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VIROLOGIA - Resumo Nutrição UFRJ

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VIROLOGIA
Propriedades gerais dos Vírus:
Os vírus são acelulares, parasitas intracelulares obrigatórios e dependem de uma célula hospedeira para conseguirem alcançar o seu ciclo de replicação. Infectam todas as formas de vida, podendo infectar diferentes hospedeiros como não só humanos, mas outros vertebrados, invertebrados, fungos, bactérias e plantas. No entanto cada vírus infecta um tipo diferente de hospedeiro, de forma restrita. Eles não evoluem, não se desenvolvem em ambientes extracelulares. 
Além disso, um vírus pode ter patogenicidade ou não, em uma pessoa pode causar a doença e em outra não, estando presentes no ar, alimentos, plantas, etc. São estruturas minúsculas que não conseguem ser identificadas por microscopia óptica, apenas eletrônica, exceto os “vírus gigantes”. 
Não é possível isola-los, pois os vírus são partículas filtrantes. 
Os vírus são parasitas moleculares, que não possuem metabolismo próprio, e que podem possuir seu genoma composto de RNA ou DNA. Não tem metabolismo próprio, existindo até algumas enzimas como a transcriptase reversa (sintetiza DNA), porém tendo apenas funcionamento dentro de uma célula. Não possuem forma de energia ou metabolismo de carbono. 
Entidades infecciosas não celulares cujo genoma pode ser RNA ou DNA (unidades que carregam informação). 
Replicação ocorre somente em células vivas, utilizando toda a maquinaria de biossíntese e energia da célula. 
-Estrutura: 
Não envelopados: capsídeo (é uma capsula que delimita, envolve, separa e protege o vírus), ácido nucleico (DNA ou RNA) e possui proteínas estruturais que interagem com a célula do hospedeiro. 
Envelopados: capsídeo, ácido nucleico, proteínas estruturais e envelope lipídico, o qual é formado por uma bicamada lipídica e proteínas de superfície. Esse envelope é o que interage/faz interação com a célula do hospedeiro. Ex: HIV. A bicamada lipídica não é sintetizada pelo vírus, é proveniente da célula do hospedeiro. Já a porção proteica é provinda do genoma do vírus. 
A principal função dessas proteínas estruturais é a proteção do vírus e o reconhecimento celular. As proteínas virais = proteínas estruturais, são sintetizadas e alocadas nos vírus envelopados (na molécula madura). 
As proteínas não estruturais são codificadas no genoma viral e sintetizadas durante a replicação do vírus na célula hospedeira, sendo importantes para a produção de novas partículas, mas não fazendo parte da estrutura viral. 
Os vírus envelopados além do capsídeo e os ácidos nucleicos, também possuem um envelope formado por uma bicamada fosfolipídica, que não é sintetizada pelo vírus, e sim por carreamento de lipídeos (da membrana plasmática da célula) ao invadir a célula hospedeira. A síntese de uma nova partícula viral deve ter a presença do envelope (caso o vírus seja envelopado), pois sem ele não há infecção. 
Envelope viral: formado por uma bicamada fosfolipídica proveniente da membrana do hospedeiro, e por glicoproteínas inseridas, geralmente virais, que de fato vão interagir no reconhecimento ao hospedeiro. Sem o envelope o vírus envelopado não consegue interagir com a célula. 
Genomas virais: os vírus podem ser de DNA ou RNA. Os de DNA podem ser fita simples, fita dupla, fita simples circular e fita dupla circular. Já os de RNA podem ser fita simples (+), fita simples (-), fita simples (-) segmentado, fita simples (+/-) segmentado, fita dupla segmentado ou fita simples circular. Genoma não estrutural não forma partículas virais, mas ajudam nessa formação. 
Para que a informação do genoma viral seja lida pelo hospedeiro, é necessário que esses grupos de DNA/RNA possam se transformar em RNAm (RNA mensageiro) para a síntese de novas proteínas virais. Para a produção de proteínas virais é necessário produção de RNA mensageiro. 
Os vírus de RNA, por exemplo, não precisam necessariamente terem vindo de uma molécula de DNA ou se transformarem de DNA (exceto o rotavírus, que faz DNA virar RNA) para que sintetizem novas moléculas virais. 
-Etapas da infecção viral: adsorção; penetração/fusão; síntese de proteínas; replicação do genoma; montagem; brotamento. 
-Adsorção: consiste na interação de proteínas da superfície do envelope ou do capsídeo (partícula viral) com proteínas especificas da célula do hospedeiro. Algumas proteínas podem estar em um determinado tipo de tecido, e outras em vários tipos de tecidos. O vírus se liga ás células que tem a presença de receptores celulares, não se liga a qualquer célula. Essas proteínas do hospedeiro são chamadas de receptores celulares (Ex: TCD4), coreceptores e fatores de ligação (favorecem a infecção). Algumas proteínas são mais específicas e outras mais gerais. Receptores e coreceptores tem especificidade pela célula. Fator de ligação é uma molécula importante para o vírus que o ajuda a se ligar, porém tem pouca especificidade. 
-Penetração (vírus não encapsulado): após interagir, o vírus precisa fazer com que o genoma entre dentro da célula. É a entrada ou injeção do genoma viral de vírus não enovelado. Pode ocorrer de três formas: A injeção do genoma (vírus é endocitado e injeta seu genoma na célula, furando a vesícula endossomal, o capsídeo não entra); Lise da membrana lisossomal (vírus é endocitado e rompe a membrana da vesícula); ou Translocação (proteína receptora transloca o capsídeo e o genoma viral para dentro da célula, que em seguida libera o genoma).
-Fusão: é a entrada do capsídeo viral de vírus encapsulados. As proteínas do envelope vão interagir com as proteínas do hospedeiro, e o envelope então irá fundir com a bicamada fosfolipídica da célula (já que também é formado por uma bicamada). Depois de fundir há a formação de um poro, onde o capsídeo pode ser liberado no citoplasma. Isso facilita que o capsídeo então entre no plasma celular e em seguida libere o genoma. 
As células que os vírus interagem são células suscetíveis. E aquelas que os vírus conseguem produzir partículas virais são as células permissivas. 
-Próximas etapas já após a infecção ter ocorrido: síntese proteica; replicação do genoma; morfogênese e montagem -> essas etapas só ocorrem em células permissivas. 
-Suscetibilidade: capacidade do vírus interagir com a célula do hospedeiro. 
-Permissividade: capacidade do vírus colonizar a célula e sintetizar novas partículas virais. 
-Sítios de replicação: a maior parte dos vírus de RNA (exceção do retrovírus que faz transição reversa) fazem a síntese de novas partículas virais no citosol/citoplasma. Já os vírus de DNA costumam replicar no núcleo (exceto os Poxvírus que usam o citosol). 
A replicação do genoma tem como objetivo gerar novos RNA no citoplasma. 
-Enzimas virais:
DNA DNA (DNA polimerase DNA dependente).
RNA RNA (RNA polimerase RNA dependente), não existe em mamíferos. 
RNA DNA (DNA polimerase transcriptase reserva), não existe em mamíferos. 
Se o vírus depende da célula, essas enzimas precisam estar presentes nela. Caso não estejam, os vírus precisam ter essa informação dessas enzimas no seu genoma. O que não tem na célula, o vírus precisa levar no seu genoma. 
-Enzimas celulares: 
DNA DNA (DNA polimerase DNA dependente) 
DNA RNA (RNA polimerase DNA dependente).
RNA de dupla fita tem uma fita + e outra -. A fita + é usada para a replicação, é idêntica em estrutura molecular ao RNA mensageiro. A fita – não é reconhecida pela maquinaria. A síntese de RNA através de um RNA molde, ocorre pela enzima RNA polimerase dependente de RNA. 
