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Paper Chás de Plantas medicinais FG (2) para sebastião (1)

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CHÁS DE PLANTAS MEDICINAIS
Autores: Ellís Regina de Sousa Maciel
Madson Christopher da S. Carvalho 
Neila Astrid de Souza Matos
Raianan Oliveira da Silva
Profª. Orientadora: Msc. Fernanda Garcia Dragan
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ciências Biológicas (BID0398) – Seminário da prática IV
17/06/17
RESUMO
Desde os tempos antigos o homem sempre teve a preocupação com a sua sobrevivência e, para isto fez uso de diferentes recursos e formas na intenção de atender a sua necessidade. Quanto à manutenção de sua saúde o homem desenvolveu conhecimentos, saberes e habilidades específicas na manipulação dos recursos que dispunha, a exemplificar têm-se a diversidade de plantas. Estas plantas, após os experimentos realizados comprovou-se que, ajudavam a combater as doenças que acometiam as pessoas, por isso foram denominadas de plantas medicinais. Neste texto procura-se identificar as principais espécies de plantas usadas na medicina caseira e suas funções na saúde humana, bem como a importância dos chás para a saúde dos seres vivos. Também intenciona explicar como as plantas medicinais podem ser abordadas em uma sala de aula dos anos finais do Ensino Fundamental. Embasados em teóricos que discutem o tema, busca-se refletir sobre a importância dos chás medicinais para a sobrevivência dos seres vivos, uma vez que os utiliza na cura das doenças. As investigações contribuíram para conhecer como os princípios ativos dos chás de boldo, gengibre e canela atuam no organismo das pessoas que os ingerem, e ainda os cuidados necessários no uso desses chás. Diante dessas informações, enxergar a necessidade de investir em pesquisa científica na intenção de ampliar as existentes e melhorar a vida do ser humano. No processo ensino aprendizagem, as aulas práticas sejam nos laboratórios de Ciências ou nas Feiras científicas, o professor de posse da criatividade e aliada ao conhecimento historicamente produzido pode propor diferentes formas de se aprender. Estas modalidades didáticas podem ser usadas nas diferentes áreas do conhecimento, pois elas atraem a atenção dos estudantes e os envolve nas investigações científicas na intenção de encontrar possíveis soluções para os problemas/fenômenos naturais existentes.
PALAVRAS–CHAVE: Plantas. Propriedades dos Chás. Seres vivos.
1 INTRODUÇÃO
Desde os tempos antigos o homem sempre teve a preocupação com a sua sobrevivência e, para isto fez uso de diferentes recursos e formas na intenção de atender a sua necessidade. Quanto à manutenção de sua saúde o homem desenvolveu conhecimentos, saberes e habilidades específicas na manipulação dos recursos que dispunha, a exemplificar têm-se a diversidade de plantas. Estas plantas, após os experimentos realizados comprovou-se que, ajudavam a combater as doenças que acometiam as pessoas, por isso foram denominadas de plantas medicinais. 
Hoje, após a ampliação das pesquisas no campo científico identificou-se que diversas espécies de plantas ou seus componentes são eficazes como medicamentos fitoterápicos. Vale destacar que o uso de plantas para tratar doenças precisa de cuidados especiais tal como acontece com os remédios industrializados para não incorrer no risco de envenenamento. Nesse sentido a farmacêutica Ivana Suffredini (2013), da Universidade Paulista/SP, alerta: “Assim como algumas dessas substâncias podem atuar positivamente no organismo humano, outras provocam sérios danos”. Daí há também a necessidade de saber conservar e usar cada tipo de medicamento e/ou planta é fundamental para garantir que o remédio funcione. 
 Ao longo desse trabalho procura-se identificar as principais espécies de plantas usadas na medicina caseira e suas funções na saúde humana, bem como a importância dos chás para a saúde dos seres vivos. Também intenciona explicar como as plantas medicinais podem ser abordadas em uma sala de aula dos anos finais do Ensino Fundamental.
