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CONFISSAO DE ACORDO COM NOVO CPC - MEIO DE PROVA

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6. CONFISSÃO
6.1 CONCEITO
No primeiro momento é necessário para conceituar o instituto da confissão. De acordo com Didier Jr., Fredie: “Há confissão quando alguém reconhece a existência de um fato contrário ao seu interesse e favorável ao seu adversário”. É o que também diz o artigo 389 NCPC, fundamentação jurídica do instituto:  “Há confissão, judicial ou extrajudicial, quando a parte admite a verdade de fato contrário ao seu interesse e favorável ao do adversário.” 
A partir deste conceito, fica evidente que a confissão relaciona-se com os fatos colocados no processo, por isso a confissão não é ato negocial. Do conceito também pode-se extrair os elementos da confissão, que são: 
Sujeito declarante
Vontade para declarar um fato
Fato contrário ao conflitente.
6.2 NATUREZA JURÍDICA
	A natureza jurídica da confissão é de ato jurídico em sentido estrito: atos voluntários de efeitos necessários, ou seja, os efeitos da confissão são dispostos em lei. Neste sentido a confissão é um meio de prova, pois nela o confitente não está interessados nos efeitos jurídicos que ela pode produzir e sim na exata percepção dos fatos, e é por isso que mesmo ocorrendo a confissão o juiz, usando de outros meios de prova, pode julgar a favor do confitente.
6.3 CONFISSÃO E RECONHECIMENTO DO PEDIDO
	Não rara às vezes, há uma confusão, até por estudantes mais experientes, entre a confissão e reconhecimento do pedido. A grande diferença entre confissão e reconhecimento do pedido é porque este é negócio jurídico, está relacionado ao pedido e o réu reconhece a procedência do direito do autor, enquanto aquela é ato jurídico, com efeitos determinados por lei, relacionado a fatos e não resolve o mérito da lide, apenas servindo como meio de prova para juízo de valor do magistrado.
	
	Confissão
	Reconhecimento da Procedência do Pedido
	Natureza Jurídica
	Ato jurídico em sentido estrito
	Negócio Jurídico unilateral
	Objeto
	Fato
	Pedido
	Efeitos 
	Dispensa prova de fato; geral presunção de veracidade do fato e preclusão lógica do direito de provar o contrário.
	Resolve o mérito da causa
6.4 CONFISSÃO E ADMISSÃO
	Há uma diferença entre os institutos da confissão e admissão, enquanto a primeira ocorre de um ação de uma das partes (ato comissivo) a segunda ocorre de uma omissão, ou seja, a parte em determinado momento do processo deixa de contestar a verdade dos fatos alegados pela outra parte.
	É importante ressaltar que o procurador, sem poderes especiais, não pode confessar fatos, mas pode admitir. 
	
	Confissão
	Admissão
	Natureza Jurídica
	Ato jurídico em sentido estrito
	Ato-Fato
	Objeto
	Fato deduzido por qualquer sujeiro
	Fato alegado pela parte contrária
	Conduta
	Ativa 
	Passiva 
	Modalidades
	Espontânea ou provocada
	Espontânea
	Origem
	Judicial ou extrajudicial
	Judicial
	Representante/Procurador
	Com poder especial
	Sem poder especial
	Efeitos
	Preclusão lógica
	Presunção relativa de veracidade dos fatos
6.5 ESPÉCIES DE CONFISSÃO
	A confissão pode ser espontânea, por inciativa do próprio confitente apresentada por petição, se houver processo ou provocada, em depoimento pessoal, nos termos dos artigos 385 e 386 do CPC.
	Confissão real é aquela que realmente aconteceu, ou seja, verdadeiramente realizada pelo confitente ao passo que a ficta é se presume ocorrida, trata-se de uma ficção jurídica criada para os casos em que a parte não comparece ao depoimento pessoal ou comparecendo se recusar a depor.