-RNA fita simples positivo: é idêntico ao RNA mensageiro. Porém, precisa ser replicado com polaridade negativa para que o RNA + sirva de molde para o RNA mensageiro. E uma outra parte desse RNA + é usado para formação de novas proteínas virais (estruturais) que se junta ao RNA (+) mensageiro para formar a partícula viral. RNA + é reconhecido, com isso há a síntese de proteínas entre elas, a da RNA polimerase dependente de RNA, a qual vai conseguir replicar o vírus através da formação/codificação da fita – que servirá como base para a codificação da fita +. 
-RNA fita simplesnegativo: não é reconhecido pelo hospedeiro. Ele precisa então se transformar em RNA mensageiro + (pela RNA polimerase RNA dependente, presente apenas na estrutura das partículas virai) gerando proteínas. Ao mesmo tempo, esse RNA – é replicado, pela replicase viral, para formar um novo genoma, que se junta com as proteínas, formando nova partícula viral. 
O RNA – não é reconhecido pela maquinaria. É preciso então, que ele vire uma fita +. Nesse caso a enzima de RNA polimerase dependente de RNA tem que estar junto no genoma do vírus, se não a replicação não ocorre. RNA polimerase tem que estar contida no RNA viral. 
-Retrovírus: fita RNA + é convertida em DNA (+/-) dupla fita pela transcriptase reversa. Esse DNA vai para o núcleo, o RNA mensageiro é transcrito indo para o citosol e se unindo á novas proteínas virais, formando a partícula viral. RNA -> DNA – (vai para o núcleo) -> DNA +/- -> RNA + e RNA m -> PTN. PTN + RNA+ = partícula. 
-Replicação DNA: se for fita simples precisa se transformar em fita dupla. Se já é dupla fita, sintetiza as proteínas através da RNA polimerase II que produz RNA mensageiro, o qual produzirá proteína viral.
-Depois que o genoma replicou e as proteínas foram sintetizadas é preciso organizar o capsídeo. Processo de auto-montagem. 
-Montagem: a maioria dos vírus de DNA faz a montagem de partículas virais no núcleo, sendo liberadas no citoplasma, enquanto que a maioria dos vírus de RNA se desenvolve no citoplasma.
-Liberação: nos vírus não envelopados, essa etapa é dependente de lise celular, enquanto que nos envelopados pode ocorrer por exocitose (o capsídeo montado pode incorporar a membrana do núcleo, RER ou Golgi, sendo depois exocitado) ou por brotamento (onde as proteínas do envelope ficam aderidas na membrana do hospedeiro, se ligando ao capsídeo + genoma, e então brotando da célula hospedeira, carreando consigo uma bicamada fosfolipídica). Há o brotamento em algum lugar da membrana, sendo necessário a migração de glicoproteínas para formação do envelope. 
 RNA + síntese de proteína polimerase viral (enzima para traduzir RNA -, a partir de RNA +) RNA + Igual RNAm RNA + <-> RNA- .
Patogênese Viral: doenças causadas por vírus – do contato ao desfecho:
Cada virose pode possuir um desfecho clinico diferente, dependendo da imunidade e da resposta do indivíduo, pois nem todas as pessoas respondem igual a um mesmo vírus. Os sintomas entre cada doença e cada individuo também podem variar. 
A maioria das infecções é assintomática, porém quando sintomáticas podem levar a recuperação, a morte ou a cronicidade dependendo do tipo do vírus que causou a infecção e o grau da infecção. Hospedeiro assintomática é mais frequente. 
O tipo de patogênese depende do tipo de interação vírus-célula e a especificidade com que o vírus interage com a célula. 
Rotas de transmissão: 
-Horizontal: podem ser de homem para homem ou zoonoses (animal x homem) que são transmitidas por vetores animais:
Rota respiratória: saliva, perdigoto e secreções orais.
Rota fecal-oral: vírus eliminado nas fezes contamina um alimento ou é passado para um outro agente, sendo então ingerido e contaminando o hospedeiro. 
Rota venérica ou sexual: transfusão de sangue. 
Zoonoses: vetores artrópodes que sugam o vírus e o injetam em outras pessoas. Ex: vírus da dengue. Reservatório acidental (algum vertebrado é hospedeiro acidental). Reservatório vertebrado + vetor artrópode silvestre.
-Vertical: mãe para o feto. 
Vírus tem que infectar e replicar no hospedeiro. Rota de entrada: vírus tem que ultrapassar as barreiras epiteliais, como pele e mucosa. 
Após o contato com o vírus, para que a infecção viral prossiga, é necessário algumas exigências como: 1) A carga parasitária, onde deve haver uma concentração grande de partículas virais em comparação com o número de partículas gerais, pois a quantidade baixa de vírus pode facilitar a resposta imunológica; 2) O sítio de entrada, onde determinados vírus precisam entrar por uma rota específica para que consiga interagir com o tecido-alvo (sítio de entrada propício para que aquele vírus estabeleça a infecção); 3) Defesa local do hospedeiro, como as barreias epiteliais e células de defesa, onde o vírus deve ser capaz de romper esses obstáculos. 
-Entrada via trato respiratório: é a rota mais comum e fácil para se ingerir o vírus. Pode ocorrer por contato direto ou por aerossóis, sendo necessária a capacidade do vírus de passar pelas barreiras mucosas e ciliadas e da defesa por macrófagos, além de ser resistente ao muco, as secreções das células ciliadas e aos macrófagos. O muco é uma barreia que impede o vírus de se implantar no trato respiratório, não tendo uma replicação inicial do vírus. 
-Entrada via TGI: é uma rota seletiva onde poucos vírus conseguem sobreviver. O vírus deve resistir a grande atividade proteolítica (dificulta a adsorção de vírus não-envelopados), sais biliares (dificulta adsorção de vírus envelopado, devido á bicamada lipídica), e pH ácido que são barreiras que impedem a colonização do vírus. As proteases vão clivar as proteínas presentes no vírus não-envelopados, impedindo que ele interaja com as proteínas da célula. Sais biliares emulsificam os lipídeos da bicamada lipídica da membrana do vírus, impedindo a fusão da sua membrana com a da célula. 
-Entrada via Hematológica: o vírus entra pela circulação sanguínea e se dissemina por diversos tecidos. 
-Viremia: é a passagem do vírus para o sangue. O vírus chega sempre com alta viremia. 
Quando entramos em contato com o vírus, ele passa a se replicar de forma primária no sítio de entrada (fazendo novas partículas) para depois se disseminar pelo organismo infecção progressiva. 
Quando o vírus não consegue interagir de forma eficiente com o hospedeiro no sítio de entrada, ele é eliminado infecção abortiva. O hospedeiro acaba eliminando o vírus. Ex: gripe, onde o vírus se estabelece, replica, causa fase aguda e é eliminado. 
-Replicação primária no sítio de entrada: essa replicação garante a infecção, pois se feita de modo ineficaz a infecção é abortiva. Nessa infecção o vírus estabelece uma infecção inicial para aumentar a carga viral para sua disseminação. 
-Disseminação: após se replicar o vírus cai nos linfonodos e em seguida vai para o sangue, se direcionando para os órgãos-alvos, onde ocorrerão os sintomas (hepático, endotélio). Eventualmente, esses vírus podem ainda se replicarem nesses tecidos, caindo novamente no sangue e atingindo outros órgãos como rim, TGI, cérebro, etc. 
Replica -> cai na corrente linfática -> corrente sanguínea -> tropismo por órgãos ligados a capilares -> corrente sanguínea -> órgãos alvo (onde há os sintomas mais característicos da doença). 