2 PRINCIPAIS ESPÉCIES DE PLANTAS USADAS NA MEDICINA CASEIRA E SUAS FUNÇÕES NA SAÚDE HUMANA
As plantas medicinais são todas aquelas que possuem princípios ativos que ajudam no tratamento das doenças podendo levar até mesmo a sua cura. Elas são utilizadas sob a forma de chás ou infusões que devem ser ingeridos diariamente, enquanto durar o tratamento, mas é preciso ter cuidado ao consumi-las, pois algumas delas podem ser tóxicas (FINKLER, 2017). Segundo a Organização Mundial de Saúde (BRASIL, 2006), 80% da população de países em desenvolvimento utiliza práticas de medicina tradicional (alternativa ou complementar) na atenção primária à saúde e, desse total, 85% faz uso de plantas medicinais. No Brasil, pelo tamanho e pela diversidade biológica do País, há diferenças regionais no uso das plantas. Destaca-se a seguir:
BOLDO
É considerada uma planta medicinal e seu nome popular é Falso-boldo ou Boldo-brasileiro. O nome científico é Plectranthus barbatus Andrews da Família: Labiatae (Lamiaceae) com origem na Índia. Suas principais características são: planta herbácea ou subarbustiva, perene, de até 1,5 metros de altura. Folhas suculentas e aromáticas, de sabor muito amargo. Não são conhecidas as substâncias que geram os efeitos benéficos da planta, nem as que causam o sabor amargo característico. O verdadeiro boldo (Peumus boldus) é uma arvoreta do Chile cujas folhas secas e quebradiças com cheiro de mastruço são encontradas no comércio, mas não é cultivado no Brasil. (LORENZI, 2008). 
 	Apesar de ser uma planta muito conhecida, é comum à dúvida dos benefícios do boldo a saúde humana. Ela é usada em todo mundo, tanto na medicina popular como por laboratórios homeopáticos. A parte usada na medicina são as folhas. Vale ressaltar que várias pesquisas foram realizadas na aérea de plantas medicinais, com ênfase no estudo de substância extraída para os desenvolvimentos de novos medicamentos, o que ficou comprovado foram os benefícios que o boldo brasileiro traz a saúde.
Propriedades medicinais do boldo são: Tônica (restaura energia), eupéptica (facilita digestão), hepática, colagoga (aumento da secreção da bílis), colerética (estimulador da bílis), calmante, carminativa (eliminador de gases intestinais), anti-reumática, estomáquica(favorece a disgetão). Diante de tantas propriedades como usar esta planta na cura das doenças? Usa-se o chá ou extrato aquoso, feitos de preferência com a folha fresca. O chá é do tipo abafado (infuso), feito com 3 a 4 folhas com água fervente, em quantidade bastante para uma xícara (de chá). Toma-se 1 a 3 xícaras do chá, adoçado ou não, opcionalmente. (id, ibidem)
O boldo é indicado para diversos problemas de saúde, como por exemplos, o de desintoxicar o organismo nas indisposições de fígado, excessos à mesa ou exageros alcoólicos, sendo o primeiro fitoterápico lembrado para quem está com ressaca! Também alivia enjoos de estômago e ajuda em casos de crises de vesículas biliar. O chá pode ser preparado na forma de infusões, fervendo-se água e despejando-a sobre as folhas as folhas na xícara. 	
Como já mencionado, os excessos de consumo são prejudiciais, portando, o ideal é que se consuma apenas uma xícara desse chá a qualquer hora, pode ser após uma refeição, para auxiliar a digestão, ou antes de dormir, para que seus benefícios previnam futuras indisposições e mantenham as funções hepáticas funcionando perfeitamente. Como em toda medicação é importante que se tenha alguns cuidados no uso das plantas medicinais. Já foram relatados casos de dermatite alérgica em pessoas que beberam o chá de boldo. Quanto às interações medicamentosas, já foi relatada a interação do chá de boldo com a varfarina (um medicamento usado como anticoagulante, para “afinar o sangue”). A interação boldo/ varfarina potencializa o efeito anticoagulante e, portanto, aumenta o risco de hemorragias. Pacientes que utilizam a varfarina não devem inserir o chá de boldo sem o conhecimento do seu médico. 
