proteínas Yops); Pseudomonas syringae (patógeno de plantas) – pilus Hpr.
->Pilus em bactérias Gram-positivas: Função: adesão; As subunidades são covalentemente ligadas e a montagem requer transpeptidase (sortase); Corynebacterium diphtheriae, Clostridium perfringens. 
 -Endósporos:
São células altamente diferenciadas que exibem extrema resistência ao calor, produtos químicos fortes e radiação. Células em estado de dormência metabólica. 
A diferenciação celular em endósporos ocorre quando a célula de encontra em uma situação desfavorável, como em ausência de nutrientes.
O endósporo germina quando em condições favoráveis voltando ao estado de célula vegetativa.
São resistentes ao calor, dessecação, valores extremos de pH, radiações ionizantes e UV, condições ambientais inadequadas, à ação de enzimas e produtos químicos.
Função: Atuam como estruturas de sobrevivência, permitindo o organismo resistir a situações difíceis, como extremos de temperatura, dessecamento e carência nutricional. Assegura a sobrevivência da célula em períodos de estresse ambiental.
Várias espécies esporulam. Os modelos de estudo são Bacillus spp. e Clostridium spp. Bactérias formadoras de esporos patogênicas: Bacillus cereus., B. anthracis.
Os endósporos são fortes, resistentes e formados por apenas 15% de água. 
Características ao microscópio: Fortemente refratários muito impermeáveis a corantes. São resistentes a corantes, sendo observados como regiões não coradas no interior de células coradas com corantes básicos. 
Localização dos endósporos:
• Central (Bacillus cereus)
• Terminal (Clostridium tetani)
• Subterminal
• Lateral
- Composição e estrutura do endósporo:
Camadas do endósporo 
O esporo é estruturalmente mais complexo pelo fato de apresentar várias camadas que não encontradas nas células vegetativas. 
->Exósporo: É a camada mais externa, fina e formada por proteínas, glicoproteínas, lipídeos e carboidratos. Envoltório proteico delgado, que possui presença facultativa. 
->Capas: Formadas por várias camadas de proteínas ricas em cisteína, formando pontes dissulfeto, conferindo hidrofobicidade. O número de camadas e os tipos de proteínas da capa diferem de acordo com a espécie.
Função: resistência a agentes químicos, resistência a tratamento enzimático (lisozimas), resistência a radiação ultravioleta solar, resistência a pressão mecânica.
->Córtex: Abaixo da capa do esporo há o córtex, que consiste em peptideoglicano exibindo ligações cruzadas frouxas. Peptideoglicana modificada - presença de um açúcar modificado (murâmico – delta – lactâmico), com menos ligações cruzadas entre as cadeias de glicana.
Função: manutenção do estado de desidratação do core e estado de dormência do esporo, resistência ao calor, resistência a β-lactamases, resistência a solventes orgânicos. 
->Peptideoglicana: É semelhante a da célula vegetativa, porém fina (parede germinativa). Não é degradada durante a germinação. Serve como parede celular inicial.
->Core: É o citoplasma do endósporo, o qual contém uma membrana citoplasmática, uma parede celular (parede do cerne), nucleóide (material genético) e ribossomos. Localizado no interior do córtex. 
Metabolicamente inativo, desidratado e altamente mineralizado (Ca2+, Mg2+, Mn2+) Apresenta baixo teor de água (10-30% do teor de água da célula vegetativa), o que aumenta a resistência ao calor, H2O2 e mantém as enzimas do endósporo inativas.
->Ácido Dipicolínico: Uma substância característica de endósporos é o ácido dipicolínico. Grande teor de ácido dipicolínico (15% do peso seco) que associado a Ca+ forma dipicolinato de cálcio, produzindo um polímero gelatinoso.
Protege as moléculas do core de possível desnaturação. Atua reduzindo a disponibilidade de água no interior do endósporo, auxiliando na sua desidratação.
Provavelmente envolvido com a estabilização do DNA contra a desnaturação térmica e resistência a agentes oxidantes.
->PPASs: O cerne do endósporo contém altas concentrações de pequenas proteínas ácido-solúveis. 
São sintetizadas durante o processo de esporulação. Ligam-se fortemente ao DNA protegendo-o de radiação UV artificial, dessecação e calor seco. É uma fonte de carbono e energia durante a germinação. 
As PPAS modificam a estrutura molecular do DNA, levando a uma maior compactação do DNA.