Há exceções como o vírus da raiva que não cai na corrente sanguínea, ele é disseminado via neurônios, na hora da mordida um neurônio sensorial já dissemina o vírus para o órgão alvo. 
Ex: vírus da poliomielite que tem transmissão fecal-oral -> TGI -> linfonodos -> sangue -> tecidos secundários de replicação -> sangue -> SNC. 
Existem 2 grandes grupos de padrões de infecção: 
-Aguda: o vírus entra em contato rapidamente, replica e sofre uma resposta imunológica, sendo eliminado. Ou seja, há um pico viral e o vírus é eliminado do hospedeiro (infecções abortivas). Ex: Influenza. 
-Crônica: não há uma eliminação total do vírus no hospedeiro. O vírus permanece ativamente se replicando no hospedeiro, podendo levar á morte. Pode ser de 3 tipos: 
-->Persistente: vírus replica constantemente no hospedeiro, e o sintoma é tardio. Ex: Hepatite.
-->Latente-recorrente: vírus replica, é suprimido, porém não é eliminado, sofrendo sucessivas reativações. Ex: Herpes. 
-->Progressão lenta: vírus replica, destruindo célula TCD4, causando quadro de imunodeficiência, mas pode ficar anos sem se manifestar, podendo sofrer reativação tardiamente. Ex: HIV. 
Fatores determinantes da patogênese após a disseminação viral:
Tropismo Celular e tecidual: ocorre quando um determinado vírus só consegue replicar em um determinadotecido, ou seja, vírus que replica em macrófago não replica em neurônio; no pulmão não replica no cérebro, etc. Além dos vírus interespecíficos que só replicam em determinada espécie. Presença de receptores celulares em células suscetíveis. É a especificidade que o vírus tem por determinado tecido que será infectado (trop. Tecidual). A especificidade por determinado tipo de célula é o trop. Celular. 
Virulência: capacidade do vírus de causar um dano celular após a sua replicação. O dano celular está relacionado com a virulência do vírus, da sua capacidade de alterar a célula que foi infectada. O vírus mais virulento é aquele que ao se replicar é capaz de destruir ou induzir a morte da célula. Depende da dose viral e das características genéticas da sepa (produtos gênicos que favorecem a replicação; produtos gênicos que afetam a defesa do hospedeiro; genes que facilitam a disseminação; sequencias não codificantes que afetam a replicação viral; toxinas virais). A maior virulência não necessariamente determina o sucesso do vírus, ou seja, sua capacidade de infectar várias pessoas. 
Dano direto: ao replicar, o vírus pode causar algum dano na célula (alteração das funções normais da célula e do metabolismo da célula, indução da morte celular, lise da célula). Quanto mais replica mais dano causa. Ex: necrose ou lise por apoptose. 
Dano Indireto: uma vez inoculado, o vírus causa uma série de respostas inflamatórias no hospedeiro, como liberação de citocinas, alteração da expressão gênica da célula. Resposta imune na presença de células infectadas acaba por causar a morte ou dano celular (resposta autoimune). Resposta imune é induzida por células específicas. 
Resposta imune do hospedeiro: inicialmente com a resposta inata (produção de citocinas e ativação de fagócitos) numa infecção mais aguda, ou mais tardiamente com uma resposta adaptativa, em alguns casos gerando células de memórias que impedem uma nova infecção por um mesmo vírus. 
O estado anti-viral consiste em um processo de resistência celular á replicação viral. É mediada por IFN-gama e Beta principalmente, que são produzidos incialmente quando o vírus infecta a célula sem IFN, que através de padrões moleculares, sintetiza o IFN, liberando-o no meio extracelular, podendo agir na célula infectada ou vizinha (ação autócrina e parácrina), as quais possuem receptores de IFN. Na célula infectada, o IFN atua mudando a expressão gênica, induzindo a expressão de MHC I, levando á destruição da célula infectada por células T citotóxicas. Na célula sadia, o IFN leva á síntese de enzimas proteolíticas que vão dificultar a formação de novas proteínas virais e consequentemente de partículas virais, além de dificultar o transporte vesicular do vírus, dificultando sua replicação de genoma. 
Clearence viral ou persistência viral (eliminação do vírus): a maioria das infecções virais são resolvidas (clearence), mas em alguns casos podem se tornar persistente, provavelmente porque todas essas respostas imunes do hospedeiro não foram suficientes para eliminar o vírus. Quando persistente (crônica) a infecção pode se tornar: Latente (quando o vírus fica inativado por um bom tempo após a infecção primária, podendo se ativar novamente, ex. catapora); ou Persistência (o vírus replica continuamente no hospedeiro, porém permanece com título muito baixo, ex. HIV e HBV).
Infecções persistentes ocorrem quando a infecção primária não é eliminada completamente pela resposta imune adaptativa. Os vírus, genomas e e/ou proteínas virais continuam a ser produzidos por muitos anos. 
Reação do hospedeiro a infecção: 
Quando eficaz: Estabelecimento da infecção (resposta inata) indução da resposta adaptativa ação das duas respostas juntas criação de células de memória. 
LEMBRANDO: Inata -> produção de citocinas e ativação de fagócitos e células citotóxicas. Adaptativa-> apresentação de antígeno, ativação desse antígeno e produção de células de memória. 
IFN (Interferom): substancia que evita a infecção, pois o vírus não consegue replicar em ambientes onde ele está presente. Induz a um estado de resistência á replicação viral em todas as células. 
 A célula ao ser infectada ativa a síntese do IFN, esse é jogado no meio extracelular e age no receptor da célula infectada e nas vizinhas. Ele muda o gene dessas células e as faz produzir MHC I, induzindo assim a morte delas. Nas células não infectadas ele impede a síntese de proteínas e o transporte de vesículas e com isso as torna não suscetível à infecção. Isso se chama estado antiviral. 
Anticorpos: Há o recrutamento de células e a produção de anticorpos, os quais fazem neutralização das proteínas de superfície do vírus fazendo a obstrução e a adesão do vírus. Ativam também o sistema complemento causando a lise viral. 
Essas respostas quando não eficazes deixam os padrões de infecção se realizarem. 
LEMBRANDO: GENOMAS:
RNA RNA fs +; RNA fs -; RNA fd; RNA segmentado. 
DNA DNA fs; DNA fd. 
Viroses Entéricas: 
Doenças diarreicas:
São agudas na maioria das vezes, causando o aumento da evacuação de forma liquida. Quando há sangue junto com as fezes elas são chamadas de desinteria. 
Pode ser por causas infecciosas (bactéria, vírus, parasitas) ou não (alergias e intolerância, ingestão de alimentos açucarados em grande quantidade, ingestão demasiada de alimentos ou fármacos). 
->Transmissão por: via oral; via fecal-oral. A transmissão pode ser indireta: por ingestão de água e alimentos contaminados e o contato com utensílios contaminas; OU direta: pessoa-pessoa e animais- pessoas.
Existem diversos vírus que causam diarreias (normalmente os sintomas são diarreias aquosas), porém, o que ajuda a distinguir uma da outra são os sintomas que se diferem dependendo do vírus que acometeu a infecção. 
Acreditava-se que a melhoria das condições socioeconômicas e das condições sanitárias levaria a redução do número de casos de infecções intestinais. 
Rotavírus:
Assim como o Astrovírus, Calicivírus, Adenovírus entérico e Norovírus, todos são doenças diarreicas relacionadas ao TGI cuja principal sintomatologia é a diarreia aquosa. Os outros sintomas vão variar de acordo com o vírus, como febre e vômitos. 
É o principal agente infeccioso causador de gastroenterite em crianças pequenas, devido a baixa imunidade principalmente o rotavírus. Rotavírus B e C -> adultos. 