GENGIBRE
Navarro; Voris; Braga (2017) afirmam que o gengibre é uma raiz tuberculosa nativa da Ásia que tem sido usada tanto na culinária quantona medicina. Outros nomes do gengibre são mangarataia ou mangaratiá. Seu nome científico é Zingiber officinale da Família Zingiberaceae. 
O gengibre tem diversos benefícios terapêuticos, dentre eles uma ação bactericida, fungicida, antioxidante, antisséptico e anti-inflamatório. O chá de gengibre pode ser benéfico, em pequenas quantidades, para aliviar náuseas (inclusive durante a gravidez ou quimioterapia), ajudar na digestão e no combate a doenças de garganta e respiratórias. A partir da infusão de pedaços dessa raiz é possível fazer o chá de gengibre. Ele também ajuda a prevenir gastrite e úlceras, uma vez que atua no combate à bactéria H. pylori, uma das principais causas do problema.
O gengibre é conhecido por ser um alimento termogênico, ou seja, que acelera o metabolismo, aumenta a temperatura corporal e pode ajudar quem deseja emagrecer, mas este benefício só será notado se combinado a uma dieta saudável e prática de exercícios físicos. Geralmente o gengibre é encontrado nos mercados em natura, conserva, em forma de cápsula, cristal ou pó. Para fazer o chá, o melhor é utilizar a raiz pura. Na hora de comprar, prefira a raiz íntegra e fresca, com casca mais lisa, sem furinhos, que não esteja murcha ou mofada. A parte interna deve estar amarelada e não muito fibrosa. (id. ibidem)
Quais os nutrientes que o gengibre possui? O gengibre é rico em cobre, vitaminas A, B, C e D, potássio, selênio, zinco e magnésio. No caso do chá de gengibre, especificamente, os benefícios também estão muito relacionados à liberação dos óleos essenciais que fazem parte da sua composição: timol, carvacrol e eugenol. (id. ibidem)
Esses óleos são os responsáveis principalmente pela ação anti-inflamatória do chá de gengibre. Ou seja, o nosso corpo produz diversas substâncias inflamatórias, como as ocitocinas, mas os óleos essenciais do gengibre podem ajudar a inibir a inflamação. Inclusive, existem estudos em animais que mostram os seus benefícios para reduzir as inflamações das articulações relacionadas a artrites. A ação preventiva de doenças respiratórias se dá pela ação antioxidante no corpo, o chá age na prevenção da gripe e do resfriado. Ele também tem ação anti-inflamatória, melhorando os sintomas de tosse e dor muscular e das doenças como asma e bronquite. (id. ibidem)
Indicação de consumo do chá de gengibre: a pessoa não deve consumir mais do que três gramas de gengibre por dia. Estas três gramas podem ser divididas em três ou quatro xícaras de chá ao longo do dia, por exemplo. Mas sempre tomando cuidado, uma vez que muito chá de gengibre pode causar irritação estomacal. Para que o chá de gengibre mantenha os seus benefícios, é importante não ferver a raiz com a água. O chá deve ser preparado da seguinte forma: depois de lavar bem e cortar ou ralar a raiz, espere a água ferver em fogo alto e desligue. Adicione o gengibre, tampe a panela e aguarde de cinco a dez minutos. Você pode coar o chá antes de consumir.