-Esporulação: Série complexa de eventos de diferenciação celular. 
Se inicia com a divisão celular assimétrica. Ocorre quando a célula encontra-se em um meio desfavorável. 
Transforma uma célula vegetativa úmida e com metabolismo ativo, em um endósporo relativamente seco, metabolicamente inerte, mas resistente. 
Durante a formação do endósporo, uma célula vegetativa é convertida a uma estrutura resistente ao calor e que não exibe crescimento. As células não esporulam quando se encontram em crescimento ativo, somente quando o crescimento cessa devido á exaustão de um nutriente essencial. 
-Germinação: Ocorrequando a célula encontra-se em ambiente favorável. 
-NUTRIÇÃO BACTERIANA:
-Todos os microrganismos necessitam de nutrientes para a manutenção das atividades metabólicas. Os nutrientes participam na formação de componentes celulares e na obtenção de energia.
-De todos os organismos vivos, os microrganismos são os mais versáteis e diversificados em suas exigências nutricionais.
-É importante para o cultivo microbiano que as exigências nutricionais dos microrganismos sejam conhecidas, pois os microrganismos são exigentes para crescer. 
-Todos os organismos vivos compartilham algumas necessidades nutricionais em comum: carbono; nitrogênio; e água. 
-As reações metabólicas da célula envolvem tanto a liberação de energia, reação denominada catabólica, quando o consumo de energia, sendo denominada reação anabólica. 
-Anabolismo: O anabolismo é o conjunto de todas as reações de síntese de compostos orgânicos estruturais (proteínas da membrana plasmática, glicoproteínas) e funcionais (enzimas) de uma célula, ou seja, a síntese de moléculas complexas a partir de moléculas simples. Necessita de moléculas orgânicas básicas e energia para formar as macromoléculas. Reação envolvida com o crescimento, construção e reparo de estruturas celulares.
-Catabolismo: O catabolismo é o conjunto de todas as reações de degradação de compostos orgânicos destinados à obtenção de energia. As reações catabólicas liberam energia pela quebra de moléculas complexas em moléculas mais simples que podem ser reutilizadas como blocos básicos de construção. Reação envolvida com a produção de energia. 
-As células são formadas por diferentes substâncias químicas que pode ser genericamente chamadas de nutrientes. Além da água, as células consistem principalmente em macromoléculas, que são polímeros compostos por unidades menores, denominadas monômeros. 
-Os nutrientes são captados do ambiente e transformados em constituintes celulares por reações anabólicas ou em energia por reações catabólicas. Nutrientes: podem ser macronutrientes, micronutrientes e fatores de crescimento. 
-Os macronutrientes são necessários em grande quantidade. Tem papel importante na estrutura e metabolismo. Já os micronutrientes são requeridos em quantidades mínimas. Apresenta funções enzimáticas e estruturais das biomoléculas.
-Os elementos químicos principais para o crescimento das células são denominados de macronutrientes. Estes incluem C, N, H, O, S e P. Outros macronutrientes incluem: P, S, K, Mg, Ca, Na, Fe.
-Macronutrientes:
->Carbono: O carbono constitui 50% do peso seco da célula microbiana. Todos os organismos requerem alguma forma de carbono.
O carbono pode ser encontrado na forma inorgânica (CO2 ou carbonatos) ou na forma orgânica compondo: lipídeos, carboidratos, aminoácidos e proteínas, compostos aromáticos, bases nitrogenadas, etc.
Os compostos orgânicos fornecem energia para o crescimento e servem como unidade básica para biossíntese (fonte de carbono).
Microrganismos heterotróficos utilizam compostos orgânicos como fonte de carbono, para a síntese de novo material celular.
Microrganismos autotróficos utilizam o CO2 como fonte de carbono, sendo capazes de sintetizar todas as estruturas celulares a partir do CO2. 
->Oxigênio: Constitui 20% do peso seco da bactéria. É obtido a partir da água, O2, CO2 e compostos orgânicos.
É o aceptor final de elétrons das células que realizam respiração aeróbia, sendo assim é requerido para os processos de geração de energia.
Elemento encontrado em moléculas biológicas como aminoácidos, nucleotídeos, glicerídeos, etc. Tem baixa solubilidade em água.
->Nitrogênio: Constitui cerca de 12-14% do peso seco das bactérias.