Associado a doença diarreica. Ele é não-envelopado (o que ajuda na estabilidade do vírus e garante sua resistência impedindo que seja degradado pelas barreiras estomacais e intestinais), sendo seu genoma um RNA segmentado de fita dupla (fd) o que dá a ele alta variabilidade; linear; e não infeccioso (não infeccioso significa que seu genoma sozinho não produz partículas virais, precisa da formação de um RNAm, ou seja, ele ainda não é um RNA+ que esta pronto para virar uma proteína, precisando que um molde dessa fita dupla seja usado para formar uma fita de RNAm). 
Os vírus do TGI geralmente não possuem envelope para que seja facilmente digerido. 
Os rotavírus são muito divergentes, pois sempre á uma partícula diferente da outra; há mutação diversas vezes.
Esses vírus possuem 3 camadas proteicas que protegem seu genoma, são elas um capsídeo interno, um médio e um mais externo. Nessas três camadas há espículas (proteínas) inseridas que reconhecem os receptores celulares. Possui um capsídeo robusto, duplo icosaedrico para proteger seu genoma que não é infeccioso. 
Cada segmento codifica uma proteína, sendo 6 segmentos usados para codificar proteínas estruturais (VP), sendo elas VP1 e VP3 (se ligam ao RNA.- VP1: RNA pol. dep. RNA); VP2 (Camada mais interna do virion, que envolve o genoma); VP4 (capsídeo externo); VP6 (capsídeo interno) e VP7 (antígeno neutralizante do capsídeo externo). E os demais segmentos para proteínas não estruturais (6 proteínas não estruturais- NSP 1 a 6, as quais estão associadas com a replicação. 
A VP4 e VP7: interagem com os receptores do hospedeiro, sendo clivadas em VP5 e VP8 após passarem pelo TGI se tornando infecciosos. Estão associadasa diversas funções biológicas: atividade hemaglutina de algumas amostras, restrição do crescimento em culturas de células, e virulência (proteólise em VP5 e VP8). São elas que o nosso sistema imune consegue reconhecer. 
O sorotipo do vírus depende do tipo dessas proteínas que eles terão. 
Sua replicação, por ser vírus de RNA, acontece no citoplasma, com frequente recombinação genética, devido aos vários fragmentos, gerando muitos tipos e subtipos de vírus (alta variabilidade). 
Classificação baseada na VP6: espécies de A – G. 
Classificação da espécie A: Baseado na VP7 – G (glicosilada), tendo 15 sorotipos (G1-G15) e 16 genótipos (G1-G16); e Baseado na VP4 –P (proteólise), tendo 14 sorotipos (P1-P14) e 27 genótipos. 
-Classificação de acordo com fenótipo, genótipo e sorotipos. 
Sorotipo: vírus muta tanto que não é mais reconhecido pelos anticorpos. 
Genótipos: vírus muta seu genoma, mas, ainda é reconhecido pelos anticorpos, possui genótipo diferente, mas tem o mesmo sorotipo. 
Por possui RNA de fita dupla, a célula humana que não possui essa estrutura, reconheceria rápido o vírus e o neutralizaria, porém ele possui capsídeo duplo e com isso consegue entrar na célula e apenas no núcleo liberar seu RNA para ser traduzido.
Seu genoma não fica exposto na célula, fica envolto por proteínas porque a estrutura de fita dupla não tem na célula. 
-Biossíntese viral:
A adsorção é mediada pela proteína VP4 que pode interagir com dois receptores (ácido siálico e gangliosídeos), sendo o processo de internalização da partícula viral por endocitose mediada por receptor ou pela penetração direta através da membrana. 
A replicação acontece ainda no capsídeo, para evitar que o sistema imune detecte a presença de uma molécula estranha (RNA fd). As proteínas formadas migram para vesículas se juntanto com o capsídeo para depois saírem das células, por meio de lise. Faz replicação no viroplasma. 
-Patogênese: 
O vírus é transmitido via rota fecal-oral. Os enterócitos que são as células maduras e não proliferativas que recobrem as microvilosidades e possuem função de absorção, são infectadas (primeiras células que os vírus infectam). As células da cripta imaturas que não são infectadas migram para as vilosidades, gerando a perda da função absortiva do enterócito, causando a diarreia aquosa, sendo responsável pela secreção de Cl-. 
Além disso, estimula a produção de uma proteína não estrutural a NPS4 (enterotoxina) que ativa e estimula o sistema nervoso entérico á aumentar a peristalse, contribuindo na evacuação exacerbada e para a diarreia. 
Transmissão via respiratória: alta taxa de infecção. Sintomas respiratórios em pacientes; detecção do vírus na secreção traqueal de crianças. 
A excreção do vírus nas fezes (evacuação) pode durar até 57 dias. 
O rotavírus infectada os enterócitos, destrói e descama os enterócitos, acelerando a migração das células da cripta para as vilosidades, levando á perda da capacidade absortiva. 
Estável em pH 3 e 9. Inativado por cloro, etanol, formalina, etc. 
É autolimitante- 7 a 10 dias. 
-Manifestações clínicas: 
Diarreia aquosa aguda, além de febre, dor abdominal, vômito, e desidratação. 
Cura geralmente em 7 a 10 dias, com tratamento que é reposição de líquidos e eletrólitos. 
Causa óbito em desidratação intensa, com perda de eletrólitos, e falta de tratamento. 
Neonatos: infecção assintomática ou diarreia branda, já que a mãe passa anticorpos para o feto. 
Crianças de 6 meses a 2 anos: infecção grave, devido a diminuição de anticorpos maternos). 
Adultos: subclínica, assintomática. Idoso: gastroenterite, desinteria. 
-Prevenção e controle: 
São feitas técnicas para detectar a partícula viral, e anticorpos (porém não só anticorpos, pois, entramos em contato com ele sempre). 
Vacinação: prevenção de doenças mais graves, não impedindo reinfecções assintomáticas e brandas (não impede que o individuo contraia o vírus, pois ele muta muito). É feita por via-oral. São vacinas recombinantes e atenuadas que expressam poucas proteínas da superfície viral humana para estimular o sistema imune e fazendo com que ele neutralize essas partículas com mais eficácia. Ex: Rotarix que possui elevada imunogenicidade, eficácia e segurança. 
-Tratamento: não há um específico, apenas reposição de líquidos e eletrólitos. 
Norovírus - Calicivírus:
Vírus da família Caliciviridae, é não envelopado, com capsídeo icosaedrico e com genoma RNA fs (+), ou seja, tem genoma infeccioso. RNA + é pronto para traduzir proteínas, os outros tipos precisam produzir o RNAm. A fita RNA + é reconhecida diretamente pela célula produzindo as proteínas e formando novas partículas virais. 
São divididos em 2 gêneros: Norovírus (Norowalk- like virus) e Sapovírus.
Não são cultivados em cultura de célula. 
Principais causadores de epidemias de gastroenterite severas em adultos, sendo 2/3 das doenças transmitidas por alimentos contaminados. 
-Biossíntese viral: 
Ausência de sistema biológico para propagação viral. Biossíntese pouco conhecida. 
-Patogênese: 
Período de incubação de 16 a 36 horas. Sintomas duram de 24 a 72 horas, sintomas como: náuseas, vômitos e diarreia intensa. 
Infecção de pessoa-pessoa, ou ingestão de água e alimentos contaminados, principalmente crustáceos. Responsável mundialmente por 37% das epidemias veiculadas por moluscos. 
Possui baixa dose infectante (precisa apenas de 1 partícula viral, onde são eliminadas milhões pelas fezes e vômitos). 
Infecções assintomáticas e soroconversão com liberação assintomática de vírus. 