Pessoas que já têm problemas estomacais ativos, como gastrite e úlceras, não devem consumir o chá de gengibre, pois ele pode piorar a irritação no local. Como o gengibre estimula a circulação sanguínea, pessoas com hemofilia - condição que dificulta a coagulação sanguínea - também não devem consumir o chá. Quem tem alguma cardiopatia, hipertensão, hipotireoidismo ou diabetes deve consultar o médico antes de fazer uso deste chá. O consumo do chá de gengibre em excesso pode aumentar demais o metabolismo, ainda mais se for combinado com alimentos com cafeína, como o café, e provocar vômitos diarreia, enjoo, irritação no estômago e gastrite.
CANELA
A canela é uma planta muito usada na medicina doméstica e laboratorial. Seu nome científico é Cinnamomum zeylanicum Blume e, é da Família: Lauraceae. Dela podem-se usar as folhas, a casca desidratada e óleo essencial. Como chá é uma bebida simples e saudável que muitos saboreiam durante a alimentação. Ela tem um sabor doce e picante, assim como benefícios significativos para a saúde. É uma árvore de clima tropical originária do Ceilão (atual Sri Lanka), da Índia e da Indonésia, que adaptou-se muito bem em solo brasileiro, chegando a atingir de 5m a 9m de altura. A canela historicamente tem um comércio bastante lucrativo e era a especiaria mais procurada na Europa. Guia de Plantas Medicinais – iG, (2017)
Mayumi (2016) diz que os benefícios oferecidos pelo Chá de Canela são muitos. De acordo com a autora uma pesquisa publicada na edição de setembro de 2013 de “Annals of Family Medicine” concluiu que consumir uma dose de canela, de 120 miligramas a 6 gramas por dia, foi associado com níveis reduzidos do colesterol total, colesterol LDL e triglicerídeos, junto com níveis maiores de colesterol bom, HDL. 
Segundo Rodrigues (2017), a canela também possui conteúdo antioxidante, a American Cancer Society observa que antioxidantes de ocorrência natural em alimentos podem oferecer alguns benefícios para saúde, a incluir prevenir certos tipos de câncer. Comparada com algumas outras ervas e especiarias ricas em antioxidantes, a canela tem o terceiro maior conteúdo antioxidante, com apenas cravo e pimenta da Jamaica contendo mais. Isto sugere que é possível usar a canela como um antioxidante natural para prevenir oxidação indesejada de lipídios nos alimentos.
Outro aspecto observado é a atuação da canela no controle do Diabetes Tipo 2. O autor afirma ainda que Diabetes Action Research and Education Foundation revisou vários estudos que foram analisados para determinar os efeitos da canela sobre o controle do açúcar no sangue em diabéticos. Os resultados de ensaio clínico sugerem a possibilidade de um efeito pequeno para modesto da canela suplementar no açúcar no sangue de diabéticos, provavelmente por causa das pequenas mudanças na sensibilidade à insulina.
O chá de canela também pode ajudar na perda de peso, pois ele apresenta naturalmente poucas calorias e pode ajudar a regular os níveis de açúcar no sangue, que poderia levar ao consumo de menos calorias e ajudar em relação ao ganho de peso. É naturalmente sem açúcar, então isso faz um substituto saudável para as bebidas adoçadas com açúcar.
Em 2011, o “Journal of Medicinal Food” publicou um levantamento de estudos sobre efeitos da canela no açúcar no sangue. A canela, que é rica em polifenóis, foi usada na medicina chinesa para tratar níveis altos e irregulares de açúcar no sangue. Os níveis de açúcar no sangue mais estáveis podem levar a menos ânsias por alimento e níveis de energia mais estáveis, ajudando a pessoa com controle e perda do peso. 
É possível fazer o chá de canela dos paus de canela inteiros, assim como pedaços quebrados da canela, e canela em pó. Para preparar o chá de canela dos paus, é necessário ferver e deixar em infusão os paus. Ferver 1 xícara de água com um pau de canela por 2 minutos antes de deixar o chá em infusão por 5 a 10 minutos.