Constituinte de aminoácidos e proteínas, ácidos nucléicos, uréia e outras moléculas.
O nitrogênio é encontrado nas forma orgânica e também pode ser encontrando na forma inorgânica: NH3 (amônia), NO3- (nitrato), NO2- (nitrito) e N2(nitrogênio gasoso). No entanto, a maior parte do nitrogênio disponível encontra-se sob a forma de compostos inorgânicos. 
Bactérias são mais versáteis para nitrogênio do que eucariotos. O N2 atmosférico é fixado por bactérias através de um processo denominado fixação de nitrogênio e catalisado pela enzima nitrogenase. As bactérias fazem fixação de N2, transformando-o em amônia. O N passa da sua forma orgânica para sua forma inorgânica. 
->Hidrogênio: Corresponde a 8% do peso seco da célula. 
Principal elemento dos compostos orgânicos e de diversos inorgânicos (água, sais e gases).
Função do H: Manutenção do pH; Formação de ligações de H entre moléculas; Serve como uma fonte de energia nas reações de oxirredução da respiração.
->Fósforo: Corresponde a 3% peso seco da célula. Obtido a partir de fosfatos inorgânicos (PO4).
É encontrado na natureza sob a forma de fosfatos orgânicos e inorgânicos, sendo requerido pela célula para a síntese de ácidos nucleicos e fosfolipídios. 
Presente nos nucleotídeos e ácidos nucléicos, fosfolipídeos, lipopolissacarídeo (LPS), ácidos teicóicos, ATP.
Alguns microrganismos acumulam fosfato inorgânico em grânulos de volutina.
 Sais de fosfato são incorporados nos meios de cultura não apenas como fonte de P, mas também para tamponar os meios, uma vez que o fosfoto é capaz de se ligar a 1, 2 ou 3 átomos de hidrogênio.
Ex. de reação de incorporação de fosfato inorgânico em compostos orgânicos.
->Enxofre: Enxofre corresponde a 1% do peso seco da célula.
Obtido na maior parte a partir de fontes inorgânicas, como sulfato (SO4-2), sulfeto (S2-) ou como compostos orgânicos sulfurados.
As moléculas orgânicas que se destacam são os aminoácidos cisteína e a metionina, a glutationa e algumas coenzimas.
O fosfato inorgânico pode estar presentes em algumas proteínas como as ferrodoxinas e pode atuar como aceptor final de elétrons.
->Potássio: Corresponde a 1% do peso seco da célula.
É encontrado na natureza na forma inorgânica, fazendo parte de vários sais, como KCl e KH2PO4, ou com íons em soluções.
Principal cátion divalente, co-fator de várias enzimas, regulador de pressão osmótica e importante em ribossomos.
->Magnésio: Corresponde a 0,5% do peso seco da célula.
É encontrado na forma de sais de magnésio (óxidos, hidróxidos, silicatos e carbonatos).
Co-fator de algumas enzimas extracelulares, componente da clorofila, fator importante na síntese de proteínas e união das frações ribossômicas. Atua na estabilização de ribossomos, membranas e ácidos nucleicos. 
 Neutraliza grupos fosfatos negativamente carregados presentes nas membranas celulares e ácidos nucléicos. Se liga a ácidos teicóicos, que são negativamente carregados.
->Cálcio: Corresponde a 0,5% do peso seco da célula.
É encontrado na forma de sais de cálcio como Cl2Ca.
Auxilia na estabilização da parede celular e desempenha papel-chave na termoestabilidade dos endósporos. Podem ser co-fatores de algumas enzimas. 
Geralmente a concentração intracelular de cálcio e menor que a extracelular, sendo secretado por transporte ativo.
->Sódio: É sempre encontrado na natureza em alguma combinação com diversos elementos, em numerosos compostos naturais, como exemplo o NaCl.
Requerido por microrganismos marinhos para seu crescimento. 
->Ferro: Corresponde a 0,2% do peso seco.
Pode ser encontrado na forma de sais de ferro como sulfeto férrico (FeS) ou hidróxidos de ferro (Fe(OH)3).
Em condições anoxigênicas, o ferro é encontrado na forma Fe+2, no qual é solúvel. Em condições oxigênicas, geralmente, é encontrado na forma de Fe+3, no qual origina vários minerais insolúveis. Síntese de certos pigmentos.