Comum em creches, presídios, colégios. 
Replica na mucosa do intestino delgado -> gera achatamento e encurtamento das vilosidades -> lesão dos enterócitos -> perda de enzimas digestivas -> redução da absorção -> diarreia. 
-Estabilidade da partícula: 
Estável em água clorada, em ambiente de pH baixo, permanece infecciosa após congelamento, e após aquecimento até 60°C. Espalha em água potável e recreacional (piscinas). 
O vírus só é totalmente excretado em 2 semanas. A pessoa deve se isolar para não contaminar pessoas e alimentos. 
Principal fonte de contaminação são os manipuladores de alimentos. 
-Diagnóstico: 
Microscopia eletrônica direta; imunomicroscopia; sorologia; detecção de antígenos virais; método de PCR que permite a identificação do genogrupos. 
Hepatites virais:
Consiste em um processo inflamatório do fígado, que pode ser causado não somente por infecções virais, mas também por doenças autoimunes, compostos tóxicos (álcool, drogas). Apenas 5% das hepatites estão associadas aos vírus. É uma doença autoimune. 
São doenças silenciosas e progressivas, que nem sempre apresentam sintomas em fases iniciais, geralmente aparecem em fases mais avançadas da doença. Existem 5 vírus da hepatite, que possuem grupos distintos, mas sintomatologias comuns em relação ao dano hepático. São eles: HAV, HBV, HCV, HDV, HEV. 
Possuem em comum: o sítio de replicação e a capacidade de inflamarem e danificarem o fígado; capacidade de replicar, promover alterações e danos ao fígado. 
-Sintomas comuns da Hepatite: cansaço, enjoo e vômitos, tontura, febre, dor abdominal, e especialmente icterícia (pele e olhos amarelados com urina escura e fezes claras; isso é caracterizado por um dificuldade do hepatócito de metabolizar a bilirrubina, proveniente do metabolismo da hemoglobina, gerando um quadro de hiperbilirrubinemia- pigmento amarronzado que é eliminado na urina, deixando-a mais escuras e não nas fezes, que se tornam claras). 
Outras evidencias laboratoriais: Elevação dos níveis de transaminases hepáticas no sangue (ALT/ AST) devido a morte dos hepatócitos que libera essa enzima no sangue (enzimas que metabolizam aminoácidos nos hepatócitos e que extravasam para o sangue com a morte do hepatócito causada pela hepatite). Essas transaminases são utilizadas como marcadores de danos hepáticos. 
Hepatite aguda: quando a evolução da doença ocorre rapidamente e os sintomas são mais intensos. Há eliminação do vírus. Ex: Hepatite A e E, que são transmitidas pelarota fecal-oral. 
Hepatite crônica: quando a duração é mais longa, mas a inflamação é menor. Vírus persistente no organismo do hospedeiro. Ex: Hepatite B, C e D que são persistentes e transmitidas pela rota sanguínea e sexual. 
Hepatites Aguda: Transmissão fecal-oral.
-Hepatite A:
É a mais comum entre as hepatites virais. São vírus não envelopados, com RNA + fita simples. geralmente mais prevalente em regiões subdesenvolvidas. A contaminação se dá pelo consumo de água e alimentos contaminados. 
Patogênese: o vírus é ingerido por meio de água ou alimentos contaminados; a replicação primária acontece na região da orofaringe e TGI; o vírus cai na corrente sanguina (viremia), vai para o fígado, onde replica, causando danos hepáticos (como é um vírus não envelopado, para sair da célula, ele precisa lisa-la, causando morte do hepatócito, gerando um aumento de transaminases no sangue); é então liberado na bile e excretado nas fezes, tornando as fezes patogênicas e podendo infectar novamente outro hospedeiro. A eliminação do vírus nas fezes ocorre antes dos sintomas. 
Sintomas: afeta na maior parte crianças, porem com poucos sintomas. Em caso de hepatites sintomáticas leves pode-se ter cansaço, febre, náuseas, vômitos, dores abdominais, etc. Já em casos mais graves, icterícia, urina escura e fezes claras. Quanto maior a idade, mais grave são os sintomas, podendo necessitar de um transplante. 
Geralmente é assintomática em indivíduos com pouca idade, porem com a idade esses sintomas podem aparecer. Pode ser leve e autolimitada, grave/fulminante (formas raras onde há grave icterícia e deterioração da função hepática), ou ainda trazer a possibilidade de um transplante. 
Diagnóstico: dado pela analise de IgM anti-hepatite A no sangue, além dos níveis de alanina-aminotransferase (ALT). Detecção de genoma viral e de anticorpos -> uso de sorologia para diferencia IgM e IgG; se der IgM positivo significa que é o primeiro contato com o vírus. 
Prevenção: Através de medidas higiênico-sanitárias e mais recentemente com a vacina que contem o vírus inativado. 
-Hepatite E: 
Mais comum na Índia, estando relacionada á contaminação de reservatórios de água potável e de alimentos. Pouco presente no Brasil. É resistente a mudanças ambientais e muito estável. 
São não envelopados com RNA fs +. 
O ciclo de replicação é semelhante ao da hepatite A. diferentemente da Hepatite A, não há um agravamento com o aumento da idade, podendo ter sintomas graves já na infância. Causa 20% de morte em mulheres grávidas. 
Sintomas: além dos mesmos sintomas que a hepatite A, pode causar hepatomegalia, perda de apetite, letargia. Pode ser assintomática ou sintomática. 
Tratamento: condições higiênicas, terapias nutricionais (dieta hiperglicêmica). 
Prevenção: Saneamento básico e higiene pessoal. Não possui vacina. 
Hepatite Crônica: 
Transmissão sanguínea e sexual. 
No caso crônico há uma persistência da replicação viral, caracterizando uma evolução lenta e progressiva e em geral assintomática da doença. A inflamação é menos danosa que na aguda, porém a preocupação é com a geração de quadros graves como: hepatite, esteatose, cirrose, hepatocarcinomas (tumores), pois o dano é continuo no tecido. 
-Hepatite B: 
Vírus de DNA envelopado que possui marcadores de replicação viral ativa na sua superfície, que forma antígenos (HBsAG, HBcAG, HBeAG). Possui genoma circular fita dupla/simples.
É um vírus que pode cronificar no hospedeiro. 
Patogênese: o HbV replica no fígado, linfonodo e baço. 90% das crianças que entram em contato evoluem para a fase crônica, enquanto que 90% dos adultos tem quadros assintomáticos. Faz transcrição reserva apenas no final do ciclo de replicação. 
É uma doença silenciosa, pois só ocorre sintomas em 10% dos casos. Pode ter replicação ativa ou ficar em latência. Na fase aguda, esses antígenos de superfície são eliminados, junto com a geração de anticorpos. Na fase crônica há poucas alterações hepáticas e um leve infiltrado inflamatório, geralmente assintomática, com algum aumento de ALT e hepatomegalia. 
Antígeno viral: é uma proteína viral que quando presente no sangue significa que há uma contaminação. O aumento da síntese de antígeno E, aumenta a replicação viral. 
HBsAG é um antígeno de superfície. 
Fases da hepatite B crônica pelo HBV:
Replicação viral elevada sem indícios de dano hepático: AST/ALT normais e sem evidencias de inflamação no fígado. 
Perda da capacidade de controle da eliminação viral e inicio de dano hepático: elevação de transaminases e inflamação. 
Portador Inativo: baixa replicação viral porem sem eliminação do vírus-latência-tendo possibilidade de reativação. 
Reativação: volta a replicação e com possibilidade de mutações no HBV-levando a quadro de hepatite, com forma de icterícia e elevação de ALT.