Para pedaços quebrados da canela, ferver 1 colher de sopa dos pedaços, mas deixar em infusão por menos tempo. Se não ferver os pedaços, mergulhá-los na água fervida e deixar em infusão por 10 minutos. Se usar canela em pó, adicionar 1 colher de chá para 1 xícara da água quente, mexer e então deixar descansar por 2 minutos antes de beber. A canela ainda pode ser preparada juntamente com outros chás, como o chá de gengibre, cravo e hibisco.
Centenas de variedades da canela existem, com canela do ceilão, e cássia sendo as duas principais variedades. A cumarina, que é uma substância encontrada nas duas variedades, pode causar danos no fígado ou insuficiência hepática quando consumida em quantidades elevadas. European Food Safety Authority (ID. IBIDEM) determinou uma dose diária tolerável para cumarina de 0.1 miligrama por quilograma do peso corporal. 
Alguns chás que contém cafeína, são estimulantes e provocam a termogênese, não são recomendados durante a gravidez. O chá de canela também deve ser evitado, pois aumenta a pressão arterial. Por isso de ele ter a fama de ser um chá abortivo, pois pode prejudicar o bebê, já que muitas mulheres consomem o cháde canela para acelerar a menstruação em alguns dias, principalmente quando a menstruação está atrasada, e algumas das vezes ocorrem que elas já estão grávidas e não sabem e acabam prejudicando o feto.
Em um estudo publicado por cientistas no jornal American Journal of Epidemiology (2011) no qual foi realizado com mulheres que ingeriram grande quantidade de canela durante a gestação, apresentaram depois filhos com enorme déficit de hiperatividade, falta de atenção e comportamento agressivo. O professor Jonathan Seck da Universidade de Edimburgo que conduziu essa pesquisa, disse que o consumo de canela e chá de canela em grandes quantidades durante a gestação, afeta diretamente o QI dos bebês, além de transmitir todos os hormônios de estresse e tensão da mãe para a criança. O que acaba atingindo diretamente o desenvolvimento cerebral da criança.
3 A IMPORTÂNCIA DOS CHÁS PARA A SAÚDE DOS SERES VIVOS
É sabido que as plantas são importantes para a vida de todos os seres vivos, porém sabe-se também que estas plantas possuem substâncias que podem trazer a cura para diversas doenças que estes seres vivos possuem e/ou venham a adquirir, estas plantas são chamadas de plantas medicinais. Curtis (2011) diz que as plantas medicinais servem para complementar o tratamento de diversas doenças, mas não devem ser utilizadas sem o conhecimento do médico, pois podem ocasionar alguma interação medicamentosa e interferir no processo de cura da doença.
3.1 A solução para muitas doenças está nas plantas medicinais
As plantas medicinais têm sido usadas de diferentes formas. Existem plantas que, na simples forma de chá, tem sido associada à melhora da saúde de pessoas doentes. O tratamento com esses tipos de plantas não consiste apenas em aliviar os sintomas apresentados, visa também à recuperação das funções normais do órgão doente. A Organização Mundial da Saúde - OMS percebeu a importância desse grande recurso e vem estimulando a sua divulgação. Há um grande número de chás, mas as receitas mais fáceis e mais eficazes nem sempre são conhecidas no momento certo, para a condição certa (ERVAS MEDICINAIS, 2017).
Para que se obtenha um efeito desejado é importante o uso de plantas medicinais, seja feito da maneira correta, observando as orientações para o uso. Estes procedimentos garantem menor uso de remédios alopáticos, ou seja, aqueles produzidos nas farmácias e ainda, menos tempo de sofrimento as pessoas doentes. Um ponto a considerar é que as plantas medicinais, aliadas a um conjunto de medidas, contribuem como um recurso complementar aos tratamentos convencionais. Elas podem e devem ser utilizadas conjuntamente à terapêutica convencional ou quando não se obtêm desta os resultados esperados. Em muitos casos elas têm surpreendido com resultados para doenças nas quais não havia mais nada a fazer. 