Para captar o ferro a partir desses minerais, as células produzem agentes ligantes de ferro, denominados sideróforos. Após se ligar a um sideróforo, o ferro é internalizado para o interior da célula por um transportador do tipo porina, que requer ATP. 
Estratégias de utilização de ferro por procariotos incluem a produção de moléculas quelantes de ferro (sideróforos). Mais de 500 tipos diferentes de sideróforos são encontrados em bactérias.Papel-chave na respiração, fazendo parte dos citocromos e de proteínas ferro-enxofre que participam da cadeia transportadora de elétrons. O mecanismo ferro-enxofre auxilia na cadeia respiratória, no transporte de elétrons. 
São componente de algumas proteínas não-heme e atuam como co-fatores de algumas enzimas.
Concentrações de ferro de 10-6 a 10-7 M são requeridas pela maioria dos microrganismos em vários processos metabólicos cruciais para a replicação.
-Micronutrientes: Denominados elementos traço.
São geralmente íon-metálicos e co-fatores enzimáticos. 
-Fatores de Crescimento: 
São os compostos orgânicos requeridos em quantidades relativamente baixas (como os micronutrientes) indispensáveis para alguns microrganismos que ele não consegue sintetizá-los. Não são geralmente requeridos. 
Tais fatores devem estar presentes no meio para que o microrganismo possa crescer, como por exemplo, vitaminas (especialmente do complexo B), aminoácidos, nucleotídeos, ácidos graxos, colesterol, poliaminas, colina, entre outros.
O crescimento será limitado pela quantidade desse fator presente no meio.
As vitaminas correspondem ao fator de crescimento mais comum para os microrganismos, atuando na maioria das vezes como parte de coenzimas.
Não é necessário fator de crescimento para o crescimento de alguns microrganismos.
Exemplos de fatores de crescimento:
Biotina; Tiamina (B1); Piridoxina (B6); Cobalamina (B12); Ácido fólico; Ácido lipóico. 
- Classificação dos microrganismos quanto a fonte de carbono e energia:
-Fonte de Carbono:
Heterotróficos: Utilizam compostos orgânicos como fonte de carbono e energia (fonte de C orgânica).
Autotróficos: Utilizam compostos inorgânicos como fonte de carbono (fonte de C inorgânica).
-Fonte de energia:
Fototróficos: Utilizam a luz como fonte. 
Quimiotróficos: Utilizam compostos químicos como fonte de energia. 
-Fonte de elétrons:
Litotróficos: A partir composto inorgânico.
Organotróficos: A partir de compostos orgânicos.
- Condições ambientais para crescimento, desenvolvimento:
Oxigênio; Ph; Temperatura; Pressão osmótica, atmosférica, hidrostática; Radiação eletromagnética. 
-Oxigênio: tende a formar radicais livres. 
Extremamente importante no desenvolvimento, uma vez que os microrganismos comportam-se de forma bastante distinta, sendo classificados como:
Aeróbios obrigatórios: requerem O2 para o crescimento, que é utilizado como aceptor final de elétrons.
Anaeróbios obrigatórios: Não utilizam O2. Para este grupo o oxigênio é tóxico, podendo matar ou inibir o crescimento. Estes microrganismos realizam respiração anaeróbia, fermentação, metanogênese ou fotossíntese.
Anaeróbios facultativos: na presença de oxigênio realizam respiração aeróbia, na ausência realizam respiração anaeróbia ou fermentação.
Anaeróbios aerotolerantes: realizam fermentação e crescem indiferentes á presença de oxigênio, não usa O2.
As respostas dos microrganismos ao O2 dependem de enzimas como superóxido dismutase, catalase e peroxidase. Radicais oxigenados, tóxicos, são gerados pela célula na presença de oxigênio, como o superóxido e peróxido de hidrogênio.
-Ph:
Acidófilos: são os microrganismos que sobrevivem em ambientes com Ph ácido (Ph<7).
Neutrófilos: são os microrganismos que sobrevivem em ambiente com Ph neutro (Ph=7).
Alcalifílicos: são os microrganismos que sobrevivem em ambientes com Ph básico (Ph>7).
-Temperatura: 
Corresponde a um dos principais fatores ambientais que influenciam o desenvolvimento bacteriano.
À medida que há um aumento da temperatura, as reações químicas e enzimáticas na célula tendem a tornar-se mais rápidas, acelerando a taxa de crescimento. Entretanto, em determinadas temperaturas inicia-se o processo de desnaturação de proteínas e ácidos nucléicos, inviabilizando a sobrevivência celular.