	A confissão pode ser oral e quando esta for realizada extrajudicialmente só terá eficácia nos casos em que a lei não exija prova literal, conforme o artigo 394 CPC.
	Por fim, a confissão pode ser:
a) Simples: Se limita a declaração sobre fato trazido pela outra parte; 
b) Qualificada: Quando o confitente nega os efeitos jurídicos que a outra parte pretende;
	c) Complexa: Ocorre quando o confitente traz fato novo ao processo. 
6.6 EFEITOS DA CONFISSÃO
a) PERDA DO DIREITO DE PRODUZIR PROVA
	Tal efeito decorre do princípio da boa fé processual e da proibição do venire contra factum proprium, pois ao confessar a parte não pode pedir que se produza prova cujo o objeto seja a confissão. 
b) A PARTE ADVERSÁRIA AO CONFITENTE FICA LIBERADA DO ÔNUS DA PROVA DOS FATOS QUE AFIRMOU.	
Tal efeito decorre do artigo 374, II, CPC: 
Art. 374.  Não dependem de prova os fatos:
I - notórios;
II - afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária;
III - admitidos no processo como incontroversos;
IV - em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade.
c) CONFISSÃO NÃO VINCULA O MAGISTRADO
6.7 INEFICÁCIA DA CONFISSÃO DE QUEM NÃO PODE DISPOS DOS DIREITOS RELACIONADOS AOS FATOS CONFESSADOS
Não é possível haver confissão de fatos relativos a direitos indisponíveis. A confissão também, nesse sentido, não pode ser realizada por aquele que não possui capacidade civil suficiente para praticar os atos da vida civil. 
Art. 213. Não tem eficácia a confissão se provém de quem não é capaz de dispor do direito a que se referem os fatos confessados. (Código Civil, 2002)
Art. 392. Não vale como confissão a admissão, em juízo, de fatos relativos a direitos indisponíveis.
§ 1º A confissão será ineficaz se feita por quem não for capaz de dispor do direito a que se referem os fatos confessados.
§ 2º A confissão feita por um representante somente é eficaz nos limites em que este pode vincular o representado. (Código de Processo Civil, 2015)
É importante salientar que não se invalida a confissão por incapacidade; só se retira desta declaração a eficácia da confissão, podendo ainda ser valorada pelo juiz, como prova atípica para formulação de seu convencimento.
Um bom exemplo de confissão ineficaz é a do cônjuge, em relação a fatos que digam respeito a direitos reais imobiliários, a confissão de um cônjuge ou companheiro não valerá sem a do outro, salvo se o regime do casamento for o da separação absoluta (art.391, parágrafo único do NCPC)
6.8 A EFICÁCIA DA CONFISSÃO POR REPRESENTANTE 
É possível a confissão espontânea feita por representante. Quem confessa é o representado; o representante apresentará a confissão espontânea ao magistrado; o representante é "mero condutor da manifestação de vontade declarada pelo real confitente". Mas para isso é preciso que o representante tenha poder especial para tanto (art. 105 do CC de 2002 e do art. 390, §1º do NCPC). Na outorga de tal poder, deve o confitente indicar quais fatos cuja confissão o representante apresentará em juízo. 
Se a confissão feita por procurador sem poder especial é ineficaz a confissão (arts. 116 e 213 do CC e §2º do art. 392 do NCPC), podendo ser levada em conta pelo magistrado, bem como pode ser ratificada posteriormente. A confissão feita por representante sem poder especial não se trata de ato nulo nem anulável, é um ato jurídico que válido e eficaz apenas em relação ao representante. Cabe ao representante legal do incapaz confessar apenas o que diz respeito ao representado, permitindo se chegar as seguintes conclusões referente a confissão do representante: i) Confissão de representante de incapaz é sempre ineficaz; só pode ser recebida como testemunho; ii) confissão de representante de pessoa jurídica, um procurador (como o preposto, por exemplo), é ineficaz se recair sobre fato que está contido no poder especial de confissão; se confessar sem poder especial, é test emunho, a ser valorado pelo juiz.