   Diante do conhecimento de saber que as plantas têm o poder de cura se questiona: Qual é a forma mais eficaz? A cápsula, comprimido ou chá? O fato é que as plantas com propriedades terapêuticas podem ser utilizadas de várias formas. A mais comum é, sem dúvida, a infusão ou decocção. Além dessa maneira, existem outras de mais fácil utilização, como é o caso dos comprimidos, das cápsulas, dos extratos e das tinturas. Para o uso externo, existem os cremes, géis e pomadas.
Alguns são melhores absorvidos na forma de chá, outros na de extrato seco ou cápsula gelatinosa. Algumas formas concentram mais princípios ativos, outras contêm tão pouco ingrediente ativo que é inútil. A existência de princípio ativo num produto não é suficiente para obter um bom resultado. Esse fato se deve, em grande parte, à dificuldade de absorção de algum princípio ativo, por isso saber fazer uma associação, principalmente em produtos de uso interno, é um grande diferencial para atingir um benefício, pois nem sempre é possível associar diferentes substâncias numa mesma formulação - o que pode gerar perda da atividade pela falta de sinergia dos ingredientes incorporados na preparação. (id. Ibidem)
Não existe uma erva que cure todas as doenças, mas há aquelas para todas as doenças. Os remédios à base de plantas contêm um complexo fitoterápico, ou seja, formam uma composição (aglomerado) de substâncias naturais que agirão conjuntamente. Por isso, muitas vezes uma planta serve para combater diversas doenças.
3.2 Alguns cuidados no uso dos chás medicinais 
Na região amazônica encontrar uma erva que tenha alguma substancia medicinal se torna fácil pela diversidade de espécies vegetais existentes nesta região. Hoje já existem algumas farmácias, super e hipermercados e lojas especializadas na venda destes produtos naturais e as plantas medicinais podem ser com mais facilidade. Existem também as casas de pessoas que a cultivem para uso doméstico e acabam vendendo ao público.
A pesar de estes produtos serem naturais, é importante que se tome alguns cuidados ao usar as plantas, pois algumas delas podem provocar algumas reações por conterem substâncias tóxicas. Por exemplo, quando se adquiri as plantas medicinais é importante observar:
O estado de conservação da planta. Observe se ela estava ao abrigo da luz e em local seco, se estão bem fechadas em potes de vidro ou em saquinhos devidamente fechados. Evite comprar ervas expostas ao ambiente, onde podem ser contaminadas por insetos e substâncias tóxicas. 
Qual o nome popular e o científico da planta? É importante se certificar de que o planta que você procura é a que estás comprando no momento. Do contrário, o uso desconhecido trará sérias complicações a saúde e bem-estar.
Existe um prazo de validade para este produto? Evite comprar grandes quantidades, porque elas também têm prazo de validade. Quando se atenta para esses detalhes no momento da compra das plantas e ervas medicinais há mais garantia da segurança e eficácia do produto.
A utilização de plantas com fins medicinais é, provavelmente, a forma mais antiga usada pelo homem para se curar ou aliviar os seus sofrimentos. No entanto, é necessário ter atenção em casos especiais, como a gravidez e a amamentação, em que algumas plantas podem ser contraindicadas. A automedicação com ervas tem os mesmos riscos dos remédios convencionais.
Segundo (FINKLER,2017), dependendo da planta e da dose administrada, é possível ocorrerem danos irreversíveis, incluindo um provável envenenamento. Isso ocorre devido à dificuldade de se avaliar a diversidade de substâncias contidas numa planta e a interação das moléculas de seu organismo com drogas sintéticas. Então, não abuse.
Antes de iniciar o uso, é preciso ter certeza sobre a planta procurada para fazer um chá. Em caso de dúvida, procure quem realmente conheça de plantas medicinais, pois há casos de pessoas que tiveram sérios problemas de saúde devido ao uso de uma planta errada. O exagero de propagandas enganosas induz a população à falsa ideia de que os remédios à base de plantas não oferecem perigos.