Quanto á temperatura os microrganismos podem sem classificados como Psicrófilo (0-15°C); Mesófilo (20-45°C); Termófilo (45-70°C); e Hipertermófilo (70-110°C).
Os micróbios multiplicam-se nos alimentos quando encontram condições ideais de nutrientes, umidade e temperatura. 10- 60°C considerado zona de perigo. 
Mecanismos de resistência a altas temperaturas: 
Termoenzimas: temperatura ótima de atividade entre 60-80°C.
Proteínas termoestáveis: Composição de aminoácidos diferenciada; Pontes dissulfeto, interações hidrofóbicas, ligações de hidrogênio, pares iônicos; Ligações a metais e modificações pós-traducionais. 
Teor de bases C-G: eleva a temperatura para a separação das fitas do DNA. Conteúdo de C-G mais alto.
Interações com co-fatores: Presença de íons divalentes e poliaminas ajudam a estabilizar estruturas celulares. 
Fitanol e ácidos graxos saturados: O fitanol (arqueas) e os ácidos graxos saturados (bactérias) reduzem a fluidez das membranas e permitem a sua integridade a altas temperaturas.
- Água e Pressão osmótica:
Na natureza, o soluto encontrado em grandes concentrações é o cloreto de sódio (NaCl). Quanto maior a concentração de solutos, menor a disponibilidade de água.
Os mecanismos de sobrevivência à diferentes pressões osmóticas é chamado de osmorregulação.
Halófico extremo: requerem altas concentrações de sal (15-30%)
Halofílicos: crescem em alta concentração de sal (1-15%)
Halotolerantes: toleram baixa atividade de água
Osmófilos: crescem em ambientes ricos em altas concentrações de açúcar
Xerofílicos: crescem em ambientes secos.
Mecanismos de resistência à pressão osmótica: 
Enzimas tolerantes/dependentes de sal: proteínas ricas em aminoácidos, como glutamato e aspartato. Desta forma, para que a proteína se enovele adequadamente é necessário concentrações relativamente altas de K+. O alto teor de aminoácidos reduz a hidrofobicidade das proteínas.
Acúmulo de íons inorgânicos como o potássio: sistemas de captura de K+. Em bactérias o acúmulo de K ocorre em resposta ao aumento de NaCl no ambiente externo. O acúmulo de K é transitório e substituído por solutos orgânicos zwiteriônicos como a prolina e glicina betaína para compensar a pressão osmótica. Em arqueas a osmorregulação é feita com íons inorgânicos, principalmente K+.
Acúmulo de compostos orgânicos:
Polióis: glicerol, arabitol e glicosil glicerol
Carboidratos não-iônicos de baixa massa molecular: sacarose, trealose, glicose
Aminoácidos livres e seu derivados : prolina, glutamado, glicina. 
Zwitterions orgânicos: tetraidropirimidinas como metilaminas, trimetilamina, N-óxidos.
Estes solutos se acumulam na interface de macromoléculas e da água. Estes compostos (osmólitos) são captados do meio ou sintetizados.
As arqueas também acumulam solutos incomuns, não encontrados nas bactérias. São semelhantes aos polióis e carboidratos, mas possuem modificações por adição de carga negativa através de fosfatos, carboxila e sulfatos.
-Meio de Cultura:
É o conjunto de substâncias, formuladas de maneira adequada, capazes de promover o crescimento bacteriano, em condições de laboratório. Uma solução de nutrientes.
A escolha do meio de cultura e seus nutrientes, assim como o pH, temperatura e aeração dependem do microrganismo e do objetivo do cultivo.
In vitro são utilizados meios de cultura que simulam as condições ambientais mais adequadas para o crescimento.
-Meios de cultura: classificação quanto ao estado físico:
Líquidos ou caldos: cultivo de cultura pura, crescimento observado pela turvação do meio.
Meio fluido: contém 0,1% de ágar para aumentar a viscosidade e reduzir o teor de oxigênio no meio.
Sólidos: contém 1,5-2% de ágar, o crescimento é observado através da formação de colônias, utilizado para o isolamento e cultivo.
Semi-sólido: contém 0,75% de ágar, utilizado para cultivos específicos como no teste de mobilidade bacteriana. 
Ágar é um polímero encontrado em algas. Os microrganismos não degradam ágar. 