Prevenção: vacinação na infância e reforçada quando adulto (vacina recombinante, usando o antígeno de superfície). 
Tratamento: inibidor da síntese de polimerase viral; intervenção com IFN. 
 -Hepatite D:
Algumas proteínas do envelope do vírus HDV são proveniente do vírus da Hepatite B, portanto essa hepatite só ocorre através de uma co-infecção. Ou seja, o vírus possui uma estrutura externa do vírus da hepatite B, então esse individuo só desenvolve a doença se já estiver entrado em contato com o vírus B e esse estiver em cronicidade. Caso não seja infectado pelo B, essa infecção se torna abortiva. A junção desses dois vírus acaba por gerar uma superinfecção, é o maior responsável pelos hepatocarcinomas. 
A hepatite D crônica é a forma mais grave de hepatite viral e a principal causadora de hepatocarcinomas (infectando uma célula que vai produzir um genoma duplo- do D e do B). 
É um vírus defectivo, que só consegue se replicar na presença da hepatite B. Há uma necessidade da presença da expressão do HBsAG para que forme partículas infecciosas. Só sintetiza capsídeo, não produz as proteínas do envelope, necessitando então do vírus da Hepatite B na mesma célula, para produzir as proteínas do envelope. 
Só na hepatite D o vírus é eliminado sem causar infecção. 
-Hepatite C: 
Membros da família Flaviridae (o mesmo da dengue, zika, e febre amarela), envelopado. 
É um vírus que consegue evadir de forma eficiente o sistema imune. Quando o vírus replica na célula, forma partículas junto com a via de síntese de lipoproteínas, e é liberado no sangue junto com proteínas do LDL (lipo vírus partícula) e usam os receptores de LDL para entrarem no hepatócito, além de conseguir escapar de anticorpos e fugir da defesa por IFN. 
Como ele é carreado junto com LDL, ao entrar no hepatócito altera a biossíntese de lipídios nas células (aumenta), podendo causar uma doença crônica progressiva como esteatose hepática que pode evoluir para cirrose e hepatocarcinoma. 
Associado com lipoproteínas como LDL, trafegando pelo corrente sanguínea. Usa os receptores das lipoproteínas para entrar nas células, o vírus barra a defesa do interferom. Causa modificações metabólicas severas no fígado, pois consegue modular a biossíntese de lipídeos o que favorece a replicação viral. Essas modificações ocorrem de forma lenta e trazem danos com o tempo. 
80% dos casos de hepatite C cronificam, sendo 40% desses evoluindo para doenças progressivas. Chances altas de cronificação. 
No quadro de esteatose hepática, o vírus usa da maquinaria de biossíntese de lipídios para replicar, formando gotículas lipídicas nos hepatócitos, podendo evoluir para uma degeneração por tecido fibrótico (fibrose). A própria resposta imune causa danos ao tecido, tornando-o fibroso. 
Prevenção: uso de camisinhas, não compartilhar objetos cortantes e pessoais.
Marcador: determinação do genoma viral e dos anticorpos para HCV.
HIV/AIDS: Vírus da Imunidade Humana.
É um tipo de retrovírus, que possui uma enzima DNA polimerase-RNA dependente (conhecida como transcriptase reversa) que converte RNAm em uma dupla fita de DNA. Os vírus da Hepatite B também possuem uma transcriptase reversa, que faz a copia da partícula de DNA quevai para o núcleo a partir de um RNA viral. 
Esse vírus possui um RNA em seu interior, porém ao infectar um individuo, esse RNA é traduzido em DNA por uma transcriptase reversa. Existem dois tipos de HIV, o HIV1 e o HIV2, sendo o segundo o menos infeccioso e restrito a algumas regiões. 
As características únicas que diferenciam os retrovírus são: o genoma é composto por RNAm (+) com duas cópias; os vírus dependem que o DNA genômico seja integrado ao genoma da célula hospedeira, pois já carrega a sua própria integrasse, ou seja, precisa interagir com o genoma do hospedeiro para replicar. 
A doença pode se manifestar ou não, isso ocorre, pois o vírus pode chegar a ficar em latência por 10 anos até demonstrar algum sintoma. O individuo não precisa demonstrar imunossupressão severa para possui o vírus HIV.
A única maneira de “curar” uma infecção por HIV seria matando a células infectada de forma natural, assim que a partícula nova fosse produzida. No entanto, isso não acontece, pois, há o encontro do vírus com a célula, do inicio do ciclo replicativo até o ponto de integração, porém 90% da células que produzem novas partículas, morrem, e 10% delas não, servindo de reservatório de célula com potencial de produzir vírus. 
AIDS/SIDA- Síndrome da Imunodeficiência adquirida: é uma doença infecciosa causa pelo retrovírus. Quando o individuo apresenta sintomas de imunodeficiência, a doença é chamada de AIDS, porém quando o individuo tem o vírus, mas não apresenta o SIDA, é designado HIV soro-positivo. Há sempre uma queda acentuada de linfócitos TCD4 precedente á doença. 
Origem: A que tudo indica a AIDS é uma zoonose que feio dos chimpanzés na região da África que apresentavam um tipo de vírus parecido com o HIV e contaminou os humanos. 
Estrutura: 
É um vírus envelopado, com bicamada fosfolipídica e possui duas glicoproteínas de superfície a GP120 e a GP41. O capsídeo é em forma de cone, onde há duas copias do genoma viral, que é um RNAm fs, não segmentado. Possui polaridade positiva, mas há duas copias que influencia na variabilidade desse vírus. 
A glicoproteína GP120 que possui alta afinidade de ligação pelas células que expressam CD4+ é responsável por aderir á superfície da célula hospedeira, possuindo tropismo por células TDC4 e de linfócitos Th, células dendríticas, monócitos, macrófagos e células da microglia. É ela que promove a adsorção do vírus na célula do hospedeiro. Além dela se ligar á essas células, também precisa se ligar á moléculas co-receptoras que são receptores de quimiocinas (CCR5 e CXCR4). Na superfície do linfócito T, é possível encontrar os dois receptores, mas em macrófagos e células dendriticas apenas o CCR5. O vírus só se estabiliza e entra na célula se encontrar algum desses receptores que não esteja ligado á quimiocinas. 
Alguns indivíduos possuem uma deleção no gene que transcreve a CCP5, e são naturalmente resistentes á infecção por HIV, via-mucosa, pois se ligam mais á macrófagos e célula dendríticas. Por não possuírem o receptor CCR5 o vírus não reconhece a célula e não a infecta. Porém, o mesmo não acontece numa infecção via hematogênica (sanguínea), em que os vírus podem se ligar ao CXCR4 do TCD4.
Vias de Transmissão:
Contato com sangue contaminado (via sanguínea, 100% de probabilidade de infecção); Drogas intravenosas, acidentes com objetos perfuro cortantes contaminados; transplantes de órgãos e tecidos. 
Contato sexual (via sexual, que é a mais comum 90%, sexo desprotegido);
Transmissão vertical (via transplacentária, da mãe para o feto durante a gravidez, na amamentação ou durante o parto);
A exposição da mucosa retal é a que traz maior risco de contaminação, e por isso os homossexuais são considerados um grupo de risco. 