4 POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS PARA O ENSINO DAS PLANTAS MEDICINAIS EM UMA SALA DE AULA DOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL.
	As plantas sempre chamaram a atenção da maior parte dos estudantes seja pela sua estrutura, cor, diversidade e/ ou pelos frutos que produz. Entretanto quando se trata das investigações mais aprofundadas, os interesses diminuem. Segundo Maciel; Carvalho; Costa (2016) cada dia se torna um desafio para muitos educadores sobre como repassar os conhecimentos científicos necessários aos estudantes, uma vez que as mudanças sociais avançam rapidamente e de forma dinâmica. Na intenção de auxiliar a aprendizagem dos estudantes os documentos norteadores da ação docente propõem que o ensino nas escolas aconteça de forma dinâmica também. Os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN para o Ensino de Ciências, afirmam que este ensino precisar deixar as velhas práticas, pois 
[...] o estudo das Ciências Naturais de forma exclusivamente livresca, sem interação direta com os fenómenos naturais ou tecnológicos, deixa enorme lacuna na formação dos estudantes. Sonega as diferentes interações que podemter com seu mundo, sob orientação do professor. Ao contrário, diferentes métodos ativos, com a utilização de observações, experimentação, jogos, diferentes fontes textuais para obter e comparar informações, por exemplo, despertam o interesse dos estudantes pelos conteúdos e conferem sentidos à natureza e à ciência que não são possíveis ao se estudar Ciências Naturais apenas em um livro. (BRASIL, 1998. p.27).
Nas aulas de ciências o professor de posse da criatividade e aliada ao conhecimento historicamente produzido pode propor diferentes formas de se aprender. Como exemplo, as aulas práticas; esta modalidade didática pode ser usada nas diferentes áreas do conhecimento, pois ela atrai a atenção dos estudantes e os envolve nas investigações científicas na intenção de encontrar possíveis soluções para os problemas/fenômenos naturais existentes. 
Aprender sobre as plantas medicinais com suas propriedades é algo que acontece com frequência nas Feiras de Ciências. Em 2014, A professora Roseli de Deus Lopes, coordenadora-geral da Febrace (Feira Brasileira de Ciências e Engenharia) destacou que as feiras de ciências podem representar uma forma de empoderar o aluno para aprender de uma forma diferente. “Não é como uma coisa que o aluno precisa ler em um livro, decorar e responder em uma prova para receber uma nota.” O estudante aprende ao longo de todo o processo de pesquisa, organização e exposição dos conhecimentos expostos.
Concorda-se com (FONSECA, 2016) quando afirma que a Feira de Ciências, modalidade didática, definida para apresentar os conteúdos apreendidos durante as aulas em sala, seja na troca de conhecimento com os colegas ou por meio da pesquisa bibliográfica e de campo é um importante aliado nos diferentes níveis de ensino, pois se agrega o uso de diversos materiais didáticos como: vídeos, representação física dos conteúdos trabalhados durante as aulas, por meio das espécies vegetais usadas na produção dos chás, o chá para que os visitantes degustem e percebam os sabores e conheçam as propriedades medicinais que os compõem, além de outros materiais.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O conhecimento das plantas medicinais é de suma importância para entender como as substâncias naturais e os princípios ativos atuam nos organismos vivos. A identificação das principais espécies de plantas usadas na medicina caseira e suas funções na saúde humana, bem como a importância dos chás para a saúde dos seres vivos foi relevante no processo de aprendizagem, uma vez que se explica como as plantas medicinais podem ser abordadas em uma sala de aula dos anos finais do Ensino Fundamental.