-Meios de cultura: classificação quanto a composição:]
Quimicamente definidos: todos os componentes e suas concentrações são conhecidas. Contém sais, compostos orgânicos purificados, água, etc. É mais trabalho e demorado. 
Complexos (indefinidos):não se conhece a exata composição em termos qualitativos e quantitativos. Utilizam hidrolisados, digestos de produtos animais ou vegetais – caseína, carne, soja, levedura, gelatina. É mais simples e rápido. Ex: extrato de levedura, fígado de boi. 
OBS: Não existe um meio de cultura universal, mas existem vários tipos de meios para diversas finalidades.
-Tipos de meios de cultura:
Meios seletivos: favorece o crescimento de um tipo particular ou suprime outros (inibem seletivamente o crescimento de alguns microrganismos, mas não de outros). A inibição do crescimento pode ser por fatores nutricionais ou fatores físicos como pH. Ex. o cristal violeta em determinada concentração inibe o crescimento de bactérias Gram-positivas, mas não de Gram-negativas.
Meios diferenciais: adiciona-se substâncias, normalmente um corante, que permitem a diferenciação de microrganismos dentro de uma cultura mista. Ex. meio com sangue para distinguir as hemolíticas.
Meios seletivos e diferenciais: possui ambas as finalidades. Ex. Meio McConkey que contém sais de bile e cristal violeta.
Meios de enriquecimento: se objetiva o aumento de uma determinada espécie sem inibir as demais. Ex. isolar bactérias que oxidam fenol, fornecendo fenol como única fonte de carbono.
-Ágar desoxicolato (DOC):
Seletivo e diferencial
Isolamento e seleção de Enterebacteriaceae.
Contém: desoxicolato – inibe o crescimento de Gram-positivas. Lactose e vermelho neutro (vermelho em pH ácido) – as bactérias capazes de fermentar a lactose acidificaram o meio, adquirindo coloração vermelha pela presença do indicador de pH.
-Ágar Manitol Sal:
Seletivo e diferencial.
Isolamento e seleção de Staphylococcus.
Contém: Sal 7,5% – inibe o crescimento da maioria das bactérias. Vermelho de fenol - amarelo em pH abaixo de 6,8 e vermelho em pH 7,4, rosa em pH 8,4. Manitol – é fermentado pelo microrganismo, virando o indicador de pH para amarelo. Espécies não patogênicas de Staphylococcus não mudam a cor do meio.
-Ágar sangue:
Diferencial. Diferenciação de Streptococcus hemolíticos
Contém: Sangue de carneiro – se o microrganismo for capaz de lisar as hemácias, um halo claro será formado ao redor da colônia.
- Ágar Tiossulfato Citrato Bile Sacarose (TCBS):
Seletivo e diferencial.
Isolamento de Vibrio spp.
Contém: pH alcalino (8,6) - promove o crescimento do Vibrio spp, especialmente V. cholerae. Bile - inibe o crescimento de bactérias Gram-positivas. Tiossulfato – para redutores de enxofre. Citrato férrico – indicador de redução de enxofre. Azul de bromotimol indicador de pH.
- Teague ou EMB (eosin methylene blue):
Seletivo e diferencial.
Isolamento e seleção de enterobactérias.
Contém: azul de metileno e eosina - inibe o crescimento de bactérias. Gram-positivas e em meio ácido conferem uma cor verde metálica a colônia. Fermentadores lentos adquirem coloração rosa. 
Sacarose/lactose – carboidratos fermentáveis.
- Agar MacConkey:
Seletivo e diferencial.
Isolamento e seleção de enterobactérias.
Contém: lactose – diferenciação de bactérias capazes de fermentar lactose. Bile e cristal violeta - inibe o crescimento de bactérias Gram-positivas. Vermelho neutro – indicador de pH (vermelho em pH < 6,8).
- Agar Cetrimide:
Seletivo para Pseudomonas. Altamente inibitório para a maioria das bactérias. Colônias verdes-amareladas e fluorescentes na luz UV.
-Aditivos de meios de cultura:
Tampões:
- Carbonato de cálcio, fosfatos, proteínas (peptona).
Inibidores:
- valores extremos de pH < 2, substância que inibem determinados grupos de procariotos.
Indutores:
- A maioria das enzimas de interesse comercial precisa de indutores.