Biossíntese: 
Após a interação da GP120 com as células TDC4, ou macrófagos e células dendríticas e com os receptores de quimiocinas (CCR5, CXCR4), o vírus entra pela fusão do envelope viral com a membrana do hospedeiro, liberando o capsídeo no citoplasma. Ocorre então a desencapsidação parcial, liberando o genoma junto com a transcriptase reversa, que converterá o RNA em uma dupla fita de DNA. O DNA (fd) vai para o núcleo para ser integrado ao genoma do hospedeiro, pela integrasse viral (a integrasse favorece a integração do vírus ao genoma da célula, sendo necessário para a replicação). Essa integração forma novas partículas. A partir dai, ocorrerá a transcrição e o processamento, a tradução, e o direcionamento do genoma e das glicoproteínas virais para a periferia da célula, onde ocorrerá o brotamento (tudo isso apenas em uma célula metabolicamente ativa). Se a célula TCD4, macrófago, ou dendrítica não tiver ativa, esse vírus poderá ficar na célula como um reservatório, por até 6 meses). Após o brotamento, o vírus ainda está imaturo e precisa de uma clivagem nas suas proteínas de superfície para atingir a maturação, se tornando infeccioso.
Apenas células metabolicamente ativa produzem partículas e essas morrem dois dias depois. Caso a célula esteja inativa, o vírus permanece nela em latência até a morte dessa célula. A célula pode ser ativada e expressar o vírus ou não. Porém a carga viral fica mantida em células de memoria, por essa característica, a cura é muito difícil, pois para esgotar a carga viral seria preciso matar todas as células que entraram em contato com o vírus. 
Patologia: 
Inicialmente, há o estabelecimento de uma infecção primária no tecido linfoide que dura certa de 3 semanas, sem uma resposta imune eficiente. O vírus então replica-se massivamente, estabelecendo-se em reservatórios (109 partículas virais por dia). Após 6 semanas, o nosso sistema imune consegue efetivar uma resposta específica através de células TCD8, sendo suficiente para reduzir os níveis de vírus na circulação, sem eliminá-lo. Chega um momento, em que um escape viral e as células do sistema imune já não conseguem defender de forma eficiente o vírus (com produção exacerbada de citocinas, TCD4), levando á uma autodestruição do sistema imune (nas progressões normais, em aproximadamente 10 anos). Isso então favorece o surgimento de infecções oportunistas. 
Há a morte dos linfócitos T, levando a uma disfunção da resposta imune causando alteração da homeostase do sistema imune, o que leva o individuo a imunossupressão. Essa imunossupressão acaba por aumentar o risco de infecções oportunistas. 
As três fases da patogênese são: 
-Infecção primária: onde há um aumento da carga viral, sem resposta específica que dura de 2 a 3 semanas e compreende o estabelecimento do vírus no linfonodo. É assintomática na maioria. Porém pode apresentar síndromes auto limitantes, como síndrome gripal, febre, calafrio, mal-estar, anorexia, náuseas, diarreia, eritema, etc. 
-Infecção crônica assintomática: ocorre o inicio da resposta imune, com a diminuição (não eliminação) da partícula viral, que ainda sim continua replicando, porém o individuo não apresentará nenhum sintoma; fase que geralmente dura 10 anos (fase de latência). 
-Síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS): ocorre uma perda progressiva de células TDC4 durante os 10 anos, e o individuo já não consegue responder eficientemente á infecção, até que o sistema imune é destruído, possibilitando então não só o surgimento de doenças oportunistas, mas consequentemente de sintomas (emagrecimento, sudorese noturna, diarreia, demência, neoplasias-> sarcoma de Kaposi).
Uma vez que o vírus chega no linfonodo é impossível a sua cura e eliminação desse patógeno. O fluido linfoide perde sua funcionalidade. 
O sistema gastrointestinal é um reservatório viral. 
É possível levar um individuo imunossuprimido ao estado de latência por meio da terapia com fármacos. 
O principal marcador do HIV é a perda progressiva de TCD4 (menor que 350 células/ml³ sangue). 
Diagnóstico: 
Detecção de anticorpos anti-HIV em adultos. 
Quantificação do RNA plasmático (em crianças portadoras). Em crianças que nasceram de mães HIV + se detecta o RNA plasmático viral. 
Exames devem ser feitos 30 dias após a infecção.Tratamento: 
Existem fármacos que atuam em diversas fases da replicação do HIV, como na inibição da transcriptase reversa, bloqueadores da ligação ao CCRS/CXCR4, inibidores da integrasse, inibidores do brotamento e da maturação no vírus. No entanto, nenhum deles é capaz de curar a infecção. 
O objetivo deles é prolongar a fase assintomática ou de latência, e consequentemente aumentar o numero de células TCD4. Essas terapias anti-retroviral geralmente são feitas combinando mais de um desses fármacos, com o objetivo de potencializar o efeito. Nem sempre o tratamento é eficaz, pois existe resistência de vírus, ou erros na medicação/dose e não aderência do individuo ao tratamento, devido aos efeitos adversos de duração longa ou vitalícia, como doenças cardíacas, hipertensão e diarreia constante. 
AZT (inibidor da transcriptase reversa) + inibidor de integrasse + inibidor de protease= impedem a replicação viral.
Prevenção: Campanhas educacionais; Evitar promiscuidade sexual; Uso de preservativo; Tratamento de outras DST; Não compartilhar seringas e agulhas; Uso de seringas descartáveis; Aconselhamento/Tratamento às mães HIV +. 
PCR: 
A técnica do PCR se baseia na amplificação do cDNA. Transforma RNAm em cDNA através da enzima transcriptase reversa. 
Viroses Respiratórias: 
Representam uma das principais causas de morbi-mortalidade em todo o mundo, sendo a segunda principal causa de morte em crianças com idade inferior a 5 anos. 
Nem todos os vírus respiratórios são da mesma família, podendo diferenciar-se por características estruturais e genômicas. 
Vírus Influenza: 
É capaz de infectar varias espécies além dos humanos, como aves, suínos, equinos, podendo causar surtos, epidemias e até pandemias. 
É da família Orthomyxoviridae, possuindo 6 gêneros, sendo 3 patogênicos (A, B, C). Possui característica antigênica, um RNA fita simples (-), segmentado, onde cada segmento codifica uma proteína. É um vírus envelopado, onde estão inseridas duas proteínas, a Hemaglutinina (proteína viral responsável por encontrar o receptor da célula que será infectada, se ligar a ele e permitir que o vírus adsorva e adentre a célula), e a Neuraminidase (proteína responsável por clivar a ligação da hemaglutinina com o ácido siálico nas nossas células). O vírus possui entre 7 e 8 segmentos de RNA que darão origem cada um a uma proteína. 
Existem vários tipos de hemaglutinina e neuraminidase, é preciso identificar o subtipo presente para se induzir resposta imune eficaz para neutraliza-las. Ex: H3N2, onde o numero seguinte de cada letra representa o subtipo de cada proteína.
Tanto a hemaglutinina quanto a neuraminidase são as proteínas mais vistas pelo sistema imune humano. Um vírus influenza pode ter diferentes tipos dessas proteínas, o que significa que um anticorpo que se ligaria a um determinado HxNx não se ligará em outro HyNy, fazendo com que possamos ter influenza diversas vezes. Não existe imunidade duradoura nesse caso. 
-Ciclo de Replicação:
Vírus é adsorvido pelos receptores da célula hospedeira, ocorre a endocitose e é internalizado em uma vesícula, a qual fusiona com o lisossomo, diminuindo o pH. O vírus tem uma proteína M2 na sua membrana que é um canal de prótons que permite a passagem de próton para dentro da vesícula, desestabilizando e facilitando a desintegração das proteínas do capsídeo. As proteínas do capsídeo se dissociam deixando o genoma chegar até o núcleo (material genético é levado para o núcleo). O genoma é RNA fs (-), e a nossa maquinaria não reconhece isso, portanto o vírus carrega consigo uma RNA polimerase RNA dependente, que precisa duplicar esse RNA para um RNAm e em seguida formar proteínas. O RNAm é então traduzido no citosol e a proteína junto com o genoma (RNA fs -) saem da célula por brotamento. 