6.9 IRREVOGABILIDADE DA CONFISSÃO
A confissão é irrevogável (art.214 do Código Civil e art. 393, primeira parte do NCPC).
A confissão é irrevogável, uma vez que tenha ocorrido a confissão, a parte que confessou não pode revoga-la, ou seja, não pode contrariar o que já tenha dito, arrepender-se da informação dada. A revogação tem a ver com seu conteúdo, o que foi falado não pode ser desdito.
A confissão pode, no entanto, ser invalidada. Invalidação não se confunde com revogação.
Iremos agora as hipóteses de invalidação da confissão.
6.10. INVALIDAÇÃODA CONFISSÃO
6.10.1. Generalidades
Art. 393. A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de erro de fato ou de coação. (Código de Processo Civil, 2015)
É possível ajuizar ação anulatória da confissão, assim como qualquer outro ato jurídico, caso a decisão judicial não tenha transitado em julgado. Podemos observar que embora a invalidação da confissão não possa ser revogada, poderá ela ser anulada de acordo com o art. 393 do NCPC, se estiver diante de um erro de fato ou coação. 
6.10.2. Impossibilidade de invalidação da confissão por dolo
O Código Civil e CPC-2015, em consonância com o direito estrangeiro, eliminou a possibilidade de invalidação da confissão por dolo, que antes era previsto no art. 352 do CPC-1973. Somente se justifica a invalidação da confissão por erro de fato (que é o objeto da declaração de ciência) ou por coação, que "provoca uma declaração não querida pelo agente, já que aconteceu apenas em razão da grave e injusta ameaça do coator. 
Enquanto irrevogabilidade tem a ver com seu conteúdo, a invalidação da confissão tem a ver com sua forma, ou seja, o procedimento pelo qual se obteve a confissão, deve ser anulado porque houve um erro de fato ou a parte foi coagida a confessar naquele sentido.
6.10.3. O erro de fato como causa de invalidação
No CPC-1973 mencionavam a possibilidade de invalidação da confissão por erro. Não haviam especificações quanto ao tipo de erro geraria invalidação da confissão, se de fato ou de direito.
O art. 214 do CC-2002 menciona apenas a possibilidade de invalidação da confissão por erro de fato; ao reproduzir o art. 2.732 do CC Italiano, o legislador pôs fim à controvérsia, consagrando a posição da maioria (“quase sem opositores”): só é possível invalidar-se a confissão se houver erro de fato. Seguiu, assim, a linha da tradição de nosso Direito de admitir a invalidação da confissão apenas por erro de fato.
6.11. INDIVISIBILIDADE DA CONFISSÃO
Art. 395. A confissão é, em regra, indivisível, não podendo a parte que a quiser invocar como prova aceitá-la no tópico que a beneficiar e rejeitá-la no que lhe for desfavorável, porém cindir-se-á quando o confitente a ela aduzir fatos novos, capazes de constituir fundamento de defesa de direito material ou de reconvenção. (Código de Processo Civil de 2015). 
Em regra, o depoimento do qual decorreu a confissão é indivisível, essa indivisibilidade existe para que a parte não quere uma parte do depoimento como válido, ou seja, querer usar uma parte que lhe beneficie e a outra parte que não lhe beneficia desconstituir. Nesses casos o depoimento deve ser encarado como uno e indivisível, todo ele deve ser considerado, não apenas a parte que lhe beneficie.
Entretanto ao final do art. 395 do NCPC, ele autoriza a cisão desse depoimento quando o confidente, ou seja, a pessoa que está confessando a ela aduzir fatos novos, capazes de constituir fundamentos de defesa de direito material ou de reconvenção. Sendo assim se constar daquele depoimento fatos novos que possam ser usados como fundamentos de defesa de direito material de reconvenção, aí sim será possível fazer essa cisão no qual será possível considerar um trecho, lembrando que em regra o depoimento do qual decorre a confissão, é indivisível.

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