Antiespumantes:
- São tensoativos que reduzem a tensão superficial das bolhas, evitando a formação de espuma em cultivos aerados (álcoois, ácidos graxos, silicones, poliglicóis, ... ).
-Crescimento Microbiano: É o aumento do número de células em uma população através do processo de divisão celular.
O crescimento da célula bacteriana depende de um grande número e de uma ampla variedade de tipos de reações químicas. As principais reações da síntese celular são as reações de polimerização que originam as macromoléculas a partir de monômeros. Á medida que as macromoléculas se acumulam no citoplasma de uma célula, elas são montadas em novas estruturas, como parede celular, membrana citoplasmática, flagelos, ribossomos, complexos enzimáticos, etc. levando assim á divisão celular. 
Colônias: grupo de células que podem ser visualizadas sem o microscópio.
A célula microbiana tem a capacidade de se multiplicar e espalhar rapidamente nos ambientes onde as condições nutricionais forem adequadas. Em condições adequadas elas crescem mais. Em condições não adequadas o crescimento é menor. 
-Proteínas que compõem o citoesqueleto e participam da divisão celular:
Fts Z: é encontrada em todas as bactérias e algumas archaeas. Proteína homologa a tubulina (proteína que compõem os microtúbulos do citoesqueleto de eucariotos).
As proteínas Fts, presente em todos procariotos, são essenciais á divisão celular. Elas interagem formando um aparelho de divisão celular, o divisomo. A formação do divisomo é iniciada pela ligação das moléculas de FtsZ, originando um anel precisamente ao redor do centro da célula. 
Anel FtsZ: 
É o principal elemento do citoesqueleto envolvido no processo de divisão. Refere-se ao local da divisão celular onde irá acontecer a clivagem citoplasmática.
Ele defini o plano de divisão. 
Encontra-se na maquinaria de divisão celular. Funções: Redirecionar a síntese de parede celular. Evitar danos ao DNA durante a invaginação do envelope celular.
A formação do anel Z ocorre depois da duplicação do DNA e do elongamento celular.
Moléculas de FtsZ são polimerizadas, originando o anel e, em seguida, o anel atrai outra proteínas do divissomo, incluindo FtsA e ZipA. 
ZipA: é uma âncora que conecta o anel FtsZ á membrana citoplasmática, promovendo sua estabilização. 
FtsA: auxilia na conexão do anel FtsZ á membrana citoplasmática.
FtsK: Segura uma cópia do DNA para evitar na hora da divisão causar danos á célula. 
FtsI: proteína necessária para a síntese de peptideoglicano. 
Divisomo: 
Antes da formação do divisomo a célula já se encontra em processo de elongação e o DNA encontra-se em replicação. 1° ocorre a duplicação do DNA. 2° elongamento celular, crescer em massa.
O divisomo coordena a síntese do novo material da membrana citoplasmática e da parede celular, denominado septo de divisão, no centro de uma célula bacilar até que ela atinja o dobro do seu comprimento original. Após isso a célula elongada divide-se, originando duas células filhas. 
DNA É REPLICADO ANTES DA FORMAÇÃO DO ANEL FtsZ-
Proteínas Min: As proteínas Min (MinC, MinD e MinE) auxiliam na localização da formação do septo de divisão. Impede o anel Z de se formar no lugar errado.
A MinE, e especialmente a MinC e MinD oscilam de um pólo a outro nas células, impedindo que o anel Z se forme nos pólos. Essas proteínas garantem a formação do divisomo somente no centro celular e não nos polos da célula. 
Á medida que a elongação celular prossegue e a formação do septo é iniciada, as duas cópias dos cromossomos são separadas, encaminhando-se para cada uma das células filhas. 
Proteína MreB: 
Determina a morfologia celular. É uma proteína homologa a actina (proteína que compõem os microfilamentos do citoesqueleto de eucariotos).
Mantém a forma da bactéria. Participa da inserção de peptideoglicana durante o crescimento celular.
Está envolvida no ganho de massa, pois sintetiza peptideoglicano. Alongamento, crescimento em massa. 
Em cocos (como Streptococcus), não há genes para MreB, e a síntese de parede se dá a partir do anel Z.
FtsZ e MreB: ambas direcionam o crescimento celular com a formação da parece celular.
FtsZ sintetiza o septo
MreB: síntese de parede. 
- Ciclo celular procariótico:
O processo de divisão celular é coordenado com a duplicação do DNA, de forma que cada célula filha receba

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