 Assim, considerando as intenções deste estudo, os processos de investigação bibliográfica levaram a conhecer informações relevantes sobre a as plantas medicinais, a partir das investigações realizadas pelos pesquisadores ao longo dos anos e divulgadas para a sociedade. As investigações também contribuíram para conhecer como os princípios ativos dos chás de boldo, gengibre e canela atuam no organismo das pessoas que os ingerem, e ainda os cuidados necessários no uso desses chás. Diante dessas informações, enxergar sobre a necessidade de investir em pesquisa científica na intenção de ampliar as existentes e melhorar a vida do ser humano.
No processo ensino aprendizagem, as aulas práticas sejam nos laboratórios de Ciências ou nas Feiras científicas, o professor de posse da criatividade e aliada ao conhecimento historicamente produzido pode propor diferentes formas de se aprender. Estas modalidades didáticas podem ser usadas nas diferentes áreas do conhecimento, pois elas atraem a atenção dos estudantes e os envolve nas investigações científicas na intenção de encontrar possíveis soluções para os problemas/fenômenos naturais existentes. 
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica. Política nacional de plantas medicinais e fitoterápicos / Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Departamento de Assistência Farmacêutica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2006.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Ciências Naturais /Secretaria de Educação Fundamental. BrasÌlia: MEC/SEF, 1998.
Canela - Guia de Plantas Medicinais – iG. Disponível em: <http://
saude.ig.com.br › Saúde › Bem-Estar › Guia de Plantas Medicinais. Acessado em: 17 de maio de 2017.
CURTIS, Susan. et al. O livro das receitas das ervas medicinais. São Paulo: Publifolha, 2011. 352p.
ERVAS MEDICINAIS. Disponível em: <http://www.tiaxica.com/ervas-e-plantas-medicinais/>. Acessado em: 15 de maio de 2017.
LORENZI, H.; MATOS, F.J.A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa: Plantarum, 2008. 544p.
FINKLER, Petrucia. Essa planta é boa para quê? Especial para o iG São Paulo. <http://saude.ig.com.br/bemestar/guiaplantasmedicinais/essa-planta-e-boa-para-que/n1597686435223>.html. Acessado em: 20 de abril de 2017.
FONSECA, Krukemberghe. Estratégias de Ensino. (s.d). Disponível em: <http://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/biologia.htm>. Acessado em: 05 de outubro de 2016.
LOPES, Marina. A importância da feira de ciências na autodescoberta. Publicado em: 20 de março de 2014. Disponível em: < http://porvir.org/importancia-da-feira-de-ciencias/>. Acessado em: 14 de maio de 2017.
MACIEL, Ellís Regina de S.; CARVALHO, Madson Christopher da S.; COSTA, Suzanne Marry da Silva. Estrutura do DNA. Manaus: Uniasselvi, 2016.
MAYUMI, Fernanda. Chá de canela – Para que serve, benefícios no emagrecimento e como fazer. 14 de abril de 2016. Disponível em < http://www.treinomestre.com.br/cha-de-canela-para-que-serve-beneficios-no-emagrecimento-e-como-fazer/>. Acessado em 19 de maio de 2017.
NAVARRO, Roberto; VORIS, Marcela; BRAGA, Márcia Betânia Silva. Chá de gengibre: saiba como preparar e os seus benefícios. Disponível em: <http://www.minhavida.com.br/alimentacao/tudo-sobre/21178-cha-de-gengibre-saiba-como-preparar-e-os-seus-beneficios>. Acessado em 19 de maio de 2017.
RODRIGUES, Rômulo B. Alimentação saudável = saúde perfeita o Consumo de alimentos adequados proporciona equilíbrio orgânico e psíquico. VOL. IV / Rômulo B. Rodrigues. Ed. Clube de autores. 2017.
Obras cosultadas
BAZZANELLA, André (et al). Metodologia científica. Indaial: Uniasselvi, 2013.
DIRETRIZES CURRICULARES DA DISCIPLINA SEMINÁRIO DA PRÁTICA. Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas. Uniasselvi, (s.d).

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