Ou seja, por ser um vírus de RNA fs -, a célula não reconhece para fazer a tradução de proteínas, e por isso é preciso produzir um RNAm que permite a tradução e com isso a produção de partículas virais. Para a replicação ocorre é necessário uma RNA polimerase dependente de RNA. 
A RNA polimerase ao contrario da DNA polimerase, não possui capacidade de corrigir erros de bases nitrogenadas e isso favorece a chance de mutação do RNA, facilitando o influenza de escapar do sistema imune. 
OBS: variabilidade do influenza: por ser um vírus de RNA ele é decodificado pela RNA polimerase que possui pontos de checagem menos eficazes do que a DNA polímeras. Com isso podem haver mutações que não sejam corrigidas, fazendo surgir vários tipos de vírus com genomas diferenciados. Essa característica acaba por tornar mais difícil a erradicação desses vírus, pois ele está em constante mutação. 
-Adsorção: A hemaglutinina pode se ligar tanto no ácido siálico alfa 2,3 (em aves), quanto no alfa 2,6 (em humanos). Essa ligação (2,3 e 2,6) diz respeito a uma molécula de galactose ligada ao ácido siálico. No entanto essa especificidade não é absoluta, os suínos, por exemplo, tem receptores para ambos os vírus (humano e aviário). 
-Fusão: mudança na conformação da hemaglutinina e de outras proteínas que abaixam o pH da vesícula e liberam o RNA para o núcleo, que irá então se replicar. Liberação do genoma -> Replicação. 
-Montagem: após a replicação ocorre a montagem do vírus. É necessário que os 8 segmentos de RNA – sejam empacotados pelas proteínas do capsídeo, e em seguida ocorra o brotamento. Um RNA defeituoso impede que a partícula viral seja infecciosa. 
-A liberação ocorrerá quando a neuraminidase clivar a ligação da hemaglutinina no ácido siálico impedindo assim que o vírus fique preso á célula, e liberando-o para formar a partícula viral. 
-Transmissão: 
Direta (pessoa a pessoa), por meio de gotículas de aerossol. Pode ocorrer entre as espécies (pessoa-animal) que é raro e ocorre apenas se um individuo entrar em contato (inalação de secreções respiratórias) com as secreções de uma ave que esteja contaminada com gripe aviária, isso acontece porque a especificidade da hemaglutinina ao alfa 2,3 não é absoluta. 
Em indivíduos assintomáticos a transmissão do vírus ocorre durante o período de infecção. 
-Patogênese: 
Aerossol -> trato respiratório superior (gripes/resfriado) -> replicação no epitélio ciliado (disseminação) -> replicação célula-célula -> trato respiratório inferior -> infecções (sinusite/faringite/tonsilite). 
Trato respiratório superior -> replicação no epitélio ciliado -> replicação em gânglios linfáticos -> viremia -> trato respiratório inferior -> infecções mais graves (pneumonia/ bronquite/traqueíte). 
-Sintomas:
Febre (40°c), dor de cabeça, cansaço e mal-estar, tosse seca, dor de garganta, secreção nasal, etc. 
A maioria se recupera em poucos dias, exceto em casos de superinfecção (vírus + bactéria). 
Forma grave: edema pulmonar, insuficiência renal aguda, insuficiência cardíaca, citólise hepática. 
Grupos de risco: maiores que 65 anos, crianças, pessoas com doenças crônicas (diabetes, hipertensão), gestantes, etc.
Na maioria se comporta como uma gripe, porém em casos mais sérios pode estar associada a outra bactéria ou microrganismo que também infectaram a pessoa. 
-Reservatórios da Influenza: 
Tipo A: humanos, suínos, equinos, mamíferos marinhos e aves.
Tipo B: humanos.
Tipo C: humanos e suínos. 
-Por que não há imunidade duradoura??
O vírus tem uma grande variabilidade antigênica, ou seja, pode variar de hemaglutinina e neuraminidase constantemente. Essa variabilidade pode ocorrer através de uma derivação antigênica (onde ocorre mutações genômicas pontuais no genoma do vírus pela ação da RNA polimerase, fazendo com que algumas proteínas de superfície que antes eram neutralizadas por anticorpos, mutem, dificultando a neutralização), e por uma troca ou mudança antigênica (onde o subtipo de hemaglutinina e neuraminidase é totalmente trocado, troca de antígeno; novo tipo de H e N é adicionado ao genoma). 
Ou seja, não há uma imunidade duradoura, pois há uma variabilidade antigênica que se dá pela variabilidade de hemaglutininas e neuraminidases. O víruspra possuir essa variabilidade, produz um amplo espectro de antígenos, conseguindo infectar o hospedeiro mais de uma vez. 
Um exemplo de troca antigênica pode acontecer quando uma cepa animal e um vírus humano infectarem um suíno, pois o porco tem os dois tipos de acido siálico (alfa 2,3 e alfa 2,6). Isso pode gerar um remodelamento do vírus no porco, gerando um novo vírus com hemaglutinina e neuraminidase totalmente diferentes, e que não seriam reconhecidas por nossos anticorpos. 
Os suínos são perigosos, pois eles possuem receptores para vírus aviário e humano, gerando partículas virais que os humanos não possuem anticorpo. 
Para se tornar pandêmico o vírus precisa ter boa transmissibilidade entre os indivíduos. 
-Transmissibilidade: 
Depende do estado de saúde do individuo. Quando infectada, a pessoa já expele o vírus um pouco antes do aparecimento de sintomas, o que aumenta o espalhamento do vírus.
-Diagnóstico: 
Influenza sazonal: mais brando. É acompanhado todo ano para a criação de uma nova vacina para corrigir possíveis mutações que podem ter ocorrido. O vírus muta, mas não a ponto de ser uma proteína nova para aquela população. 
Influenza pandêmica: mais grave, não há vacinação. 
Coleta feita por aspirado de nasofaringe ou suabe. Utiliza-se o PCR em tempo real, procurando o genoma do A e B e depois o tipo de H e N.
-Glicoproteínas no envelope que afetam o humano: H1, H2 e H3/ N1 e N2. 
Em aves, 16 hemaglutininas, e 9 neuraminidases. 
A erradicação do vírus é muito difícil devido á variedade de reservatórios naturais. 
-Tratamento:
Drogas antivirais (amantadina e rimantadina): inibidores da proteína M2 (canal de H+ que acidifica a partícula quando ela entra na célula, facilitando a desintegração das proteínas do capsídeo, liberando o genoma). Ou seja, mantem o pH da vesícula neutro, evitando a dissociação das proteínas e bloqueando a liberação do vírus.
Inibidores de maturação/liberação (oseltamivir ou tamiflu): são análogos ao ácido siálico, bloqueando a remoção do ácido siálico á hemaglutinina, ação pertencente á neuraminidase, impedindo ou retardando a liberação do vírus na célula. 
Esses fármacos devem ser tomados logo em seguida do aparecimento dos sintomas. 
-Prevenção e controle: 
Vacina inativada, feita com antígeno inativo, priorizando grupos de risco (apesar da vacinação ser complicada devido a alta taxa de mutação), onde há uma partícula genômica destruidora de proteína. 
Pandemia sécula XXI: influenza A H1N1.
Corona Vírus: SAARS-COV
Causa problemas respiratórios graves. Possui dois gêneros. Seu genoma é RNA fs (+) não segmentado. É um vírus envelopado. 
Se replica no trato respiratório superior e alguns alvéolos. 
4 a 6 dias de incubação. 
A taxa de mortalidade depende da faixa etária. 
Tratamento: antivirais e interferom. 
Prevenção: quarentena, vigilância em aeroportos, escolas, creches, comércios, etc.

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